Coração: Perigo, risco de contaminação

Evangelho de Marcos  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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Sermão ministrado na Primeira Igreja Batista de São Caetano do Sul, na noite de quarta-feira (6 de março de 2024).

Notes
Transcript

“Ai de nós. Nosso coração é nosso maior inimigo”. Esta frase não é minha, é creditada a Charles Spurgeon, pregador batista na Inglaterra do século 19.
Ela resume o risco que enfrentamos se ouvirmos o nosso coração.
Vocês já devem ter visto em séries ou filmes com esta imagem. Alguém arrisca dizer o significado? Ela avisa sobre o risco de contaminação. O coração humano deveria vir com um aviso deste porque ele transborda de coisas que fazem mal a nós e aos outros.
Na mensagem de hoje, na sequência do estudo sobre Marcos, Jesus fala aos fariseus, que tentaram confrontá-lo mais uma vez.
Vamos entender o contexto do capítulo 7.
Jesus havia multiplicado pães e peixes para uma multidão. Aquilo fez com que ele ficasse ainda mais no radar dos fariseus, que não entendiam ao certo quem ele era, o que ele fazia. O ministério de Jesus quebrou paradigmas, mexeu com uma sociedade. Um homem que multiplica comida, cura enfermos e anda sobre as águas não teria uma vida de anonimato.
Quem está mais em evidência é alvo constante de críticas. Jesus estava no olho do furacão. Aqueles guardadores da lei, os fariseus, o criticavam porque os seus discípulos comiam sem seguir um rito importantíssimo para os judeus: lavar as mãos. Este era um hábito antigo dos anciãos. A Bíblia fala em alguns trechos sobre isso. Em Êxodo 30, Deus ordena que os sacerdotes só entrem no tabernáculo após lavarem mãos e pés. Já no Salmo 24, o salmista declara (Salmo 24.3-4)
Salmo 24.3–4 (BS:NVT)
Quem pode subir o monte do Senhor?
Quem pode permanecer em seu santo lugar?
Somente os que têm as mãos puras e o coração limpo,
que não se entregam aos ídolos
e não juram em falso.
O lavar as mãos, portanto, era algo intrínseco e com aspectos religiosos, morais e sociais para a época porque, naquele período bíblico, toda a convivência social era baseada na vivência da fé.
Tendo isso em mente, chegamos ao nosso texto desta noite, que é Marcos 7.14-23:
Marcos 7.14–23 (BS:NVT)
Jesus chamou a multidão para perto de si e disse: “Ouçam, todos vocês, e procurem entender. Não é o que entra no corpo que os contamina; vocês se contaminam com o que sai do coração. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça com atenção!”.
Então Jesus entrou numa casa para se afastar da multidão, e seus discípulos lhe perguntaram o que ele queria dizer com a parábola que havia acabado de contar. “Vocês também ainda não entendem?”, perguntou. “Não percebem que a comida que entra no corpo não pode contaminá-los? O alimento não vai para o coração, mas apenas passa pelo estômago e vai parar no esgoto.” (Ao dizer isso, declarou que todo tipo de comida é aceitável.)
Em seguida, acrescentou: “Aquilo que vem de dentro é que os contamina. Pois, de dentro, do coração da pessoa, vêm maus pensamentos, imoralidade sexual, roubo, homicídio, adultério, cobiça, perversidade, engano, paixões carnais, inveja, calúnias, orgulho e insensatez. Todas essas coisas desprezíveis vêm de dentro; são elas que os contaminam”.
Oração
Jesus nos chama a pensar fora da caixa. Enquanto o trivial, o normal determina que o problema está no que é o aparente, Jesus nos escancara a verdade: o problema é o que está na profundeza do nosso coração, aquilo ao qual apenas nós temos acesso.
A sociedade, a cada época, nos impõe um padrão de agir, de falar e de pensar. Pessoas ditam aquilo que devemos fazer. As tendências ganham status de verdade e de coisa certa.
Este é um pensamento maligno. Das tendências nascem grandes males. Foi de uma tendência, que buscava normalizar a perseguição, que ocorreu o holocausto.
Devemos estar atentos ao que realmente importa. Jesus nos chama nesta noite a parar de reparar no que é aparente e no que julgam ser certo por uma convenção social e a prestar atenção no que há no nosso coração. Ali é uma área de guerra. Uma guerra entre a nossa antiga e a nossa nova natureza.
Jesus fala para as pessoas: vocês não devem se preocupar com o lavar as mãos se a mentira, a maldição, a hipocrisia, a luxúria e todos os outros males e pecados fazem morada no coração de vocês.
A aparência limpa não purifica um coração imundo. Há apenas uma pessoa que pode purificar o nosso ser e esta pessoa é Cristo Jesus. Não adianta você morrer de tomar banho, escovar os dentes 20 vezes ao dia, ser a pessoa mais perfumada da terra se o seu coração é como um sepulcro, tomado pelo mau cheiro do pecado.
Até mesmo os discípulos, que deveriam ter uma compreensão mais clara do que Cristo dizia, ainda estavam aos trancos e barrancos nesta conversa. Mais uma vez Cristo precisou ser enérgico com eles e solta um: Vocês também ainda não entendem?
Preocupam-se com coisas superficiais, como o alimento, que hoje é consumido, mas amanhã vira matéria orgânica para ser trabalhado por alguma empresa de saneamento básico. O que você come e o seu corpo não aproveita vai pelo ralo. Não devemos dar a isso uma importância maior do que realmente tem.
O que é perigoso é aquilo que está no coração humano. Jesus elenca:
Maus pensamentos;
Imoralidade sexual;
Roubo;
Homicídio;
Adultério;
Cobiça;
Perversidade;
Engano;
Paixões carnais;
Inveja;
Calúnias;
Orgulho e
Insensatez.
Esta mensagem é para todos nós porque o nosso coração humano carrega toda esta podridão. Somos maus em nossos pensamentos, somos imorais em vários aspectos, desejamos o mal a outros, cobiçamos, por vezes somos perversos, enganamos, entre outras coisas.
Deus não quer que vivamos uma vida de aparência, preocupados com o lavar as mãos, mas envenenados por nosso coração.
Se você entrou aqui nesta noite, achando que boas atitudes bastam, eu tenho uma notícia para você: a sociedade, que caminha a passos largos para o inferno, também pensa assim.
O discípulo de Jesus deve pregar uma mudança de vida e de mentalidade que revolucione o lugar onde está inserido. Sermos cópias de Jesus implica em desprendimento e riscos. Saiba que a sua cabeça está sempre a prêmio. Foi assim com João Batista, é assim com muitos cristãos mortos em países hostis ao evangelho.
Por quê?
Porque o evangelho de Cristo foge das tendências, daquilo que é fácil e prazeroso. Viver o evangelho é dureza. Ser cristão não é fácil. Se está muito fácil para você, reveja seu estilo de vida, talvez Cristo esteja fora dele.
Neste período de pré-vestibular para a vida eterna, somos ensinados por Deus a refletir sobre aquilo que tem implicação eterna. O terreno deve ser enfrentado na proporção exata de sua relevância. É a filosofia daquela passagem que aprenderemos mais lá na frente, em Marcos 12.17
Marcos 12.17 (BS:NVT)
“Então deem a César o que pertence a César, e deem a Deus o que pertence a Deus”, disse ele.
Sua resposta os deixou muito admirados.
Há muitos crentes presos a dogmas, ideias e ritos para os quais Deus não te chamou. Ele não quer mestre de cerimônia, Deus quer que você seja uma bênção na vida do seu irmão, seja crente onde você estiver, cresça em conhecimento e vivência da Palavra dele. Quem tem um contato sincero com Deus não vive mais uma vida de aparências porque esta experiência com Cristo é constrangedora.
Ela revela pecados, alerta sobre a nossa condição. Ficamos como Pedro, prestes a ser chamado por Jesus ao ministério:
Lucas 5.8 BS:NVT
Quando Simão Pedro se deu conta do que havia acontecido, caiu de joelhos diante de Jesus e disse: “Por favor, Senhor, afaste-se de mim, porque sou homem pecador”.
Pedro viu o sobrenatural, em uma amostra da grandeza do agir de Deus, e tudo o que havia nele desmoronou. Nosso coração só pode falar mais alto se for para dizer: Senhor, eu sou um grande pecador, tem misericórdia de mim.
Deus pode operar transformação de vidas, eu não duvido disso. E você, duvida? Deus quer que saíamos daqui com algo em mente: na fé cristã, não há espaço para encenações. A vida com Cristo é a realidade nua e crua. É o quando sou fraco, sou forte porque reconheço a minha total dependência dele.
Por esta razão, devo ser aquele que, em todas as orações, peço e confio no perdão dos meus pecados. Você é crente, mas não para de pecar. A diferença é que os nascidos de novo pelo Espírito não vivem mais no estado permanente e no ciclo vicioso do pecado. Seu prazer não está nas coisas do coração, mas na vontade do Senhor.
Conclusão
A aparência nunca supera a adoração. Se nosso coração insiste em ditar as regras e fazer valer sua natureza corrompida, devemos recorrer ao único que pode nos purificar. Quantas vezes você orou a Deus, nesta semana, para que ele purifique o seu coração e te dê convencimento de pecados? É comum orarmos: Senhor, nos perdoe os pecados, mas quais pecados, cara pálida? Temos a Síndrome do Dar Nome a Pecados, parece até uma doença crônica. Confesse aquilo que está oculto, o que atormenta o seu coração, aquilo que te faz perder a energia. Seu coração talvez esteja tomado de coisas ruins e Deus quer limpar tudo para reinar plenamente na sua vida. Nesta noite, ouça este convite: quero te limpar, quero te fazer viver o novo. Não ligue para as aparências, para o que os outros vão dizer. Olhe para a real situação do seu coração. Deus diz: apenas eu posso te purificar.
Não resista ao Senhor porque o seu amor por nós é irresistível. Deixe-se ser transformado por esta e pela Palavra e viva um tempo de revolução na verdade do evangelho. Esta sociedade precisa ouvir sobre a verdade, que é Cristo, e você, restaurado e renovado pelo Senhor, é quem pode anunciar.
Em Cristo,
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