Atos 24 | DOCE E AMARGA PROVIDÊNCIA

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Introdução:

Pré: Graça e paz, irmãos! Que honra é poder estar com vocês em mais essa EBD. Agora caminhando para nossos últimos capítulos na fascinante saga em Atos dos Apóstolos, hoje peço que você abra no capítulo de número 24, e pela graça de Deus trabalharemos todo o texto.
Leitura do Texto Bíblico - Atos 24
Pós: Você provavelmente já ouviu falar sobre os Irmãos Moravianos, não já? Os Moravianos eram irmãos que desejavam propagar o Evangelho, e conta-se que naqueles tempos até mesmo eles se vendiam como escravos das grandes navegações para poder evangelizar em suas viagens. Algo interessante, não é? Parece loucura, mas por amor ao Senhor, muitos fizeram assim. Hoje em dia não se escuta muito sobre isso, não é mesmo? Mas quero te contar uma história parecida. Tenho um professor no Seminário que é coordenador de uma das maiores agências missionárias em atividade no mundo. E ele contou, de maneira ética e segura sobre uma das missionárias da equipe. Ele disse que essa senhora desejava evangelizar o povo chinês, que como deve ser do conhecimento dos irmãos é um povo bem fechado, politicamente e religiosamente para o Evangelho. Então, tentaram enviá-la para a China e o envio não deu muito certo, mas isso não desmotivou aquela irmã, muito pelo contrário, ela percebeu que poderia trabalhar com o mesmo público, em terras brasileiras, e assim ela fez. Aquela irmã decidiu que trabalharia como diarista, ou profissional de limpeza, como preferir, contudo, não para todos os públicos, mas especificamente no bairro oriental de São Paulo, e lá ela segue nos lares, propagando o Evangelho e trabalhando para a glória de Deus.
Histórias assim parecem loucura, mas não são! Gente que por amor ao Evangelho suporta situações adversas e até mesmo situações que parecem humilhantes em alguns casos, como foi o do Apóstolo Paulo.
FCD - O Senhor conduz a história para sua glória e para o bem do seu povo pela doce e amarga providência.

Contexto:

No último capítulo da série de Atos nós vimos como por causa do amor ao Senhor Jesus Cristo uns 40 judeus e os principais sacerdotes tentaram matar Paulo, mas pela graça de Deus ele foi protegido. Você lembra? Os judeus tinham um plano e de alguma forma um dos sobrinhos de Paulo descobriu e contou a ele, então Paulo o instruiu para que buscasse apoio de um comandante romano. Então, o comandante garantiu a segurança de Paulo, como seu prisioneiro, sendo escoltado até a cidade de Cesaréia, onde se passa a história lida hoje.
Paulo é prova de que:
FCD - O Senhor conduz a história para sua glória e para o bem do seu povo pela doce e amarga providência.
Declaração do Tema - DOCE E AMARGA PROVIDÊNCIA

UMA ACUSAÇÃO INJUSTA - vv. 1-9

Circunstância (1) - Cinco dias depois da chegada de Paulo em Cesaréia o moído começou. Subitamente chegou Ananias, que era o sumo sacerdote, com alguns anciãos e um orador chamado Tértulo.
Orador era basicamente um procurador, um advogado naquele contexto, alguém encarregado de fazer ou apresentar uma acusação formal contra Paulo diante do governador e das testemunhas presentes.
Aparentemente aqueles homens queriam impedir Paulo, mas como lembrou muito bem o pastor Matthew Henry aqueles homens não estavam lutando contra Paulo, mas contra o Evangelho, eles lutavam contra a pregação e avanço do Evangelho no meio dos gentios.
Bajulação (2-4) - Tértulo começou seu monólogo. Seguiu o protocolo da época, prestando saudações ao governador que era o juiz do caso, mas não fez simplesmente uma saudação, como Paulo fez quando chegou sua vez, mas fez realmente uma bajulação, como nós dizemos por aqui - era um babão. Ele queria seduzir pela bajulação, ele usa uma linguagem claramente mentirosa para massagear o ego do governador.
Ele afirma que Félix era um excelente governador que trouxe paz perene e cuidou bem do povo, tendo feito notáveis reformas para o bem do povo e por isso em toda parte só havia gratidão. Mentiras atrás de mentiras! A Bíblia e a história extra-canônica mostram que o governo de Félix foi marcado por polêmicas, conflitos e tensões políticas, nem mesmo os judeus eram favoráveis a ele.
Os Argumentos (5-6) - Tértulo levanta três acusações contra Paulo: (1) Rebeldia Política: Ele disse que Paulo era uma “peste” que promovia cismas e conflitos onde passava, como se fosse um agitador de multidões. Se isso fosse verdade, seria um atentado contra a Pax Romana o grande poder dominador de Roma, que promovia uma paz política entre as províncias. (2) Heresia: Tértulo tentou dizer que Paulo era o principal líder da seita dos nazarenos, que era como eles conheciam os cristãos, chamando de maneira pejorativa como nazarenos, porque seguiam a Jesus Cristo, de Nazaré, então para eles era um grupo herege que se desviou do judaísmo. (3) Profanação: O último argumento de Tértulo era de que Paulo havia profanado o próprio Templo, trazendo gentios para um local que era somente para Judeus.
Se essas acusações fossem verdades o destino de Paulo era certo: condenação e morte.
Ilustração: É assustador, não é? Nós estamos acompanhando a Jornada de Paulo faz muitos domingo, vimos três viagens do Apóstolos e ele nunca começou uma briga, nunca começou algum movimento de rebeldia ou profanação, mesmo que em algumas ocasiões os judeus se levantassem violentamente contra ele. Paulo estava sendo perseguido injustamente por amor ao Senhor.
Resumo: Mas, Paulo percebeu que o Senhor conduz a história para sua glória e para o bem do seu povo pela doce e amarga providência.
Aplicação: Mesmo passando por situações de injustiça, Paulo estava bem, estava firme, estava seguro, por causa do bondoso Deus que cuida do seu povo.
Declaração do Tema - DOCE E AMARGA PROVIDÊNCIA

UMA DEFESA FIRME - vv. 10-21

Paulo’s Turn (10) - Quando Paulo recebeu o sinal de que poderia falar, começou a se defender, e o fez de forma parecida com a de Tértulo, saudando ao governador, mas não como um bajulador e sim apelando à justiça e bom senso.
Em outras palavras ele diz no verso 10: “fico feliz de que é você quem vai julgar minha causa, afinal você está há muitos anos governando essa nação, não vai ser injusto com ela, não é?”. Félix estava lidando com judeus há alguns anos, então já entendia muito mais os assuntos religiosos do que o próprio Cláudio Lísias que havia julgado Paulo anteriormente.
Primeira Defesa (11-13) - É chamando Félix ao bom senso que ele começa a responder a primeira acusação de Tértulo e diz: “Que história é essa de rebeldia política? Cheguei aqui tem menos de 12 dias e não me viram discutindo com ninguém, nem fazendo tumulto, nem mesmo aglomerando no templo ou em qualquer lugar”. E olha para o verso 13, é como se Paulo dissesse: “Quem é que pode provar essa mentira que ele está falando?”.
Paulo já sabia que a coisa não estava muito boa para o seu lado, por isso quando chegou em Cesaréia adotou uma postura muito mais cautelosa, ele não estava dando motivos para seus acusadores, e sabia disso.
Segunda Defesa (14-16) - Então ele passa a falar sobre a segunda acusação, e em outras palavras ele diz: Olha, não vou negar, eu realmente faço parte disso que eles chamam de Seita, mas isso eu chamo de Caminho, mas não sou o maior líder, muito pelo contrário, todos Os Profetas e a Lei de Moisés são parte do Caminho, esse é o Caminho do Deus de nossos pais, conforme sempre esteve escrito.
E com muita coragem ele passa a falar sobre a ressurreição dizendo: Na verdade, eu tenho a consciência pura diante de Deus e dos homens. Paulo estava dizendo: tenho plena convicção de que eles sabem que não sou líder de nenhuma seita, na verdade eles estão me perseguindo por ser um crente em Jesus, o Messias anunciado na Lei e nos Profetas.
Terceira Defesa (17-21) - Como argumento final, contra a terceira acusação, Paulo puxa um tema muito precioso para todo cristão: RESSURREIÇÃO. Ele já estava pincelando esse tema tão maravilhoso lá no verso 15, dizendo que tanto os justos como os injustos vão ressuscitar. Os justos para viverem com Cristo por toda a eternidade, e os injustos para serem condenados por Cristo, por toda a eternidade.
Então, ele afirma: Naquele dia em que me acusaram de profanação eu vim para trazer minhas ofertas e doações ao povo de Israel, eu vim visitar o Templo, eu só estava seguindo as tradições judaicas. Paulo só estava demonstrando sua piedade, foi visitar o templo, talvez num ato de consagração e adoração ao Senhor, Ele não estava profanando coisa alguma, apenas servindo ao Senhor, seguindo todas as regras para não causar polemicas.
E é aí que ele age novamente com muita coragem e diz no verso 21: Eu tenho certeza que esse julgamento não é por algo que eu tenha feito, mas porque eu creio na ressurreição dos mortos. E por que isso era um problema para aqueles homens? PORQUE A RESSURREIÇÃO ERA A MAIOR PROVA DE QUE JESUS SEMPRE FALOU A VERDADE, DE QUE ELE ERA QUEM ELE DISSE QUE ERA, DE QUE JESUS ERA REALMENTE O FILHO DE DEUS, O MESSIAS QUE FOI REJEITADO PELOS JUDEUS. É A RESSURREIÇÃO QUE PROVA QUE JESUS É DEUS, É A RESSURREIÇÃO QUE PROVA QUE O PAI ACEITOU O SACRIFÍCIO DO FILHO. É A RESSURREIÇÃO QUE PROVA QUE A CRUZ FOI DERROTADA, QUE A MORTE FOI VENCIDA, QUE O PECADO PERDEU, QUE JESUS VENCEU E QUE COM ELE TODOS OS CRENTE NELE TAMBÉM VENCERÃO A MORTE, O DIABO E O INFERNO!
E Paulo sabia, não fiz profanação coisa nenhuma! A questão era toda sobre Cristo, tanto que ele diz: Chame algum desses aí, que me acusa de profanação (v.19) se eles tiverem algo contra mim.
Ilustração: Paulo tornou sua defesa em uma defesa de Cristo, o que era pra ser um evento jurídico se tornou em um evangelismo. Isso nos ensina algo, não é?
Resumo: O Senhor conduz a história para sua glória e para o bem do seu povo pela doce e amarga providência.
Aplicação: Precisamos estar atentos às oportunidades que Deus nos concede de anunciar o nosso salvador. Mesmo que pareçam ocasiões estranhas, é muito mais importante anunciar Cristo e defender o Evangelho do que defender nossa honra ou nossas causas.
Declaração do Tema - DOCE E AMARGA PROVIDÊNCIA

UMA RESPOSTA ADIADA - vv. 22-27

Félix’s Turn (22-23) - Agora era a hora de Félix bater o martelo. Paulo deveria ser liberto, ou condenado, mas algo deveria acontecer, as duas partes já haviam esgotado suas argumentações, mas não foi isso o que aconteceu.
Félix conhecia um pouco sobre “O Caminho” e decidiu adiar a causa, argumentando que queria conversar com Cláudio Lísias sobre a situação de Paulo. Então preferiu deixar Paulo preso, até que tivesse um parecer sobre a situação.
Ele ordenou que Paulo ficasse no pretório, mas que fosse tratado com toda indulgência, com todo zelo e cuidado, permitindo até mesmo que seus amigos e família o visitassem quando desejassem.
A verdade é que Félix não sabia o que fazer. Na verdade, ele sabia, só tinha medo de fazer. Se ele libertasse Paulo teria os judeus prontos para fazerem oposição, e se condenasse Paulo iria contra a própria Lei de Roma por condenar um cidadão romano sem crimes.
Drusila (24-26) - Então, com muita curiosidade em seu coração, Félix procura Paulo em sua cela. Ele vai acompanhado de sua terceira esposa, Drusila, que assim como ele era uma pessoa corrupta, uma judia, que havia se divorciado do seu marido (que já era um Rei) para casar-se com Félix (um homem mais poderoso) e ser sua terceira esposa. Então esse casal curioso e corrupto passa a visitar Paulo, e naquelas visitas ele prega o Evangelho e fala sobre Domínio Próprio, Santificação e o Juízo Final. O resultado é rápido: Félix se enche de medo e acaba a visita. Afinal, como nos diz o verso 26: Félix queria suborno. Ele estava esperando que Paulo oferecesse alguma quantia em dinheiro para que o libertasse definitivamente, mas Paulo não o fez, nada fez além de pregar o Evangelho.
Adiada mais uma vez (27) - E a decisão foi adiada, por mais dois anos, Félix não teve coragem ou honestidade para decidir o que faria com Paulo, até que foi sucedido por Pórcio Festo. Félix era um político no pior sentido da Palavra, ficou na saia justa, para contar com o apoio dos judeus como nos diz o verso 27.
Ilustração: E fim, nesse mundo caído, nem sempre as histórias vão terminar com final feliz. Paulo mais uma vez está na cadeia, na mão dos seus inimigos, não terminou tudo bem ainda. Mas, Paulo já desfruta uma verdade:
Resumo: O Senhor conduz a história para sua glória e para o bem do seu povo pela doce e amarga providência.
Aplicação: Mesmo quando os poderosos desse mundo falham, mesmo quando são covardes ou corruptos, mesmo quando adiam a justiça e se escondem em joguinhos políticos, há um Deus que cuida do Seu Povo. Paulo estava preso, mas o Evangelho não, Paulo estava preso, mas lembrava dos sofrimentos de Cristo e tinha razão e força para prosseguir, tinha ânimo para louvar e lutar mesmo na cela. Assim também devemos ser!

3 LIÇÕES - DOCE E AMARGA PROVIDÊNCIA

O MUNDO NEM SEMPRE NOS TRATARÁ BEM: Paulo e os demais discípulos já nos provaram ao longo de todo o livro de Atos que muitas vezes o mundo vai mentir sobre nós, vai nos tratar como pestes ou pragas nesse mundo. Nós sabemos a realidade, não somos pragas aqui, na verdade, somos aqueles que anunciam salvação e esperança aos perdidos, fazemos um bem que nem mesmo o estado pode proporcionar, somos proclamadores. Todos os crentes devem levar vida aos mortos, devem anunciar a esse munto que há uma doença chamada Pecado e que somente Cristo é solução!
NOSSO OBJETIVO É PROCLAMAR O EVANGELHO, NÃO A NÓS MESMOS: Em certas ocasiões podemos nos defender, alegar que somos bons cidadãos e que vivemos honestamente, isso é lícito (principalmente se você realmente viver de modo adequado), mas precisamos lembrar, nossa luta aqui nessa terra não é para nossa proteção, é para anunciar o Salvador. Não vivemos para ter uma boa carreira profissional ou acadêmica ou mesmo uma vida confortável - se essas coisas vierem, é mérito de Deus, não nosso. Mas seja como for, seja numa vida “próspera” ou “apertada” somos chamados a viver como instrumentos que promovem o Reino de Deus, a glória de Cristo, a Luz para o reino das trevas. Então, meu irmão, se você é um lojista, dê um jeito e fale sobre Cristo, se é um professor, dê um jeito e fale sobre Cristo, seja qual for a sua vocação, Deus te deu para a glória dEle, não para a sua.
NÃO DEVEMOS SER COMO FÉLIX E DRUSILA: Aquele casal era meramente curioso, eles foram expostos ao Evangelho, e isso é uma benção, mas traz um peso enorme. Eles deveriam tomar uma decisão, não era sobre a vida de Paulo, era sobre a vida eterna. E eles preferiram adiar, adiar o julgamento de Paulo e a resposta ao Evangelho. Não adianta ser curioso sobre o Evangelho, não adianta ser curioso sobre doutrinas e ensinos bíblicos, tem que amar Cristo, tem que viver por Cristo, tem que estar disposto a morrer por Cristo. Se há aqui entre nós algum Félix ou alguma Drusila, ouça! Ainda há tempo, corra para Cristo, antes que chegue o dia do nosso julgamento.

Conclusão

Assim como a Irmã que trabalha como profissional de limpeza missionária no bairro oriental de São Paulo, como os Irmãos Morávios que se venderam como Escravos Missionários, como Paulo que foi um encarcerado Missionário, VOCÊ E EU SOMOS CHAMADOS A PROVAR DA DOCE E AMARGA PROVIDÊNCIA DE DEUS, SABENDO QUE SEJA QUAL FOR A SITUAÇÃO ELE FARÁ COM QUE SEU NOME SEJA GLORIFICADO E SEU POVO SEJA ABENÇOADO E EDIFICADO. ASSIM, VALE A PENA VIVER, CORRER, LUTAR, TRABALHAR E ATÉ MESMO SOFRER POR CRISTO! QUE DEUS TENHA MISERICÓRDIA DE NÓS E NOS DÊ A MESMA FÉ E A MESMA CORAGEM DOS NOSSOS IRMÃOS!
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