Devocional em Gênesis 4.7: Uma fera à nossa porta

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Transcript

Introdução

O ser humano sempre está em busca de dominar a tudo e a todos. Nada tende a deixa-lo mais desestabilizado do que quando as coisas parecem sair do controle. Não mede esforços, nem sacrifícios para garantir sua estabilidade segurança de modo a garantir que não venha sofrer os danos de uma vida cheia de possíveis surpresas.
Existe uma batalha que o cristão é exposto a cada segundo de sua vida e que há uma responsabilidade muito clara deixada por Deus: eles devem vencê-la, dominando seu adversário de forma sábia. Se os homens tendem a olhar para os perigos da vida e dominá-los em prol de garantir sua estabilidade nessa vida, os cristãos devem olhar para um perigo sobremaneira maior: o perigo do pecado.

Texto em Gênesis 4.7

Gênesis 4.7 (ARA)
Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.
É interessante quando olhamos para nosso texto, porque ele nos é entregue logo após o relato da queda do ser humano e parece nos mostrar uma repetição descarada e intensificada do que acontecera até então e parece apontar para o que se repetiria durante todo o relato bíblico da história da humanidade.
Após a entrada do pecado na criação, houve um constante e repetitivo ciclo de destruição. A pergunta que podemos nos fazer é: apesar de todas as exortações claras que os relatos bíblicos demonstram, por que muitos homens e mulheres relatados nas escrituras optaram por ir contra elas? Quando lemos os relatos bíblicos, somos tentados a olhar com um tom de superioridade para aqueles que “obviamente” seguiram o caminho errado; somos tentados a nos comparar apenas com os heróis da fé, enquanto dificilmente cogitamos a possibilidade de estarmos no caminho dos fariseus.
Isso acontece porque o pecado sempre parece mais óbvio na vida de outras pessoas do que nas nossas próprias vidas. Isso acontece porque o pecado não é inofensivo, nem muito menos bobo. Trata-se de um inimigo perigoso, sagaz e sanguinário. Contra esse inimigo, o cristão é convocado a lutar todos os segundos de sua vida, desde o acordar, até o deitar.
Mas, afinal, porque o pecado é tão perigoso? Se abríssemos essa pergunta para as respostas, veríamos as mais diversas possíveis. Mas será que temos exergado para o pecado como ele realmente é ou estamos olhando para ele com as lentes distorcidas do mundo?

Um inimigo perigoso

Diariamente, existe uma fera à nossa volta desejando nos tragar. É dessa forma que Moisés retrata o pecado. Quando Caim não foi reto e íntegro em seu coração, ele demonstrou que essa fera bestial e sanguinária já estava à porta do seu coração desejando traga-lo e consumar a sua destruição.
É isso que o próprio Deus declara quando diz que o desejo do pecado seria contra Caim. O pecado pode parecer prazeroso em um primeiro momento, satisfazendo os desejos da carne, mas o seu fim certamente será contra o pecador:
Tiago 1.14–15 (ARA)
Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.
Para aqueles que acreditam que o pecado não possui consequências, que podem cometer aquele pecadinho, aqui está o Próprio Deus declarando que não é assim. O objetivo único do pecado é contra o pecador. O desejo dessa fera maligna é a própria destruição do homem.
O homem não pode brincar com o pecado. Ele não é uma animal domesticável. Aqueles que procedem bem devem dominá-lo, não serem dominados por ele. Como dominamos o pecado? É indo em direção a ele como muitos quando se autodenominam cristãos fortes e maduros?
Imagine a seguinte situação: você está em casa e sabe ao redor dela existe uma fera perigosíssima. Em determinado momento você passa a esquecer o perigo dessa fera e abre a porta da sua casa. Nada acontece. Em outro momento, a fera aparece à sua porta e você ao invés de fechá-la comeca a achar que ela não é tudo o que disseram para você, afinal você ainda está de pé, ela parece inofensiva. Os dias passam e ela continua à sua porta, firme, ao ponto de você passar a achar que ela não é perigosa, na verdade ela protege você ao ponto de você deixá-la entrar em sua casa e conviver com ela, alimentando-a enquanto ela se fortalece para melhor atende-lo, até que ela te ataca, demonstrando que seu seu desejo sempre fora destruir você.
Assim é com o pecado. Nós esquecemos muitas vezes que todo pecado tem por fim a nossa morte, ao ponto de mesmo esquecermos de sua existência naquelas situações mais triviais da vida. Deixamos as portas dos nossos corações abertas enquanto o pecado se aproxima sorrateiramente, parecendo inofensivo. Nós deixamos ele entrar e o alimentamos enquanto ele se fortalece, ao ponto de acharmos que não conseguimos conviver sem ele, afinal ele nos faz feliz. Até que ele já está tão fortalecido em nosso coração que nos dominou.

O pecado afeta nosso culto e nossa vida

Se procederes bem…serás aceito…Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta.
O termo para “proceder bem” se refere exatamente a ser “reto, íntegro”, o contrário de pecar, ou proceder mal. Deus está falando para Caim que se ele foisse íntegro, seria aceito; se não, o pecado já estava à sua porta. Ao que esse procedimento está diretamente relacionado no texto? Diretamente com a oferta que Caim ofereceu a Deus.
Caim não fora aceito por Deus, nem sua oferta. Deus deixa claro que ele não fora aceito porque não “procedeu bem”, não fora íntegro, reto de coração, consequentemente, Deus está deixando claro que ele procedera mal e que o pecado já estava descasando à sua porta. Caim já estava flertando com a fera à sua espreita, de modo que o seu coração não era íntegro ao prestar o culto a Deus.
Isso pode ser visto quando o texto nos declara uma comparação entre as ofertas de Caim e de Deus irmão Abel:
Gênesis 4.3–4 (ARA)
Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta;
Enquanto a fé enchia o coração de Abel ao fazê-lo entregar das primícias de seu rebanho, o pecado espreitava o coração de Caim ao fazê-lo entregar quaisquer dos frutos de sua colheita. Enquanto o culto de Abel reluzia a glória de sua fé, o culto de Caim estava manchado pelo pecado. Desse modo, Deus rejeita Caim pelo pecado em seu coração testemunhado pela não aceitação de seu culto hipócrita. A oferta de Caim não fora aceira porque testemunhara de seu coração manchado pelo Maligno:
1João 3.12 (ARA)
não segundo Caim, que era do Maligno e assassinou a seu irmão; e por que o assassinou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas.
Não somente isso, mas o pecado também afetou a vida de Caim. O texto deixa bem claro que Caim irou-se contra a rejeição divina e seu semblante descaiu. Seu próprio corpo já não conseguia disfarçar a influência que o pecado tinha sobre seu coração. A própria carne passa a refletir o fruto do pecado, através de uma vida de ira, ingratidão, cobiça etc.

O pecado afeta nosso amor a Deus

O apóstolo João declara que:
1João 3.4 (ARA)
Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei.
Enquanto nosso Senhor Jesus Cristo declara, também pela pena de João em seu evangelho, que:
João 14.15 (ARA)
Se me amais, guardareis os meus mandamentos.
A conclusão clara e quase óbvia que vem desses dois textos é que o pecado afeta diretamente nosso amor para com Deus, devido ao fato de transgredirmos seus mandamentos, irmos de encontro com sua vontade. O pecado no coração de Caim o impedira de ofertar por amor a Deus, pelo contrário, ofertara segundo sua religiosidade e falsa piedade.
Ora, contra quem sobremaneira irou-se Caim, senão contra o próprio Deus que o rejeitara? O amor a Deus em Caim fora tão manchado pelo pecado, que quando o próprio Deus, graciosamente, se direciona a ele para exortá-lo quando à rejjeição divina, ele não consegue perceber a maravilhosa graça diante dele, a saber que o próprio Deus estava ali diante dEle lhe direcionando sua miseridordiosa exortação. Se antes Deus não aceitara sua oferta, agora o próprio Deus estava se comunicando com ele. Se antes ele havia se irritado por seu sacrifício não ser aceito, não deveria ele agora ter se agraciado na presença de Deus? Não, seus olhos estavam cegos pelo pecado; seu coração já não estava quebrantado pelo amor a Deus , mas endurecido pela presença vívida do pecado.

O pecado afeta nosso amor ao próximo

O assasinato de Abel por Caim começou muito antes de sua consumação. O pecado no coração de Caim não se manifestou apenas na ira contra Deus, mas também na ira contra seu irmão, de modo que já havia assassinado Abel em seu coração:
1João 3.12 (ARA)
não segundo Caim, que era do Maligno e assassinou a seu irmão; e por que o assassinou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas.
1João 3.15 (ARA)
Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si.
O pecado sempre intentará contra Deus e contra o próximo, enquanto cega o pecador; afinal, amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo são os dois maiores mandamentos. Caim enxergava Deus como injusto, por aceitar a oferta de Abel e não a sua, e enxergava Abel como culpado de sua rejeição.
Alguém que está na prática do pecado sempre estará demonstrando a falta de amor para com Deus e para com o seu próximo.

Conclusão

Quem pode dominar e vencer uma fera tão sorrateira e ardilosa? Cristo a dominou e a venceu por completo! De modo que se o pecado entrou no mundo pelo primeiro Adão, foi dominado e vencido pelo segundo Adão que é Cristo Jesus
1João 3.5 (ARA)
Sabeis também que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado.
Todos aqueles que tem fé em Cristo Jesus e nasceram de Deus, como seus filhos amados, dominam o pecado e não vivem pecando:
1João 3.6–9 (ARA)
Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu.
Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo. Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus.
Um cristão como filho de Deus deve fugir do pecado, assim como Jó (Jó 1.9). Jó é chamado pelo próprio Deus como um homem íntegro e reto, que se desvia do mal. Ele não flerta com o pecado, não o subestima, justamente pela fé que tem em Deus e nos seus mandamentos. Ele não enxerga o pecado com as lentes do mundo, algo inofensivo e que só traz felicidade; enxerga o pecado com as lentes de Cristo, como uma fera sanguinária e bestial que deseja a morte.
Não subestimemos, nem flertemos com o pecado, mas venhamos a enxergá-lo como ele verdadeimente é: uma fera bestial e repulsiva que deseja nos tragar. Somente em Cristo Jesus e pela força do Espírito Santo, somos capazes de viver dominando o pecado caso ele bata à nossa porta desejando tragar as nossas vidas.
E qual o testemunho de alguém que é filho de Deus e, por sua vez, domina o pecado? Exatamente o testemunho contrário ao de Caim. Caim não demonstrou amor a Deus, mas o odiou quando se irou contra ele e não demonstrou amor ao próximo, quando assassinou seu próprio irmão:
1João 3.10 (ARA)
Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão.
Que pela fé, assim como Abel venhamos a proceder bem segundo o novo homem na Pessoa de Jesus Cristo, entregando nossa vida e nosso culto de forma agradável ao Senhor, em fé e sincera obediência aos seus mandamentos.
Que pela fé, venhamos a amar genuinamente nossos irmãos, não de palavra, nem de lingua, mas de fato e de verdade, segundo o próprio amor de Deus que se manifesta a nós em inigualável misericórdia e compaixão:
1João 3.16–18 (ARA)
Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos. Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.
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