Quando começa os problemas

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Quando os problemas começam
Tiago 4.1–3 “De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.”
Intro:
O que significa a palavra origem? Segundo os dicionários significa: ponto inicial de uma ação ou coisa que tem continuidade no tempo e/ou no espaço; ponto de partida; procedência. Recentemente assistimos uma série que toda a trama dependia de como se originava a vida de duas pessoas, todas as pessoas dentro desse enredo no desejo de colaborar para o fim de certos ciclos, acabavam ajudando a perpetuá-los. Apenas quando aquelas duas pessoas entenderam que precisavam renunciar aos seus próprios interesses foi que esse eterno problema acabou.
O amado pastor Tiago também entende que há problemas potencialmente eternos, por isso ele já falou sobre a origem do mal e do bem em versos anteriores, para que seus leitores refletissem sobre suas atitudes. Outra vez, ele foca na origem das contendas, para que cada um que estava colaborando na confusão pensasse um pouco mais, e voltasse atrás no que faziam. Com isso, entendemos no livro de Tiago que quando os problemas começam apenas quando eu volto atrás nas minhas atitudes pode haver mudança. Vamos entendendo isso ao longo do texto.
A - Surge no interior das pessoas (verso 1)
1. Após uma descrição das consequências que as sabedorias do alto e de baixo promovem.
2. E, como o pastor já enfatizou antes, há oito características da Sabedoria do alto.
3. Tiago, agora, questiona a raiz dos problemas que haviam na igreja.
4. Olhe com atenção o início da seção anterior, ele diz que ela, a sabedoria, deveria ser mostrada em mansidão e com condigno proceder as suas obras.
5. Mas, se há ausência de mansidão e uma quantidade considerável de problemas, é imperativo se questionar qual tipo de sabedoria estava sendo praticada entre eles.
6. Nos três versos do capítulo quatro Tiago espelha uma estrutura já utilizada antes, basta você observar os versos de 13-15 do capítulo 1.
7. De onde surge o pecado? Da própria cobiça da pessoa!
8. Aquele desejo que é moldado de modo errado, e se transforma em algo ilícito gerando morte. O autor também utiliza do mesmo mecanismo, para afunilar o argumento aos seus leitores.
9. E, assim, observarem que eles também eram os causadores das contendas ali.
10. Isso é percebido no início do verso 1, o autor utiliza o “de onde” que indica a origem de algo, no caso, os problemas acalorados que estavam acontecendo.
11. Alguns autores até entendem que pelos termos utilizados aqui, guerras e contendas, a situação ultrapassava o ponto e chegava a luta corporal.
12. Apesar de Tiago utilizar o pronome vós, o que pode gerar a pergunta sobre quem é o alvo dessa repreensão, precisamos recordar que ele está agindo pastoralmente para corrigir seus irmãos.
13. Por isso ele não precisa utilizar nós, o que deixaria bem claro que é um recado para a igreja.
14. Seguindo, enquanto a cobiça é como uma isca que induz a pessoa a ser pescada, as contendas também se originam no interior da pessoa.
15. Como ele já havia indicado no verso 21, do primeiro capítulo, é necessário se despojar de toda impureza e acúmulo de maldade, pois estas se tiverem um espaço, vão militar para outra vez nos controlar.
16. E quando isso acontece a sabedoria do mundo controla nossa vida, o que gera as guerras e contendas.
17. Por isso irmãos, antes de procurar saber se a razão está com você numa briga, se questiona se você deveria ter começado ela.
18. Lembre-se que devemos sempre estar postos para ouvir, e ter sabedoria quando chegar a hora de falar, por isso o ouvir vem primeiro.
19. Se você começou a discutir algo com seu irmão, pense bem senão seria melhor ter sofrido o dano, se esse não seria o melhor caminho.
20. E aplicando isso de modo direto, se a sua discussão é com um novo convertido, sofra o dano, ele ainda está começando a caminhar, talvez no futuro, você pode retomar o mesmo assunto e ter uma outra resolução.
21. Nos dias de Tiago, no afã de muitos para se tornarem mestres, cada um, na verdade, estava buscando satisfazer seus próprios prazeres.
22. Isso era bom? Ter mestre? Sim! A todo custo? Não! Esse caminho não pode ser trilhado de qualquer modo, é algo muitas vezes doloroso.
23. O desejo é válido, mas o modo como a pessoa tenta alcançar é uma clara demonstração se ele é apto ou não para a liderança. ‌
24. Por isso Tiago começa a estreitar a coisas, a começar no verso 2.
B - Não gera atitudes corretas (verso 2)
1. De início ele retoma a questão da cobiça.
2. Lembre-se que você desejar ter alguma coisa, não é um problema em si mesmo.
3. Lembro que uma vez quando postei algo um jovem me questionou se não era válido ter investimentos financeiros.
4. Ele disse que sim, mas seria errado se para isso ele tivesse que matar alguém. Ele não tinha entendido bem a princípio o que eu falei, mas depois entendeu.
5. Mas pegando essa ideia, os fins não justificam os meios, o que isso quer dizer?
6. Ainda que aquilo que você deseja seja bom, é injustificável utilizar qualquer meio para o conseguir.
7. Desejar o serviço do Senhor é bom? É maravilhoso, mas se para isso você começar a inventar mentiras sobres seus pastores, os diáconos e qualquer irmão que já está no lugar que você quer, seu desejo já se transformou em pecado.
8. Semelhantemente, sabe aquela pessoa que você não pode ter nada que ela já olha e até mesmo fala que quer o mesmo?
9. Imagine como deve ser a mente dessa pessoa quando alguma coisa não pode ser comprada?
10. Um semelhante sentimento poderia estar acontecendo aqui, pois dentro de Reino de Deus as coisas não podem ser alcançadas pela cobiça, e Deus estava frustrando os desejos dessas pessoas.
11. Certo, Deus estava agindo desse modo, e como era a resposta das pessoas a isso?
12. Imagine o seguinte pensamento: Bom, eu queria muito uma coisa, não estou conseguindo, mas eu não sou daqueles que aceitam um não, eu corro atrás.
13. E como isso era feito? Matais!
14. Dentro dessa passagem é também um termo forte, mas, ao que tudo indica, ter um sentido mais metafórico para explicar quão fundo essas pessoas estavam indo.
15. Um texto de sabedoria próximo do primeiro século diz: Quem tira de um homem o pão de seu trabalho é como o assassino do seu próximo
Eclo 34.26. Por isso é possível entender de modo não literal, já que Tiago alude bastante aos textos de sabedoria.
16. Como se aquelas pessoas estivessem dispostas mesmo a matar, mas como isso seria intolerável, utilizam a língua de modo desordenada para difamar os outros.
17. Isso é uma clara demonstração de quanto o nosso pecado pode ser prejudicial, e imagine quantos ao longo da história não temerem as consequências de suas atitudes e foram até o fim com seu pecado?
18. Assim, o grande problema é que eles mantinham sempre no seu coração algo que não poderiam obter e discutiam e brigavam por isso.
19. Se tornava o ciclo eternamente repetido, mas por quê? Porque o erro está lá no começo, não adiantava eles persistirem nisso enquanto não mudassem a atitude.
20. Quero não ganho e brigo, qual o caminho? Pense um pouco no seu querer, ele está alinhado com a vontade de Deus? Ou eu estou impondo a minha vontade sobre a dele?
21. Não siga sua vontade a qualquer custo meu irmão, mas rogue a Deus para que a vontade dele seja aquela que você deseja.
22. Seguindo, Tiago também critica os pedidos deles, pois eles falhavam também nisso, e assim, quando pediam, era coisas que...
‌‌
C - Não traziam ganho eterno (verso 3)
1. Apesar do raciocínio ser quebrado do verso 2 e 3, o fim do verso 2 está conectado ao 3.
2. Por buscarem sua vontade, aquelas pessoas até mesmo não pediam a Deus, e buscavam resolver por si mesmos, e já sabemos o resultado disso…
3. Certo autor disse que: Temos muito, mais do que qualquer outra pessoa em toda a história. Isto deveria ter produzido um povo contente, mas só produziu mais ganância.
4. Responda para você mesmo, já houve algo na sua vida que você não pediu a Deus por ter vergonha do que iria pedir?
‌5. Se sim, veja como a ausência da sabedoria pode prejudicar totalmente você.
6. Se não houve, lembre-se que ainda não somos imunes a isso, e se não tiver vigilância, podemos cair facilmente em pecado.
7. Outra coisa que estava acontecendo é que outras pessoas pediam o que queriam, não estavam buscando resolver com as próprias mãos.
8. Mas era um pedido lícito? Não! aquilo nem mesmo deveria ser cogitado em sua mente.
9. Alguns estava pedindo, mas não obtinham resposta, eles estavam corretos em assumir que Deus é quem concebe, é ele que dá boas dádivas como é dito nos versos 17-18 do primeiro capítulo.‌
10. Porém, qual era a motivação daquele pedido? Era para ajudar as pessoas? Ser uma benção na sinagoga deles? Ou mesmo prestar socorro aos pobres?
‌11. Não, era simplesmente para esbanjar, naqueles prazeres que Tiago já havia criticado no começo desse parágrafo.
12. Vocês não pedem, e quando pedem fazem isso totalmente errado.
13. Então, todo o prazer é errado sabemos que não, mas na ideia que Tiago vem formando na sua carta de que há maus desejos que nos pescam.
14. Há também prazeres que são desregulados, e servem apenas para você ostentar.
15. Não é porque aquilo é bom para você, é porque todo mundo tem, ou porque só você quer ter.
16. É porque você quer ser visto por todos, não é porque você deseja servir no Reino de Deus.‌
17. Irmãos, nosso coração é tão corrupto que podemos facilmente deturpar aquilo que é bom. Nosso coração é uma fábrica de ídolos.
18. Essa ideia fica clara ao longo do verso, primeiro “porque pedis mal” indicando a razão de não receber e segundo pelo “para esbanjardes” indicando a finalidade.
19. Com isso, os leitores tinham o motivo e finalidade erradas quando estavam pedindo a Deus.
20. Jamais receberiam deste modo.
21. Irmãos, se você tem pedido constantemente algo a Deus e não obtém resposta, questione se isso realmente deveria ser pedido.
22. E, outra vez, sonde o seu coração para perceber o que está te motivando.
23. Se você entendeu que tem semelhanças com esse caso que Tiago está advertindo, deixe esse pedido, e peça algo que reflita a sabedoria do alto que Deus já te disponibilizou.
Conclusão:
Tiago nos ensina a reconhecer que nossas brigas não começam quando eu ofendo, ou falo algo que não devo, mas sim quando eu ignoro alguma raiz pecaminosa que cresceu em meu coração, o que surge disso é um poço sem fim que nos afasta de Deus. Por isso irmãos, que tenhamos cuidado com essas ervas daninhas que vivem procurando uma brecha na nossa santidade, que sempre cresça em nossa mente o desejo de ser santo nessa terra, para que nossa brilhe diante dos homens e eles glorifiquem ao nosso Pai que está nos céus, amém. Por dois breves minutos, pare um pouco e sonde seu coração, vê se há algo semelhante ao que foi pregado hoje...
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