O Jesus que as mulheres viram - João 12.1-11 - Maria unge seus pés
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O Jesus que as mulheres viram - João 12.1-11 - Maria unge seus pés
O Jesus que as mulheres viram - João 12.1-11 - Maria unge seus pés
1 Seis dias antes da Páscoa Jesus chegou a Betânia, onde vivia Lázaro, a quem ressuscitara dos mortos. 2 Ali prepararam um jantar para Jesus. Marta servia, enquanto Lázaro estava à mesa com ele. 3 Então Maria pegou um frasco de nardo puro, que era um perfume caro, derramou-o sobre os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos. E a casa encheu-se com a fragrância do perfume.
4 Mas um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, que mais tarde iria traí-lo, fez uma objeção: 5 “Por que este perfume não foi vendido, e o dinheiro dado aos pobres? Seriam trezentos denários”. 6 Ele não falou isso por se interessar pelos pobres, mas porque era ladrão; sendo responsável pela bolsa de dinheiro, costumava tirar o que nela era colocado.
7 Respondeu Jesus: “Deixe-a em paz; que o guarde para o dia do meu sepultamento. 8 Pois os pobres vocês sempre terão consigo, mas a mim vocês nem sempre terão”.
9 Enquanto isso, uma grande multidão de judeus, ao descobrir que Jesus estava ali, veio, não apenas por causa de Jesus, mas também para ver Lázaro, a quem ele ressuscitara dos mortos. 10 Assim, os chefes dos sacerdotes fizeram planos para matar também Lázaro, 11 pois por causa dele muitos estavam se afastando dos judeus e crendo em Jesus.
Introdução
Introdução
Quem é Jesus para você?
Todos temos percepções sobre tudo a nossa volta. Você já assistiu um filme, ficou deslumbrado com o que assistiu, chorou demais, ou então deu muita risada, e aí você indica pro seu amigo querendo que ele tenha aquela experiência maravilhosa que você teve. Depois de uns dias você pergunta se ele assistiu e o que achou. E ele, que esqueceu de te falar que assistiu, não viu tanta graça assim.
Essas coisas acontecem, porque a partir de quem nós somos, da bagagem que carregamos, da família que viemos, dos gostos que aprendemos a ter… nós passamos a ter diferentes olhares para as mesmas coisas.
É por isso, inclusive, que precisamos conversar, pedir conselhos, aprender com a experiência de outras pessoas, porque isso nos enriquece, nos faz progredir nas nossas percepções.
Existe uma frase que diz que ler livros é como olhar a vida pelos olhos de outra pessoa, e é por isso que somos tão edificados através da leitura.
Quem dirá de ler os livros sagrados, que foram inspirados pelo Espírito de Deus a homens e mulheres.
Lendo esses livros, encontramos ali 4 escritos que apresentam a história do ministério de Jesus.
Nesses 4 livros, que chamamos de Evangelhos, vemos ele fazendo muitas coisas a muita gente.
Pessoas que tinham percepções diferentes sobre quem era Jesus.
Os religiosos diziam uma coisa, os gentios diziam outra, os pecadores ainda outra… Jesus um dia faz questão perguntas aos seus discípulos: quem o povo diz que eu sou?
Uns dizem que é João Batista, outros Elias, ainda outros Jeremias, ou algum dos profetas.
E então ele pergunta novamente: Quem vocês, meus discípulos, que andam comigo diariamente, dizem que eu sou?
Pedro então fala com uma convicção que veio de Deus: Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo!
Essa afirmação de Pedro é perfeita!
No entanto, ainda que concordemos com Pedro, é natural que a gente tenha percepções diferentes sobre esse mesmo Jesus, naquilo que está para além dessa afirmação de Pedro.
Esse mesmo Jesus pode nos afetar de formas diferentes, a depender de quem somos.
Por isso nós temos 4 evangelhos sobre a vida do mesmo Jesus.
Se tivéssemos apenas o relato que Mateus escreveu, perderíamos coisas preciosas que chamaram apenas a atenção de Marcos, por exemplo.
Nessa pluralidade de escritos nós podemos ver de maneira mais completa quem foi nosso Senhor.
Jesus nos afeta de formas diferentes.
E é claro, que esse mesmo Jesus afeta diferentemente homens e mulheres.
Nos evangelhos lemos histórias de Jesus se relacionando com muitas pessoas, judeus e gentios, pecadores e religiosos, ricos e pobres, e também homens e mulheres.
O impacto que Jesus causou na vida de alguns homens, poderia não ter a mesma proporção para algumas mulheres. Mas o contrário também é verdade. Aquilo que algumas mulheres viveram na presença de Jesus, muitos homens daquele tempo não eram capazes de compreender.
Por isso é tão importante nos atentarmos para as pessoas com quem Jesus conversou, quando, onde, o que ele disse, o que foi dito a ele… Tudo isso enriquece nosso conhecimento de quem é Jesus.
E claro, nessa noite, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, nós gostaríamos de ver Jesus pelo olhar de uma mulher.
De tantas mulheres que são mencionadas nos Evangelhos, com ou sem nome, hoje pensaremos um pouco sobre Maria de Betânia, irmã de Lázaro e Marta.
Um Jesus amigo.
Um Jesus amigo.
1 Seis dias antes da Páscoa Jesus chegou a Betânia, onde vivia Lázaro, a quem ressuscitara dos mortos. 2 Ali prepararam um jantar para Jesus. Marta servia, enquanto Lázaro estava à mesa com ele.
João menciona para nós que o evento aqui registrado aconteceu 6 dias antes da Páscoa.
Essa informação é relevante porque aqui Jesus está no final do seu ministério. A partir daqui percebemos toda a história caminhando de fato para a cruz.
Dali a 6 dias, no dia da festa da páscoa Jesus seria morto.
O texto menciona então que nesse dia Jesus chega a Betânia, que João faz questão de nos lembrar que é o povoado onde vivia Lázaro, que havia sido ressuscitado, que era irmão de Marta e Maria.
Nesse dia, eles fazem questão de preparar um jantar para Jesus.
João não diz onde eles estão jantando, mas menciona que Lázara estava à mesa. Não era comum que os anfitriões ficassem à mesa com os convidados, o que sugere que não era a casa daqueles 3 irmãos.
Marcos quando narra essa mesma passagem ele nos diz que aquela era a casa de Simão, conhecido como O Leproso, (Mc 14.3) o que indica que era alguém que havia sido curado por Jesus, evidentemente, já que um leproso não receberia ninguém em casa.
Jesus está na cidade. Precisamos comer algo juntos.
Isso é o que nós pensamos sobre nossos amigos.
Aos olhos de Maria, Jesus era um amigo.
Alguém com quem deveria jantar.
É evidente que eles já tinham uma história um tanto longa. Sabemos que Maria já teve seu momento de sentar aos pés de Jesus para ouvir enquanto sua irmã estava trabalhando. Por sinal João faz questão de nos lembrar disso quando ele diz que nesse dia aqui Marta estava servindo, assim como na outra ocasião.
E além disso, somos lembrados também de que Lázaro, o ressuscitado, estava ali na mesa também. Puxa, Jesus resuscitou o irmão daquela mulher.
Ela não tinha como ver Jesus de outra forma. Ele tinha palavras dignas de serem ouvidas, foi com ele que ela e sua irmã choraram quando Lázaro faleceu, e foi ele quem trouxe vida novamente ao seu irmão.
Maria tinha um olhar de gratidão a Jesus. Jesus era um verdadeiro amigo para ela. Por isso o jantar.
Em um contexto onde as mulheres não eram contadas com muita estima, Maria se sentir amiga de Jesus é algo belo.
Mas por mais que o contexto sugira Maria como uma amiga de Jesus, o nome dela realmente aparece apenas no versículo 3. Veja o que João relata:
Um Jesus digno de honra.
Um Jesus digno de honra.
3 Então Maria pegou um frasco de nardo puro, que era um perfume caro, derramou-o sobre os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos. E a casa encheu-se com a fragrância do perfume.
Essa Maria que conta Jesus como um amigo, entra em cena na casa daquele Simão, mas ela realiza algo que chama a atenção de todos.
Jesus estava reclinado à mesa com os outros convidados. E é importante sempre lembrar que a mesa daquele tempo não era como nos dias de hoje, era uma mesa baixa, onde as pessoas se reclinavam em volta no chão.
Maria então chega naquela sala, pega um perfume que João faz questão de destacar seu nome, pureza e o quanto era caro, e ela despeja sobre os pés de Jesus, ungindo-o.
Irmãos, obervem essa cena por um instante.
Jesus estava ali numa refeição. Maria entra com um perfume caríssimo nas mãos, algo que não encontrava em qualquer lugar, e caso encontrasse custaria muito dinheiro para comprar.
É possível que aquele frasco fosse uma coisas mais valiosas que aquela mulher tinha.
Mas ela entende que a melhor utilização daquele bem tão preciso não era manter no frasco, ou perfumando a si mesma, mas era utilizà-lo em honra a Jesus.
Uma honra humilde e de total entrega.
Maria não ficava receosa de honrar Jesus com o que tinha de melhor.
Aos olhos de Maria, Jesus merecia aquele “desperdício”.
Aquele perfume não era tão precioso a ponto de não poder servir para a adoração do Senhor.
E ela não usou pouco do perfume. É provável que Maria tenha despejado aquele perfume sobre todo o corpo reclinado de Jesus, porque Mateus e Marcos destacam que ela ungiu sua cabeça, assim como se fazia quando um homem era escolhido para ser rei.
Maria estava honrando Jesus como quem diz que ele é quem tem toda autoridade.
Mas João destaca o momento em que ela unge os pés de Cristo, e em seguida seca o perfume com seus cabelos.
Além de gastar todo aquele perfume caríssimo naquela atitude de honra, ela ainda faz algo a mais: ela está disposta a uma atitude de humildade.
Maria poderia ter usado algum tipo de pano ou tecido para enxugar os pés de Jesus, mas ela escolhe enxugar com seus cabelos.
Irmãos, a representação de tudo isso não é pouco importante.
Aquela atitude foi extravagante!
De uma mulher que reconhecia diante de quem ela estava.
Por mais que Jesus fosse íntimo como um amigo, isso não fez com que ela perdesse seu temor e respeito.
Aplicação:
Aplicação:
Vemos muito do inverso disso hoje em dia.
Pessoas que veem Deus com tanta seriedade e autoridade que não conseguem se considerarem íntimas dEle.
Por outro lado, pessoas que se consideram tão próximas e veem Jesus tão acessível que perderam seu temor. Que já não o reconhecem mais como Soberano Senhor.
Maria tinha um olhar adequado sobre quem era Jesus.
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No entanto, essa entrega humilde e total de Maria não é bem vista por aqueles que estavam assentados à mesa.
Todos os Evangelhos destacam a oposição que se levanta àquela mulher.
Dizendo que aquele bem tão valioso podia ser melhor administrado do que simplesmente usá-lo para honra a Jesus.
João diz que Judas Iscariotes, que traiu Jesus mais tarde, diz que o perfume podia ser vendido e o dinheiro dado aos pobres.
No entanto, João também já menciona que ele disse isso não foi por amor ou compaixão dos pobres, mas porque era ladrão. Queria que o dinheiro ficasse com ele, pra ele poder usar do jeito dele e pegar uma parte para si.
Lemos que ele era o responsável pelos recursos dos discípulos, e usava dessa função para roubar.
A fiel devoção de Maria é contrastada com a traição de Judas.
Judas é aquele que pega o dinheiro dos outros para si. Que trai Jesus, o vendendo por 30 moedas de prata.
Maria é quem pega um bem muito valioso e despeja ele sobre os pés de Cristo em adoração.
Maria é a discípula que Judas deveria ter sido.
Então a partir dessa oposição nós temos um novo olhar sobre Jesus, a partir de Maria:
Um Jesus que defende.
Um Jesus que defende.
7 Respondeu Jesus: “Deixe-a em paz; que o guarde para o dia do meu sepultamento. 8 Pois os pobres vocês sempre terão consigo, mas a mim vocês nem sempre terão”.
Jesus repreende Judas e qualquer outro que questionou a atitude daquela mulher dizendo: Deixe-a em paz!
Em um tempo onde mulheres eram reconhecidamente inferiores aos homens, e deviam submissão não apenas aos seus esposos mas à figura masculina como um todo, Jesus não entre na onda da conversa, e ao invés de repreender Maria, ele repreende aqueles homens.
- Deixe-a em paz!
Para Maria, Jesus era um defensor. Ele já havia defendido ela diante de sua irmã que cobrava dela mais trabalho, e agora a defende diante daquela mesa que questionava sua adoração a Jesus.
Ele inclusive menciona seu sepultamento. Como se ela estivesse preparando o corpo de Jesus para a cruz que estava por chegar.
Enquanto os discípulos não entendiam quando Jesus fala sobre sua morte, como Pedro que repreende Jesus dizendo que ele não vai morrer, aquela mulher está contribuindo para que Jesus cumpra o propósito para o qual ele veio ao mundo.
Não como quem deseja sua morte, como os fariseus, mas como quem está junto naquele propósito, mesmo que não saiba disso.
Marcos então dá um fechamento para a história que chama atenção.
Um Jesus que reconhece.
Um Jesus que reconhece.
8 Ela fez o que pôde. Derramou o perfume em meu corpo antecipadamente, preparando-o para o sepultamento. 9 Eu lhes asseguro que onde quer que o evangelho for anunciado, em todo o mundo, também o que ela fez será contado em sua memória.”
Marcos ressalta a preparação do corpo de Jesus.
E depois cita Jesus dizendo que aquela mulher vai ser lembrada.
Onde o Evangelho for, a atitude daquela mulher será lembrada.
Em um contexto onde a grande maioria das mulheres eram anônimas, com sua identificação atrelada quase sempre na figura de algum outro homem, Jesus declara que as pessoas se lembrariam dela.
Não se lembrariam dela por causa de seu esposo. Não se lembrariam dela por causa de seu irmão, que havia sido ressuscitado.
Se lembrariam dela por causa do verdadeiro homem, por causa do Cristo.
Sua relação com Cristo Jesus fez com que ela fosse reconhecida em todo o mundo.
Sua história foi registrada nos Evangelhos, e agora quantas pessoas conhecem Maria de Betânia, que ungiu os pés de Jesus e secou com seus cabelos.
Sua intimidade e devoção a Cristo são exemplos para todos os fiéis ao longo de toda a história.
Por mais que hoje estejamos aqui em um culto especial de mulheres, cremos que todos, inclusive nós homens, temos muito o que aprender com o olhar dessa mulher sobre Jesus.
Sua postura é um modelo para nós.
Jesus amigo.
Intimidade
Choro
Casa
Jesus honrado.
Ambiente preparado
Adoração generosa
Firmeza apesar dos críticos
E então ela experimentou um
Jesus que defende
Se levantou em seu favor
Jesus que reconhece
Uma mulher agora é conhecida para sempre
Maria sentou-se aos pés de Jesus na primeira vez que ele foi na casa de Marta em Betânia.
Maria ajoelhou-se aos pés de Jesus quando estava enlutada por seu irmão morto.
Maria mais uma vez coloca seu rosto nos pés de Jesus enquanto seca o perfume com seus cabelos.
Ela sabia que seu lugar era aos pés do Senhor.
Esse é o lugar de uma discípula de Cristo.
Que Deus continue sustentando você, minha irmã.
Que você possa olhar para Jesus com os olhos de Maria, irmã de Marta e Lázaro.
Jesus quer ter intimidade contigo.
Ele quer ser honrado por você com o que você tem de melhor.
Ele deseja cuidar de você, como Jesus protegeu de Maria naquele dia.
Ele reconhece aquilo que você faz por ele.
Continue firme na sua caminhada! Servindo a Deus, sendo bênção onde estiver.
Com sua percepção de quem é Jesus, que é algo seu, com seu olhar feminino que é tão mais aguçado que o olhar de nós homens.