Série no A.T (2)

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Texto...
Oração

Introdução

O Êxodo é a história da conversão, éramos escravos dos pecados, fomos libertos dessa escravidão, fomos lavados no batismo e cantamos o hino da salvação, após isso vem a peregrinação, a santificação até passarmos para a terra prometida a Canaã celestial.
Dentro desse quadro maior o que nós acabamos de ler é Deus santificando o povo. Deus quer ensinar o povo de Israel por meio das águas amargas. Por isso o tema deste sermão é:

Tema: Transformando as Amarguras da Vida em Doçura

Primeiro precisamos entender o contexto deste teste, para isso leiamos mais uma vez os versos 22-23.

Contextualização (vv22-23)

O povo acabou de atravessar o Mar Vermelho, eles cantaram ao Senhor e após isso eles partem e adentram o deserto de Sur. Esta é uma vasta, acidentada e escassamente povoada região selvagem no norte do Sinai, O nome Sur no significa muro indicando as muralhas construídas pelos faraós, que defendia sua fronteira.
Finalmente eles estão fora do Egito. Os três dias nos faz lembrar o pedido que Moisés fazia a faraó, de deixar o povo ir caminho de três dias para oferecer sacrifício a Deus. Não seria estranho o povo lembrar disso e esperar por algo.
O texto diz que nesses três dias de caminhada não é encontrado água. Obviamente pode-se imaginar certo desespero. Os pais preocupados com seus filhos, a preocupação com seus animais. Mas então chegam as águas de Mara. Não é inconcebível que, ao se aproximarem de Mara na expectativa de poderem beber tudo o que quisessem, muitos deles bebessem sua última água e/ou a dessem aos animais.
Após provarem e verem que às águas eram amargas, por isso do nome Mara (significa amargo), o desespero bate mais forte. A esperança vira frustração.
Atravessar o deserto não era necessário para a salvação de Israel, mas era necessário para a sua santificação. Tenha isso em mente a adversidade vai vir em tua vida. Mas eu fui salvo, fui batizado, fiz pública profissão de fé, cantei o hino de salvação, e agora vem adversidade? Sorria, bem-vindo a escola de Deus, bem-vindo ao deserto onde Deus vai te moldar.
Lembrem-se o povo não parou ali simplesmente porque deu vontade. A decisão de onde o povo pararia era uma decisão divina (Êx 13.20-22)
O povo está frustrado, amargurado. Esse texto então nos ensina pelo menos três lições de como transformar as amarguras da nossa vida em doçura.

Ponto 1. Por meio da Fé (v.24)

O povo deveria ter tido fé e não murmurado.
1Coríntios 10.10–11 “Nem murmureis, como alguns deles murmuraram e foram destruídos pelo exterminador. Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado.”
E aí Moisés? Tu não és o cara? Não foi ideia tua essa de sairmos do Egito? Agora dá teu jeito, esse ataque ainda que seja dito a Moisés mostra a incredulidade do povo perante o Senhor. Moisés era o representante de Deus, a afronta acaba sendo direcionada a Deus, como podemos ver no capítulo 16.8
O povo deveria ter agido com fé no Deus que os tirará do Egito, ter confiado n’Ele, a nuvem estava sobre eles, mas não eles choramingaram, murmuraram. Ficar reclamando pelos cantos sempre soa infantil. É imaturidade espiritual a pessoa em vez de depositar sua fé em Deus ficar reclamando da situação adversa.
Você pode pensar, há que povo de memória curta, acabaram de ver a ação divina. Nós de modo geral temos uma memória muito curta para as bênçãos de Deus. Aconselho os irmãos a escreverem sobre as bênçãos de Deus sobre vossa vida.
Análise tua vida. Quantas vezes você não saiu de um culto ao Senhor no domingo e na segunda, quando não no mesmo dia comete um pecado que foi mostrado no sermão. Nós temos memória curta para as bênçãos de Deus.
Mesmo em meio aos dias de amargura devemos ter fé, pois se estamos passando por isso ou aquilo é porque de alguma forma Deus quer trabalhar algo em nós. Lembre-se de Romanos 8.28 “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.”
O problema das águas amargas revelou algo mais profundo, mostrou que o coração do povo era amargo.
Quando a amargura da vida vier descanse em Deus, exercite sua fé. Não fique andando para um lado e outro reclamando, mas confie n’Ele. Olhe para trás e veja como Deus tem te abençoado.
Em segundo lugar, nós transformamos as amarguras d avida em doçura:

Ponto 2. Por Meio da Oração (v.25)

O líder Moisés em vez de murmurar, ele mostra sua fé por meio de seu clamor a Deus. A palavra clamor também pode ser entendida como um grito, um brado. Ele intercede pelo povo de pouca fé.
Uma vida de oração é resultado de alguém que tem fé!
Não é pecado para nós trazermos a Deus nossos problemas, nossas amarguras. Ele nos convida a conversar com Ele através da oração. O que é pecado, no entanto, é ter um espírito queixoso que envenena nossa comunhão com Cristo e, assim, nos rouba a alegria de servir a Deus.
Mas falar de oração em ambiente presbiteriano é desnecessário, né? Afinal somos a denominação que é conhecida por orar muito! Quem dera essa fosse a verdade, porém hoje vemos o contrário disso.
Lembremo-nos do pai do presbiterianismo, o Escocês John Knox. Muitos já ouviram várias vezes sobre a Rainha da Escócia, Maria Stuart, que disse que temia mais as orações de Knox que um exército de 10 mil homens.
Como iremos vencer a adversidade, as amarguras da vida sem uma vida de oração?
Como anda tua vida de oração, meu irmão? Alguma vez seu filho te pegou orando, sua esposa? Seu esposo?
Não estou dizendo que você deve orar 4h por dia, não é isso que estou falando. A questão é: diante do problema você fala com quem? Quem é a primeira pessoa que você corre? Em quem sua fé tem sido depositada?
Deus então de forma calma mostra a Moisés uma árvore, ou madeira, já que o substantivo pode significar ambas as coisas. E as águas tornam-se próprias para consumo.
Alguns estudiosos tentaram trabalhar na hipótese de não ter sido algo sobrenatural, mas agentes da madeira que teriam agido na água, porém isso é insustentável, não há nada que comprove que nessa região tenha alguma árvore com esses tipos de características. A resposta para o evento é uma só, um milagre divino.
Moisés nos ensina a orar demonstrando fé, mas também a orar pelos irmãos que estão fracos na fé.
Busque mais que tudo a ter uma vida oração, comum diária com Deus. Caso contrário a amargura chegará e você não suportará. Clame a Ele.
E em terceiro lugar o texto nos ensina a transformar as amarguras da vida em doçura:

Ponto 3. Por Meio da Obediência (v.26)

Não basta apenas cantar, mas devemos obedecer a voz de Deus. Uma coisa era cantar os louvores de seu Libertador e outra bem diferente era viver essa fé quando confrontados com os problemas da vida comum. Muitas vezes nós cantamos louvores que parecem ser tão fáceis, mas na prática isso muda. “Tudo entregarei! Tudo entregarei!
Sim, por ti, Jesus bendito,
Tudo deixarei!”
A referência a comandos e decretos nesta fase da jornada é reconhecidamente vaga. Mas não devemos supor que Israel não tinha lei até o Sinai. No capítulo 16:23, o Dia do Senhor é mencionado explicitamente pela primeira vez no Antigo Testamento. Embora o mandamento de guardar o sábado seja explicitamente dado apenas em 20:8–11 (o quarto mandamento), isso não significa que a vontade de Deus para que seu povo guardasse o sábado era inédita até então.
Nós devemos ser um povo que ouve e guarda os mandamentos.
João 10.27 “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem.”
Jeremias 7.23 “Mas isto lhes ordenei, dizendo: Dai ouvidos à minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; andai em todo o caminho que eu vos ordeno, para que vos vá bem.”
Se você obedecer às leis de velocidade, é menos provável que você se machuque em um acidente de carro. A preocupação básica é com o bem-estar de Israel.
Guardar os mandamentos por mais que seja visto pelo mundo como uma prisão, na verdade é bênção para nossa vida.
Precisamos ouvir e obedecer. Qual a forma ordinária de se ouvir a voz de Deus? Não é subindo a um monte e gritando para que Deus fale contigo. É por meios das escrituras sagradas. Ame as Escrituras, leia a diariamente. Para que quando o dia margo chegar, o Espírito Santo o lembrará daquilo que precisa para suportar.
Deus promete que ao obedecerem a ele os curaria. A promessa aqui não era que Javé jamais permitiria que aqueles que depositam sua fé n’Ele adoecessem. Falar que o povo de Deus não sofre com enfermidades é uma grande mentira. O texto fala única e exclusivamente de estarem livres de sofrer com as pragas que vieram sobre o Egito.
Temos então a chegada em Elim

Chegada em Elim (v.27):

Esse lugar é uma inversão do ambiente desértico e uma antecipação das coisas que estão por vir. (Canaã)
Os números dão a ideia de perfeição. 12 fontes para as doze tribos e 70 palmeiras para os 70 anciãos.
Deus em sua misericórdia e graça supre o povo além do que era necessário, mesmo tendo falhado. Isso é graça de Deus.
Marah estava um pouco antes de Elim, temos alternâncias na vida.
O deserto de Sur e o oásis de Elim nos lembram que ou você está em uma prova, ou saindo de uma prova. Se você não está em nenhum desses, pode saber que você está na preparação para a prova.
O propósito de Deus no teste não era produzir falhas. Olhe para Tiago 1.12-14, que Deus não nos tenta, mas ele nos prova para trabalhar em nosso caráter. Em outras palavras, Ele não testa com o propósito de fazer você tropeçar, mas o teste de Deus revela aos filhos de Israel a fraqueza de sua fé e sua necessidade d’Ele.
Deus traz testes, mas eles são temporários e passarão. Após o teste, Deus te leva a um lugar de renovação espiritual onde você pode se fortalecer na Palavra, na oração e na comunhão, de modo a colocar a verdade na cabeça para enfrentar outra batalha. Quando chegar a nova crise, todas as coisas que foram aprendidas durante um período de refrigério devem ser postas em prática.

Conclusão

Concluindo...
Deus havia ensinado o povo a como manter-se firme e não vacilar, mas se você olhar o próximo capítulo verá que o povo falha e murmura novamente. Mas teve alguém que nunca murmurou, alguém que cumpriu cabalmente a lei. Cristo Jesus, Nosso Senhor foi como ovelha muda para o matadouro. Ele foi obediente até a morte e morte de Cruz. Como não lembrar de Cristo dizendo: Pai, por que me desemparastes. João em seu relato nos mostra que Cristo teve sede, o que o deram não foi água doce, mas vinagre. Cristo tomou águas amargas para que hoje você tivesse acesso a água da vida. Ele é o nosso curador, pois por suas pisadoras fomos sarados. Assim como Israel foi polpado das pregas que demonstraram a ira de Deus, em Cristo nós somos polpados da ira vindoura. Em Cristo sua vida de amargura pode ser uma vida de doçura.
Não importa por qual amargura você está passando, olhe para Cristo, Ele manterá a tua fé; Clame a Ele, e seu Espírito o dará condições de guardar seus mandamentos.
Em Cristo a amargura do pecado pode ser tirada e a doçura da salvação pode ser manifesta. Que Deus os abençoe!
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