(Rm 7:7-13) O ministério da lei: Como a lei expõe o pecado
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O primeiro uso da lei consiste em mostrar nosso pecado e a nossa necessidade de Cristo.
1) A LEI EXPÕE A NATUREZA DO PECADO: Romanos 7.7–8 “Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás. Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda sorte de concupiscência; porque, sem lei, está morto o pecado.”
Pecado? Paulo fica horrorizado com a ideia de que a nossa libertação da lei como base para justiça signifique que haja algo de errado com a lei - de modo nenhum.
O que a lei faz é dar o conhecimento de que somos pecadores. A lei é um espelho que revela o nosso interior. A lei é como um raio-x.
Cobiçarás. O décimo mandamento - “não cobiçarás” - revelou a Paulo a pecaminosidade dos seus desejos. Concupiscência é a mesma palavra grega para “cobiça” e se refere a desejos pecaminosos.
O décimo mandamento fala do foro íntim, e nenhum tribunal da terra tem competência para julgar o foro íntimo. A lei de Deus, porém, penetra e faz uma leitura dos propósitos mais secretos do nosso coração, trazendo à luz seus desejos pervertidos. Kistemaker diz que sem o décimo mandamento o pecado fica adormecido.
Uma boa ilustração é a história do jovem rico: Lucas 18.18–23 “Certo homem de posição perguntou-lhe: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão um, que é Deus. Sabes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe. Replicou ele: Tudo isso tenho observado desde a minha juventude. Ouvindo-o Jesus, disse-lhe: Uma coisa ainda te falta: vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro nos céus; depois, vem e segue-me. Mas, ouvindo ele estas palavras, ficou muito triste, porque era riquíssimo.”
Morto. A lei também estimula e desperta o pecado. O pecado estava relativamente dormente até que sua proibição na lei de Deus o tornou mais atraente a uma natureza rebelde. Vamos entender melhor a partir dos próximo versículos.
2) A LEI EXPÕE A CONSEQUÊNCIA DO PECADO: Romanos 7.9 “Outrora, sem a lei, eu vivia; mas, sobrevindo o preceito, reviveu o pecado, e eu morri.”
Vivia. Confiantemente esperançoso de alcançar uma justificação pelas obras. Como onde não há lei, também não há transgressão, assim, sem lei o homem tem a sensação de que está vivo. Quer dizer que quando não ouvimos a lei, nos sentimos sem perturbações, de que não devemos nada.
sobrevindo o preceito. A lei vindo à consciência pelo Espírito gerou convicção de pecado.
Reviveu. Foi movido a um exercício mais vigoroso.
Kistemaker resume assim: “Houve tempo em que eu me sentia seguro, sem nutrir qualquer convicção de pecado. Por esse tempo, a plena implicação da lei não havia ainda gravado em minha consciência, nem havia chegado a ser ainda um fardo insuportável em meu coração. Pensava que, moral e espiritualmente, eu estava fazendo tudo corretamente bem. Mas quando chegou o mandamento, ou seja, quando me veio a lume o que realmente a lei exigia (nada menos que o que está sumariado em Mc 12.29–31), compreendi que grande pecador eu era. Foi então que eu morri, ou seja, que cheguei ao meu fim como uma pessoa satisfeita comigo mesma e segura de mim mesma.”
3) A LEI EXPÕE O ENGANO DO PECADO: Romanos 7.10–11 “E o mandamento que me fora para vida, verifiquei que este mesmo se me tornou para morte. Porque o pecado, prevalecendo-se do mandamento, pelo mesmo mandamento, me enganou e me matou.”
Vida. Originalmente, o madamento regulava o caminho de justiça de Adão antes da Queda, para que ele continuasse num estado de vida no Paraíso. Amar a Deus de todo o coração, de toda a alma, de toda a mente e de toda a força e amar ao próximo como a si mesmo traz vida, salvação. Cf. Levítico 18.5: “Meus estatutos e meus juízos guardareis; cumprindo-os, o homem viverá por eles.”
Morte. O cumprimento da lei é bom, porque a lei é boa; não era a própria lei, mas o pecado que torna impossível à lei fazer uma pessoa santa e feliz. O mandamento, operando por si mesmo, nunca mata nem fere ninguém. É o pecado que mata.
Me enganou. O pecado fez Paulo pensar que poderia ter vida obedecendo o mandamento, mas na verdade isso o levou a um pecado e uma culpa ainda maiores.
“William Barclay esclarece que o engano do pecado pode ser visto sob três aspectos: 1) Enganamo-nos ao considerar a satisfação que encontraremos no pecado. O pecado é doce ao paladar, mas amargo no estômago. É um embusteiro, pois promete alegria e paga com a tristeza; proclama liberdade e escraviza; faz propaganda da vida, mas seu salário é a morte. 2) Enganamo-nos ao considerar a desculpa que podemos dar por ele. Todo homem pensa que pode estadear sua defesa por ter praticado este ou aquele pecado, mas toda escusa do pecado torna-se nula sob o escrutínio de Deus. 3) Enganamo-nos ao considerar a probabilidade de escapar das consequências do pecado. Ninguém peca sem a esperança de que sairá ileso das consequências do pecado. A realidade inegável, porém, é que cedo ou tarde o nosso pecado nos achará.”
4) A LEI EXPÕE A PECAMINOSIDADE DO PECADO: Romanos 7.12–13 “Por conseguinte, a lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom. Acaso o bom se me tornou em morte? De modo nenhum! Pelo contrário, o pecado, para revelar-se como pecado, por meio de uma coisa boa, causou-me a morte, a fim de que, pelo mandamento, se mostrasse sobremaneira maligno.”
Santo, justo e bom. Não há defeitos na lei de Deus (Sl 19:7; 119:137-138), mas tal era a natureza pecaminosa de Paulo que, quando apresentada a essa lei santa, ela se encorajou a atividades pecaminosas maiores e mais manifestas.
“O propósito da lei não é matar, mas dar vida. Contudo, aquilo que era destinado a nos dar vida nos matou, porque o pecado, prevalecendo-se do mandamento, pelo mesmo mandamento nos enganou e nos matou. Assim, o propósito da lei não é apenas revelar e despertar o pecado, mas também condená-lo.”
O pecado é o exato oposto da lei. A lei reflete o caráter de Deus; o pecado é a ausência da graça e santidade de Deus. O pecado é o mal dos males. Thomas Watson disse que “a carne - o pecado - é um inimigo pior do que o diabo; é um traidor dentro do peito”.
LIÇÕES
Não brinque com o pecado. O pecado leva à morte, à morte, temporal, espiritual e eterna. O pecado, destrói o corpo e a alma, a família e a sociedade. O pecado, endurece, cega e emburrece. O pecado divide e prejudica. O pecado é o senhor do diabo, e não o contrário. O diabo caiu porque pecou. O pecado é um inimigo pior que o diabo, porque é um inimigo dentro do peito. O pecado, engana com prazeres ilusórios, ele amortece e adormece a consciência, pra que você não sinta mais temor, não tenha mais sensibildade quando se afasta de Deus, quando faz mal ao seu próximo, à sua família. O pecado é o mal dos males e ele deve ser combatido antes mesmo do diabo. Não devemos cair no erro de tratar coisas como se fossem pecado. O pecado não é comida ou bebida, não sexo ou roupa, o pecado está dentro de nós, ele mexe com nossos desejos e intenções. O pecado domina a mente e o coração, ele age de dentro pra fora. Não basta lavar o copo por fora, se o seu interior estiver sujo. É do coração que procedem os maus desígnios, tudo o que não presta, e é portanto o nosso coração que deve ser tratao, restaurado, mudado.
Entre o sofrimento e o pecado, prefira sempre sobrer. Jeremiah Burroughs escreveu “O mal dos males ou a Excessiva pecaminosidade do pecado”. Ele disse: “É verdade que nem o pecado nem a aflição devem ser escolhidos. Todos os homens são amedrontados pelas aflições e perturbados por elas, mas onde está o homem ou a mulher que teme o pecado e foge dele como de uma serpente, e é perturbado pelo pecado mais do que por qualquer aflição? Que há mais vileza no pecado do que na aflição, em geral (eu suponho), é garantido por tudo. Há mais mal no pecado do que em todos os problemas visíveis do mundo; mais mal no pecado do que em todas as misérias e tormentos do próprio inferno.” Então se você vai perder amigos, ou dinheiro, ou família, pra evitar pecar contra o Senhor Deus, nosso verdadeiro amigo, família e amor, então perca, perca tudo, por ganhando Cristo você tem tudo o que você precisa.
Confie em Jesus e na Sua Obra. Lembre-se que Jesus sofreu por causa do seu pecado. Isaías 53.4–5 “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” Lembre-se que esse monstro terrível que é o pecado foi e pode ser vencido somente se você colocar a sua fé em Jesus Cristo e na sua cruz. Então, como o peregrino de John Bunyan chegou na cruz e o fardo caiu de suas costas, você terá liberdade do pecado. Ele permanecerá presente, porque só vai desaparer quando Jesus vier uma segunda vez, mas em CRisto agora, você não é mais escravo. Se você tiver uma vida com Jesus você vai capaz de dizer não à vida de pecado. Thomas Brooks disse: “Não é cair na águas, mas deitar na água que afoga; não é cair no pecado, mas deitar no pecado que condena”. Então creia no Jesus, confie nele, no poder da cruz e da ressurreição, pra que seuas algemas sejam arrancadas, e você viva uma nova vida!