O JUSTO JESUS! (Parte 2) Lucas 23.1-12

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Jesus é o justo que foi injustiçado, para que nós injustos sejamos justificados.

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Grande ideia: Jesus é o justo que foi injustiçado, para que nós injustos sejamos justificados.
Estrutura: Diante de Pilatos (vv. 1-5) e diante de Herodes (vv. 6-12).
Certamente, precisamos de um substituto humano. Mas precisamos de um humano cujo pagamento pelo pecado tem valor infinito. Por conseguinte, o único que pode nos salvar de nosso pecado é o Deus-homem: aquele que é plenamente homem, como nós, mas, também, aquele que é plenamente Deus, para que seu pagamento por nosso pecado satisfaça as exigências infinitas de Deus contra o nosso pecado. Portanto, Jesus tinha de ser plenamente Deus e plenamente homem. Tinha de ser plenamente Deus para que o pagamento que ele daria tivesse valor infinito, satisfizesse totalmente as exigências de um Deus infinitamente santo contra o nosso pecado. Mas Jesus também tinha de ser plenamente humano a fim de que sua morte fosse substitutiva. Ele morreu em nosso lugar, morrendo a morte que merecíamos morrer, levando em seu corpo, na cruz, o pecado que cometemos (1 Pe 2.24); e, para fazer isso, Cristo tinha de ser um homem. Enquanto o valor infinito do pagamento de Cristo por nosso pecado está ligado ao fato de que ele era plenamente Deus, a natureza substitutiva da morte de sua morte — que ele tomou nosso lugar, levou nosso pecado e morreu a morte que merecíamos morrer — está ligada, mais exatamente, ao fato de que ele era plenamente humano. Outra vez, a morte expiatória de Cristo foi eficaz somente porque Jesus, que morreu por nosso pecado, era um ser humano total e integral.
Ware, Bruce. Cristo Jesus, homem: reflexões teológicas sobre a humanidade de Cristo (Portuguese Edition) (pp. 179-180). Editora Fiel. Edição do Kindle.
1Pedro 2.21–24 NAA
Porque para isto mesmo vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de vocês, deixando exemplo para que vocês sigam os seus passos. Ele não cometeu pecado, nem foi encontrado engano em sua boca. Pois ele, quando insultado, não revidava com insultos; quando maltratado, não fazia ameaças, mas se entregava àquele que julga retamente, carregando ele mesmo, em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça. Pelas feridas dele vocês foram sarados.
1Pedro 3.18 NAA
Pois também Cristo padeceu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir vocês a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito,
Jesus diante de Pilatos. (vv. 1-5)
(a) Foi algo “unânime”: “toda a assembleia” (Lucas), “todos os principais sacerdotes e os anciãos do povo” (Mateus).
(b) Um pouco da cronologia:
Depois de passar pelos três primeiros julgamentos: na residência de Anás (duas horas da manhã); na casa de Caifás (três horas da manhã); audiência formal no Sinédrio (seis horas da manhã). Agora, Jesus está diante de Pilatos (por volta das sete horas da manhã).
Mateus 15.1 NAA
Então alguns fariseus e escribas vieram de Jerusalém até Jesus e perguntaram:
(c) Pilatos parece hesitante e fraco, mas essa não é a sua personalidade reconhecida pela história:
Charles Swindoll: Era um gentio antissemita, romano na essência. Um completo lobo, sedento de sangue judeu.
Uma carta de Agripa a Calígula: “Pilatos é intransigente precipitadamente duro. Ele é um homem de notória reputação, severa brutalidade, preconceituoso, violento e selvagem, assassino”.
Filão escreve que o governador caraterizava-se pela "sua venalidade, sua violência, seus roubos, seus assaltos, sua conduta abusiva, as freqüentes execuções de prisioneiros que não tinham sido julgados, e uma ferocidade sem limites" (Gaio 302).
Os Evangelistas apresentam Pilatos como sendo um homem venal, inconstante e frívolo. Mesmo sem conhecermos qual tenha sido o seu verdadeiro destino, a imagem que temos gravada na memória é a de um injusto juiz que lavou as mãos do sangue de um inocente. E na água que procurava limpar o seu pecado, viu nela afogar-se o direito romano que deveria ter sido defensor. “A história do direito não conheceu sentença mais arbitrária e antijurídica”
Eusébio, o historiador eclesiástico, diz-nos que durante o reinado de Gaio (37-41 D.C), Pilatos foi finalmente forçado a cometer suicídio.
(d) Pilatos está interessado em saber se Jesus se identificava como “rei dos judeus”:
João 18.33–37 NAA
Pilatos entrou novamente no Pretório, chamou Jesus e lhe perguntou: — Você é o rei dos judeus? Jesus respondeu: — Esta pergunta vem do senhor mesmo ou foram outros que lhe falaram a meu respeito? Pilatos respondeu: — Por acaso sou judeu? A sua própria gente e os principais sacerdotes é que o entregaram a mim. Que foi que você fez? Jesus respondeu: — O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas agora o meu Reino não é daqui. Pilatos perguntou: — Então você é rei? Jesus respondeu: — O senhor está dizendo que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.
(d) Jesus esteve em silêncio grande parte de seus julgamentos:
Marcos 14.60–61 NAA
E, levantando-se o sumo sacerdote, no meio, perguntou a Jesus: — Você não diz nada em resposta ao que estes depõem contra você? Jesus, porém, guardou silêncio e nada respondeu. O sumo sacerdote tornou a interrogá-lo: — Você é o Cristo, o Filho do Deus Bendito?
Marcos 15.4–5 NAA
Então Pilatos tornou a perguntar: — Você não vai responder nada? Veja quantas acusações fazem contra você! Jesus, porém, não disse mais nada, a ponto de Pilatos muito se admirar.
Lucas 23.9 NAA
E de muitas maneiras o interrogava, mas Jesus não lhe respondia nada.
João 19.9 NAA
e, entrando outra vez no Pretório, perguntou a Jesus: — De onde você é? Mas Jesus não lhe deu resposta.
William Hendriksen:
Isso falou mais alto do que qualquer palavra que pudesse ter dito. Esse silêncio se transformou em condenação dos seus atormentadores, e era prova de sua identidade como o Messias.
(e) Pilatos sabia que Jesus estava sendo entregue por inveja. Essa é uma parte da história!
http://www.ricardogondim.com.br/meditacoes/inveja-grilhao-que-arrasta-os-fracassados/
Inveja é pior que ódio. O ódio não se contém e, devido à fúria, sempre faz alguma coisa. A inveja por sua vez, aceita manter-se quieta; covarde, contenta-se com as sombras. Para semear suspeita, a inveja precisa se mover sob o cobertor das trevas, feito ratazana no esgoto. O invejoso deseja que todos os outros desacreditem da grandeza humana. Revolve lama para que as pessoas não notem seu nanismo interior. Também se esconde em sepulcros caiados para iludir e semear dúvida. Ingeniero afirma que o invejoso sem coragem para ser assassino, resigna-se a ser vil.
2. Jesus diante de Herodes. (vv. 6-12)
(a) Esse Herodes, é aquele que Jesus vai chamar de “raposa”:
Lucas 13.31–32 NAA
Naquela mesma hora, alguns fariseus vieram para dizer a Jesus: — Vá embora daqui, porque Herodes quer matá-lo. Ele, porém, lhes respondeu: — Vão e digam a essa raposa que hoje e amanhã expulso demônios e curo doentes, e no terceiro dia terminarei.
(b) Ele ficou “muito contente”, pois queria ver a Jesus. Quais seriam as suas intenções? Lucas explicita: “Esperava também vê-lo fazer algum sinal”.
Lucas 9.7–9 NAA
Ora, o tetrarca Herodes soube de tudo o que se passava e ficou perplexo, porque alguns diziam: “João ressuscitou dentre os mortos.” Outros diziam: “Elias apareceu.” E ainda outros diziam: “Um dos antigos profetas ressuscitou.” Herodes, porém, disse: — Eu mandei decapitar João. Quem, então, é este a respeito do qual tenho ouvido tais coisas? E se esforçava para vê-lo.
(c) Jesus manteve-se em seu silêncio soberano.
(d) Em represália, e diante das acusações dos religiosos presentes ali, Herodes trata Jesus com “desprezo”.
Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong 1848 εξουθενεω exoutheneo

εξουθενεω exoutheneo

uma variação de 1847; v

1) tornar sem importância, desprezar completamente

(e) Agora, Jesus é alvo de escárnio por parte de Herodes e sua trupe: “manto luxuoso”, roupa brilhante, “manto aparotoso” (ARA).
(f) Houve reconciliação entre os mandatários carnais daquele tempo: Pilatos e Herodes.
Atos dos Apóstolos 4.27 NAA
— Porque de fato, nesta cidade, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, se juntaram contra o teu santo Servo Jesus, a quem ungiste,
Provérbios 16.7 NAA
Se os caminhos de alguém são agradáveis ao Senhor, ele faz com que até os seus inimigos vivam em paz com ele.
N. T. Wright:
E- outro toque típico de Lucas- há uma maravilhosa ironia na recém-descoberta amizade entre o rei judeu e o governante gentio. Todo o livro de Lucas fala do evangelho alcançando regiões remotas, além do judaísmo oficial, além dos limites raciais e geográficos de Israel, além do preconceito e da cegueira, unindo judeu e gentio, jovem e velho, o samaritano odiado, o publicano. Agora, mesmo não crendo em Jesus, Herodes e Pilatos se reconciliam. É como se, com Jesus à caminho da cruz, a reconciliação não pudesse deixar de aparecer por todos os lados.
3. Outras aplicações:
(a) Podemos estar tão perto da verdade, e ao mesmo tempo tão longe dela. Serve de alerta o fato de que estar diante de Jesus, não é o mesmo que estar em Jesus.
Kretzmann:
A posição de Pilatos é compartilhada por muitas pessoas sábias e cultas deste mundo. Não se preocupam com a verdade, a verdade divina, a Palavra infalível de Deus.
“Padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos”.
Então, quando o Credo fala do procurador romano Pôncio Pilatos, está frisando o aspecto de que toda a história de Cristo ocorreu em nossa história. No final, também podíamos estar no lugar de Pôncio Pilatos! Este é o único local no Credo onde é mencionado seres humanos. Todo o restante do documento é focado em Deus e no que ele faz.
Ferreira, Franklin. O credo dos apóstolos: as doutrinas centrais da fé cristã (Portuguese Edition) (p. 137). Editora Fiel. Edição do Kindle.
(b) Vivemos em um tempo em que as pessoas estão correndo atrás de sinais. Todos querem viver uma espiritualidade na base de shows de milagres. Isso não mantém viva a fé das pessoas, é pura ilusão.
Charles Swindoll:
Pilatos: Estava completamente convencido pela verdade, mas receava admiti-la ou agir de acordo com seus preceitos por medo de perder o favor de certas pessoas.
Herodes: Por estar tão distraído com as buscas superficiais, a verdade há muito se tornara irrelevante.
Esposa de Pilatos: Era tão facilmente persuadida e descuidadamente sem opinião que a verdade e ficção conviviam pacificamente.
Os líderes religiosos: Estavam voluntariamente despreocupados com a verdade, pois ela frustrava suas motivações pessoais.
Os julgamentos de Jesus acabaram: contudo, cada homem e cada mulher desde então têm assento no local reservado ao juri. E nós, da mesma forma que Pilatos, Herodes, a esposa de Pilatos e a multidão irada, devemos chegar a um veredicto em nosso coração. Jesus apresentou sua defesa. Suas respostas foram claras. Em qual das quatro categorias você se encaixa?
Ilustr.:
“O resgate do soldado Ryan”, 1988, Dirigido por Steven Spieberg, com atuação de Tom Hanks.
Sinopse: Ao desembarcar na Normandia, no dia 6 de junho de 1944, capitão Miller (Tom Hanks) recebe a missão de comandar um grupo do segundo batalhão para o resgate do soldado James Ryan, caçula de quatro irmãos, dentre os quais três morreram em combate. Por ordens do chefe George C. Marshall, eles precisam procurar o soldado e garantir o seu retorno, com vida, para casa.
“Faça por merecer”.
Na parte final do filme, o capitão Miller, encontra e conhece o tal soldado Ryan. O Capitão percebe que ele é um bom e fiel soldado. E por isso, decide protegê-lo contra um iminente ataque dos nazistas a uma ponte guardada pelos aliados. Durante esse ataque, o capitão Miller é baleado um pouco antes do fim dessa batalha. Quase morrendo, o capitão Miller balbucia no ouvido do Ryan suas últimas palavras antes de morrer: “Faça por merecer”.  Essa última frase é levada pelo Ryan por toda a sua vida. O filme mostra o Ryan já idoso, com esposa, filhos e netos o acompanhando ao cemitério para homenagear os soldados mortos. Em frente ao túmulo do capitão Miller, o Ryan diz mais ou menos assim: “Eu tentei ser o melhor homem durante toda a minha vida. Tentei fazer por merecer o seu sacrifício de me resgatar”. Com muitas lágrimas, o Ryan, cheio de aflição, insegurança e desespero, diz repetidamente a sua esposa: “Diga que eu fui um bom homem.” Ele precisava de uma aprovação da esposa para lhes aliviar a dor da consciência de que devia sua vida ao seu salvador, o capitão Miller; e ainda, não tinha certeza se tinha conseguido pagar a salvação, fazendo por merecer o resgate recebido.
Efésios 2.4–8 NAA
Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossas transgressões, nos deu vida juntamente com Cristo — pela graça vocês são salvos — e juntamente com ele nos ressuscitou e com ele nos fez assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus. Deus fez isso para mostrar nos tempos vindouros a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus;
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