(Êx 23:1-9) Seja Honesto e Ajude

Leis sobre justiça e bondade.

v. 1 >>

Nem darás a mão. Não se unirá nem ajudará.

Uma possível tradução seria: “Não receberás”. A ideia então é apenas de produzir a notícia falsa, mas também de receber.

Calvino: “para que ninguém valorize ou confirme a mentira de outro apoiando-a. Pois o pecado pode ser cometido de duas maneiras: ou quando os ímpios inventam falsas acusações, ou quando outras pessoas crédulas avidamente se associam a eles” […] “uma mentira logo daria em nada em seu próprio vazio e cairia por terra, se não fosse tomada e sustentada pelo consentimento injusto de outros.” […] “Há pouca diferença entre fazer uma calúnia e mantê-la.” […] “ninguém deve ceder voluntariamente às opiniões injustas de outros, que podem afetar os meios ou a vida de uma pessoa inocente.”

v. 2 >>

Inclinando-se para a maioria. Unir-se à maioria para praticar a injustiça. Matthew Henry: “Devemos investigar o que devemos fazer, e não o que a maioria faz, porque sermos julgados pelo nosso Mestre e não por nossos companheiros”.

v. 3 >>

Parcial. Mostrar favoritismo. Deus condena o benefício injusto, não só aos ricos, aos que presenteiam, mas Deus também condena um juízo baseado na afeição. Devemos ser justos. Então se um dia os ricos foram injustamente beneficiados, isso não mudou, o que mudou foi que passaram a praticar injustiça em favor dos pobres. O problema então é muito mais político, questão de favoritismo e benefício próprio, do que justiça propriamente dita.

v. 4,5 >>

Não o abandonarás. A lei de Deus requer que amemos até mesmo o inimigo, que nos aborrece, como Cristo ensinou

Mateus 5.43–44 “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem;”

Parece ensinar também a não passar o ódio para o animal. O animal ou o pertence seja qual for não é o inimigo.

Jó 31.29 “Se me alegrei da desgraça do que me tem ódio e se exultei quando o mal o atingiu”

Provérbios 20.22 “Não digas: Vingar-me-ei do mal; espera pelo Senhor, e ele te livrará.”

Provérbios 24.17 “Quando cair o teu inimigo, não te alegres, e não se regozije o teu coração quando ele tropeçar;”

Provérbios 25.21 “Se o que te aborrece tiver fome, dá-lhe pão para comer; se tiver sede, dá-lhe água para beber,”

A questão não é apenas se abster de fazer o mal, mas também buscar o bem. Devemos fazer não quando queremos, mas quando temos oportunidade. Devemos sempre fazer o bem.

Importante pensarmos que se somos obrigados por lei, pela Lei de Deus, a fazer o bem aos nossos inimigos, que dirá dos nossos amigos.

v. 6 >>

Perverterás. Torcer a justiça.

v. 7,8 >>

Não matarás. Alguns entendem matar aqui como a quebra do sexto mandamento, do assassinato. Pra Calvino, porém, o texto ainda está falando do nono mandamento, “não dirás falso testemunho”. Calvino entende que o “matar” aqui é o assassinato da reputação. Ele diz que a falsa testemunho mata com a língua antes que o carrasco mate com a espada.

Não justificarei o ímpio. A justificação não muda o caráter de uma pessoa, mas a declara justa legalmente. O Deus justo não pode justificar pecadores com base nos méritos dos próprios pecadores (Provérbios 17.15 “O que justifica o perverso e o que condena o justo abomináveis são para o Senhor, tanto um como o outro”), mas justifica pecadores unidos a Cristo e à sua justiça (2Coríntios 5.21 “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” Romanos 4.5 “Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça.”)

Presente não tomarás. Suborno. Calvino diz: “Este tipo de roubo é o pior de todos, quando os juízes são corrompidos por suborno ou por afeição, e assim arruinam as fortunas que deveriam proteger […] Os juízes são nomeados para reprimir todos os erros e ofensas; se, portanto, mostram favor aos ímpios, são abrigos de ladrões; do que não há praga mais mortal. […] como a avareza é a raiz de todos os males, quando assim domina as mentes dos juízes, nenhuma integridade pode continuar a existir. […] Deus fala dele de forma mais clara e popular, ordenando que os juízes retenham suas mãos de todo presente: pois não há veneno mais fatal para a extinção de toda retidão, do que quando um juiz se deixa enganar por presentes.”

LIÇÕES

Cuidado com as suas conversas. É muito importante a gente obervar que não devemos ter cuidado apenas com a nossa línguas, mas tambem com nossos ouvidos. Nós aprendemos que dar ouvidos a um falso rumor, a uma mentira, é também alimentá-la. Precisamos ter a habilidade de identificar, repreender ou ignorar um falso rumor. Matthew Henry disse que “Algumas vezes aquele que recebe a fofoca, neste caso, é tão mau quanto o ladrão. E uma língua mexeriqueira não faria tanto mal como faz, se não fosse tolerada. Às vezes, nós não podemos evitar ouvir um falso rumor, mas não devemos recebê-lo, isto é, não devemos ouvi-lo com prazer e deleite como aqueles que se alegram na iniquidade, nem dar crédito a ele enquanto houver alguma causa para questionar a sua veracidade. isto é ter amor para com o bom nome do nosso próximo, e é agir como nós gostaríamos que agissem conosco”.

Ame seu inimigo. Se tem sido difícil pra nós amar nossos companheiros, quanto mais é amar os inimigos. Algo que deve nos ajudar é parar de tratar o amor como um sentimento vago, uma coisa que meramente devemos sentir no coração. O Deus está falando aqui não é que você sentir paixão pelo seu inimigo, que você confiar nele, que você sentir prazer nele, não. Ele está ordenando que você lhe faça o bem, independente do que ele sente por você, e muitas vezes do que você sente por ele. Então aprender que amor vai muito do sentimento. Você pode não gostar daquela pessoa, mas você deve fazer o bem a ela. O amor é algo praticamente, é abnegação, é carregar a cruz, é morrer, o amor é sacrifical, e o amor é superior às paixões. Não se trata do que você sente, se trata do que você deve fazer. Ironicamente, e aqui ta a beleza da coisa, o inimigo que te fazia mal pode ser quebrado pelo seu amor. Ele pode ser transformado, constrangido. Deus não está mandando que você seja uma pessoa tola, uma pessoa pacifista, que deixa que façam tudo o que quiser com você. Pelo contrário, Jesus orienta a que sejam simples como as pombas, mas sagazes como as serpentes. Devemos proteger nossa vida e a dessa família e amigos, dos nossos inimigos, mas também devemos os nossos inimigos. A Bíblia que ensina a amari o inimigo, também ensina odiá-lo, basta ler um Salmo imprecatório. Mas aborrer o inimigo não nos desobriga de nossas obrigações para com o nosso próxmo. Por mais que você odeie o seu inimigo, você deve amá-lo, ou seja, você deve fazer o bem. Quem são os nossos imigos? Primeiro, de acordo esse texto, o nosso inimigo é aquele que nos aborrece. É importante porque aqui está ensino que a iniciativa do ódio veio dele e não de nós. Segundo, o inimigo é aquele que fala contra o nosso Deus. Outro dia eu preguei para o s jovens num evento em Parauapebas e perguntaram sobre até onde podemos tentar evangelizar e influenciar colegas que não são crentes, e eu respondi que até onde eles não blasfemarem ou rejeitaram ativamente a Deus. Por exemplo, eu to num ambiente que as pessoas sabem que eu sou crente, mas elas insistem em apresentar coisas pra mim, ou conversar, que ofendem ao meu Deus, então eu não quero mais parte com elas. A relação vai se limitar somente ali ao trabalho, o aos estudos. Esse é o ódio bíblico. Aborrecer uma pessoa na bíblia não é ser tomado de raiva descontrolada, mas é amar mais a Deus do que a eles, a tal ponto de, se necessário, se afastar competamente, Foi isso que Jesus quis dizer quando ensinou Lucas 14.26 “Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.”

Confie no Senhor Jesus e na Sua obra. Lembre-se que Jesus foi como ovelha muda ao matadouro, foi alvo de calúnias, injúrias e difamações, nos momentos necessários ele enfrentou os seus inimigos e lhes disse coisas duras, ele defendeu a honra de Deus e também protegeu o seu povo das más influências, mas quanto a ele mesmo, foi rejeitado, homem de dores, 1Pedro 2.22–23 “o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente,” Por que ele fez isso? Romanos 5.6–8 “Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.”