As Sete Palavras da Cruz/2024
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IGREJA PRESBITERIANA DE APIAÍ
CULTO ESPECIAL – AS SETE PALAVRAS DA CRUZ
MARÇO/2024
Prelúdio:
• REVERENDO JOSÉ JÚNIOR
1. PERDÃO - Lc 23.34: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”
- Mulheres: Minha Cruz (2 Elas cantam e louvam 2)
2. ESPERANÇA - Lc 23.43: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”
- Equipe de Música - Redenção
3. RESPONSABILIDADE – Jo 19.26-27: “Mulher, eis aí o teu filho” e “Eis aí tua mãe”
Coral: O seu bebê
• REVERENDO MATEUS LAGES
4. SACRIFÍCIO – Mc 15.33-34: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”
O Evangelho segundo Marcos foi escrito para gentios, com a finalidade de comunicá-los, a partir do testemunho dos Apóstolos, a vida, morte e ressurreição de Jesus. Em seu registro da crucificação, Marcos detalha a escuridão do meio dia até as três da tarde deixando claro que isso indica juízo de Deus que recai sobre Cristo naquele momento. Como diz o Apóstolo Pedro: “O justo pelos injustos” (1Pe 3.18).
Observemos quão real foi a maldição que Jesus Cristo recebeu em nosso lugar na comparação natural que o texto faz ao acontecimento no Egito. Lá, durante três dias as trevas permaneceram na praga da morte dos primogênitos (Êx 10.22), aqui, na crucificação do primogênito dentre muitos irmãos, o unigênito Filho de Deus, acontece o luto dos céus na hora máxima do dia, a hora sexta ou ao meio dia.
Na hora nona, ou as 15h, ele GRITA em sua língua mãe, o aramaico. Algumas pessoas relatam como no leito de morte estrangeiros oram ou recitam dizeres em sua língua materna, procurando consolo no que é familiar. No caso de Cristo, o primeiro verso do Salmo 22, revela como o uso das Escrituras é próprio ainda que no pior momento da vida.
Na plenitude da agonia, rejeição e desolação, Cristo permaneceu fiel apegando-se à promessa ao declarar “Deus meu”. Assim, o único Filho de Deus recebeu a rejeição paterna por causa dos irmãos que ele representa.
Esta foi a quarta palavra da cruz: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”
Grupo UPA/UMP: Que amor é esse
5. HUMANIDADE – Jo 19.28: “Tenho sede”
O Evangelho de João tem o propósito de nos fazer contemplar a humanidade e a divindade de Cristo durante cada palavra da revelação.
Aqui, após a declaração filial encomendando os cuidados de sua mãe ao discípulo amado, ao pé da cruz João ouviu Jesus dizer: tenho sede. O Salmo 69, que trazem palavras de Davi que remetem ao sofrimento messiânico, está escrito: “Por alimento me deram fel e na minha sede me deram a beber vinagre.” (Sl 69.21).
O hissopo era uma planta, como um ramo, usada nos rituais judaicos para aspergir um líquido sobre alguma coisa, conforme: “Tomai um molho de hissopo, molhai-o no sangue que estiver na bacia e marcai a verga da porta e suas ombreiras com o sangue que estiver na bacia;” (Êx 12.22).
A partir disso, precisamos ver que essa declaração de uma necessidade básica manifesta a plenitude da humanidade de Jesus para fundamentar a nossa fé a respeito do efetivo perdão dos nossos pecados, porque, de fato, ele era como um de nós.
Isso é importante porque aplacar a ira de Deus contra o pecado humano por meio de sacrifícios animais foi um meio temporário de obtermos perdão, de modo que para que nosso perdão fosse efetivo, somente um sacrifício em plenitude de humanidade causaria também uma a substituição plena.
Assim nossa fé declara que a provação mais angustiante não são as dores causadas pelos cravos, mas a humilhação de encarnar. Tornar-se a semelhança de cada um de nós para representar-nos perfeitamente foi humilhante para o Filho de Deus. Por isso, lembre-se sempre, que a aflição de Jesus se manifesta aqui para que as testemunhas do seu sacrifício notem sua dor ao carregar sobre si a sua culpa diante de Deus. Essa angústia é maior do que sentirá qualquer ser humano mesmo que morra de sede.
Esta foi a quinta palavra da cruz: “Tenho sede”.
Pérolas: Ao contemplar a rude cruz
6. REDENÇÃO – Jo 19.30: “Está consumado”
Ainda no Evangelho de João, na sequência do relato daquele a quem foi confiado cuidar da fragilizada Maria, e, por estar próximo da cruz pôde ouvir Jesus dizer “tenho sede”, ainda lemos uma frase que nos faz imaginar que tudo acabou. Jesus disse: “está consumado”.
Nesta frase, como tudo em seu ministério, Jesus é intencional. Ao receber toda a ira de Deus contra os pecados dos eleitos, Jesus declara: “está pago”. Irmãos, o sentido dessa palavra da cruz é anunciar que a dívida de pecado contra o Santo Deus foi encerrada.
No pagamento da dívida realizado pelo derramamento do seu sangue, o povo representado por Jesus é unido a ele e recebido diante de Deus como ofertante. Assim é efetivada a missão sacerdotal de Jesus Cristo, motivo que faz a Igreja de todo o mundo reunir-se todos os domingos para ofertar louvor, glória, honra e ações de graças, celebrar a Ceia do SENHOR, para recordar que Jesus precisou morrer para que nós pudéssemos viver. Sua morte sacrificial serviu para nossa salvação.
Então, ao dizer “está consumado”, a dívida dos pecados de todos os eleitos foi encerrada porque foram comprados. “A morte do Filho de Deus comprou um povo para Deus, de todas as tribos, línguas e nações (Ap 5.9)”. Já o preço foi altíssimo: receber em si a dor por meio da humilhação da encarnação, tentações de Satanás, acusações indevidas, condenação injusta, marcas em sua carne pelas chicotadas, coroa de espinhos e nos cravos das mãos e pés, e, por fim, aquilo que ainda está destinado a cada pecador que morre fora de Cristo: a ira de Deus.
A justiça de Deus não será derramada sobre os que creem, porque foi derramada sobre Cristo. Como o sangue do cordeiro foi passado no batente das portas dos hebreus no Egito, hoje, cada eleito é marcado pelo sangue de Jesus para que seja poupado da morte eterna: “Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Rm 5.8). A ira de Deus foi aplacada e jamais será derramada contra os seus eleitos, pois a dívida foi paga. Cristo a pagou numa cruz.
Esta foi a sexta palavra da cruz: “Está consumado”.
Grupo UPA/UMP: Porque me amou tanto assim
7. ENTREGA – Lc 23.46: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”
Por fim, a última palavra da cruz remete a completa divindade de Jesus Cristo. Conforme registra João 10.17-18, Jesus disse que assim faria: “Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai.”
No Evangelho de Lucas, o contexto desta última palavra da cruz, é o anúncio de que o véu do santuário se rasgou. Este véu estava no templo e simbolizava a separação que havia entre o Santo Deus e o povo, que carecia de um mediador para que fosse anualmente perdoado dos seus pecados. Contudo, por causa de Cristo, não há mais separação entre Deus e os seus eleitos. Cumprindo a profecia do Sl 31.5, Jesus cumpre sua missão.
Os Evangelhos de Mateus e Marcos relatam a terrível natureza da morte de Jesus em favor dos pecadores. Mas Lucas não apenas evidencia esse terrível acontecimento, como também acrescenta os efeitos dessa morte para demonstrar o completo poder de Cristo sobre a própria morte, pois desde o princípio de todas as coisas este foi o plano A de Deus.
Jesus inicia seu ministério terreno compartilhando as bem-aventuranças, conhecido como Sermão da Montanha, que revelam a vontade do Pai celestial para o seu povo. Notemos, agora, como Jesus também encerra seu ministério terreno sofrendo em si a vontade do Pai celestial no Calvário, conhecido como o monte da Caveira.
A morte sacrificial para salvação do povo escolhido é a vontade de seu Pai: “Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra.” (Jo 4.34); “O meu juízo é justo, porque não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou.” (Jo 5.30); “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou. E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia. De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (Jo 6.38-40). ALELUIA! Declarando em sua oração sacerdotal qual era também a sua própria vontade: “Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste” (Jo 17.24).
Foi assim que Jesus, o Deus encarnado, em completa humilhação revela-se como incompreensível aos arrogantes, mas totalmente compreensível aos humildes. O Deus ilimitado limitou-se ao viver humano. O Deus infinito entrou no tempo e no espaço do que foi criado. O Deus eterno agora está prestes a sofrer o fim e morrer.
Por isso não tememos a morte, mas morremos confiantes naquele que nos ensina a passar pela morte com fé e segurança no Pai celestial até o fim. A diferença é que ele morreu em paz para nossa salvação, enquanto nós morreremos em paz, porque fomos salvos por ele.
Esta foi a sétima palavra da cruz: “Pai, nas tuas mãos entrego meu espírito”.
Pérolas: Jesus, o Cordeiro
ORAÇÃO FINAL E BÊNÇÃO