Véu rasgado, por Cristo aproximados
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· 3 viewsMinistração no culto de quarta (27 de março), na Primeira Igreja Batista de São Caetano do Sul
Notes
Transcript
Estamos chegando ao final da série de Marcos. Nesta noite, leremos sobre o momento em que Jesus, de fato, é entregue à morte e morte de cruz. Leiamos juntos:
Marcos 15.21–40 (BS:NVT)
Um homem chamado Simão, de Cirene, passava ali naquele momento, vindo do campo. Os soldados o obrigaram a carregar a cruz. (Simão era pai de Alexandre e Rufo.)
Levaram Jesus a um lugar chamado Gólgota (que quer dizer “Lugar da Caveira”).
Ofereceram-lhe vinho misturado com mirra, mas ele recusou.
Então os soldados o pregaram na cruz. Depois, dividiram as roupas dele e tiraram sortes para decidir quem ficava com cada peça.
Eram nove horas da manhã quando o crucificaram.
Uma tabuleta anunciava a acusação feita contra ele: “O Rei dos Judeus”.
Dois criminosos foram crucificados com ele, um à sua direita e outro à sua esquerda.
Assim, cumpriram-se as Escrituras que diziam: “Ele foi contado entre os rebeldes”.
O povo que passava por ali gritava insultos e sacudia a cabeça em zombaria. “Olhe só!”, gritavam. “Você disse que destruiria o templo e o reconstruiria em três dias.
Pois bem, salve a si mesmo e desça da cruz!”
Os principais sacerdotes e os mestres da lei também zombavam de Jesus. “Salvou os outros, mas não pode salvar a si mesmo!”, diziam.
“Que esse Cristo, o rei de Israel, desça da cruz agora mesmo para que vejamos e creiamos nele!” Até os homens crucificados com Jesus o insultavam.
Ao meio-dia, desceu sobre toda a terra uma escuridão que durou três horas.
Por volta das três da tarde, Jesus clamou em alta voz: “Eloí, Eloí, lamá sabactâni?”, que quer dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”.
Alguns dos que estavam ali, ouvindo isso, disseram: “Ele está chamando Elias”.
Um deles correu, ensopou uma esponja com vinagre e a ergueu num caniço para que ele bebesse. “Esperem!”, disse ele. “Vamos ver se Elias vem tirá-lo daí.”
Então Jesus clamou em alta voz e deu o último suspiro.
A cortina do santuário do templo se rasgou em duas partes, de cima até embaixo.
Quando o oficial romano que estava diante dele viu como ele havia morrido, exclamou: “Este homem era verdadeiramente o Filho de Deus!”.
Algumas mulheres observavam de longe. Entre elas estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o mais jovem, e de José, e Salomé.
Oração
Jesus morreu plenamente consciente, apesar das muitas dores que a morte imposta a ele causava. O texto bíblico é claro ao dizer que ele recusou a mirra, que funcionava com um efeito entorpecente, para tentar mascarar um pouco a dor no caso da morte por crucificação.
Toda a terrível dor que Jesus sentiu não foi abafada por nada. Ele escolheu viver. Ele mesmo decidiu enfrentá-la.
Isso, por si só, já nos deveria deixar constrangido o nosso coração porque um inocente tomou o nosso lugar e levou sobre si a condenação que era nossa por razão de nossa sociedade no pecado com Adão e Eva.
Não era tão comum que a morte por crucificação fosse rápida. Os soldados costumavam quebrar as pernas dos condenados para que não pudessem controlar o seu peso e, desta forma, acelerar a morte.
Irmãos, Jesus vive na pele aqui o Salmo 22. Neste salmo davídico, temos a conhecida frase dita por Jesus “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste”?
Alguns dizem, erroneamente, que aqui há uma confrontação de Jesus com relação a Deus Pai, mas essa é uma teoria absurda porque o que temos é Cristo justamente apontando para o cumprimento da vontade do Pai. Ele próprio se fez sacrifício para que a vontade do Pai prevalecesse.
No Salmo 22.18 está o que lemos em Marcos 15.24.
Repartem minhas roupas entre si e lançam sortes por minha veste.
Entregue à condenção, tiram de Jesus até a sua túnica e lançaram sortes para ver com quem ela ficaria. A túnica de Jesus também foi feita a partir de apenas um pedaço de tecido (João 19:23-24). A maioria delas era feita de dois tecidos costurados no ombro e nas laterais. Normalmente, mantos de apenas um pedaço, no primeiro século na Judeia, eram roupas de baixo finas ou roupa infantil. Não devemos pensar nas roupas íntimas contemporâneas, mas usar um artigo de peça única, e só ele, provavelmente não era bem-visto. Era extremamente básico.
A túnica era uma peça importante para a sociedade da época. Tirar de Jesus a túnica, significa retirá-lo do meio do seu povo, de seu meio. É tratar-lhe de forma indigna.
Por vezes, fazemos nós o mesmo que os soldados, lançando sortes sobre as bênçãos que Deus pode nos dar. Exigimos que ele nos abençoe financeiramente em troca de uma devoção fingida e temporária.
Cristo não morreu para ser o nosso solucionador oficial de problemas, mas para ser a solução definitiva para o pecado que nos levaria ao inferno. Ele não é aquela carta estratégica de um jogo.
Ao acharmos que Cristo nos basta apenas para resolver problemas, limitamos a sua divindade. Achamos que ele só nos serve nos momentos de emergência.
Deus nos deu Cristo para nos mostrar o exemplo perfeito de homem. É aquele que cumpre fielmente a vontade do Pai a ponto de ser a própria oferta ao Pai. O homem perfeito não cria barreiras na adoração sincera a Deus.
Cristo se entregou. E foi colocado entre dois ladrões, um à direita e outro à esquerda, como traz Isaías 53.12 :“Eu lhe darei as honras de um soldado vitorioso, pois ele se expôs à morte. Foi contado entre os rebeldes; levou sobre si a culpa de muitos e intercedeu pelos pecadores.”
O mundo vai tentar, de todas as formas, te fazer pensar que Jesus é só um caminho, uma verdade e uma forma de viver a vida, mas ele deixa claro em João 14.6: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém pode vir ao Pai senão por mim.”
Critica-se tanto a igreja e a Cristo, como se fossem sinal de pensamentos atrasados. O evangelho de Cristo é a mensagem mais à frente de qualquer tempo que há. Ela anuncia a grandeza da eternidade. Aqueles que criticam o evangelho, fazem isso porque não toleram a dureza da justiça que há para o pecado. Para pecadores não arrependidos, o Reino de Deus não é presente, é sinônimo de condenação. Para os não arrependidos, a justiça grita mais que a graça.
É por isso que aqueles que seguem a Cristo correm o risco de serem zombados como o próprio Cristo foi. Ao dizerem para ele que ele mesmo não conseguia salvar a si, apesar de ter salvado a tantos, e colocá-lo a prova para que descesse da cruz de modo a convencê-los a crer.
Somos e seremos motivos de zombaria em muitas circunstâncias, meus irmãos, mas aquele que enfrentou, conscientemente, todas as terríveis dores de uma morte de cruz, nos incentiva a levar a sério a nossa relação com ele. Jornada cristã não é brincadeira. Não há espaço para a nossa vontade.
Nós temos um modelo perfeito, que é Cristo, e devemos, com auxílio do Espírito Santo, buscar uma vida de santificação. Assim, quando zombarem de nós, estaremos preparados para responder da forma como um filho de Deus faria: orando. Assim como fez Jesus em Lucas 23.34.
Lucas 23.34 (BS:NVT)
Jesus disse: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”.
Chegada a hora sexta (por volta do meio-dia), houve grande escuridão. Estudiosos argumentam que não poderia ser um eclipse total porque a Páscoa sempre acontecia na lua cheia, quando tal fenômeno não era possível. Foi algo sobrenatural, de fato. Apontava para uma grande intervenção divina na história.
Pouco antes de falecer, então, Jesus cita o Salmo 22. O grito traz uma ideia do grande sofrimento de Cristo na cruz e sintetiza o seu abandono, sobretudo, na questão da compreensão do seu povo para com ele dentro da vontade de Deus Pai.
A dor maior, contudo, não foi física, mas uma agonia extrema de levar sobre si todos os pecados do mundo.
O sentido de abandono ou desamparo que este texto traz não é de deixar de lado, mas é de interrupção de comunhão entre Pai e Filho. Cristo tornou-se o substituto do pecados, fez-se pecado por nós, como traz Paulo em 2Coríntios 5.21“Pois Deus fez de Cristo, aquele que nunca pecou, a oferta por nosso pecado, para que por meio dele fôssemos declarados justos diante de Deus”. Pela sua perfeição e santidade, Deus não pode olhar para o pecado com agrado.
Há muitos que acham que conseguem conciliar vida com Deus e suas próprias vontades. De domingo vou à igreja, mas de sábado eu vou ao barzinho. De quarta, eu tô na igreja, mas de segunda, eu tô fofocando logo cedo na igreja. De quinta eu tô no pequeno grupo, mas de sexta, eu tô saindo com quem não devia. Aqueles que foram verdadeiramente resgatados por Cristo não podem ser agentes infiltrados. Você é só de Cristo, logo, a sua vida deve refletir isso.
Ainda em nosso texto, outros versículos que são chave são os versículos de 37 a 39. Marcos 15.37-39
Então Jesus clamou em alta voz e deu o último suspiro.
A cortina do santuário do templo se rasgou em duas partes, de cima até embaixo.
Quando o oficial romano que estava diante dele viu como ele havia morrido, exclamou: “Este homem era verdadeiramente o Filho de Deus!”.
A cortina, ou o véu, era um pesado pano que separava o Lugar Santo do Santo dos Santos no santuário. O rasgo foi de cima para baixo, indicando que esta ação foi do próprio Deus.
Hebreus 9.7(BS:NVT)
Mas apenas o sumo sacerdote, e só uma vez por ano, entrava no lugar santíssimo. Ele sempre apresentava o sangue do sacrifício pelos próprios pecados e pelos pecados que o povo havia cometido por ignorância.
É significativo ver que o centurião, um homem poderoso dentro da estrutura de Roma, que tinha sob seu comando 100 homens (provavelmente menos nesta ocasião), reconhece que Jesus era Filho de Deus.
As pessoas romantizam este versículo, mas a gente precisa entender como sendo um romano, sem conhecimento e sem percepção alguma do plano de Deus através do povo judeu e da divindade de Cristo, vendo algo sobrenatural. Ele fez uma conexão básica: se a morte de Jesus, ordenada porque ele dizia ser o Filho de Deus, provocou tamanho fenômeno sobrenatural, logo, de fato, ele deve ter sido enviado por Deus.
Isso nos leva a pensar naqueles que reconhecem os feitos de Deus no mundo, mas têm seus corações endurecidos para a Palavra. Vivem de forma alheia ao que Deus opera.
Devemos anunciar a essas pessoas que Cristo, verdadeiramente, é o Filho de Deus que muda histórias, refaz vidas e transforma mentalidades.
CONCLUSÃO
Irmãos, se o exemplo de Cristo não nos estimula a uma vida santa e diferente, estamos sendo cristãos de modo errado.
Quando cometemos pecados que sabemos que ferem o Espírito Santo, vamos na contramão da vontade de Deus.
Se até os incrédulos sabem reconhecer aquilo que é de Deus, porque nós deveríamos viver como se nada nos atingisse? A dor de Cristo deveria ser nosso lembrete diário da nossa necessidade de santificação.
Cristo preparou o caminho para que a nossa fé seja fortalecida e para que o Espírito trabalhe em nosso caráter para que sejamos homens e mulheres melhores, à medida do caráter do próprio Cristo.
Ser um cristão segundo a vontade de Deus requer dependência, coragem e humildade. O maior exemplo foi dado na cruz.
Em Cristo,
Lucas Meloni