VIDAS HUMANAS IMPORTAM! Êxodo 20.13
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· 11 viewsPara Deus, todas as vidas humanas importam, temos de valorizá-las sem quaisquer acepções.
Notes
Transcript
Grande ideia: Para Deus, todas as vidas humanas importam, temos de valorizá-las sem quaisquer acepções.
"Libertando Israel do Egito, Yahweh tornou a própria vida um sinal de sua graça. Portanto, qualquer que deixe de respeitar a vida de outra pessoa, sendo devedor de sua própria vida à obra de libertação que Yahweh realizara no Egito, estaria atacando frontalmente a sua graça." (from "Os Dez Mandamentos: Manual para a vida cristã" by Jochem Douma, Heraldo Almeida, Wadislau Gomes)
Sabemos que todo ser humano é criado à imagem de Deus (Gn 1.26,27). Portanto, independentemente da etnia das pessoas, de suas preferências políticas, de sua saúde ou deficiência, de sua idade ou enfermidade, de serem ou não incômodas a outras pessoas, cada vida humana tem valor e dignidade inerentes, uma vez que cada uma é criada para representar a Deus.
Catecismo de Heidelberg (1563) por Zacarias Ursino e Gaspar Oleviano
105. O que Deus exige no sexto mandamento?
Não devo desonrar, odiar, ofender ou matar meu próximo, por mim mesmo ou através de outros. Isso, eu não posso fazer, nem por pensamentos, palavras, gestos e muito menos por atos. Mas devo abandonar todo desejo de vingança, não fazer mal a mim mesmo ou, de propósito, colocar-me em perigo.
Por isso as autoridades dispõem das armas, a fim de impedir homicídios.
106. Este mandamento trata somente de matar?
Não, ao proibir o homicídio, Deus nos ensina que ele detesta a raiz do homicídio, a saber: a inveja, o ódio, a ira e o desejo de vingança. Ele considera tudo isso homicídio.
107. Mas é suficiente não matar nosso próximo?
Não, porque Deus, ao condenar a inveja, o ódio e a ira, manda que amemos nosso próximo como a nós mesmos e mostremos paciência, paz, mansidão, misericórdia e gentileza para com ele. Devemos evitar seu prejuízo, tanto quanto possível, e fazer bem até mesmo aos nossos inimigos.
1. O valor da santidade da vida. (v. 13)
(a) Qual o valor teológico desse mandamento?
Pondé: A razão teológica dessa proibição ("não matarás") é o fato de que só Deus é o dono da vida (e de tudo o mais). Logo, apenas Ele pode tirar a vida.
"“Uma pessoa não pode ser assassinada porque, quer de fato quer potencialmente, ela é alguém que declara o louvor de Deus e, portanto, qualquer que mate uma pessoa rouba a Deus”." (from "Os Dez Mandamentos: Manual para a vida cristã" by Jochem Douma, Heraldo Almeida, Wadislau Gomes)
(b) Vamos combinar uma coisa:
"Alguém pode matar um animal, pois ele vale menos do que um ser humano, mas mesmo isso deve ser feito com cuidado. Porém, entre os homens existe uma igualdade fundamental que torna completamente impossível dispor da vida humana de modo despreocupado e descuidado." (from "Os Dez Mandamentos: Manual para a vida cristã" by Jochem Douma, Heraldo Almeida, Wadislau Gomes)
(c) Aqui não está sendo contemplada a ideia de “morte em geral”.
John Gill: Proíbe o tirar a própria vida, o assassinato de toda espécie como o fratricídio, o parricídio, o homicídio e suicídio, pois esta lei é “contra os assassinos de pais e mães, de assassinos e homicidas” e destruidores de si mesmos (1 Tm 1:1). Nenhum homem tem o direito de tirar sua própria vida nem a vida do outro, pois é contrário à autoridade de Deus, o criador soberano da vida, (Dt 32:39); à lei da natureza (Atos 16:28) e à bondade de Deus, que dá a vida, (Jó 10:12, Atos 17:28). O matar também é contrário ao amor de um homem a si mesmo, ao seu vizinho e é um prejuízo para a comunidade ou bem público, privando assim o rei de seu súdito. Mas não que a vida não possa ser tirada numa guerra lícita que, às vezes, é de Deus, que “faz a paz e cria o mal”, o mal da guerra, e pelas mãos do magistrado civil, que porta a espada da justiça, e a usa para a punição de crimes capitais. Matar também é legítimo em autodefesa (1 Cr 5:22; Is 45:7; Gn 9:6; Rm 13:4; Ex 22:2);
"“Não matarás ilicitamente” — isso pode incluir assassinato a sangue frio, homicídio com ódio passional, homicídio por negligência resultante de descuido ou imperícia, etc. Todos esses tipos de morte são condenados no sexto mandamento." (from "Os Dez Mandamentos: Manual para a vida cristã" by Jochem Douma, Heraldo Almeida, Wadislau Gomes)
(d) Logo:
A palavra "rasah", usada no sexto mandamento é encontrada 47 vezes e indica o “assassinato violento de um inimigo pessoal”. "Não assassinarás" seria uma tradução viável.
(e Trata-se do mandamento para se valorizar a vida, como um dom de Deus.
Hans Ulrich Reifler: O valor da vida não depende dos anos acumulados, nem da capacidade física ou intelectual da pessoa. Antes, a vida é um bem pessoal intransferível e incalculável. Por isso, nenhum indivíduo, nenhuma organização ou sociedade, nenhum grupo de médicos e nem o próprio Estado secular podem arrogar a si o direito de legalizar a matança de seres indefesos ou classificar as pessoas, separando as que devem morrer das que podem viver. A valorização e proteção da vida como bem pessoal proíbe de forma categórica o suicídio, a eutanásia, o infanticídio, o feticidio e o genocídio.
(f) Pelo fato de termos sido feitos à imagem de Deus, o homicídio é um ataque contra Deus.
E Deus disse:
— Façamos o ser humano à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os animais que rastejam pela terra.
Assim Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
Se alguém derramar o sangue de uma pessoa, o sangue dele será derramado por outra pessoa; porque Deus fez o ser humano segundo a sua imagem.
"[...] pois o feto, ainda que ligado ao ventre da mãe, já é um ser humano (homo) e é quase um crime monstruoso roubar-lhe a vida que sequer ele começou a desfrutar. Se parece ser mais terrível matar um homem em sua própria casa do que no campo, porque a casa de um homem é seu lugar de mais seguro refúgio, deveria ser considerado mais atroz destruir um feto no ventre antes que venha à luz." (from "Os Dez Mandamentos: Manual para a vida cristã" by Jochem Douma, Heraldo Almeida, Wadislau Gomes)
Há dez anos, uma mulher chamada Julie Gossak escreveu para o Journal of Biblical Cousenling. Estamos falando de uma esposa e mãe que sofreu com o suicídio de cinco membros da família. Eu sequer posso imaginar isso. Ela disse:
O suicídio não é uma peculiaridade genética nem uma maldição familiar. É uma escolha pecaminosa feita por um indivíduo. Essa declaração não é destituída de amor tampouco desrespeitosa. É a verdade. Eu amava muito meus familiares que cometeram suicídio, todavia, suas escolhas foram pecaminosas, não foram justas.
(f) Calvino:
Nosso próximo carrega a imagem de Deus: usá-lo, abusar dele, maltratá-lo, ou aproveitar-se dele é fazer violência à pessoa de Deus que se reflete em cada alma humana, apesar da Queda… Não apenas desprezo a minha carne quando desprezo ou quando oprimo alguém, mas violo a imagem de Deus que está em nós.
2. Outras aplicações:
(a) Não se mata apenas com as armas em mãos, mata-se também a partir do coração.
Catecismo de Heidelberg: Ao proibir o assassinato, Deus pretende nos ensinar que ele detesta a raiz do assassinato, que é a inveja, o ódio, a raiva e o desejo de vingança, e que ele considera tudo isso como um assassinato oculto.
Não compreendem que tudo o que entra pela boca desce para o estômago e depois é eliminado? Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina a pessoa. Porque do coração procedem maus pensamentos, homicídios, imoralidade sexual, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias.
(b) Bem provável que você já tenha matado a alguém, armazenando no coração revoltas que, até podem ser justificáveis pelos homens, mas jamais serão toleradas pelo Senhor.
— Vocês ouviram o que foi dito aos antigos: “Não mate.” E ainda: “Quem matar estará sujeito a julgamento.” Eu, porém, lhes digo que todo aquele que se irar contra o seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem insultar o seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem o chamar de tolo estará sujeito ao inferno de fogo.
Ilustr.:
John Donne, (1572-1631)
“Nenhum homem é uma ilha, inteiramente isolado, todo homem é um pedaço de um continente, uma parte de um todo. Se um torrão de terra for levado pelas águas até o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse o solar de teus amigos ou o teu próprio; a morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntai: Por quem os sinos dobram; eles dobram por vós”.
Manuel Bandeira, (1886 - 1968)
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.