O EVANGELHO E A MISSÃO DA IGREJA
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Marcos 1.1-8.
Você já se perguntou qual é a missão da Igreja?
Existe várias respostas que os pastores e os membros das igrejas dariam a essa pergunta.
Será que a igreja tem cumprido o seu papel? Será que a Igreja tem realizado aquilo para o qual ela foi criada e enviada a fazer?
Estamos no século 21, em nosso meio evangélico as respostas predominantes é que a igreja deve realizar eventos todo mês para chamar a atenção das pessoas, alguns vão defender que temos que criar meio para que os fiéis permaneçam na igreja, inserido eles em equipes de louvor, teatro, dança, células e etc.
Eu lhe pergunto, será que a igreja tem feito a missão que ela foi chamada para fazer?
Mas, quero ser mais específico, será que a nossa denominação (Igreja Presbiteriana do Brasil) tem cumprido com a missão a qual foi chamada?
Não, o fato de termos crescido tanto, não é porque temos feito discípulos de Cristo, mas sim, pelo fato de muitos evangélicos pentecostais terem vindo para nossa igreja que é reformada. Mas eu lhe pergunto, quer dizer que o evangelho é a doutrina reformada?
Quer dizer que fomos enviados para ir e fazer discípulos reformados? Ou Jesus nos ensinou a ir e fazer discípulos de todas as nações?
É sobre isso que quero meditar com vocês essa noite, sobreO Evangelho e a Missão da Igreja.
O evangelho de Marcos é o evangelho da ação, e por esse e outros motivos esse evangelho é tem diferentes aspectos comparado aos outros. Esse evangelho também não traz informações sobre o nascimento, infância e juventude de Jesus.
Marcos é considerado um dos evangelhos sinóticos. O termo sinótico vem de duas palavras gregas, cujo significado é “ver conjuntamente”. Dessa maneira, Mateus, Marcos e Lucas tratam basicamente dos mesmos aspectos da vida e ministério de Cristo. E dos evangelhos sinóticos, Marcos é o menor.
O Evangelho de Marcos é geralmente considerado o primeiro evangelho que foi escrito. E alguns consideram que este é o livro mais importante do mundo, visto que serviu de fonte para os outros evangelhos e é o primeiro relato da vida de Cristo que a humanidade conheceu.
Dos 661 versículos de Marcos, Mateus reproduz 606. Há apenas 55 versículos de Marcos que não se encontram em Mateus, mas Lucas utiliza 31 destes. O resultado é que há somente 24 versículos de Marcos que não se encontram em Mateus ou Lucas. Isso parece provar que tanto Mateus quanto Lucas usaram o Evangelho de Marcos como fonte.
No entanto, por que quatro evangelhos? Nós temos quatro evangelhos, porque cada um foi escrito a um público diferente. Mateus foi escrito para os judeus e apresentou Jesus como o rei. Marcos escreveu para os romanos e apresentou Jesus como servo. Lucas escreveu para os gregos e apresentou Jesus como o homem perfeito. João escreveu um evangelho universal e apresentou Jesus como Deus, o verbo encarnado. Assim, os evangelhos foram endereçados a pessoas diferentes e com propósitos diversos.
João Marcos é o autor deste livro, João é seu nome em Hebraico e Marcos é seu nome romano. Ele é filho de Maria, uma cristã que hospedava cristãos em suas casa (At 12.12), ele participou da primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé, e sendo esse primo de Barnabé, porém, João Marcos desistiu da viagem no meio do caminho, e isso fez com que Paulo o rejeitasse na sua segunda viagem missionária. Mas, Marcos se tornou um grande líder cristão do primeiro século, e ficou até preso com Paulo em Roma (Cl 4.10) e muito cooperou com Paulo no ministério (Fm 24; 2Tm 4.11) e Marcos tinha um relacionamento muito sadio com Pedro, e é chamado de filho na fé por Pedro, talvez Pedro tenha o levado a Cristo.
V.1: O Evangelho é uma Pessoa
Na primeira sentença, Marcos chama-o “Filho de Deus”. Essas palavras, “Filho de Deus”, significavam, para a mentalidade judaica, muito mais do que para nós. Elas equivaliam a uma afirmação da divindade de nosso Senhor. Também eram uma declaração de que Jesus era o próprio Deus e “igual a Deus” (Jo 5.18).
E isso é de suma importância salientar, pois a divindade plena de Cristo é a fortaleza e a segurança do cristianismo.
Nisso repousa o infinito valor de sua morte vicária na cruz. Nisso fundamenta-se o mérito peculiar de sua morte expiatória em favor dos pecadores. Essa morte não foi a de um mero homem como nós; pelo contrário, foi a morte daquele que é “sobre todos, Deus bendito para todo o sempre” (Rm 9.5).
Não precisamos admirar que os sofrimentos de uma única pessoa tenham servido de propiciação suficiente pelos pecados do mundo se nos lembrarmos que o sacrificado foi o próprio “Filho de Deus”.
O Evangelho fala sobre Deus, aquele que criou os céus, a terra e o mar, e que mede o mundo com a palma das suas mãos, esse Deus se fez um bebê.
Que nós, os crentes nos apeguemos a essa doutrina, com zelosa vigilância! Assim, com ela, estarão firmados sobre uma rocha. Sem ela, é como se nada sólido tivéssemos debaixo de nossos pés. Portanto, não podemos negociar essa verdade, o Evangelho é Deus em Carne. É Jesus Cristo, o Filho de Deus.
Nossos corações são fracos. Nossos pecados são muitos. E por isso, precisamos de um Salvador capaz de salvar totalmente e que nos livre da ira vindoura. Nós temos esse Redentor em Jesus Cristo. Ele é o “Deus Forte” (Is 9.6).
V.2-3: O Evangelho é o Cumprimento das Promessa.
João Batista deu início ao seu ministério “conforme está escrito na profecia de Isaías”.
Na vinda de Jesus Cristo a este mundo, nada houve de inesperado ou de improvisado. No começo do livro de Gênesis, encontramos a predição de que o descendente da “mulher” haveria de ferir “a cabeça” da serpente (Gn 3.15). Por todo o Antigo Testamento, essa mesma profecia aparece com constante e crescente clareza. Essa foi uma promessa muitas vezes renovada aos patriarcas e reiterada pelos profetas — um dia, um Redentor e Libertador viria ao mundo. Seu nascimento, seu caráter, sua vida, sua morte, sua ressurreição, seu precursor — tudo isso foi profetizado antes da vinda de Cristo. A redenção desenvolveu-se e concretizou-se, em cada passo, “conforme está escrito”.
Devemos sempre examinar o Antigo Testamento com o desejo de encontrar nele algo a respeito de Jesus Cristo. Estudamos essa porção da Bíblia com bem menos proveito quando nada mais vemos ali além de Moisés, Davi, Samuel e os Profetas. Convém examinar com maior atenção os livros do Antigo Testamento. Foi declarado por aquele cujas palavras jamais passarão: “Examinais as Escrituras […] são elas mesmas que testificam de mim” (Jo 5.39).
V.4-6: O Evangelho Gera Conversões.
Somos informados de que “saíam a ter com ele toda a província da Judeia e todos os habitantes de Jerusalém; e, confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão”.
O fato aqui registrado é um daqueles frequentemente negligenciados. Tendemos a perder de vista aquele que serviu como precursor de nosso Senhor, vendo somente o próprio Senhor. Esquecemo-nos da estrela matutina diante do resplendor do sol. No entanto, é evidente que a pregação de João Batista atraiu a atenção de todo o povo judaico, gerando grande agitação por toda a Palestina. Ele despertou a nação judaica de sua sonolência, preparando-a para o ministério de nosso Senhor, quando esse aparecesse. Jesus mesmo disse: “Ele era a lâmpada que ardia e alumiava, e vós quisestes por algum tempo alegrarvos com a sua luz” (Jo 5.35).
Cumpre-nos notar, a essa altura, que pouco devemos depender do que se chama “popularidade”. Se já houve alguém que foi um ministro popular, por algum tempo, esse alguém foi João Batista. Entretanto, de tantos que ouviram sua pregação e foram batizados por ele, quão poucos — é de temer-se — realmente foram convertidos! Alguns, segundo pensamos, como André, foram guiados por João Batista até Cristo. Contudo, a maioria, com toda a probabilidade, morreu em seus pecados. Não esqueçamos essa realidade sempre que virmos algum templo evangélico repleto de gente. Sem dúvida, um templo repleto é uma cena gratificante. Porém, sempre devemos nos perguntar: Quantas dessas pessoas alcançarão finalmente o céu? Não basta ouvir e admirar pregadores populares. Não é prova de conversão adorarmos em algum lugar no qual se congrega uma multidão. Antes, cuidemos de ouvir a voz do próprio Cristo e segui-lo.
V.7-8: Pregar o Evangelho, A Missão da Igreja
Ele exaltava a pessoa de Cristo: “Após mim vem aquele que é mais poderoso do que eu”; e falava claramente sobre o Espírito Santo: “Ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo”.
Essas verdades nunca haviam sido proclamadas de modo tão claro por qualquer homem. Verdades mais importantes do que essas não são encontradas no sistema doutrinário do cristianismo, em nossos próprios dias. A principal incumbência de cada fiel ministro do evangelho é expor integralmente a pessoa do Senhor Jesus ao seu povo, mostrando-lhe sua plenitude e seu poder de salvar. A segunda grande tarefa que cabe ao ministro do evangelho consiste em esclarecer ao povo a obra do Espírito Santo, juntamente com a necessidade do novo nascimento e do batismo interior do Espírito, mediante a graça divina. Essas duas poderosas verdades fluíam com frequência dos lábios de João Batista. Como seria bom, para a igreja e para o mundo, se houvesse mais ministros como ele!
Ao deixarmos essa passagem de Marcos, indaguemos a nós mesmos quanto já conhecemos, por experiência, das verdades que João Batista pregava. O que pensamos acerca de Cristo? Já sentimos a necessidade que temos dele e já nos refugiamos nele para termos paz com Deus? Jesus é Rei sobre nossos corações e sobre tudo que diz respeito às nossas almas? O que pensamos do Espírito Santo? Ele já operou qualquer obra em nossos corações? Ele já os renovou e os transformou? Já nos tornou participantes da natureza divina? A vida e a morte dependem de nossas respostas a essas indagações. “E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Rm 8.9).
Em segundo lugar, o Evangelho não é o plano da Igreja para a salvação do mundo, mas o plano de Deus para a salvação da Igreja. O que valida a Igreja é o Evangelho, não o contrário. Se a Igreja deixa de seguir o Evangelho, de seguir a Cristo, deixa de ser Igreja, ou Igreja de Cristo.
Em terceiro lugar, o Evangelho não deve ser apenas compreendido e vivido. Ele se manifestou entre nós para ser pregado pelo povo de Deus. Paulo usa essa expressão diversas vezes. Aos Romanos, ele diz que se esforça para pregar o Evangelho (Rm 15.20). Aos Coríntios, ele diz que não foi chamado para batizar, mas para pregar o Evangelho (1 Co 1.17). Diz também que pregar o Evangelho é sua obrigação (1 Co 9.16).
Devemos proclamar o Evangelho – lançar as sementes – a tempo e fora de tempo. Provérbios 11 nos encoraja a lançar todas as nossas sementes, “… pela manhã, e ainda à tarde não repouses a sua mão”. Essa expressão de intensidade e constância nos ensina que devemos trabalhar logo cedinho – quando animados e dispostos – e quando a noite se aproximar, o cansaço e as limitações chegarem, ainda assim não deixar de semear. Fala-nos sobre a perseverança na caminhada e no serviço. É preciso obedecer mesmo quando o sol se põe.
Jim Elliot, missionário entre os Auca do Equador na década de 50, afirmou que “ao chegar o dia da nossa morte, nada mais devemos ter a fazer, a não ser morrer”. Observemos nossa vida e lancemos a semente, cumprindo a missão.
Não importa mais o que façamos em nossas iniciativas missionárias, é preciso pregar o Evangelho. A pregação abundante do Evangelho, portanto, não é apenas o cumprimento de uma ordem ou uma estratégia missionária, mas o reconhecimento do poder de Deus.
Somos lembrados por Paulo a jamais nos envergonharmos do Evangelho que um dia nos abraçou, pois não é uma ideia ou um movimento, mas uma Pessoa, o Evangelho é Jesus.”
Aplicações:
· Falemos de Jesus
Ronaldo Lidório falando sobre o evangelho e a evangelização disse:
“Uma das principais barreiras para a evangelização não é o ambiente, muitas vezes árido para a comunicação da mensagem, mas o entendimento, por parte da própria Igreja, quanto ao Evangelho.
Devido a uma influência secularista, liberal e reducionista na missiologia das últimas décadas, houve uma humanização de conceitos que necessitam de revisão bíblica. Talvez o principal seja o próprio Evangelho. Não é incomum lermos que “o Evangelho está sendo atacado no Egito” ou que “o Evangelho está entrando nos lugares distantes da Amazônia”. O que se quer dizer é que a Igreja está sendo atacada e entrando na Amazônia, manifestando que, em nossos dias, passamos a crer que a Igreja é o Evangelho. Essa equivocada compreensão cristã que iguala o Evangelho à Igreja – a nós mesmos – é ampla e popular, mas tem suas raízes em distorções bíblicas e teológicas que podem nos levar a caminhos erráticos na vida e prática cristã.
Paulo escreve aos Romanos no capítulo 1 sobre o “Evangelho de Deus” (v.1) que Deus havia prometido “pelos seus profetas nas Sagradas Escrituras” (v.2), o qual, quanto ao conteúdo, é “acerca do Seu Filho” (v.3), que é “declarado Filho de Deus em poder… Jesus Cristo, nosso Senhor” (v.4). Portanto fica claro: Jesus é o Evangelho.
Assim, se nos envergonharmos do Evangelho, estamos nos envergonhando de Jesus. Se deixarmos de pregar o Evangelho, deixamos de pregar Jesus. Se não crermos no Evangelho, não cremos em Jesus. Se passarmos a questionar o Evangelho, seus efeitos perante outras culturas e sua relevância hoje, nós não estamos questionando uma doutrina, um movimento ou a Igreja, estamos questionando Jesus.
O que Paulo expressa nesse primeiro capítulo é que, apesar do pecado, do diabo, da carne e do mundo, não estamos perdidos no universo. Há um plano de redenção e Ele se chama Jesus. O poder de Deus se convergiu nEle e Ele está entre nós.
Quando compreendemos mal o Evangelho, e o igualamos à Igreja, corremos o risco de proclamarmos denominações, igrejas locais, logomarcas e pregadores, pensando que com isso estamos evangelizando. Não há verdadeira evangelização sem a apresentação de Jesus Cristo, Sua vida, morte, ressurreição e paixão por nos salvar.
Um dos textos que mais sintética e profundamente expõe o Evangelho foi escrito por Paulo quando afirmou: “Pois não me envergonho do Evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego”. (Rm 1.16).
Em primeiro lugar, esta afirmação deixa bem claro que o Evangelho jamais será derrotado, pois o Evangelho é Cristo. Sofrerá oposição e seus pregadores serão perseguidos. Será questionado e deixarão de crer nEle. Porém, nunca será vencido, pois o Evangelho vivo, que é Cristo, é o poder de Deus.
· Quem Transforma é Jesus
Você e eu não transformamos as pessoas, o profeta João não transformou as pessoas, mas, apenas a mensagem de quem é Jesus e o que Ele fez é que pode salvar e transformar as pessoas.
Se você apenas pregar, basta! Seja sal e luz e pregue, o restante Deus fará pelo seu poder de transformar pecadores condenados em salvos por meio de sua cruz.
· Evangelização é a sua missão
Jesus nos chama para uma missão, vão e preguem. Assim foi com João, assim foi com os apóstolos e assim é comigo e com você. Nós temos uma missão, e essa é feita durante a semana. Saia hoje daqui, leia sua Bíblia e ore, pedindo a Deus direção para evangelizar alguém essa semana.
Mas, lembre-se, ninguém vai querer te ouvir e muito menos ouvir sobre Jesus se você primeiro não tiver um profundo verdadeiro relacionamento com ela, para então, no dia a dia você compartilhar com Ela o Evangelho.
· Como pregar?
Você só precisa compartilhar o que você já sabe, que Deus criou tudo perfeito, o pecado manchou tudo e agora, precisamos de alguém que possa organizar tudo, restaurar tudo, e Deus mesmo veio em carne, se fez homem e pagou por nosso pecado e deseja limpar os nossos pecados, e nos transformar por meio do poder d’Ele e para Ele.
Ronaldo Lidório comenta:
Comunicar o evangelho de Jesus Cristo é um grande privilégio e um grande desafio. Envolve palavras e também vida, proclamação e testemunho. Devemos falar das alegrias de Cristo enquanto choramos com os que choram e abraçamos o aflito. É no encontro entre o evangelho falado e o evangelho vivido que se dá a verdadeira evangelização.