A SUPREMACIA DE CRISTO NA CRUZ
Notes
Transcript
A SUPREMACIA DE CRISTO NA CRUZ
A SUPREMACIA DE CRISTO NA CRUZ
12 dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz. 13 Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, 14 no qual temos a redenção, a remissão dos pecados. 15 Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; 16 pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. 17 Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. 18 Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, 19 porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude 20 e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus. 21 E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, 22 agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis, 23 se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro.
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Contexto Histórico
"Então disse a Abrão: Sabes, de certo, que peregrina será a tua descendência em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos, mas também eu julgarei a nação, à qual ela tem de servir, e depois sairá com grande riqueza. E tu irás a teus pais em paz; em boa velhice serás sepultado. E a quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia." (Gên 15:14-16)
Já havia se passado cerca de 430 anos desde que o Senhor falara a Abraão dizendo que sua descendência seria peregrina e ficaria sob servidão e aflição, contudo as Suas promessas não falham, pois Ele vela pela Sua Palavra para cumpri-la.
A peregrinação no Egito começou com a descida de Jacó e seus filhos para se encontrar com José que era governador do Egito.
Anos depois, os egípcios começaram a afligir os israelitas. Quando os sofrimentos dos filhos de Israel tornaram-se insuportáveis, clamaram ao Senhor que ouviu seus clamores. O Senhor então levantou Moiséis para que libertasse seu povo.
O Senhor castigou a terra dos egípcios com pragas, mas apesar disso o coração do Faraó tornou-se endurecido e se recusava a deixar o povo de Israel sair, apenas na décima praga permitiu a libertação.
Décima e última praga: "À meia-noite eu sairei pelo meio do Egito; e todo o primogênito na terra do Egito morrerá, desde o primogênito de Faraó, que se assenta com ele sobre o seu trono, até ao primogênito da serva que está detrás da mó, e todo primogênito dos animais. E haverá grande clamor em toda a terra do Egito, qual nunca houve semelhante e nunca haverá" (Êx 11.4-6).
O povo de Israel habitava no Egito e se não fosse a intervenção de Deus como poderiam escapar do anjo destruidor?
O Senhor então providenciou a proteção a cada família dos hebreus, com seus respectivos primogênitos. Cada família tinha que tomar um cordeiro macho de um ano de idade, sem defeito e sacrificá-lo ao entardecer do dia 14 de Abib (Êx 12.3-6).
O sangue do cordeiro sacrificado deveria ser aspergido em ambas as ombreiras e na viga da porta das casas. Quando o Anjo passasse, passaria por cima daquelas casas que tivessem a marca do sangue. Assim, pelo sangue do cordeiro morto, o povo de Israel foi protegido da condenação da morte que foi executada contra os primogênitos egípcios.
Neste evento o Senhor ensinou ao seu povo a importância da obediência e da redenção pelo sangue, a fim de prepará-los para o advento do "Cordeiro de Deus" (Jesus) que tiraria o pecado do mundo. Ver Êx 12 e João 1.2.
Naquela noite específica, os israelitas deveriam estar vestidos e preparados para viajar. A ordem recebida era assar o cordeiro, preparar ervas amargas e pães sem fermentos. Ao anoitecer, já estariam prontos para a refeição e para partir rápido, pois com a décima praga os egípcios rogariam que deixassem o país. No dia 15 de Abib os filhos de Israel deixaram a terra do Egito.
AFIRMAÇÃO TEOLÓGICA: NA CRUZ JESUS CRISTO TEM A SUPREMACIA
AFIRMAÇÃO TEOLÓGICA: NA CRUZ JESUS CRISTO TEM A SUPREMACIA
Somente o ato de ler o texto de Colossenses 1.12-18 já eleva os verdadeiros cristãos ao louvor e a adoração ao Cordeiro de Deus. Jesus é exaltado em sua sublimidade em sua majestade em sua glória.
Ao falarmos da supremacia e dizermos que Cristo é supremo, não estamos apenas dizendo que Ele foi melhor que outros líderes religiosos.
Não estamos dizendo apenas que ele foi moralmente superior aos homens mais idôneos que essa terra já teve, não estamos dizendo que ele foi o que teve mais sabedoria de todos dos sábios. Ao conclamarmos a supremacia de Cristo, estamos evocando sua majestade, sua soberania, sua glória, seu domínio, seu reino.
Estamos dizendo que Ele é detentor de todo poder e como disse o apóstolo, o único digno de abrir o livro e desatar os sete selos.
Estamos louvando aquele que é o cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo, aquele que é nosso cordeiro pascal como disse Paulo em 1Coríntios 5.7 “[…] Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado.”
– A verdade, o caminho, a vida, o pão, a porta, a luz, o verbo, a água, a ressurreição, a sabedoria, o príncipe da paz o pai da eternidade, o maravilhoso conselheiro, o cordeiro de Deus, o Eu Sou, o alfa e o ômega, o principio e o fim
A supremacia de Cristo fala de sua égide real, fala de seus ofícios de Sacerdote, profeta e rei.
Fala dos seus méritos na cruz do calvário, por quem nós fomos salvos e enxertados na videira.
Por quem a parede da separação foi derrubada, por quem o documento que era contra nós foi anulado, aquele que nos fez mais que vencedores pelo seu amor.
Não estamos falando do Jesus dos quadros, não estamos falando do Jesus dos filmes, não estamos falando do Jesus das músicas profanas, não estamos falando do Jesus dos teatros.
Ao falarmos do supremo filho de Deus, estamos falando daquele que se humilhou, daquele que se tornou homem, daquele que como disse Calvino: Cristo ao fazer-se filho do homem junto conosco, nos fez filhos de Deus junto consigo. (Calvino – Institutas IV.17.2)
Estamos falando daquele que tem o domínio sobre tudo e sobre todos, estamos falando daquele que dirige e governa a história, estamos falando daquele que criou todas as coisas, que sem ele nada do que foi feito se fez. Esse mesmo, Cristo glorioso “nasceu por nós, viveu por nós, sofreu por nós, morreu por nós e ressuscitou por nós” (Institutas IV.17.5).
QUE POSSAMOS CONHECER SUA SUPREMACIA (John Piper):
- a supremacia de sua divindade, igual a Deus Pai em todos os seus atributos – a luz de sua glória e a revelação exata de sua natureza, infinitude e poder em todas as suas excelências;
- a supremacia de sua eternidade que faz a mente do homem explodir com o pensamento inescrutável de que Cristo nunca teve um princípio, mas simplesmente sempre é; ele é realidade completa, absoluta, enquanto todo universo é frágil, contigente, como uma sombra em comparação a sua substância determinante, sempiterna.
- a supremacia de sua imutável constância em todas as suas virtudes e todo o seu ser e todas as suas promessas – o mesmo ontem, hoje e sempre;
- a supremacia de seu conhecimento, que faz a Biblioteca do Congresso parecer uma caixa de fósforos, e toda a informação da internet parecer com um pequeno almanaque rural de 1940, e física quântica – tudo aquilo com o qual Stephen Hawking jamais sonhou – parecer uma cartilha de 1ª série;
- a supremacia de sua sabedoria que nunca foi surpreendida por qualquer complicação e nunca precisou ser aconselhada pelo mais sábio dos homens;
- a supremacia de sua autoridade sobre céus, terra e inferno, cuja permissão é necessária para que qualquer homem ou demônio possa mover-se um centímetro, que muda os tempos e estações, remove reis e escolhe reis; e segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa estorvar a sua mão, e lhe diga: Que fazes?
- a supremacia de sua providência, sem a qual nem um simples pássaro cai no chão nos locais mais inóspitos da Floresta Amazônica, ou um simples fio de cabelo de qualquer cabeça torna-se preto ou branco;
- a supremacia de sua palavra que momento a momento preserva o universo e sustenta em si todas as moléculas e átomos e sub-átomos que nós jamais sonharíamos;
- a supremacia de seu poder para caminhar sobre a água, purificar leprosos, curar enfermos, dar vista aos cegos, dar aos surdos a capacidade de ouvir, fazer as tempestades acalmarem-se, os mortos levantarem-se, com uma simples palavra, ou mesmo um pensamento;
- a supremacia de sua pureza, que nunca pecou, ou teve um milisegundo de ações ruins ou qualquer pensamento maligno;
- a supremacia de sua infalibilidade em nunca quebrar sua palavra ou deixar uma promessa sem se cumprir;
- a supremacia de sua justiça em providenciar, no tempo devido, o pagamento de todas as dívidas morais no Universo, determinadas somente na cruz ou no inferno;
- a supremacia de sua paciência ao suportar nossa falta de sabedoria década após década; e segurar seu julgamento final nesta terra e no mundo, para que muitos possam se arrepender;
- a supremacia de sua soberana e servil obediência em cumprimir os mandamentos de seu Pai perfeitamente e então abraçar a terrível dor da cruz por sua própria vontade;
- a soberania de sua mansidão, humildade e serenidade que nunca quebrará um galho seco, nem apagará uma fraca chama;
- a supremacia de sua ira que um dia explodirá contra este que mundo com tamanha tribulação que as pessoas preferirão clamar às pedras e às montanhas que caiam sobre elas a encarar a ira do Cordeiro;
- a supremacia de sua graça que dá vida aos mortos espiritualmente e desperta a fé nos inimigos de Deus que eram escravos do Inferno, e justifica os ímpios com a sua retidão;
- a supremacia de seu amor que se entregou à morte por nós, quando ainda éramos pecadores, e que nos liberta para alegria crescente de tornar-nos imitadores dele para sempre;
- a supremacia de seu próprio gozo inextinguível, na comunhão da Trindade, o poder e a energia infinitos que deram vida a todo o Universo e que um dia será a herança de todos os santos perseverantes;
E, mesmo Cristo nos dando a conhecê-lo de tal forma, ainda assim é menos que um relance de sua supremacia. O tempo se esgotaria se falássemos da supremacia de sua severidade, invencibilidade, dignidade, simplicidade, complexidade, firmeza, calma, profundidade e coragem. Se existe algo admirável, se há algo digno de louvor em qualquer lugar do universo, isto é sumarizado supremamente em Jesus Cristo.
Ele é supremo de todas as formas sobre tudo:
“Sobre galáxias e porções infinitas do espaço;
Sobre a Terra, do topo do Monte Everest ao mais profundo do Oceano Pacífico;.
Ele é supremo sobre todas as plantas e animais, da pacífica Baleia Azul aos microscópicos vírus mortais;
Sobre o clima e os movimentos da Terra: furacões, tornados, monções, terremotos, avalanches, enchentes, neve chuva, granizo;
Sobre todos os processos químicos que curam e destroem: câncer, AIDS, malária, febre, e sobre todas as atividades dos antibióticas e milhares de remédios medicinais;
Ele é supremo sobre todos os países, todos os governos e todos os exércitos;
Sobre Al Qaeda e todos os terroristas, sequëstradores, homens-bomba e decapitadores;
Sobre Bin-Laden e Al-Zarqawi;
Sobre todas as ameaças nucleares do Irã ou Rússia ou Coréia do Norte.
Ele é sumpremo sobre todos os políticos e eleições;
Sobre toda a mídia, noticiários, entretenimento, esportes e leitura;
E sobre toda educação, universidades, escolas, ciência e pesquisas;
E sobre todos os negócios, finanças, indústria, manufatura e transporte;
E sobre toda a internet e sistemas de informação;
Como Abraham Kuyper costumava dizer: “não há um milímetro cúbico em todas as áreas da existência humana sobre o qual Cristo, que é Soberano acima de todos, não possa dizer ‘É meu!’ ” [1], e que ele reine em supremacia absoluta. E pensar que por enquanto ainda não é assim, isto é apenas uma questão de tempo – até que ele seja revelado dos céus como labareda de fogo para a dar recompensa àqueles que creram nele e a justa vingança àqueles que não creram.
AFIRMAÇÃO TEOLÓGICA: CRISTO É SUPREMO NA CRUZ
AFIRMAÇÃO TEOLÓGICA: CRISTO É SUPREMO NA CRUZ
SENTENÇA DE TRANSIÇÃO: 3 MOTIVOS PELOS QUAIS CRISTO TEM SUPREMACIA NA CRUZ
SENTENÇA DE TRANSIÇÃO: 3 MOTIVOS PELOS QUAIS CRISTO TEM SUPREMACIA NA CRUZ
PONTO 1: NA CRUZ ELE NOS LIBERTOU
PONTO 1: NA CRUZ ELE NOS LIBERTOU
13 Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, 14 no qual temos a redenção, a remissão dos pecados.
No trecho que estamos examinando temos a referência histórica que havia um ataque de hereges a igreja e principalmente a obra da redenção e da criação. Os gnósticos afirmavam que a matéria era essencialmente má, algo que era uma herança do platonismo que afirmava que o mundo perfeito era a dimensão das ideias a matéria era inferior ao mundo espiritual. Ao afirmarem isso os hereges diziam que Cristo não tinha encarnado e invalidavam automaticamente a obra criadora de Deus e a obra redentora de Cristo.
No versículo 13 temos algumas lições importantes ensinadas pelo apóstolo
1. Existe um império um reino das trevas em que os homens sem Cristo são escravos, prisioneiros, e esse reino está sob a égide de Satanás.
2. O homem por si mesmo não pode libertar-se desse reino de trevas, por sua vontade nunca sairá, pois está sob o domínio de um reino.
3. Somente Cristo liberta o homem desse reino de trevas e maldade, somente Cristo nos transporta para seu Reino.
Estávamos imersos em trevas, sem perspectiva, sem direção, “pois onde quer que sua graça não esteja, aí só existem trevas.”
Ao chegarmos ao versículo 14 destacamos três pontos sobre a nossa redenção em Cristo
1. Deus nos redimiu como povo seu, propriedade exclusiva dele para louvor da sua glória.
2. Deus pagou um alto preço pela nossa redenção, nos diz a Escritura em Atos 20.28 que ele comprou a igreja com seu próprio sangue.
3. Deus não pagou esse preço a Satanás, mas, a si próprio.
Fomos perdoados em seu filho, somente o Deus encarnado poderia realizar a reconciliação da humanidade caída com ele mesmo, somente Deus tomando a fraqueza humana poderia levar-nos a ele novamente, somente o sangue do próprio Deus em Jesus Cristo poderia pagar o preço da nossa libertação, da nossa redenção. Os sacrifícios de animais eram imperfeitos como nos diz o escritor aos Hebreus, mas, o sacrifício de Jesus pagou o preço, um sacrifício sangrento, perfeito, imutável.
NA CRUZ JESUS MOSTRA A SUA SUPREMACIA
PONTO 2: NA CRUZ ELE MOSTRA O PODER COM QUE NOS CRIOU
PONTO 2: NA CRUZ ELE MOSTRA O PODER COM QUE NOS CRIOU
15 Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; 16 pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. 17 Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.
William Hendriksen diz que a glória de Cristo na criação é igualada por Sua majestade na redenção.
Dando continuidade a essa análise da preeminência de Cristo na obra da criação, destacamos cinco verdades importantíssimas.
Em primeiro lugar, Jesus Cristo é a exegese de Deus, a expressão visível do Deus invisível (1.15a). O apóstolo Paulo afirma: “Ele é a imagem do Deus invisível” (1.15a). Deus como Espírito é invisível e sempre será (1Tm 6.16). Mas Jesus é a Sua visível expressão. Ele não apenas reflete Deus, porém como Deus Ele revela Deus para nós (Jo 1.18; 14.9).
Jesus é a imagem, não a imitação, de Deus. A palavra “imagem” significa uma representação e uma revelação exata. Ralph Martin diz que Cristo não é uma cópia de Deus, mas a encarnação do divino no mundo dos homens.144 Tudo que Deus é, o é igualmente Jesus, declara Silas Falcão. “Quem me vê a mim vê o Pai”, disse Jesus (Jo 14.9). “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30). O autor aos Hebreus diz: “Ele é a expressão exata do Seu ser” (Hb 1.3). O apóstolo Paulo é categórico: “Porquanto, Nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade” (2.9).
Werner de Boor diz que a invisibilidade de Deus é que constitui o apuro religioso. Por causa dela, pode se duvidar de Deus e até negá-lo. Por causa dela, todas as religiões do mundo têm incontáveis “imagens” de Deus, pintadas e talhadas, fundidas e esculpidas em mármore, ajeitadas com idéias e conceitos, rudes e nobres. Nenhuma, porém, satisfaz o ser humano que busca e indaga. “Mostra-nos o Pai, e isso nos basta!” (Jo 14.8) – esse é o clamor do coração humano. Deus, porém, não deixou essa busca e esse clamor sem resposta. Há uma imagem que lhe corresponde inteiramente, “o Filho do Seu amor”. Jesus disse: “Quem me vê a mim vê o Pai” (Jo 14.9).
Jesus Cristo é a exegese de Deus. Ele é o verdadeiro Deus de verdadeiro Deus. Em Cristo, o Deus invisível tornou-se visível e palpável (Jo 1.14; 1Jo 1.1–4). Ele é o espelho por meio do qual contemplamos a face de Deus. O Deus invisível tornou-se visível a nós por meio de Cristo. O Deus transcendente tornou-se carne e habitou entre nós por meio de Cristo. Aquele que habita na luz inacessível entrou na nossa história e nos revelou o coração do Pai. Quem quiser saber quem é Deus, olhe para Jesus:
• João 1.18 – “Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito que está no seio do Pai é quem o revelou”.
• Hebreus 1.3 – “Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu ser”.
• Colossenses 1.15 – “Ele é a imagem do Deus invisível”.
• Colossenses 2.9 – “Porquanto, Nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da divindade”.
• João 14.9 – “Quem me vê a mim vê o Pai”.
• João 10.30 – “Eu e o Pai somos um”.
Quem quer saber como é Deus, considere atentamente a pessoa de Jesus Cristo: Seu amor e Sua indignação; Sua misericórdia e Sua denúncia dos hipócritas; Sua humildade e Sua majestade; Sua atitude de servo e Seu senhorio.
O fato de Cristo ter vindo do céu à terra mostra-nos que Ele é o único que pode nos levar da terra ao céu; o fato de Ele ter encarnado mostra-nos que Deus não está longe de nós; o fato de Ele ter vivido como homem, ministrando ajuda e socorro aos necessitados, mostra que Deus se importa com o homem; o fato de Ele ter morrido na cruz pela mão dos homens pecadores mostra-nos que Deus ama infinitamente a humanidade a ponto de dar Seu Filho para salvá-la.
Em segundo lugar, Jesus Cristo tem a mais alta honra na criação (1.15b). A expressão “primogênito da criação”, prototokos, não se refere à natureza temporal, ao tempo de nascimento; antes, é um título de honra. Significa que Jesus é o primeiro em importância. Carrega a idéia de prioridade, superioridade, preeminência e supremacia.
A palavra enfatiza a preexistência e singularidade de Cristo, bem como a Sua superioridade sobre a criação. William Hendriksen é enfático ao dizer que o fato de Jesus ser o “primogênito da criação” não significa que Ele mesmo é uma criatura (o primeiro de uma grande linhagem); ao contrário, Ele é anterior a, distinto de, e exaltado muito acima de toda criatura. Como primogênito, Ele é o herdeiro e governante de tudo.
Como já dissemos, o texto não significa que Jesus é o primeiro ser criado; ao contrário, refere-se a Jesus como cabeça e soberano da criação. Cristo recebe a mais alta honra na criação: Ele tem autoridade sobre toda a criação; é o herdeiro de toda a criação e é o mais exaltado por meio da criação. Ralph Martin diz que Cristo é o Senhor da criação e não tem rival na ordem criada.154
Em terceiro lugar, Jesus Cristo é o autor da criação (1.16). Jesus Cristo não é uma emanação de Deus, como ensinavam os gnósticos. Não é um espírito iluminado como ensinam os espíritas. Não é o primeiro ser criado como ensinavam os arianos e ainda ensinam os testemunhas de Jeová. Ele é o criador do universo.
Três verdades importantes são destacadas por Paulo.
a. Jesus Cristo é a fonte da criação. Paulo diz: “Pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades…” (1.16a). A criação é um fato histórico, pois aconteceu num tempo definido, que a Bíblia chama de “o princípio”. Diz a Escritura: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). Cristo, o verbo dinâmico da criação, trouxe à existência o que não existia. Tudo foi feito por Ele, e nada do que foi feito sem Ele se fez (Jo 1.3). O coração de Cristo desejou o mundo; a mente de Cristo planejou o mundo; a vontade de Cristo concebeu o mundo e a palavra de Cristo trouxe o mundo à existência.
A expressão “nele”, en autou, denota Cristo como a esfera dentro da qual a obra da criação ocorreu. Todas as leis e propósitos que guiam a criação, bem como o governo do universo, residem Nele. Jesus é a fonte originária de tudo o que existe no céu e na terra. As galáxias do vasto universo foram obras das Suas mãos. O mundo visível e o invisível são obras de Cristo. Tudo o que o olho humano é capaz de perceber, assim como o invisível ou que está fora do alcance dos sentidos humanos, tudo se originou no plano e no poder do Senhor.
O mundo físico foi criado por Ele e também o mundo espiritual. Os anjos não são emanações de Deus, como ensinavam os gnósticos. Eles também foram criados por Cristo. Não é de admirar, diz Warren Wiersbe, que os ventos e as ondas lhe obedecessem e que as enfermidades e a morte desaparecessem diante dele. Werner de Boor, na mesma linha de raciocínio, escreve:
Aquele por meio de quem o corpo humano foi criado toca corpos enfermos e deformados. Aquele por meio de quem Deus chamou à existência o cereal e o vinho multiplica o pão e transforma a água. O mar carrega prontamente o primogênito de toda a criação, o vento e as ondas silenciam diante daquele que é o Senhor deles! E o serviço solícito dos anjos evidencia que os grandes poderes espirituais do cosmos de fato jazem aos pés de sua extraordinária sublimidade.
b. Jesus Cristo é o agente da criação. Paulo prossegue: “Tudo foi criado por meio dele” (1.16b). A expressão “por meio dele”, di autou, descreve Cristo como o instrumento imediato da criação. Cristo é o agente do poder criador de Deus. Ele é o verbo criador (Gn 1.3; Jo 1.3). As galáxias, os mundos estelares, os anjos, os homens e todo o universo foram criados por meio Dele. Ele trouxe tudo à existência.
c. Jesus Cristo é o alvo da criação. Paulo conclui: “… tudo foi criado […] para ele” (1.16c). A expressão “para ele”, eis auton, indica que Cristo é o alvo da criação. O mundo foi criado para o Messias. O universo tem uma grande finalidade: render a Jesus todo o louvor e glória. Desde os bilhões de sóis que compõem as galáxias espalhadas pelo firmamento, até os microorganismos que não podem ser vistos a olho nu, tudo rende glória ao criador. Diante Dele todo o joelho deve prostrar-se no céu, na terra e debaixo da terra e confessar que Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai. O universo inteiro deve celebrar a glória de Jesus (Sl 19.1–6; Ap 5.13). Quando contemplamos o universo à noite e vemos oceanos de estrelas acima de nós – é por meio de Jesus e para Jesus que essas imensas esferas ardentes seguem Sua trajetória. Mas também a pequena flor silvestre que ninguém vê e considera – é por meio de Jesus e para Jesus que ela floresce!
Todas as coisas existem em Cristo, por Cristo e para Cristo. Ele é a esfera, o agente e o alvo para quem todas as coisas foram feitas. Warren Wiersbe diz que Jesus Cristo é o âmbito da existência de todas as coisas, o agente por meio do qual tudo veio a existir e aquele para o qual tudo foi criado. Paulo usa três preposições para descrever a preeminência de Cristo na criação: Nele, por meio Dele e para Ele (1.16). Os filósofos gregos ensinavam que todas as coisas precisavam de uma causa primária, de uma causa instrumental e de uma causa final. A causa primária é o plano; a causa instrumental é o poder; e a causa final é o propósito. Quando olhamos para a criação, podemos ver que Jesus é a causa primária (foi Ele quem a planejou). Ele é também a causa instrumental (foi Ele quem a realizou). Ele é ainda a causa final (foi Ele quem a fez para o Seu próprio prazer e glória). A criação existe, portanto, para dar glória a Cristo.
Em quarto lugar, Jesus Cristo preexiste à criação, é independente da criação e maior do que toda a criação (1.17a). Paulo diz: “Ele é antes de todas as coisas”. Jesus é antes de todas as coisas tanto em tempo como em importância. Jesus não foi criado, é o criador. Ele não teve origem, é a origem de todas as coisas. Foi Ele quem lançou os fundamentos da terra. Foi Ele quem espalhou as estrelas no firmamento. Ele preexiste a todas as coisas. Antes de tudo começar, Ele existia eternamente em sintonia perfeita e feliz com o Pai e o Espírito Santo. Jesus é eterno e o Pai da Eternidade. Ele habita a eternidade e de eternidade a eternidade Ele é Deus. Ele é auto-existente e auto-suficiente. Ele não depende da criação; não deriva Sua glória da criação, nem dela depende. Ele é eternamente o mesmo. Ele é imutável (Hb 13.8). Ele é o Alfa e Ômega, Aquele que está antes, acima e além da criação!
Em quinto lugar, Jesus Cristo é o sustentador da criação (1.17b). Paulo conclui: “Nele, tudo subsiste”. A palavra grega sunesteken, “sustentar, manter”, revela o princípio de coesão do universo. Deus mesmo é a fonte unificadora que mantém todo o universo em funcionamento harmônico. Isto se aplica às grandes coisas no universo e também às menores. Jesus é o centro de coerência e coesão do universo. É Jesus quem interliga e dá simetria a todas as leis da física, da química, da biologia e da astronomia. William Hendriksen diz que as assim chamadas “leis da natureza” não têm uma existência independente. Elas são a expressão da vontade de Deus. E só é possível falar de leis porque Deus se deleita na ordem e não na confusão. Nele vivemos, nos movemos e existimos (At 17.28). Pois Ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais (At 17.25).
Todas as leis pelas quais o universo é uma ordem, e não um caos, refletem a mente de Cristo. A lei da gravidade e as assim chamadas leis científicas não são apenas leis científicas, mas também e sobretudo leis divinas. São as leis que dão sentido ao universo. Essas leis fazem que esse mundo seja digno de confiança e seja seguro. Toda lei da ciência é de fato uma expressão do pensamento divino. É por essas leis e, portanto, pela mente de Deus, que o universo tem consistência e não se desintegra em um caos. O mundo tem leis, e essas leis científicas são estabelecidas por Cristo e são leis divinas. Cristo é o centro de coesão de todo o universo físico e espiritual (Ef 1.10).
NA CRUZ JESUS MOSTRA A SUA SUPREMACIA
PONTO 3: NA CRUZ ELE NOS RECONCILIOU
PONTO 3: NA CRUZ ELE NOS RECONCILIOU
17 Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. 18 Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, 19 porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude 20 e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus. 21 E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, 22 agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis, 23 se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro.
A palavra grega apokatalassein, “reconciliação”, é muito sugestiva. Significa mudar da inimizade para amizade. A preposição prefixada tem o significado de “volta” e implica a restituição de um estado do qual a pessoa se separou. O significado é efetuar uma completa reviravolta. Werner de Boor diz que apokatalassein é “colocar algo de volta em sua devida ordem”. Destacaremos quatro pontos essenciais sobre a relação de Cristo com a reconciliação.
Em primeiro lugar, a fonte da reconciliação (1.20). Alguns pontos precisam ser aqui ressaltados:
a. Há uma profunda necessidade de reconciliação entre Deus e o homem. O homem não está em paz com Deus. O pecado o afastou de Deus.
b. Foi Deus, e não o homem, quem tomou a iniciativa da reconciliação. O Novo Testamento jamais fala de Deus reconciliado com os homens, mas dos homens reconciliados com Deus. A atitude de Deus para os homens foi sempre e incessantemente de amor. Deus tomou a iniciativa de nos reconciliar consigo mesmo.
c. O sangue de Cristo é a fonte da reconciliação. Não fomos reconciliados com Deus por meio da vida de Cristo, de Seus ensinos nem mesmo de Seus milagres. Fomos reconciliados com Deus mediante a morte substitutiva de Cristo e o derramamento de Seu sangue remidor. A fonte da qual dimana a reconciliação é a cruz de Cristo.
Em segundo lugar, o alcance da reconciliação (1.20b,21). A reconciliação realizada por Cristo tem dois alcances:
a. O universo inteiro (1.20b). A queda dos nossos primeiros pais atingiu não apenas a raça humana, mas também o universo inteiro. Toda a criação ficou sujeita à vaidade (Rm 8.20) e está no cativeiro da corrupção (Rm 8.21). Toda a criação geme (Rm 8.22), aguardando o tempo da Sua redenção. Cristo morreu para trazer restauração ao universo. A criação natural será redimida do seu cativeiro. Tudo convergirá em Cristo (Ef 1.10).
b. Os pecadores perdidos (1.21). Os colossenses, assim como todos os gentios, eram estranhos e inimigos, ou seja, havia uma alienação de Deus e uma hostilidade em relação a Deus. O homem não apenas está distante de Deus; ele é inimigo de Deus. Ele não está apenas cego; é também rebelde. A inimizade é conceitual e moral. O entendimento errado produz obras erradas. O pensamento dirige o comportamento. As obras malignas são fruto de entendimentos errados. Ralph Martin diz que “obras malignas” sugerem, uma combinação de idolatria e de imoralidade, como em Romanos 1.21–32.
Em terceiro lugar, as bênçãos da reconciliação (1.20,22,23). Destacamos três bênçãos gloriosas da reconciliação:
a. Quanto ao passado, temos paz com Deus (1.20).
b. Quanto ao presente, temos vida de santidade (1.22). Somos santos. Somos inculpáveis. Somos irrepreensíveis.
c. Quanto ao futuro, temos a esperança do evangelho (1.23). A reconciliação corrige uma alienação passada (1.21), oferece-nos bênçãos presentes (1.22) e garante-nos a glorificação futura (1.23). A esperança do evangelho é a esperança da glória (1.5; 1.27; Jo 17.24).
Em quarto lugar, as evidências da reconciliação (1.23). A reconciliação com Deus não é uma licença para pecar, mas um motivo solene para vivermos mais apegados ao evangelho. A reconciliação exige lealdade. Nenhuma pessoa pode ter segurança de que foi reconciliada com Deus se está vivendo na prática do pecado. Deus não nos salva no pecado, mas do pecado. A reconciliação é um traslado do reino das trevas para o reino da luz, da escravidão para a liberdade, do pecado para a santidade, da morte para a vida.
NA CRUZ JESUS MOSTRA A SUA SUPREMACIA
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
O QUE EU ESPERO DE QUEM ME OUVE?
O que SABER ou ACREDITAR
Jesus Cristo é supremo em tudo que faz, INCLUSIVE E PRINCIPALMENTE NA CRUZ.
O que SENTIR ou EXPERIMENTAR
Se alegre nessa verdade e Celebre ela.
O que FAZER ou RESPONDER
Faça uma oração sincera: Senhor Jesus, me mostre isso.
Busque Conhece-lo: Oh, que o Deus Todo-Poderoso ajude-nos a ver e desfrutar da supremacia de seu Filho. Entregue-se a isso. Estude isto. Cultive esta paixão. Durma, coma e beba esta busca do conhecimento da supremacia de Cristo. Peça a Deus que ele manifeste a vocês estes assuntos em sua Palavra. Mergulhe na Bíblia todos os dias. Use os meios da graça.