A Centralidade da Cruz de Cristo

Sermon  •  Submitted   •  Presented
0 ratings
· 10 views
Notes
Transcript

O tema que vamos estudar hoje é “A Centralidade da Cruz” na vida de Jesus.
Certamente você já se deparou com perguntas intrigantes que desafiam o nosso conhecimento. Uma dessas perguntas é sobre a consciência que Jesus tinha a respeito de Sua missão, o que envolvia a Sua morte.
Um famoso teólogo anglicano, John Stott, escreveu:
“Desde a infância de Jesus, deveras, desde o seu nascimento, a cruz lança uma sombra no seu futuro. Sua morte se encontrava no centro de Sua missão” (A Cruz de Cristo, p. 15).
A partir de que momento Jesus teve a compreensão de que Ele era o Messias prometido e que Sua missão consistia em dar a Sua vida para salvar o mundo de seus pecados?
A Bíblia não fornece muita informação sobre essa questão, mas a partir de um evento registrado nas linhas da Bíblia Sagrada, podemos fazer algumas deduções.
O relato encontra-se em Lucas 2:41-50, onde Lucas descreve a primeira páscoa que Jesus celebrou com Seus pais em Jerusalém aos doze anos de idade. Vamos ao texto bíblico:
Lucas 2.41–50 NAA
41 Todos os anos os pais de Jesus iam a Jerusalém, para a Festa da Páscoa. 42 Quando ele atingiu os doze anos, foram a Jerusalém, segundo o costume da festa. 43 Terminados os dias da festa, ao regressarem, o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que os pais dele o soubessem. 44 Pensando, porém, que ele estava entre os companheiros de viagem, andaram um dia inteiro e, então, começaram a procurá-lo entre os parentes e os conhecidos. 45 E, como não o encontraram, voltaram a Jerusalém à sua procura. 46 Três dias depois, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e fazendo-lhes perguntas. 47 E todos os que ouviam o menino se admiravam muito da sua inteligência e das suas respostas. 48 Logo que os pais o viram, ficaram maravilhados. E a sua mãe lhe disse: — Filho, por que você fez isso conosco? Seu pai e eu estávamos aflitos à sua procura. 49 Ele respondeu: — Por que me procuravam? Não sabiam que eu tinha de estar na casa de meu Pai? 50 Não compreenderam, porém, as palavras que lhes disse.
Há aqui três pontos muito importantes a serem destacados. Primeiro, o significado da páscoa; segundo, José e Maria perderam Jesus. Eles viajaram por um dia até perceberem que Jesus não estava com eles. Não deixe isso acontecer com você. Em sua caminhada, em sua rotina, em sua correria do dia a dia, não perca Jesus! O terceiro ponto é que Jesus nega Sua filiação humana e afirma Sua filiação divina. Vejamos, então cada um destes pontos.
De acordo com a cultura judaica, a idade de 12 anos era a linha divisória entre a infância e a juventude. Quando um menino hebreu completava 12 anos, era considerado filho da lei e filho de Deus.
Os meninos hebreus recebiam oportunidades especiais de instrução em assuntos religiosos e esperava-se que participassem das festas e cerimônias sagradas.
Havia três festividades anuais a que todos os homens de Israel deviam comparecer perante o Senhor em Jerusalém: (1) a Páscoa; (2) o Pentecostes e (3) a Festa dos Tabernáculos, mas a Páscoa era a mais importante delas.
José e Maria, pais de Jesus, eram israelitas devotos e iam todos os anos assistir à Páscoa, e agora que Jesus completara 12 anos de idade, eles O levaram consigo à Jerusalém.
A viagem não era curta, durava alguns dias. Os israelitas formavam grupos e viajavam em caravanas para se protegerem.
Ao longo do caminho passavam por lugares importantes da história de Israel e os pais e as mães contavam aos seus filhos as maravilhas que Deus tinha feito por Seu povo nos tempos passados.
A primeira Páscoa foi observada quando os hebreus ainda eram escravos no Egito.
Na última noite de sua escravidão, Deus instruiu os hebreus para que reunissem suas famílias nas próprias casas.
Eles deveriam borrifar os batentes das portas com o sangue do cordeiro morto, comer o cordeiro assado com pão sem fermento e ervas amargas.
Naquela noite, à meia noite, todos os primogênitos dos egípcios foram mortos, e somente então, faraó permitiu que os hebreus saíssem do Egito.
O Senhor ordenou que a Páscoa fosse observada anualmente. Em Êxodo 12:26-27, Deus disse:
Êxodo 12.26–27 ARA
26 Quando vossos filhos vos perguntarem: Que rito é este? 27 Respondereis: É o sacrifício da Páscoa ao Senhor, que passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios e livrou as nossas casas. Então, o povo se inclinou e adorou.
A libertação da escravidão do Egito era um símbolo de uma libertação muito maior - a libertação da escravidão pelo pecado através da morte do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Mas, infelizmente, para a maioria das pessoas no tempo de Cristo, a observância dessa festividade havia se tornado pura formalidade. Mas para o menino Jesus, o Filho de Deus, teve um grande significado.
Quando três dias depois seus pais O encontraram no templo assentado entre os doutores fazendo-lhes perguntas, a Bíblia diz que todos estavam admirados com a inteligência de Jesus e o conhecimento que Ele tinha das Escrituras. Então sua mãe lhe disse: “— Filho, por que você fez isso conosco? Seu pai e eu estávamos aflitos à sua procura.”
A resposta que Jesus dá é um tanto reveladora:
Lucas 2.49 NAA
49 Ele respondeu: — Por que me procuravam? Não sabiam que eu tinha de estar na casa de meu Pai?
Outra tradução diz: Lc 2 49
Lucas 2.49 (RC95)
49 Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?
A resposta de Jesus dada à Sua mãe parece indicar que Jesus compreendia a Sua relação para com Deus. Ellen White traz um comentário interessante. Ela diz:
“Em Seu íntimo, surgiam novos estímulos. Silencioso e pensativo, parecia estudar a solução de um grande problema. O mistério da missão do Salvador se desvendava diante Dele”. Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 53.
Cristo tinha consciência de Sua missão e a cruz ocupava o centro de Sua vida.
No livro a Cruz de Cristo, John Stott diz que os evangelhos sugerem que...
“O batismo e a tentação de Jesus foram ocasiões em que Ele se comprometeu em seguir o caminho de Deus em vez do caminho do diabo, o caminho do sofrimento e da morte em vez do caminho da popularidade e da fama”.
Os evangelhos sinóticos registram o episódio em que Jesus defende Seus discípulos por não jejuarem e ao fazer essa defesa, Jesus anuncia Sua morte. Vejamos o que Jesus disse em Marcos 2:19-20.
Marcos 2.19 NAA
19 Jesus respondeu: — Como podem os convidados para o casamento jejuar enquanto o noivo está com eles? Durante o tempo em que o noivo estiver presente, não podem jejuar.
Marcos 2.20 NAA
20 No entanto, virão dias em que o noivo lhes será tirado, e então, naquele dia, eles vão jejuar.
O verbo tirado tem a mesma raiz de Isaías 53.8, onde o profeta descreve os sofrimentos do Messias e Sua morte substitutiva. O texto diz:
Isaías 53.8 (NAA)
8 Porque ele foi cortado da terra dos viventes; foi ferido por causa da transgressão do meu povo.
Portanto, desde a juventude, ainda quando pré-adolescente, e durante todo o Seu ministério, a cruz ocupava um lugar central no coração de Jesus.
Em outra ocasião, Jesus pergunta aos discípulos sobre Sua identidade: Marcos 8:29-32.
Jesus perguntou:
Marcos 8.29–32 (NAA)
29— E vocês, quem dizem que eu sou? Respondendo, Pedro lhe disse: — O senhor é o Cristo.
30 Então Jesus os advertiu de que a ninguém dissessem tal coisa a seu respeito.
31 Então Jesus começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do Homem sofresse muitas coisas, fosse rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos escribas, fosse morto e que, depois de três dias, ressuscitasse.
32 E isto ele expunha claramente. Então Pedro, chamando-o à parte, começou a repreendê-lo.
O segredo messiânico consistia em guardar segredo quanto a identidade messiânica de Jesus, pois as pessoas naquela época, embora esperassem pelo messias, tinham um conceito falso a respeito de Sua missão. Elas não procuravam redenção do pecado, mas libertação dos Romanos.
No milagre da multiplicação dos pães as pessoas queriam coroá-lo Rei.
Havia a expectativa messiânica da vinda de um líder político revolucionário!
Até mesmo Pedro foi enganado pelo diabo quando sugeriu que a cruz não era necessária. Neste momento Jesus o repreende duramente dizendo:
Marcos 8.33 (NAA)
33 — Saia da minha frente, Satanás! Porque você não leva em consideração as coisas de Deus, e sim as dos homens.
Um pouco mais adiante, em Marcos 9.31, Jesus novamente revela aos discípulos o verdadeiro caráter de Sua missão.
Marcos 9.31 (NAA)
31 — O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens, e estes o matarão; mas, três dias depois da sua morte, ressuscitará.
Marcos 9.32 NAA
32 Eles, porém, não compreendiam isto e tinham medo de perguntar.
O relato dos evangelhos demonstra que dia após dia Jesus Se revelava aos Seus discípulos como o Salvador, porque desejava dar-lhes um verdadeiro entendimento Dele como o Messias.
Um pouquinho mais adiante Jesus manifesta no semblante a firme resolução de ir para Jerusalém (Lc 9.51) e observe a ênfase apontada no texto de Marcos 10.33-34.
Marcos 10.33–34 ARA
33 Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas; condená-lo-ão à morte e o entregarão aos gentios; 34 hão de escarnecê-lo, cuspir nele, açoitá-lo e matá-lo; mas, depois de três dias, ressuscitará.
O texto parece muito igual aos demais anteriormente citados, entretanto há uma ênfase do “SERVO SOFREDOR” de Isaías 53 como “FILHO DO HOMEM” reinante em Daniel 7.
A ênfase mais impressionante nessas predições não é que Jesus seria traído, rejeitado e condenado por Seu próprio povo e seus líderes, nem que eles o entregariam aos gentios que Dele escarneceriam e o mataria, nem que depois de três dias Ele ressurgiria dentre os mortos. Nem é tampouco que Jesus se identificava como “Filho do homem”.
A expressão “Filho do homem” foi usada para designar a figura celestial a quem Daniel viu em sua visão, vindo nas nuvens do céu, recebendo autoridade, glória e poder soberano, e recebendo adoração das nações.
O que impressiona é o fato de Jesus fundir as duas figuras messiânicas do A.T. ao afirmar que, como Filho do homem” Ele sofreria e morreria.
Jesus descreve a figura do servo sofredor de Isaías 53 e combina com a do “Filho do homem” reinante em Daniel 7.
LUCAS ENRIQUECE AINDA MAIS A DESCRIÇÃO ACRESCENTANDO O SEGUINTE COMENTÁRIO:
Lucas 18.31 (NAA)
31 — Eis que subimos para Jerusalém, onde se cumprirá tudo o que está escrito por meio dos profetas a respeito do Filho do Homem.
Os evangelhos registram pelo menos mais oito ocasiões em que Jesus se referiu à Sua morte, sendo as últimas seis feitas durante a última semana da Sua vida.
Inclusive Jesus faz uma citação direta de Isaías 53 onde Ele deveria ser contado entre transgressores. Vejamos o texto que está em Lucas 22:37.
Lucas 22.37 NAA
37 Pois eu lhes digo que é preciso que se cumpra em mim o que está escrito: “Ele foi contado com os malfeitores.” Pois o que a mim se refere está sendo cumprido.
Qual era a perspectiva de Jesus acerca da Sua própria morte?
Jesus sabia que ia morrer, não no sentido em que todos nós sabemos que morreremos um dia, mas no sentido em que Ele teria uma morte violenta, prematura e intencional.
NO EVANGELHO DE JOÃO o autor usa duas palavras para se referir a morte de Jesus: “hora” ou “tempo de Sua glorificação
João 12.27 NAA
27 — Agora a minha alma está angustiada, e o que direi? “Pai, salva-me desta hora”? Não, pois foi precisamente com este propósito que eu vim para esta hora.
Jesus nos amou tanto que Ele deliberadamente decidiu cumprir o que estava escrito a respeito de Si mesmo, por mais doloroso que isso fosse. Essa atitude não era nem fatalismo nem complexo de mártir. Jesus simplesmente cria que a Escritura do Antigo Testamento era a revelação do Pai e Ele estava totalmente decidido a fazer a vontade do Pai e terminar a obra do Pai. Além disso, Ele sabia que Seu sofrimento e morte não seriam sem propósito, Ele tinha vindo para “buscar e salvar o perdido”. Foi pela salvação dos pecadores que Jesus morreu, dando a sua vida em resgate por mim e por você, e por todo mundo.
Por nos amar, Jesus escolheu a cruz, o caminho de Deus, e nós só temos duas opções:
Escolher o caminho do “eu” ou escolher o caminho de Deus.
Escolher o caminho de “satanás”, do egoísmo ou o caminho do amor, abnegação e sacrifício do próprio eu.
Escolher o caminho da loucura ou o caminho da fé.
Escolher o caminho de uma vida vazia sem Cristo ou o caminho de uma vida plena em Jesus.
Escolher o caminho da desobediência à Palavra de Deus, ou o caminho da obediência.
Escolher o caminho da morte eterna ou o caminho da vida eterna.
Para os que não compreendem, a fé cristã é loucura, mas para os verdadeiros crentes, é uma grande esperança.
Nas palavras do apóstolo Paulo em 1Coríntios 1.18 nós lemos:
1Coríntios 1.18 NAA
18 Certamente a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, ela é poder de Deus.
Qual é a sua decisão? Você deseja hoje seguir o caminho de Deus, que conduz à vida eterna? Quero orar com você!
Related Media
See more
Related Sermons
See more