Lição 10: A oração deve ser específica
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Marcos 10.51 “Perguntou-lhe Jesus: Que queres que eu te faça? Respondeu o cego: Mestre, que eu torne a ver.”
-O homem cego gritava alto e repetidamente: “Filho de Davi, tem misericórdia de mim!”. O clamor alcançou o ouvido do Senhor. Ele sabia o que o homem queria e estava pronto para lhe conceder isso. Mas antes que o fizesse, Ele lhe perguntou: “Que queres que eu te faça?”. Ele queria ouvir de seus lábios, não somente o pedido geral por misericórdia, mas a expressão específica de qual era o seu desejo. Enquanto ele não expressasse isso, não seria curado.
-Nossas orações não podem ser um apelo vago por Sua misericórdia, um clamor indefinido por bênçãos, mas uma declaração específica de uma necessidade definida. Não que Seu coração amoroso não entenda nosso clamor, ou não esteja pronto para ouvi-lo. Mas Ele deseja que seja assim para nosso próprio bem. Orações específicas nos ensinam a conhecer melhor nossas próprias necessidades. Elas exigem tempo, meditação e autoanálise para descobrir o que de fato é nossa maior necessidade. Elas nos sondam e nos colocam à prova para ver se nossos desejos são honestos e verdadeiros e se estamos preparados para perseverar. Levam-nos a julgar se nossos desejos estão de acordo com a Palavra de Deus e se realmente cremos que receberemos o que pedimos. Ajudam-nos a esperar pela resposta específica e a distingui-la quando ela acontecer.
-Grande parte de nossa oração ainda é vaga e sem sentido. Alguns clamam por misericórdia, mas não se dão o trabalho de saber exatamente por que querem isso. Outros pedem para serem libertos do pecado, mas não nomeiam nenhum pecado do qual uma libertação pode ser reivindicada. Outros ainda oram pela bênção de Deus sobre aqueles ao seu redor – pelo derramamento do Espírito de Deus no seu país ou no mundo –, mas não especificam o lugar onde eles esperam ver a resposta. Para todos o Senhor diz: “O que você quer de fato e espera que Eu faça?”.
-Cada crente possui seu próprio círculo, família, amigos e vizinhos. Se ele fosse escolher um ou mais desses por nome, perceberia que isso realmente o leva à escola de treinamento da fé e o leva a lidar de forma pessoal e precisa com seu Deus. É quando reivindicamos e recebemos pela fé as respostas nessas questões específicas que nossas orações mais gerais serão confiantes e eficazes.
-Se enquanto oramos apenas despejamos um grande número de petições, sem tirar tempo para ver se cada petição é enviada com propósito e na expectativa de obter uma resposta, poucas alcançarão resultado. Mas se em silêncio de alma nos prostrarmos diante do Senhor, poderemos fazer os seguintes questionamentos: o que realmente desejo nesse momento? Desejo de fato isso em fé, esperando recebê-lo? Estou pronto agora para apresentar isso e deixar a petição no seio do Pai? Há um acordo entre mim e Deus de que devo obter uma resposta? Devemos aprender a orar de tal forma que Deus veja e nós saibamos o que de fato esperamos.
-É por isso, entre outras coisas, que o Senhor nos alerta contra as vãs repetições dos gentios, que pensam que serão ouvidos por orarem muito. Nós muitas vezes ouvimos orações muito zelosas e fervorosas, em que um grande número de petições é feita, mas às quais o Salvador sem dúvida dirigiria a pergunta: “O que queres que eu te faça?”.
-Junto com nossas expressões de necessidade de perdão de pecado, de amor, de fé e consagração deve haver expressões específicas do que pedimos e esperamos receber. É na resposta que o Pai ama nos dar o sinal de Sua aprovação e aceitação.
-Mas a palavra do Mestre nos ensina mais. Ele não diz: “O que você deseja?”, mas: “O que você quer?”. É possível muitas vezes desejar algo sem querer isso. Eu desejo possuir determinado objeto, mas considero o preço muito alto. Então, decido não levar isso. Eu desejo, mas não quero de fato ter isso. O preguiçoso deseja ser rico, mas não quer isso. Muitos desejam ser salvos, mas perecem porque não querem de fato isso. A vontade governa todo o coração e a vida. Se eu realmente quero algo que está ao meu alcance, não descansarei até que o possua. Quando Jesus nos pergunta: “Que queres que eu te faça?”, quer saber se é de fato nossa intenção obter o que pedimos a qualquer preço, sem importar o tamanho do sacrifício. Você realmente deseja tanto isso que, mesmo que demore muito, não vai se calar até que Ele lhe ouça? Quantas orações são desejos expressados por um curto período de tempo e depois esquecidos, ou enviados ano após ano como que por obrigação, enquanto nós ficamos satisfeitos com a oração sem a resposta.
-oração da fé, que conhece a vontade de Deus através de alguma promessa da Palavra, roga por ela até que venha. Em Mateus 9.28 vemos que Jesus disse ao cego: “Credes que eu posso fazer isso?”. Em Marcos Ele diz: “Que queres que eu te faça?” (Marcos 10.51). Nas duas ocasiões Ele disse que a fé os salvara. E também disse para a mulher siro-fenícia: “Grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres”. Fé nada mais é do que a vontade com propósito descansando na Palavra de Deus e dizendo: “Eu tenho de ter isso”. Crer verdadeiramente é querer com determinação.
-Mas esse querer não é contrário à nossa dependência em Deus e à nossa submissão a Ele? De forma alguma; ao contrário, é a verdadeira submissão que honra a Deus. É somente quando o filho rende sua própria vontade em total entrega ao Pai que ele recebe do Pai a liberdade e poder para querer o que deveria...A vontade é o poder mais alto na alma: a graça deseja acima de tudo santificar e restaurar essa vontade, uma das principais características da imagem de Deus, para que seja exercida completa e livremente. Ao filho que vive somente para os interesses do Pai, que busca não sua própria vontade, mas a do Pai, que está encarregado pelo pai de cuidar de seus negócios, para esse filho Deus fala com toda a verdade: “Que queres que eu te faça?”.
-É muitas vezes a lentidão espiritual, sob a aparência de humildade, que confessa não ter vontade alguma, porque teme o trabalho de buscar a vontade de Deus, ou, quando encontrada, teme a batalha para reivindicar isso em fé. A verdadeira humildade é sempre acompanhada de forte fé, que somente busca conhecer o que está de acordo com a vontade de Deus, e então reivindica com ousadia o cumprimento da promessa: “Pedireis o que quiserdes, e vos será feito”.
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Senhor Jesus! Ensina-me a orar com todo meu coração e força para que não haja nenhuma dúvida Contigo ou comigo sobre o que pedi. Que eu possa conhecer o que eu desejo tão bem, que, mesmo que minhas petições sejam conhecidas no céu, eu possa também torná-las conhecidas na Terra, e registrar cada resposta que eu obtiver. Que minha fé no que a Tua Palavra prometeu seja tão clara que o Espírito possa trabalhar em mim a liberdade para querer o que virá. Senhor! Renova, fortalece e santifica toda minha vontade para a obra da oração eficaz.
Bendito Salvador! Eu realmente busco a Ti para que me reveles a maravilhosa graça que Tu mostraste a nós ao nos pedir que digamos o que queremos que Tu nos faças e ao prometer fazer tudo que quisermos. Senhor, Filho de Deus! Eu não posso compreender isso. Eu posso apenas crer que Tu na verdade nos redimiste totalmente para Ti mesmo e procuras tornar a vontade, como nossa parte mais nobre, Teu mais eficiente servo. Senhor! Eu sem reservas rendo minha vontade a Ti, como o poder pelo qual Teu Espírito pode governar todo meu ser. Que Ele tome posse de minha vontade e a guie na verdade de Tuas promessas, e a faça tão forte em oração que eu possa sempre ouvir Tua voz dizendo: “Grande é tua fé! Faça-se contigo como queres”. Amém.