PERSEGUIÇÃO LEVA À EXPANSÃO! Atos 12.20-13.3
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Grande ideia: A obra de Deus precisa ser feita na dependência do Espírito Santo de Deus para aliar perseguição com expansão.
Jesus havia anunciado aos seus discípulos que eles iriam receber o poder do Espírito Santo e que seriam suas testemunhas (a) em Jerusalém, (b) em toda a Judéia e Samaria e (c) e nos confins da terra (1.8). Temos acompanhado o curso desta expansão desde Jerusalém (caps 2-7) até toda a Judéia e Samaria (caps 8-12). O restante do livro de Atos (caps 13-28) descreve a propagação do Evangelho na extremidade oriental do mundo Mediterrâneo, e em direção ao ocidente até Roma, a capital do império. Pedro havia sido a figura principal dos doze primeiros capítulos deste livro, mas Paulo ocupa o lugar central no resto da história, naquilo que Harnack chamou de “missão e expansão do cristianismo”.
1. Deus exerce sua justiça em prol de seu povo. (12.20-23)
(a) Herodes tinha uma pendência política (uma discussão acalorada) com os de Tiro e Sidom.
Essas cidades (da Fenícia) eram rivais da Cesareia no comercio, mas dependiam das colheitas de grão de Israel para se alimentarem. E Beirute, estava crescendo em influência devido ao investimento de Herodes na construção de bolos edifícios por lá. Logo, se esta cidade prosperasse, as demais, sofreriam.
(b) Herodes resolve exibir sua grandiosidade, e Deus o pune severamente.
Esse dia indicado era de uma festa em que seriam feitos os votos pela segurança do imperador romano, e no qual Herodes Agripa “exibia espetáculos em honra a César”. Ele vestia as vestes reais.
Ele vestiu um manto todo feito de prata, e de uma textura verdadeiraemnte deslumbrante, e chegou cedo ao teatro naquela manhã; quando a prata da sua roupa se iluminou pelo reflexo dos raios do sol, brilhou de uma maneira supreendente, e era tão resplandecente que espalhava o horror àqueles que olhassem fixamente para ele.
E os seus aduladores gritavam… que ele era um deus, e acrescentavam ‘seja como um homem, de agora em diante o faremos como a alguém que é superior à natureza mortal”.
E esse historiador judeu da época (Josefo) acrescenta que o rei “nem os repreendeu nem rejeitou essa bajulação herege”.
(c) Trata-se aqui do “anjo da morte” o que executou o juízo divino sobre Herodes.
Porque o Senhor passará para matar os egípcios. Quando, porém, enxergar o sangue na viga superior da porta e em ambas as ombreiras, o Senhor passará por cima da porta e não permitirá que o Destruidor entre na casa de vocês para matá-los.
Quando o Anjo do Senhor estendeu a mão sobre Jerusalém, para a destruir, o Senhor mudou de ideia quanto a este mal e disse ao Anjo que fazia a destruição entre o povo:
— Basta! Retire a sua mão.
O Anjo estava junto à eira de Araúna, o jebuseu.
Naquela mesma noite, o Anjo do Senhor saiu e matou cento e oitenta e cinco mil homens no arraial dos assírios. De manhã, quando os restantes se levantaram, lá estavam todos aqueles cadáveres.
Uma dor aguda surgiu no seu ventre e começou de uma maneira muito violenta”.
Adicionalmente, ele registra que Herodes continuou sofrendo dores durante cinco dias, até que finalmente morreu.
(d) Deus não divide a sua glória com ninguém. E nenhum homem, por mais poderoso que seja, permanece como empecilho ao crescimento de sua igreja.
Mattew Henry diz que os tolos avaliam os homens por sua aparência exterior. E não são melhores os que se avaliam pela estima dos tais, que a cortejam e a ela se recomendam.
(e) Uma morte terrível, e que serviu de exposição do que o Senhor faz em favor de seu povo.
Calvino diz que seu corpo passou a cheirar mal por causa da podridão, de modo que ele era nada além de uma carcaça viva. Mattew Henry afirma que aquele homem, que já era podre moralmente, torna-se podre fisicamente, tal qual uma madeira podre. O corpo na sepultura é comido por vermes, mas o corpo de Herodes se tornou podre enquanto ele ainda estava vivo, criando vermes que imediatamente passaram a se alimentar dele.
2. Deus comissiona seus colaboradores. (12.24-13.3)
(a) Em meio a todo o quadro aparentemente adverso, a palavra de Deus “crescia e se multiplicava”.
Hernandes Dias Lopes: A perseguição não fecha as portas da igreja. Antes, uma igreja provada é uma igreja ousada, forte, e poderosa no testemunho. Depois dessas dolorosas experiências, não foram os inimigos que se multiplicaram e cresceram, mas a Palavra de Deus.
A palavra de Deus crescia e, em Jerusalém, o número dos discípulos aumentava. Também um grande grupo de sacerdotes obedecia à fé.
Assim, a igreja tinha paz por toda a Judeia, Galileia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor; e, no consolo do Espírito Santo, crescia em número.
(b) E a obra de Deus em Antioquia estava vivendo os seus melhores dias. (11.19-30)
(c) A igreja em Antioquia tinha uma liderança notável:
NVI:
(Ats 13:1) Na igreja de Antioquia havia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo.
A liderança deve ter sido exercida pelos cinco, “em conselho fraterno”. Aliás, não há nenhum antioqueno recém-convertido entre eles. “Simeão” tem um nome judeu; não se pode saber por que tem o cognome “Níger” = “o negro”. Ao que parece, Simeão faz parte dos homens de Cirene, citados em At 11:20. Manaém pode ser de fato o filho da ama-de-leite de Herodes Antipas ou recebeu a designação de “irmão de leite” como um título, que nas cortes gregas era conferido até mesmo sem essas ligações naturais. Seja como for, isso o caracteriza como palestino e como homem mais idoso e também humanamente importante. A jovem igreja em Antioquia precisava de homens experientes, que possuíam, através de sua relação com a primeira igreja, conhecimentos suficientes de Jesus, sua história e sua palavra. Como gostaríamos de saber mais sobre eles! De que maneira um homem do convívio de alguém como Herodes Antipas chegou à fé em Jesus? Que história divina sucedeu ali? No entanto, Lucas não tinha condições de relatar tudo isso em seu breve livro.
Boor, Werner de, Comentário Esperança, Atos dos Apóstolos (Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 2002), p. 186
(d) A igreja buscou um tempo de sensibilidade para ouvir do Senhor qual direção seguir naquele tempo de expansão missionária.
NVT:
2 Certo dia, enquanto adoravam o Senhor e jejuavam, o Espírito Santo disse: "Separem Barnabé e Saulo para realizarem o trabalho para o qual os chamei".
Este é o termo “leitorgia” (um composto de “público” e “trabalho”) do qual obtemos o termo português “liturgia”. Originalmente se referia a alguém que prestava serviço público às suas próprias custas. Isto implicava um período buscando a vontade de Deus durante o culto de adoração.
(e) A igreja primitiva jejuava:
Enquanto eles estavam adorando o Senhor e jejuando, o Espírito Santo disse:
— Separem-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.
Então, jejuando e orando, e impondo as mãos sobre eles, os despediram.
E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendaram ao Senhor, em quem haviam crido.
Pelo contrário, em tudo nos recomendamos a nós mesmos como ministros de Deus: na muita paciência, nas aflições, nas privações, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns,
Em viagens, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de assaltantes, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns, muitas vezes; em frio e nudez.
(f) Jejuar não é uma maneira de mostrar a espiritualidade, mas de se chegar mais perto de Deus e buscar sua direção. Pode ser um auxílio espiritual.
John Piper diz que, quando jejuamos nos alimentamos do pão da terra, símbolo do Pão do céu; mas quando jejuamos, não nos alimentamos do símbolo, mas da própria essência, ou seja, nos alimentamos do próprio Pão do céu. Jejuar é amar a realidade acima do emblema. O alimento é bom, mas Deus é melhor. A comunhão com Deus deve ser a nossa mais urgente e apetitosa refeição. Nós glorificamos a Deus quando o preferimos acima dos seus dons.
(g) O verbo “separar” aqui tem elementos interessantes:
αφοριζω aphorizo
de G575 e G3724; TDNT - 5:454,728; v
1) separar de outros pelo estabelecimento de limites ou uso de critérios, limitar, separar
1a) no mal sentido: excluir por causa de má reputação
1b) no bom sentido: apontar, separar para algum propósito
(h) O chamado missionário é um “chamado de Deus para si”: προσκαλεομαι
John Stott vai dizer que fazendo a obra de Deus do jeito como percebemos neste texto vamos nos livrar de dois extremos perigosos: individualismo e institucionalismo.
Hernandes Dias Lopes: O Espírito Santo não age à parte da igreja, mas em sintonia com ela. É a igreja que jejua e ora. É a igreja que impõe as mãos e despede, mas é o Espírito quem envia os missionários. Assim, os missionários exercem seu ministério pelo Espírito Santo.
(i) E:
Ao término dessa ocasião especial de oração e jejum, eles os despediram. Em todas as outras ocorrências no Novo Testamento, essa expressão foi traduzida (KJV) como “libertar”. A igreja libertou estes homens de suas obrigações domésticas para que pudessem desempenhar uma obra em outras nações.
3. Outras aplicações:
(a) A obra de Deus não precisa de defensores. “Não se pode defender um leão”, já dizia Spurgeon.
Isaltino Gomes Coelho Filho: Os que tentam impedir a marcha da obra de Deus são afastados por ele.
No capítulo anterior houve a opressão de Herodes, que terminou com a sua morte. Neste há a perturbação ocasionada por Elimas, que fica temporariamente, cego. A igreja sempre enfrentará dificuldades, mas, seus adversários sempre serão punidos pelo Senhor. Ela não deve desanimar, mas continuar sua luta. Deus pune os adversários de sua obra.
Não diga: “Vou me vingar do mal”;
espere no Senhor, e ele o livrará.
Então Jesus lhes disse:
— Não é fato que eu escolhi vocês, os doze? Mas um de vocês é um diabo.
Ele se referia a Judas, filho de Simão Iscariotes, porque este, sendo um dos doze, era quem o haveria de trair.
Jesus respondeu:
— É aquele a quem eu der o pedaço de pão molhado.
Então Jesus pegou um pedaço de pão e, tendo-o molhado, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. E, depois que Judas recebeu o pedaço de pão, imediatamente Satanás entrou nele. Então Jesus disse:
— O que você pretende fazer, faça-o depressa.
(b) A saúde de uma igreja depende da saúde de sua liderança.
Charles Swindoll: As frases “palavra de Deus”, “palavra da verdade”, “o ensino do Senhor”, a “lei e os profetas” e as “boas novas” são mencionadas quinze vezes nos capítulos treze e quatorze (13.5, 7, 12, 15a, 32, 44, 46, 48, 49, 14.3, 7, 15, 21, 25).
(c) A igreja precisa estar disposta a abrir mãos dos seus melhores líderes para o campo missionário.
Charles Spurgeon: Em geral a minha resposta é: "É, entendo. Você fracassou em tudo mais, e daí acha que o Senhor o dotou especialmente para o Seu serviço; mas receio que você se esqueceu de que o ministério precisa dos melhores homens, e não dos que não conseguem fazer nenhuma outra coisa". O homem que teria sucesso como pregador, provavelmente se sairia bem como merceeiro, advogado ou qualquer outra profissão. Um ministro realmente de valor seria ótimo em qualquer outra ocupação. Dificilmente haverá alguma coisa impossível para o homem que mantém unida uma igreja durante anos, e que é capaz de edificá-la através de centenas de domingos consecutivos. Tem que possuir algumas habilidades, e de modo nenhum pode ser um tolo ou um imprestável. Jesus Cristo merece os melhores homens para pregarem a Sua cruz, e não os cabeças ocas e os desvalidos.
(d) Nada deve acontecer na igreja se não tiver em consonância com a agenda do Espírito Santo para ela.
ARA:
(Ats 1:8) mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.
Ilustr.:
Um dia, certo cristão rico disse a um de seus jovens: "Tiago, suponhamos que eu tome um tinteiro, tape-o hermeticamente, amarre um cordão comprido no seu gargalo, jogue-o ao rio, segurando porém a ponta do cordão, e comece a puxar o cordão para cima e para baixo depois. Quanto tempo necessitaria para limpá-lo bem, por dentro?"
O jovem com um sorriso contestou: "Nunca poderia limpá-lo." O chefe tomou isto como uma ilustração a fim de mostrar ao jovem que o batismo nunca pode limpar o homem interior porque isto é obra do Espírito santo. – Sunday School Times.