Arrogância sem sentido

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Tiago 4.13-17

Introdução:
Qual é a vontade de Deus? É exatamente essa frase que não passava nas mentes das pessoas que Tiago irá exortar nesse trecho da sua carta. E por vezes até mesmo quando falamos essa frase pode não passar de uma mera frase de efeito, pois você já se decidiu totalmente, e espera que falando isso Deus faça a sua vontade, e não a dele. Podemos falhar facilmente nesse ponto, e infelizmente esquecemos que: IH: Deus é a parte essencial dos nossos planos. Partindo de duas razões entenderemos a importância disso no texto. A primeira é:
A. Porque ele é o soberano (13-15)
1. Nessa seção Tiago ainda está advertindo sobre o perigo do uso indevido da língua, mas nessa parte conectando a um sentimento pouco mais profundo, a arrogância.
2. No primeiro verso, a advertência se encontra em “atendei, agora”. Aqui fica claro a troca de referente. Essas pessoas precisam “ter atenção” ao que vai ser dito agora.
3. Aqueles que dizem a frase sintetizada no verso 13, são os que precisam ouvir exortações.
4. Nessa parte da carta, Tiago utiliza tanto Pv 27.1 , quanto relembra a ideia tratada por Jesus na parábola de Lucas 12 16-21, na qual ele adverte sobre o perigo da avareza.
5. Note que no seguimento do verso 13, as palavras utilizadas como “iremos para cidade tal” e “negociaremos” “Lucro”.
6. Pode indicar que as pessoas que diziam essas palavras eram comerciantes que tinham boas condições, e necessitavam viajar para concluir seus negócios.
7. O que seria mais natural tendo em vista os termos citados.
8. Há uma outra coisa que fica claro nesse verso, a pessoa que dizia tinha convicção de que levaria ao fim suas pretensões.
9. Perceba que isso não é meramente um plano, o que não é errado, mas trata-se de certeza, essa pessoa não via como seria possível dar errado seu planejamento.
10. A grande questão é: Qual o fator principal para isso dar certo mediante esse pensamento?
11. Em outras palavras, quem seguia essa ideia deixava claro que ela mesma poderia determinar seu fracasso ou sucesso.
12. Ao ponto que não colocar Deus para de algum modo abençoar, ou procurar entender se essa era a vontade dele.
13. Deus saiu de cena na mente dessa pessoa, e ela tomou o seu lugar.
14. Temos um indivíduo que segue sua própria vontade, voltando à parábola de Lucas, o personagem retratado nela tinha esse mesmo pensamento.
15. Note como essas pessoas são parecidas Lucas 12.18–19 “E disse: Farei isto: destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te.”
16. Ele próprio era o seu “selo do sucesso”, mas sabemos como acabou a sua situação, não passava de um louco como é dito no verso 20.
17. No progresso do verso 13, veja como Tiago descreve o pensamento: A certeza de chegar no local, o tempo exato da estadia, a certeza de negociar, e o principal, terá lucro.
18. Ou seja, preciso de Deus para alguma coisa? Não! Já sou autossuficiente, o mesmo sentimento expresso na parábola.
19. O grande problema disso é expressado por Tiago no verso 14, “vós não sabeis o que sucederá amanhã”.
20. Aqui, há um lembrete do que é dito em Pv 27.1 que diz: “Não sabes o que te trará a luz”, o máximo que sabemos é o que aconteceu no dia de hoje, mas o que podemos ter certeza sobre amanhã?
21. A grande crítica é a essa certeza que não está dentro da nossa capacidade. Temos um conhecimento limitado sobre os dias, não somos videntes.
22. Talvez tenhamos uma imaginação fértil, mas o que ela pode produzir não passa de um sonho bobo.
23. Tanto é que ele diz: “Que é a vossa vida?” sendo que vida é uma referência a totalidade da pessoa, isso soa bem parecido com o que é dito no verso 12, “quem és”?
24. Do mesmo modo que os irmãos não poderiam tomar um juízo além do já prescrito na Escritura, eles também não poderiam fazer um plano desse modo, o modo está errado!
25. Pois seguindo assim, não se está levando em consideração quem a pessoa é, pois somos como neblina como é dito no verso.
26. A neblina permanece para sempre? Não! Se viesse um vento acabava com ela.
27. Também é uma realidade para nós, também aparecemos por um instante e somos rapidamente dissipados.
28. Em nós mesmos não podemos ter segurança de nada, apesar do dinheiro “comprar quase tudo” ele não pode comprar a certeza do amanhã.
29. Não podemos controlar o amanhã, ele é como um vapor que não podemos segurar em nossas mãos.
Aplicação:Por isso irmãos, nosso planejamento não pode ser feito partindo da dependência de qualquer pessoa ou de nós mesmos, isso é confiar na incerteza e dá espaço à arrogância.
30. Logo, o conselho presente no verso 15 é bem útil.
31. Mas até aqui, devemos entender algo, e ficará mais claro adiante no texto, as pessoas que tinham esse pensamento eram cristãs, logo, eu e você podemos cair no mesmo erro, precisamos ter atenção se não estamos confiando em nós mesmos ao planejar nossa vida.
32. Assim no verso 15, a expressão “Em vez disso” acaba demonstrando o que deveria ser em primeiro lugar nessas ocasiões.
33. Aqui não é uma simples oposição, mas dá a ordem que deve ser seguida.
34. Em primeiro lugar, quando você está planejando algo, o que deve lembrar? - E Deus, qual é a vontade dele para minha vida? Esse é o primeiro passo!
35. O verso 15 traz à tona algo que tinha sido esquecido naquele pensamento do verso 13. “Não só viveremos”, o que passou batido aos comerciantes foi: E será que vou estar vivo?
36. Aqui aparece, se for da vontade de Deus além de estarmos vivos, ainda levaremos à conclusão os nossos planos.
37. Mas dentro do meu planejamento, Deus deve ser essencial, ele não pode ser esquecido de modo algum.
38. No entanto aqui, o dinheiro que determinava como a vida seguiria em frente.
39. Quantas pessoas no leito de hospital respirando por aparelhos, estavam com a conta estourando de cheia, vários zeros, mas o que essa conta pode fazer? Nada! Ela não pode comprar a saúde deles, porque quem é o soberano sobre os homens é Deus, e não o que as pessoas têm.
40. Por isso lá no verso 10 do primeiro capítulo os ricos são chamados a se gloriar na sua insignificância, porque diante de Deus somos todos pequenos e totalmente dependentes do seu favor.
41. Sempre quando nos colocamos como a garantia do nosso sucesso, estamos pedindo para se sentar no trono de Deus e o colocar de pé diante de nós.
42. Vai dar certo? - Que é a vossa vida? Quem é você para fazer isso, é apenas neblina e almejar coisas tão impossíveis!
43. Essa convicção expressa no verso 13 é descrita com bastante seriedade por Tiago. E notaremos isso nos dois últimos versos que expressam outra razão de porque Deus é essencial:
B. Porque excluí-lo é uma arrogância maligna (16-17)
1. Um ponto importante será colocado agora texto, não havia apenas a arrogância de determinar seus planos sem Deus.
2. A outra coisa que acontecia é se vangloriar/gabar-se disso.
3. Aqueles crentes não estavam deixando apenas Deus de lado em seus planos, mas somava isso com se vangloriar disso.
4. É como se uma pessoa declarasse o seguinte: Pronto eu disse que ia fazer a viagem dos meus sonhos, e consegui, nem precisei de Deus, eu só preciso de mim mesmo.
5. E saísse falando como uma vantagem para todos. - Faz que nem eu, deu certo, isso que importa -. Deus não faz diferença.
6. Ao sabermos que devemos colocar diante de Deus nossos planos e não fazemos isso, e ainda nos gabamos, estamos num relacionamento sério com o orgulho.
7. Porém, como já foi demonstrado anteriormente, podemos fazer isso? Não!
8. Somos neblina, por isso Tiago qualifica essa jactância/vanglória como má. Não faz sentido agir assim!
9. Entenda que a palavra jactância não é má, até porque Tiago já a utilizou nos versos 9 e 10 do primeiro capítulo descrevendo como ela deve ser. Lá é traduzida como “glorie-se”.
10. O erro está em se vangloriar em algo que exclui Deus e te coloca num pedestal que você não é digno.
11. Nesses versos onde a palavra aparece é dito para que os pobres se gloriem na sua dignidade e os ricos na sua insignificância. Este é o modo correto.
12. Pois cada um não fere em como a pessoa deve ser enxergar diante de Deus.
13. No entanto, o modo aqui criticado é maligno como aponta o final do verso 16. E, talvez, possamos não fazer exatamente como eles, mas se fazemos parecido está igualmente errado. “semelhante a essa” Toda vez que nos orgulhamos da nossa própria capacidade estamos nos vangloriando equivocadamente.
14. O contraste aqui é o modo como isso é feito, o tipo de jactância, como acontece na carta sobre os tipos de fé.
15. Qual a fé correta? A que as obras acompanham.
16. E qual a jactância permitida? A que não é baseada em arrogantes pretensões.
17. Pois, nós como neblina queremos ser uma algo além disso, e agindo assim, não levamos em conta nossa insignificância.
18. Este comportamento é uma percepção mundana de si mesmo, e uma evidência de que a sabedoria do mundo quem rege sua vida.
19. Tiago conclui a advertência no verso 17, e a expressão “fazer o bem” está ligada ao que é dito no verso 15, esse é o sentido de fazer o bem no texto. Pois algumas vezes tiramos esse texto do contexto, sem notar qual a conclusão que o autor chegou.
20. E de modo mais profundo ele deixa bem claro que pecado não é apenas aquilo que eu faço, aquilo que eu deixo de fazer também é.
21. Omissão é pecado diante de Deus.
22. A conclusão de Tiago acerta profundamente aqueles corações, porque descreve que isso é deixar de dar o crédito devido para Deus e o roubar para si.
23. Muitas vezes irmãos criamos métodos infalíveis para fazer nossos negócios darem certos, tal qual essas pessoas faziam.
24. Às vezes você não precisar ter o dinheiro, mas se você levantar todo dia bem cedo, ou estudar uma quantidade certa de horas por dia.
25. Você conquista tudo o que você quer, você já sabe o método, basta colocar ele em prática!
26. O método, que não é pecado em si mesmo, se torna pelo modo que você o utiliza! Pois está dando mais confiança para ele do que para Deus.
27. Lembre-se sempre, que o Sol se levanta com seu ardente calor, e a erva seca.
28. Há coisas que você não controla, e o melhor caminho é sempre depender de Deus! Isso é fazer o bem, e se gloriar nele é a estrada correta.
Aplicação: Tenha cuidado para o “se Deus quiser” não se tornar um jargão que garante o sucesso dos seus planos, isso é usar Deus e não depender dele.
Conclusão: Muitas vezes irmãos, não deixamos isso claro, mas confiamos no nosso próprio planejamento. Como disse certa vez Agostinho:
Cuidado para não se desesperar consigo mesmo: você foi ordenado a colocar sua confiança em Deus, e não em si mesmo. Pense em quantas você não deixou de confiar em Deus pelo motivo de que você confiava mais no que poderia fazer e não conseguiu. Faça o correto, planeje colocando cada letra nas mãos do Senhor.
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