Efésios 4.17 - 5.2 - As marcas da nova vida em Cristo.

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Bloco 1

A santidade cristã oposta à dissolução
17 Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, 18 obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração, 19 os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza. 20 Mas não foi assim que aprendestes a Cristo, 21 se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus, 22 no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, 23 e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, 24 e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.
Ideia central do bloco: A nova vida dos crentes precisa ser caracterizada pela rejeição do antigo comportamento ímpio à luz da renovação que Cristo produziu dentro deles (4.17–24).

O antigo comportamento dominado pelo mundo e pela carne precisa ser abandonado (4.17–19).

v.17 que não mais andeis como também andam os gentios seguindo a vaidade de seus pensamentos
JOÃO CALVINO: Paulo então continua para dizer aos efésios quais frutos seu ensino deve produzir na vida dos cristãos, a saber, a natureza do crescimento que deve se seguir ao seu ensino. Para aqueles que foram ensinados por Cristo e iluminados pela sua doutrina da salvação, seria totalmente absurdo viver como os incrédulos e seguir suas vaidades.
Paulo diz que a mente dos gentios incrédulos é cheia de futilidade… Em relação ao reino de Deus e à vida espiritual, a luz da razão humana não é melhor que trevas. Verdadeiros princípios são como faíscas, mas essas faíscas são apagadas pela depravação humana antes que possam ser utilizadas. Por exemplo, todos sabem que há um Deus e devemos adorá-lo, mas o vício e a ignorância em atividade em nós transformam esse conhecimento confuso num ídolo e o adoramos em lugar do verdadeiro Deus…
A razão e o entendimento que os seres humanos possuem os deixam sem justificativa aos olhos de Deus, mas, enquanto puderem viver segundo seus próprios desejos, eles apenas vaguearão, escorregarão e tropeçarão em seus propósitos e ações.
v.19 os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza
O pecado entorpece a consciência.
ROBERT ROLLOCK: onde há algum tipo de impureza e pecado, ali a consciência é privada de arrependimento. E onde a consciência não sente arrependimento, há ignorância de Deus, pois a consciência depende de um conhecimento de Deus, e a aversão ao pecado e o sentimento de arrependimento vêm da consciência. Por isso, é provável que aqueles que vemos caindo em todos os tipos de pecado não sintam nenhum remorso e, quando vemos que não têm consciência, é certo que eles não conhecem a Deus.

A renovação produzida pela presença de Cristo exige que velhos padrões de comportamento sejam abandonados em favor de mente e caráter renovados (4.22–24)

v. 21 segundo é a verdade em Jesus
Restaurando a imagem de Deus em nós. Robert Rollock: somente essa estúpida pregação, como parece às pessoas deste mundo, pode restaurar a imagem de Deus. A pregação que é modesta em palavras é modesta em seu objeto; o discurso é humilde, o tema é o homem que foi crucificado. A lógica aqui é que somente essa pregação do evangelho, que é acompanhada do Espírito de regeneração, que é o próprio Cristo, o poder de Deus e a sabedoria de Deus que pregamos, é que é poderosa, pelo seu Espírito, para a regeneração e a salvação daqueles que o ouvem pregado. Portanto, somente essa pregação pode conceder o conhecimento que é eficaz para a santificação e para a restauração da imagem de Deus em nós
v.24 revistais do novo homem, criado segundo Deus
A imagem de Deus em nós deve ser restaurada. João Calvino: isso significa apenas que devemos ser renovados no nosso espírito, começando pela mente, que parece ser a parte de nós que é menos tocada pelo pecado. A palavra criado pode se referir ou à nossa primeira criação em Adão, ou à mudança produzida pela graça de Cristo. Em qualquer dos casos, as palavras serão justas e verdadeiras. Adão foi criado à imagem de Deus para que pudesse refletir a justiça de Deus. Mas essa imagem foi destruída pelo pecado e agora deve ser restaurada em Cristo. A regeneração dos piedosos não é nada menos do que a reforma da imagem de Deus neles. Mas a graça de Deus na segunda criação é muito mais rica e mais poderosa que na primeira. As Escrituras apenas dizem que nossa maior perfeição consiste em nossa conformidade e semelhança com Deus. Adão perdeu a imagem que tinha recebido originalmente, por isso é necessário que essa imagem seja restaurada por Cristo. É por isso que Paulo ensina que o propósito da regeneração é nos afastar do erro e nos conduzir ao objetivo para o qual fomos originalmente criados.
WOLFGANG MUSCULUS: Paulo faz bom uso da palavra revistais. Ele compara a aparência externa de nossa vida com uma roupa que, bem ou mal, cobre nosso corpo e na qual vivemos e nos movemos aos olhos das pessoas. A condição da nossa vida e do nosso comportamento é exatamente essa. Nós a usamos como uma roupa e assim nos movemos na sociedade decente ou vergonhosamente. Em alemão, dizemos: “Você deve usar outras roupas”, com o que queremos dizer que a pessoa deve mudar a maneira como vive.

BLOCO 2

Exortações à santidade
25 Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros. 26 Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, 27 nem deis lugar ao diabo. 28 Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado. 29 Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. 30 E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção. 31 Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. 32 Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou. 1 Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; 2 e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave.
IDEIA DO CENTRAL DO BLOCO: A nova vida dos crentes precisa ser caracterizada pela justiça e pelo amor. (4.25–32).
A mentira precisa dar espaço à verdade por causa da interdependência dos membros do corpo (4.25).
A ira precisa de tratamento imediato para que não induza ao pecado (4.26–27).
A diligência no sustento de si mesmo e de outros precisa substituir a desonestidade (4.28).
A linguagem suja e destrutiva precisa ser substituída por palavras que curam ao transmitir o amor de Deus (4.29).
v.29 Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe
Devemos controlar nossa língua. Martin Bucer: os seres humanos foram criados para louvar a Deus, por isso seus pensamentos e ações, incluindo todas as suas falas, devem ser destinados a produzir em si mesmos e dar aos outros aquilo para o que foram criados. Portanto, se dissermos algo que não ajude nosso próximo ou quem nos ouve a nascer de novo para uma vida santa, ou não o incentive a viver bem, ou de modo que Deus não seja publicamente glorificado, então isso não deveria sair da nossa boca. É certo que devemos controlar nossos gracejos para não ofender ninguém. Devemos nos adaptar às pessoas de uma maneira que as edifique e as lembre de suas responsabilidades.
Preste atenção na sua língua. DAVID DICKSON: [Paulo lhes pede] para dar atenção aos pecados da língua. Eles não devem falar coisas obscenas, perniciosas ou não proveitosas, que não promovam a glória de Deus nem seu próprio desenvolvimento ou o de outras pessoas. Ao contrário, devem falar coisas honestas e que levem à edificação do próximo.
v.30 E não entristeçais o Espírito de Deus,
Cada parte nossa pertence a Deus. JOÃO CALVINO: como o Espírito Santo habita em nós, cada parte da nossa alma e do nosso corpo deve ser dedicada a ele. Se nos entregarmos a algo que seja impuro, o expulsamos de sua casa. Paulo atribui sentimentos humanos ao Espírito Santo para nos fazer entender o que está envolvido… Como Deus nos selou pelo seu Espírito, nós o incomodamos quando não seguimos sua orientação. Nenhuma linguagem pode expressar adequadamente a seriedade da declaração de que o Espírito Santo se alegra quando somos obedientes a ele e se entristece quando damos lugar a coisas que são indignas do nosso chamado.
O Espírito Santo é como um selo que nos distingue dos réprobos, o qual fica impresso no nosso coração para nos assegurar da graça da adoção. O selo continuará até o dia em que Deus nos der a posse da herança que nos prometeu.
Efésios 5.1–2 (ARA)
Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave.
O filho deve retribuir o amor de seu pai. MARTIN BUCER: nesse capítulo, Paulo faz duas coisas importantes. Em primeiro lugar, ele continua com sua clara exortação para mortificar o pecado e a carne e desenvolve o argumento no final do capítulo anterior. Deus perdoou nossos pecados, que são infinitos e sérios; logo, não devemos perdoar os outros pelos seus pecados menores e insignificantes? Os filhos devem imitar um bom pai para não se tornarem maus. Deus é o melhor Pai que podemos ter. Portanto, vocês devem imitá-lo. É por isso que Paulo acrescenta “como filhos amados”. Quanto mais os filhos são amados pelo pai, mais devem amá-lo. Deus os amou mais do que qualquer outro, por isso vocês devem amá-lo tanto quanto puderem. Vejamos como foi grande seu amor por vocês. Ele não poupou seu Filho, mas o enviou para morrer por nós e colocou sobre seus ombros os pecados de todos nós. Esse não é o maior amor que pode existir? Quanto a Cristo, ele se esvaziou e se tornou homem por nossa causa. Embora fosse Deus, assumiu a forma de servo, e, assim, o Senhor de todos viveu entre pecadores. Ele suportou muitas coisas terríveis e sofreu voluntariamente a mais vergonhosa morte por nossa causa. Quem pensar seriamente sobre isso repudiará imediatamente qualquer desejo que possa ter de causar dano ao próximo e o abraçará como parte de si mesmo, com o maior amor e todo tipo de ajuda. Esse é o amor que deve existir entre os cristãos. Se não existe e se não é completamente sincero, não conseguiremos perdoar uns aos outros de coração. Para que isso aconteça, nenhuma razão pode ser mais persuasivo do que o exemplo de Cristo. É por isso que Paulo diz: “andai em amor, como também Cristo nos amou”.
Martin Bucer foi um teólogo e reformador religioso do século XVI. Bucer inicialmente tornou-se um monge dominicano, mas depois se converteu ao Protestantismo e tornou-se um dos principais líderes da Reforma na Alemanha.
David Dickson foi um teólogo escocês do século XVII, reformado escoces.
Robert Rollock foi um teólogo escocês do final do século XVI e início do século, conhecido por seu papel na Reforma Protestante na Escócia e por sua contribuição para a educação teológica.
Wolfgang Musculus foi um teólogo reformado do século XVI, nascido em 1497 e falecido em 1563. Ele foi uma figura importante durante a Reforma Protestante na Europa Central, particularmente na região da atual Alemanha.
João Calvino (Jean Calvin em francês) foi um teólogo e líder da Reforma Protestante do século XVI.
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