(Êx 25:23-30) O Pão da Proposição

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O tabernáculo do êxodo era um novo passo maravilhoso no plano da salvação, pois Deus desceu para viver com seu povo e para ser o seu Deus. Mas o tabernáculo último é Jesus Cristo, pois “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14a). Este é o evangelho segundo o tabernáculo.
Precisamos de princípios confiáveis para interpretar o tabernáculo:
(1) Um desses princípios é usar o Novo Testamento como chave para abrir o Antigo Testamento. Várias passagens do Novo Testamento explicam o que o tabernáculo significava. O livro de Hebreus chama o tabernáculo “figura e sombra das coisas celestes” (Hb 8.5). Chama o tabernáculo também de “parábola” (Hb 9.9) do “maior e mais perfeito tabernáculo” (Hb 9.11). Para garantir que entendemos o que ele pretendia ilustrar, Hebreus explica como o tabernáculo está ligado a Cristo e especialmente o acesso a Deus que agora temos por meio de seu sangue sacrificial.
(2) Outro princípio de interpretação confiável é estudar como um detalhe é usado em seu contexto original. Se algo tem uma função simbólica no Antigo Testamento, então, muito provavelmente, está vinculado à trama principal da salvação na Bíblia e pretende nos apontar para Cristo. No entanto, se algo não tiver um significado espiritual no contexto do Antigo Testamento, devemos ter o mesmo cuidado de não lhe atribuir um significado de modo a estabelecer algum vínculo arbitrário com Cristo.
Êxodo 25.23–30 “Também farás a mesa de madeira de acácia; terá o comprimento de dois côvados, a largura, de um côvado, e a altura, de um côvado e meio; de ouro puro a cobrirás e lhe farás uma bordadura de ouro ao redor. Também lhe farás moldura ao redor, da largura de quatro dedos, e lhe farás uma bordadura de ouro ao redor da moldura. Também lhe farás quatro argolas de ouro; e porás as argolas nos quatro cantos, que estão nos seus quatro pés. Perto da moldura estarão as argolas, como lugares para os varais, para se levar a mesa. Farás, pois, estes varais de madeira de acácia e os cobrirás de ouro; por meio deles, se levará a mesa. Também farás os seus pratos, e os seus recipientes para incenso, e as suas galhetas, e as suas taças em que se hão de oferecer libações; de ouro puro os farás. Porás sobre a mesa os pães da proposição diante de mim perpetuamente.”
Ryken: “A mesa no Lugar Santo continha doze pães sagrados e também vários pratos, recipientes, jarros e taças. Supostamente, os pratos eram para os pães. Os recipientes serviam para o incenso (veja Lv 24.7). Os jarros e taças eram para “oferecer libações” (25.29). Mas essas ofertas não eram feitas no Lugar Santo; eram feitas no altar, no átrio, do lado de fora. Por que, então, os jarros e as taças eram guardados no Lugar Santo? Talvez os sacerdotes mantivessem esses utensílios sagrados seguros no Lugar Santo e simplesmente os levassem para fora sempre que ofereciam uma libação a Deus.”
Sobre o pão:
Levítico 24.5–9 “Também tomarás da flor de farinha e dela cozerás doze pães, cada um dos quais será de duas dízimas de um efa. E os porás em duas fileiras, seis em cada fileira, sobre a mesa de ouro puro, perante o Senhor. Sobre cada fileira porás incenso puro, que será, para o pão, como porção memorial; é oferta queimada ao Senhor. Em cada sábado, Arão os porá em ordem perante o Senhor, continuamente, da parte dos filhos de Israel, por aliança perpétua. E serão de Arão e de seus filhos, os quais os comerão no lugar santo, porque são coisa santíssima para eles, das ofertas queimadas ao Senhor, como estatuto perpétuo.”
Ryken: “O pão da proposição era assado no dia anterior ao sábado. Então, no sábado, os sacerdotes comiam o pão velho e colocavam os doze pães novos na mesa...
1Samuel 21.6 “Deu-lhe, pois, o sacerdote o pão sagrado, porquanto não havia ali outro, senão os pães da proposição, que se tiraram de diante do Senhor, quando trocados, no devido dia, por pão quente.”
1Crônicas 9.32 “Outros dos seus irmãos, dos filhos dos coatitas, tinham o encargo de preparar os pães da proposição para todos os sábados.”
...Não eram pães no sentido moderno, mas grandes bolos redondos. O pão “era feito de farinha de trigo fina, sem dúvida sem fermento, mas batido, assado na forma de doze pães, cada um contendo um quinto de um efa de farinha de trigo (mais ou menos quatro litros) [...] provavelmente [...] com um diâmetro de 30 centímetros e uma grossura de 10 centímetros – um pão em tamanho família”. A maioria das traduções modernas afirma que os pães eram dispostos em duas fileiras, mas eles podem ter sido empilhados em grupos de seis. Esse era o pão da proposição na mesa de ouro do tabernáculo.”
A maioria das instruções que Deus deu para a mesa não era simbólica, mas funcional. Não há nenhum significado especial na madeira de acácia, na borda, nas quatro argolas ou na louça. Esses detalhes não têm nenhum significado simbólico, nem em seu contexto original nem no Novo Testamento. Portanto, não devemos procurar nenhum significado oculto. A única coisa que era claramente simbólica era o pão da proposição. Na verdade, a razão pela qual existia uma mesa era sua função de fornecer um lugar para o pão. Era a “mesa da proposição” (2Cr 29.18). O importante era o pão, não a mesa.
Os Pães da Presença
Pra que os pães ali? Na cultura pagã o alimento fica disposto perante falso deus pra alimentar esse falso deus. Até hoje a oferenda é pra alimentar a entidade. Mas não era o caso do pão da proposição. Paulo diz: Atos dos Apóstolos 17.25 “Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais;”
Na verdade somos nós que dependemos de Deus. Era isso que o pão significava. Representava o cuidado providencial de Deus.
Ryken: “Vale observar que havia 12 pães – um pão para cada uma das 12 tribos de Israel; cada tribo tinha um lugar à mesa. É significativo também que o pão estava na presença de Deus. Por isso, era chamado de “pão da proposição” – literalmente, estava “diante da face de Deus” (25.30). E estava lá sempre. Assim que um conjunto de pães começava a ficar velho, era substituído por pão fresco. Isso era um lembrete perpétuo do cuidado providencial de Deus. O povo trazia o pão diretamente para a presença de Deus – não para benefício dele, como se ele fosse capaz de se esquecer daquilo que seu povo precisava, mas para o benefício do povo. O pão da proposição simbolizava a consciência constante que Deus tem das necessidades diárias do povo. Caso os israelitas se sentissem tentados a duvidar da sua providência, o pão os lembraria que suas necessidades estavam sempre diante dele. Deus via aquilo de que eles precisavam. Suas necessidades estavam sempre em sua mente.”
E o pão da proposição simbolizava ainda outra coisa: a comunhão de Deus com seu povo. No capítulo 24, Moisés e os anciãos tiveram comunhão com Deus em torno de sua mesa. Eles “viram a Deus, e comeram, e beberam” (24.11). Mais tarde, esse privilégio se estendeu aos sacerdotes de Israel. No fim de cada semana, eles assavam 12 pães novos. Então, comiam o pão sagrado da semana anterior. Durante toda a semana, o pão ficava na presença de Deus, simbolizando sua comunhão com seu povo. Permanecia ali como uma oferta de gratidão a Deus por todas as bênçãos de sua providência. Então, quando os sacerdotes comiam o pão, estavam comendo na presença de Deus, reunidos em torno de sua mesa.
Vern Poythress escreve: No antigo Oriente Próximo, compartilhar uma refeição especial era um ato de amizade e comunhão pessoal. O anfitrião assumia a solene responsabilidade de servir e proteger seu convidado enquanto comiam. Assim, Deus convida Israel a compartilhar uma refeição com ele e a desfrutar de sua proteção.
O Pão da vida
Mais do que nossos necessidades temporais diárias, precisamos ser supridos nas nossas necessidades espirituais e ternas. Mas do que das bênçãos de Deus, precisamos do próprio Deus. Mais do que dos pães da proposição, precisamos do pão da vida. Já no AT essa verdade clara. No tempo de sofrimento de Israel Deus estava ensinado algo pra eles:
Deuteronômio 8.3 “Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor viverá o homem.”
Você precisa de Deus. Você precisa se alimentar de Deus. Um dia uma multidão de pessoas foi procurar Jesus porque queriam comer. Elas queriam ter suas necessidades físicas supridas mais uma vez. Jesus disse pra elas: João 6.26 “...vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes.” Elas viram o milagre que Jesus tinha feito, de multiplicas os pães pra alimentá-las, mas ao invés de se apegar a Jesus, elas se apegaram ao pão. Elas não entenderam de fato quem era Jesus. Só queriam usar Jesus. Então ele diz:
João 6.32–33 “Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá. Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo.” João 6.35 “Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede.” João 6.51 “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne.”
Você tem ficado ansioso por causa de coisas que estão faltando? Se você é um filho, não fique assim. Deus tem cuidado de você até hoje. Tem uma coisa a que você precisa se dedicar mais: a Ele. A se alimentar mais dele. Deus a sua verdadeira satisfação. Deus é a verdadeira necessidade de todo ser humano.
Como Jesus supri essa nossa grande necessidade espiriutal? Como ele é um pão? Especialmente na cruz. Ele foi mastigado na cruz. Um pão rasgado ao meio. Ele ffoi dividido pra alimentar o seu povo.
A Vida desceu, para que Ele pudesse ser morto; o Pão desceu, para que Ele tivesse fome; o Caminho desceu, para que Ele se cansasse no caminho; a Fonte desceu, para que Ele pudesse ter sede.
Agostinho de Hipona
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