Satanás a serviço de Deus

1Pe.5.8

Fonte: Max Lucado: “Dias Melhores virão” (Cap. 4). 248.1-LUC.

Como pode Deus permitir que o Mal atinja nossas vidas, causando destruição e perda? Algo mau pode ser usado para o bem?

A Origem do Mal segundo a Bíblia:

1. Ez.28.12-15 – Satanás era um anjo que não estava contente por estar APENAS perto de Deus; queria mais. Queria estar acima de Deus. Não queria adorar a Deus; queria ser adorado e ocupar o trono de Deus.

Os anjos, como humanos, foram criados para servir e adorar a Deus. Foi dado aos anjos, como aos humanos, o livre arbítrio. Do contrário, como eles poderiam adorar? Tanto Isaias como Ezequiel descrevem um anjo mais poderoso do que qualquer humano, mais belo do que qualquer criatura, porém, mais tolo do que qualquer ser que já tenha existido. Seu orgulho foi a razão de sua queda.

2. Is.14.13,14 – observe a cadência de arrogância nas palavras “subirei”... ”erguerei”... “me assentarei”... “subirei”... “serei”... Uma vez que tentou ser como Deus, Satanás se afastou de Deus e passou a história tentando convencer-nos a fazer o mesmo. Essa foi a estratégia que usou com Eva. Gn.3.5. Ele não mudou. É tão egocêntrico agora como era naquele tempo. Anjos são inferiores a Deus – não têm de quererem ser igual ou superior a Deus. Deus está em todo lugar; anjos são limitados em onde podem estar presentes; Deus é Todo-Poderoso, anjos são limitados em poder, só têm o poder que Deus lhes concede. Portanto, mesmo Satanás ainda é um “mandado” de Deus. Quanto mais ele tenta promover sua causa, ele acaba por promover a causa de Deus!

Erwin Lutzer escreve em seu livro “A Serpente do Paraíso” que ... “o diabo é tão servo de Deus em sua rebelião quanto era nos dias de sua doce obediência ... tem papéis diferentes a desempenhar mas na dependência dos propósitos e conselho de Deus. Ele tem por obrigação o serviço de cumprir a vontade de Deus no mundo... e deve fazer o que o Todo Poderoso disser.”

O diabo deseja que nós nunca ouçamos as palavras de 1Jo.4.4 – “aquele que está em nós (o Espírito Santo) é maior do que o que está no mundo (o diabo).

Max Lucado em seu livro “Dias Melhores Virão” nos sugere Como Deus usa Satanás para fazer a obra do Céu.

1. Para aperfeiçoar os fiéis – Lembra-se de Paulo? Corria o risco da autoadmiração. Tinha audiências pessoais com Jesus, era um participante das visões celestiais, foi um apóstolo escolhido por Deus, escreveu muitos livros contidos na Bíblia, curou muitos doentes, ... Deus, que amava a Paulo, odeia o orgulho. E protegeu Paulo contra esse pecado. Ele usou Satanás para isso – 2Co.12.7. Não nos é dito qual a natureza do espinho, mas nos é dito qual o seu propósito: fazer Paulo ser humilde. Tratava-se de um mensageiro. Não se sabe que tipo de mensageiro era, mas que esse mensageiroestava debaixo do controle de Deus, a serviço de Deus. Veja agora 2Co.12.8,9 – a resposta de Paulo compreendendo o que se passava com ele. Satanás e suas forças foram simplesmente ferramentas nas mãos de Deus para fortalecer um servo.

Veja outro exemplo do Diabo coo servo de Deus: o de Jó. O diabo questionou a estabilidade da fé de Jó e Deus permitiu que Satanás o provasse – veja Jó 1.12 e 2.6 onde Deus estabelece os parâmetros da prova de Satanás para com Jó. Embora a dor e as perguntas sejam abundantes, no final, a fé e a saúde de Jó são maiores do que nunca! Não entendemos a razão da permissão do teste, mas conhecemos a sua fonte. Jó 42.11.

Satanás não tem poder – exceto aquele que Deus lhe dá. Mesmo quando parece vencer, Satanás perde.

Lutero afirmou que o diabo é ferramenta de Deus. “A enxada nunca corta o que o jardineiro pretende preservar, e nunca preserva o que o jardineiro quer arrancar”.

Satanás é usado por Deus para aperfeiçoar os fiéis.

2. Despertar os que dormem – veja o que aconteceu com Saul, por inveja de Davi. Ficou furioso contra Davi a ponto de ficar como louco. Ao invés de Saul comemorar as habilidades de Davi dadas por Deus, ficou loucamente hostil. Deus, em um visível esforço para despertá-lo desta névoa de ciúmes recrutou a ajuda de seu relutante servo Satanás. Veja 1Sm.18.10.

Há momentos que o coração fica tão duro e os ouvidos insensíveis que Deus nos leva a sofrer as consequências de nossas escolhas. Nesse caso, o demônio foi liberado para atormentar Saul.

O Novo Testamento traz momentos em que este tipo de correção aconteceu. Paulo castiga a igreja em Corinto por tolerar a imoralidade. Sobre um adultério na Igreja ele diz: “entreguem esse homem a Satanás, para que o corpo seja destruído, e seu espírito seja salvo no dia do Senhor” – 1Co.5.5.

Outro exemplo do Novo Testamento, o de Himeneu e Alexandre, dois discípulos que naufragaram na fé e influenciaram outros de modo negativo. “os quais entreguei a Satanás” diz Paulo para Timóteo, “para que aprendam a não blasfemar” (1Tm.1.20).

Por mais drástico que pareça, Deus permite que uma pessoa vivencie o inferno na terra na esperança de despertar a sua fé. É uma escolha difícil do amor santo de Deus que consiste em levar o filho a sofrer as consequências de sua rebeldia.

Talvez seja por isso que o mal ande tão desenfreado no mundo – para que o mundo acorde a respeito de sua situação de pecados e possa (pelo menos alguns) voltar-se para Deus.

Por que será que Deus entrega os seus não-adoradores às paixões infames e vergonhosas deste mundo (Rm.1.26)? Não é visando ao castigo, mas para que possa acordar, despertar do sono profundo nas águas sujas do pecado e se voltem para Deus.

O amor santo de Deus faz escolhas difíceis para trazer de volta os que precisam ser salvos. Nenhum pai tem prazer na disciplina de seus filhos, mas nem por isso deixam de discipliná-los.

3. Ensinar a Igreja – Veja Lc.22.31,32. Satanás pede permissão a Jesus para “peneirar” Pedro. Jesus permitiu. Pedro caiu. Para que? Para ter testemunho de vida e testificar às igrejas a respeito de Deus e de Jesus Cristo. Jesus estava permitindo que Pedro passasse por uma provação para que ele pudesse encorajar seus irmãos.

Deus sabe que sua Igreja precisa de testemunhos vivos e assim seus filhos podem ter sua fé provada para servir de testemunho para a Igreja. Sua dificuldade, sua doença, seu conflito estão preparando você para que possa ser um elemento encorajador de seus irmãos.

Conclusão:

Maior é o que está em nós do que o que está no mundo.