Gênesis 12.1-9
Exposição de Marcos • Sermon • Submitted • Presented
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Transcript
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Introdução
Imagine-se seguro, com seus bens e família ao redor, mas a partir dai você recebe uma ordem: “aparta-te do meio destes, vai caminhando para uma nova terra que pertencerá a você, logo te mostrarei onde ela esta; de você farei uma grande descendência, a fim de abençoares todas as nações da terra”.
Você está seguro com seus bens, sua família e vivendo próximo de seus pais, mas daí recebe essa ordem, e o fim para qual esta ordem é expressa não envolve uma benção para você, mas sim para outras famílias em eras e terras diferentes das suas. Famílias que você não conhece e nem imagina quem são.
Perceba como Deus ama da família e que o objetivo d’Ele é abençoá-las com o Evangelho como seu fundamento.
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OBSERVAÇÕES DO TEXTO
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Ainda como Abrão (não Abraão, o “pai de numerosa nação”), ele está ali na terra de seus pais:
[Ler os v.1-3]
Deus disse a Abraão e o narrador decide não explicar como Deus fala com ele, mas o fato está registrado: “disse o Senhor”. As palavras do Senhor expressão o que ele tinha de fazer, que era apartar-se (deixar) da sua família, mas ele não sabe para aonde está indo (Hb 11.8).
Porque Abrão? Você se pergunta. Essa eleição particular de Abraão só pode ser explicada pela soberania e sabedoria divina de Deus. Sobre isto Bruce Waltke diz:
Abraão prova ser um parceiro pactual fiel, mas havia outras pessoas justas naquela época, certamente Melquisedeque (Gn 14.18–20) e provavelmente um certo Daniel (Ez 14.14).
Deste modo, fica evidente que escolher este homem foi por ato de soberania e sabedoria puramente divinas.
Mas ainda sobre deixar a família, a expressão hebraica “sai” no v.1, significa “se separando terminantemente”. O reformador João Calvino faz uma paráfrase que capta o amago desta ordem que demandou fé de Abraão. Ele diz:
“Eu te ordeno que vás de olhos fechados,… até que, tendo renunciado a teu país, te terás dedicado totalmente a mim”.
Há uma estrutura pactual aqui: Deus se compromete com Abraão enquanto designa tarefa a ele. As ordens são cumpridas na fé obediente de Abraão. A promessa aqui proposta estrutura a capacidade de assumi-la pela fé. Em outras palavras: ele deveria obedecer por fé, não por vista.
O Senhor disse que faria dele uma grande nação (v.2). Essa é uma referência tanto a números (quantidade) como a significação. Há uma magnitude nesta promessa. Feita a um esposo com uma esposa estéril, que testaria a fé do mesmo ao limite máximo. Por isso estudiosos dizem: “Ao não entregar-se à incredulidade, Abraão serve como um modelo ao povo pactual”.
E o Senhor fala a Abrão ainda no v.2 que engrandecerá seu nome. O Senhor tornará o seu nome famoso. Sobre essa expressão hebraica certo comentarista diz:
No antigo Oriente Próximo, um nome não era meramente um rótulo, mas a revelação do caráter. Assim um grande nome acarreta não só fama, mas alta estima social “como um homem de caráter superior”.
Mas tornar seu nome grande, não acarretaria em torná-lo um magnata, mas sim, pois o alvo não era um império particular. A prova disto é encontrada no v.3b onde o Senhor expressa a Abraão o alvo desta aliança: “em ti serão benditas todas as famílias da terra”. Tanto que em Gl 3.8, Paulo escreve:
Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos.
E este é o evangelho, a redenção à famílias espalhadas pela terra. Isto registrado, segundo Paulo, tornava previsto que o Senhor tinha como alvo alcançar os gentios. Comunicando-lhes a justificação pela fé, a mesma que fora comunicada aqui a Abraão, que como diz Paulo em Rm 4.3 ecoando Gn 15.6, “Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça”.
Abrão escuta o Senhor e obedece, deste modo seguimos na história:
[Ler os v.4-6]
"Partiu, pois, Abrão, como lho ordenara o Senhor". Ele partiu de Harã (v.4, 5b). Mas antes de Harã, ele morou noutra cidade, também na Mesopotâmia (At 7.2) como nos informa o Diácono Estêvão. Ele partiu da região de Ur dos Caldeus. Região conhecida por sua imersão no paganismo. Por sinal, sobre isto está escrito em Js 24.2:
Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Antigamente, vossos pais, Tera, pai de Abraão e de Naor, habitaram dalém do Eufrates e serviram a outros deuses.
Como alguns estudiosos dizem: “Tera e seus filhos eram graduados em idolatria pagã”.
Mas, entende-se que Abraão morou nesta região até partir com seu pai Tera, após o falecimento de seu irmão Harã pai de Ló (isso mesmo, o mesmo nome da cidade para onde foram).
Por isso compreende-se que Ló foi com Abraão por que o mesmo não tinha descendentes e Ló não tinha pai. Especula-se que eram bem chegados, o que faz sentido mediante a forma que Abraão o tratava, até mesmo quando resolviam conflitos.
Bom, mas o texto é sobre Abrão; e ele partiu com a idade de setenta e cinco anos. Ele separou-se de seu pai em Harã. Ele saiu e levou sua esposa, o sobrinho e os bens que lhe tinha acrescido em Harã, nesse tempo que esteve ali (v.5), comprometendo-se com a viagem que fariam, mesmo sem saber até onde caminhariam.
Ele deixa seu passado e então inicia seu trajeto, a sua peregrinação. Atravessando a terra ali até Siquém, próximo a terra onde os cananeus habitavam. Esta era uma viagem longa, próxima de seus 700km, e quando Abraão chegou na região, acampou junto ao Carvalho de Moré. Um monte na região.
Abraão chega ali, e o Senhor fala com ele:
[Ler os v.7-9]
“Apareceu o Senhor a Abrão e lhe disse: Darei a tua descendência esta terra”.
Ele chega na região de Canaã, depois desta longa viagem, acompanhado de sua esposa e sobrinho e ali o Senhor lhe revela a terra que lhe pertencerá. A resposta do patriarca foi a adoração. Como diz o texto: “Ali edificou Abrão um altar ao Senhor, que lhe aparecera”.
Ele seguiu dali, mas ainda na mesma região, agora acampando entre Betel e Ai, ele edificou um altar ao Senhor. Nestes dois momentos registrados, onde o altar ao Senhor é edificado, temos um relato deste patriarca iniciando sua adoração ao Senhor, como um ato de profissão pública da sua fé. Ele inicia a adoração ao Javé após ter abandonado, à centenas de kms atrás, sua idolatria.
Depois daqui, ele seguiu sempre para o Neguebe (v.9).
Alguém pode se perguntar: “Mas ele tinha a promessa, e viu a terra que lhe fora prometida, porque não ficou ali”? E eu lhe pergunto: ele tinha filhos? Por isso, estudiosos reconhecem que haviam “barreiras” para que a promessa se cumprisse, e uma delas começava no seio de sua família. Para que ele fosse uma grande nação.
Aqui Abraão testemunha o início da promessa, a “casa” que o Senhor lhe prometera. Mas, algumas coisas precisariam acontecer antes. Deste modo, ele manteve a vida nômade durante o tempo que lhe cabia esperar fielmente no Senhor. Ele esperava enquanto caminhava, mas não esperava parado.
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TRANSIÇÃO: .
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Feitas estas considerações, deixo três desafios para nós, como famílias da aliança — o povo que era e é alvo desta promessa. Desafio para as famílias, e todos que a compõem:
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1. VOCÊ VIVE ESTA PROMESSA DO SENHOR?
O alvo da promessa era: “que as famílias da terra sejam benditas”, ou bem-aventuradas. Felizes. Claro que, falar assim é muito genérico, não é?
Felizes como? Felizes porque entendem que essa promessa lhes trará prosperidade financeira? Porque lhes trará fama entre os homens? Porque vocês serão os melhores dentre todos? Não!
Felizes, porque assim como Abraão e sua família, vocês estão livres da incredulidade, livres do pecado, e agora são servos do Deus Altíssimo. A felicidade mediante a promessa, não consiste no presente que você recebe, mas naquele que oferta à você.
Você vive essa promessa: ser uma família feliz?
Não entenda família feliz, como aquela família de comercial de margarina. Mas a família onde a magoa não tem espaço e ali existe reconciliação, pois ali está a lei do evangelho.
Aplicações:
Como é o ambiente em sua casa, entre os vocês?
Você gosta passa mais tempo com os de fora do que com os de casa? Sua família?
Até mesmo em casa, você pode acabar passando mais tempo com os de fora, na internet, e em casa não há alegria de um lar tomado pelo evangelho.
TRANSIÇÃO:
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2. VOCÊ RESPONDE A PROMESSA COM OBEDIÊNCIA?
Bem, o Senhor fez a promessa de que muitas famílias seriam felizes, e a sua não é. Porque? Você já considerou que, talvez não esteja vivendo em obediência ao Senhor.
Abraão respondeu com obediência: mesmo sem ver a promessa completa.
Essa é a diferença entre os lares que são felizes e entre os que não são felizes: a desobediência de alguns.
Isso se aplica a pais e filhos. Pais devem pastorear sua família. São os cabeças da esposas, são os instrutores dos filhos (como nos ensina o Ap. Paulo). Assim como as mães, são as que sustentam os pais, estando ao seu lado como auxiliadoras idôneas.
Tanto quanto os filhos, que no presente momento devem responder com honra aos mesmos, pois nisto implica também a honra ao Senhor.
A promessa é: ter uma família feliz, que enfrenta as tempestades juntos, pois estão firmes em Cristo. Mas alguns dentro de casa, as vezes, procuram viver em desequilibrio.
Dos filhos até aos pais, isso acontece. Quando homens são omissos, e mulheres também, e os filhos procuram edificar seu próprio reino dentro do lar.
Há como desfrutar desta felicidade prometida, imerso em desobediência? Respondam para si mesmos.
Aplicações:
Pais, vocês tem pastoreado seus filhos, ou delega isso a sua esposa?
Esposas, vocês tem procurado resolver tudo e vivem sobrecarregadas?
Filhos, vocês tem honrado ao Senhor e aos seus pais?
TRANSIÇÃO:
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3. VOCÊ ESQUECEU QUEM PROMETEU?
Quem prometeu foi aquele que o chamou para você segui-lo, semelhante a forma que Abraão foi chamado. Por graça, não por obras.
Quem prometeu foi aquele que o tirou de um antro de idolatria e pecado e disse: “aparta-te daí”. Comunicando a você que, você não deve dobrar-se a falsos deuses.
Quem prometeu foi aquele que não existe barreiras para essa promessa não acontecer. Pois nem as portas do inferno prevalecerão contra a igreja, e até mesmo quando você vê algo que parece que o impedirá de desfrutar essa promessa, isso coopera para o bem, daqueles que desfrutam desta promessa e amam ao Senhor.
Abraão deu este testemunho: o Senhor prometeu, ele ouviu e obedeceu, e mesmo quando uma esterilidade poderia parecer a barreira para desfrutar da casa que o Eterno prometera, ele o adorou! Pois ele já havia mudado sua história há centenas de quilômetros atrás.
Aplicações:
Você esqueceu quem é o Senhor?
Será que testemunhar o que o Senhor tem feito na sua casa não é tanto para você lembrar quem é o seu Deus? Ah! E ele faz isso por pura graça.
TRANSIÇÃO:
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CONCLUSÃO:
Porque demorar a desfrutar desta promessa do Senhor?