QUANDO JESUS RESTAURA O PASTOR! João 21.1-19
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· 6 viewsSer discípulo de Jesus é mais do que ser membro de igreja, é amá-lo mais do que todas as coisas.
Notes
Transcript
Grande ideia: Ser discípulo de Jesus é mais do que ser um pastor consagrado, é amá-lo mais do que todas as coisas.
Estrutura: Jesus dá aos seus discípulos uma nova versão do milagre da “pesca maravilhosa” (vv. 1-14) e aproveita para chamar Pedro a um encontro do tipo, “a hora da verdade” (vv. 15-19)
Canção de Um Certo Pedro Projeto Sola
Eu te vi fazer coisas que nunca antes vi alguém fazer
Eu te vi ser alguém que ninguém jamais poderia ser
Ouvi Você dizer sobre a paz e a vida e o seu reino de amor
Ouvi Você contar histórias pra nos lembrar
Eu te vi sobre a água, pois eu também estava ali com Você
De longe vi o céu se apagar, num madeiro a Sua vida entregar
Notei no teu olhar que um dia eu diria que não o conheci
Senti meu coração, ter medo e não saber e te dizer não
Só assim eu entendi o que é que Você fez
Ao me perguntar sobre o amor
Rasgou meu coração, me mostrou o pior de mim
Para eu ser então o melhor em Ti
Sei que a morte não triunfou
Ter Você aqui de volta
Na mesma areia que me chamou
Só assim eu entendi o que é que Você fez
Ao me perguntar sobre o amor
Rasgou meu coração, me mostrou o pior de mim
Para eu ser então o melhor em Ti
Só assim eu entendi o que é que Você fez
Ao me perguntar sobre o amor
Rasgou meu coração, me mostrou o pior de mim
Para eu ser então o melhor em Ti
Vendo isto, Simão Pedro prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo:
— Senhor, afaste-se de mim, porque sou pecador.
Pois, à vista da pesca que fizeram, a admiração se apoderou dele e de todos os seus companheiros, bem como de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram seus sócios. Então Jesus disse a Simão:
— Não tenha medo! De agora em diante você será pescador de gente.
Ao que Jesus perguntou:
— E vocês, quem dizem que eu sou?
Então Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus:
— Senhor, bom é estarmos aqui. Se o senhor quiser, farei aqui três tendas: uma para o senhor, outra para Moisés e outra para Elias.
Então Pedro, aproximando-se, perguntou a Jesus:
— Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?
Então Pedro, tomando a palavra, disse:
— Eis que nós deixamos tudo e seguimos o senhor; que será, pois, de nós?
Mas Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus:
— Ainda que o senhor venha a ser um tropeço para todos, nunca o será para mim.
Pedro insistiu:
— Ainda que me seja necessário morrer com o senhor, de modo nenhum o negarei.
E todos os discípulos disseram o mesmo.
"Doze homens extraordinariamente comuns: Como os apóstolos foram moldados para alcançar o sucesso em sua missão" de John MacArthur, Susana Klassen -
"Ao que parece, Jesus mudou o nome de Pedro pois queria que o apelido servisse para lembrá-lo sempre daquilo que deveria ser. Dali em diante, a forma que Jesus o chamava transmitia uma mensagem sutil. Se o chamava de Simão, indicava que ele estava agindo de acordo com sua antiga natureza. Se o chamava de Rocha, era um elogio por agir da forma como deveria."
1. “Pesca maravilhosa 2.0” (vv. 1-14)
(a) Eles estavam juntos, dos doze temos sete nessa narrativa. A vida precisava continuar em seu rumo. Eles já tinham visto a Jesus, mas esperavam o “algo mais”.
(b) E Jesus se manifesta a eles na cotidianidade, na simplicidade de uma pescaria, no dia a dia de um ofício tão nobre!
(c) Jesus se aproxima dos seus amigos pescadores em um tom bem amistoso.
"Jesus, desejando em seu caráter de grande Desconhecido, dirigir-se àqueles pescadores primeiramente como um estranho, dirigiu-se a eles na linguagem familiar e universal dos homens do mar, embora com a dignidade de um superior, como podemos facilmente conjecturar: 'Jovens! Rapazes! '". (Lange)
(d) Jesus disse, e repare que nesse tempo ele ainda estava “desconhecido” aos seus discípulos: “lançai a rede à direita do barco”. A disposição em tentar de outro jeito, abriu as portas para que o milagre acontecesse.
Werner de Boor:
Agindo por conta própria, labutam em vão. Precisam lançar a rede onde Jesus lhes determina. Pode parecer muito tolo para a razão. Porém na obediência confiante eles experimentarão com surpresa o fruto inesperadamente abundante de seu serviço.
(e) “João exerceu o discernimento mais agudo; Pedro mostrou mais ardor". (Eutímio)
J. C. Ryle:
A igreja de Cristo precisa de todos os tipos de servos e instrumentos- facas e espadas, machados e martelos, formões e serrotes, Marta e Maria, Pedro e João.
(f) Pedro ilustra muito bem aqueles, que até hoje lutam para alcançar a Jesus!
Mattew Henry:
Pedro cingindo-se com a sua túnica de pescador mostrou seu respeito a Cristo, bem como a força de seu afeto por Cristo e seu sincero desejo de estar com Ele, lançando-se ao mar e arrastando-se na água, ou nadando até à praia, para ir até Ele.
(g) O convite de Jesus foi tocante: “Vinde, comei”. Jesus toma a iniciativa da refeição, ele era, ou melhor, ele sempre será o anfitrião.
“O Senhor atuou aqui como um hospedeiro, nesse quebra-jejum de manhã cedo, sua última refeição como aqueles seus sete fiéis seguidores.” (Robertson).
(h) Jesus aparece para seus discípulos como um simples amigo, o mais simples dos amigos ou o mais amigo dos simples!
Werner de Boor:
Também o Ressuscitado, que não aparece com glória luminosa, mas como pessoa simples, é capaz de falar com seus discípulos em tom natural e humano, convidando-os para o café da manhã.
(j) Essa foi à refeição do perdão!
Werner de Boor:
Podemos aprender desse fato que no evangelho o perdão não é apenas o ato negativo isolado de riscar a culpa, apagando-a no registro penal, mas, de forma positiva, a dádiva de nova comunhão, amor e providência. Justamente dessa maneira o perdão se torna algo luminoso, alegre, vivificante.
A misericórdia de Deus é tão grande, que perdoa grandes pecados a grandes pecadores, depois de decorrido grande espaço de tempo, e então lhes concede grande favores e grandes privilégios, e nos proporciona grande gozos no grande Céu do grande Deus. Bem disse John Bunyan: “Tem de ser grande misericórdia, ou nenhuma misericórdia; pois um pouco de misericórdia não me servirá.”.
2. “Jesus e Pedro: A hora da verdade!”. (v. 15-19)
(a) Pedro já havia se arrependido, quando havia negado a Jesus.
Quando Jesus perguntou a Pedro se este O amava, Jesus estava trazendo à tona o assunto doloroso do orgulho de Pedro perante a prisão de Jesus e sua terrível negação de que conhecia o Senhor durante Seu julgamento. Evitar esse tópico difícil teria sido mais fácil, mas não teria sido o melhor para Pedro. O pecado secreto é destrutivo, por isso Jesus tinha de trazer à tona o pecado de Pedro e tratar dele diretamente.
(b) Jesus, lembra a origem humilde de Pedro: “Simão, filho de João”. E faz a pergunta que Pedro mais temia ouvir: “amas-me?”
A pergunta não foi sobre o passado, mas sobre o presente; não sobre palavras ou obras, mas sobre a atitude do coração de Pedro. O amor a Cristo pressupõe prioridade, pois são pecadores perdoados os que mais amam.
A pergunta é comovente, Ele não pergunta; "você me teme? você me honra? você me admira?, Mas, você me ama? dê-me provas disto, e a afronta será ignorada e não mais se falará sobre isto.
(c) Não há vida cristã sem amor a Jesus.
J. C. Ryle:
Sem isto não há vitalidade em nosso cristianismo; não somos melhores do que estátuas de cera e animais empalhados de um museu ou do que o bronze que ressoa e o címbalo que retine. Não existe vida onde não existe amor.
William Macdonald:
Nessa passagem, a lição fundamental é que o amor por Cristo é o único motivo aceitável para servi-lo.
(d) A missão de Pedro é a nossa: alimentar e cuidar das pessoas que o Senhor resgatou na cruz do Calvário!
O requisito principal de uma pessoa que tem a seu encargo o rebanho de Jesus é o amor genuíno e ardente a Cristo, o grande Pastor de todos. Então este amor achará sua expressão num verdadeiro trabalho pastoral, tanto em público como em particular, que aplica a maravilhosa mensagem da salvação onde quer que esta mensagem possa ser proclamada.
João Calvino:
"O verbo alimentar é metaforicamente aplicado pela Escritura a qualquer gênero de governo, mas como o presente tema aponta para o governo espiritual da Igreja, é de muita importância observar quais são as partes das quais consiste o ofício de ministro ou pastor. Aqui não se descreve nenhuma posição ociosa para nós, tampouco Cristo outorga a um homem mortal o exercício de qualquer governo de uma forma confusa e a seu bel-prazer. Na exposição do capítulo 10, vimos que Cristo é o único Pastor da Igreja. Já vimos também porque ele assume para si esse título. É porque ele alimenta, isto é, ele governa suas ovelhas; é porque ele é o único e verdadeiro alimento da alma. Mas visto que ele emprega a agência dos homens na ministração da doutrina, ele lhes comunica igualmente seu próprio título, ou, pelo menos, o partilha com eles. Portanto, esses homens são considerados, à vista de Deus, Pastores, que governam a Igreja pelo ministério da palavra à sombra de Cristo, que é a Cabeça deles. Daí podemos facilmente inferir qual é o fardo que Cristo põe nos ombros de Pedro, e sob que condição ele o designa a governar seu rebanho."
(e) Não podemos nos esquecer de que o rebanho é de Jesus!
"Oh! Deus", orava Lancelot Andrews, "agradeço-te pela minha chamada, pela minha rechamada, e, sim, pelas muitas outras chamadas desde então."
(f) Jesus confrontou Pedro para que o seu pecado viesse a público.
Se o pecado de Pedro não tivesse sido confrontado diretamente, se ele não tivesse se arrependido dele e recebido perdão, o grande apóstolo Pedro teria passado o resto da vida amargurado e arruinado.Jesus o amava demais para deixar isso acontecer.
O perdão de Jesus a Pedro não era parcial; Pedro deveria superar o seu pecado e novamente assumir seu lugar como um apóstolo de Jesus. Hoje, quando nos convertemos de nossos pecados, Jesus quer que façamos o mesmo: que retomemos o trabalho em Seu reino!
(g) A maior evidência de que alguém de fato é um seguidor de Jesus é ele submeter o seu futuro à Jesus.
J. C. Ryle:
A evidência de que alguém é um verdadeiro discípulo de Cristo não é o falar com entusiasmo ou a simples afirmação de que cremos nEle, nem o zelo impetuoso e ocasional, nem a prontidão de pegar a espada e lutar; é o persistente, árduo e paciente esforço para fazer o bem às ovelhas de Cristo espalhadas por este mundo pecaminoso.
Quando ecoou pela terceira vez a pergunta do Senhor, Pedro sentiu-se muito triste. Sentiu a legitimidade da posição do Senhor; e reconheceu que dera motivo para dúvida. Foi a própria ternura da repreensão que tornou a tristeza de Pedro ainda mais aguda e sua declaração solene de amor tanto mais ardente.
O Senhor permitiu que Pedro fracassasse completamente ao negar o Senhor três vezes na Sua presença (João 18.17,25,27), para que sua força natural e autoconfiança pudessem ser tratadas.
(j) Sobre a polêmica questão do uso das palavras diferentes para o “amor” no texto.
Não lhe diz que o seu devotamento é perfeito, integral; acha que a negação desmente um amor dessa natureza, perfeitamente devotado; entretanto, consultando o seu próprio coração, não pode negar que tenha por Jesus uma admiração suprema, uma afeição real a seu Senhor.
(k) Parece-me ouvir Pedro dizendo:
“Eu te amo. não porque eu seja um bom discípulo, não porque eu saiba realizar tantas coisas, mas simplesmente porque depois de tua cruz e ressurreição de depois de teu perdão e amor incompreensíveis não consigo soltar-me de ti. Não é mérito, não é realização minha. Simplesmente existe. Afinal, é isso que estás vendo, Senhor onisciente.”
(l) Os tempos de “liberdade absoluta” de Pedro estão se findando: “estenderás a mão” é uma expressão corrente para expor a realidade de morte violenta.
(m) Deus prevê com graça os detalhes da morte dos seus santos.
J. C. Ryle:
Não existe sorte, acaso ou acidente na jornada de nossas vidas. Desde o início até ao final, tudo está previsto e disposto por Aquele que é infinitamente sábio para cometer algum erro e muitíssimo amável para nos causar qualquer mal.
(n) E em meio a esse contexto, Jesus insiste: “Segue-me”.
“Segue-me” é a essência do que Jesus chama todos os Seus discípulos, incluindo nós, a fazer. “Segue-me” não descreve um nível de crescimento; mas aponta para uma direção. Nada tem a ver com nosso passado nem com comparações com outros discípulos. Não exclui os fracos, os jovens, ou os imaturos. É um chamado para que todos comecem onde estão agora e caminhem na direção de Jesus.
João Calvino:
"Cristo aqui explica qual foi o desígnio daquela predição de uma morte violenta. Foi para que Pedro fosse preparado para suportá-la; como se quisesse dizer: “Visto que deves suportar a morte em decorrência de meu exemplo, siga teu Líder.” Além do mais, para que Pedro ainda mais espontaneamente obedecesse a Deus, que o chama para a cruz, Cristo se oferece como Líder; pois esta não é uma exortação geral por meio da qual ele o convida a imitá-lo, porém só fala do gênero de morte. Ora, esta singular consideração suaviza grandemente toda a amargura que jaz na morte, quando o Filho de Deus se apresenta ante nossos olhos com sua ditosa ressurreição, a qual é nosso triunfo sobre a morte."
3. Outras aplicações:
(a) Deus sempre nos avisa e nos deixa claro na mente e no coração essa verdade: na vida, passamos por provações, e elas nos fazem crescer!
— Simão, Simão, eis que Satanás pediu para peneirar vocês como trigo! Eu, porém, orei por você, para que a sua fé não desfaleça. E você, quando voltar para mim, fortaleça os seus irmãos.
(b) Seguir a Jesus não é prerrogativa para quem tem um histórico ascendente de vida cristã, pelo contrário, Deus quer conduzir você em seus altos e baixos.
Nisso vocês exultam, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejam contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da fé que vocês têm, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado pelo fogo, resulte em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo.
Aramis de Barros:
Quantos contrastes estão presentes em Pedro! Em nenhum outro personagem neotestamentário há tanto o que se admirar e, ao mesmo tempo, tanto o que se repudiar. Nenhum outro reúne tantas virtudes e tantos defeitos, tanta valentia e tanto temor; a nenhum deles Cristo dirigiu tantos louvores, nem tantas palavras de repreensão.
Talvez a razão maior de nossa atração por esse ex-pescador não seja tanto sua inegável capacidade de liderança e sua iniciativa, atestadas nos evangelhos. Tampouco seus feitos e conquistas para a Igreja, também registradas na tradição posterior. Tudo isso é, obviamente, assaz admirável em Pedro. Contudo, talvez o que mais nos apaixone nele seja o fato de sua personalidade ambígua, contrastante e- por vezes- chocante retratar fielmente as oscilações da natureza humana. Cada um de nós encontra muito de si mesmo em Simão Pedro.
Ilustr.:
— Simão, Simão, eis que Satanás pediu para peneirar vocês como trigo! Eu, porém, orei por você, para que a sua fé não desfaleça. E você, quando voltar para mim, fortaleça os seus irmãos.
Porém Pedro respondeu:
— Estou pronto para ir com o Senhor, tanto para a prisão como para a morte.
Mas Jesus lhe disse:
— Eu lhe digo, Pedro, que hoje, antes que o galo cante, você negará três vezes que me conhece.
"Doze homens extraordinariamente comuns: Como os apóstolos foram moldados para alcançar o sucesso em sua missão" de John MacArthur, Susana Klassen -
"Que fim teve a vida de Pedro? Sabemos que Jesus disse a Pedro que ele morreria como mártir (João 21:18-19). No entanto, as Escrituras não relatam a morte de Pedro. Todos os registros da história da igreja primitiva indicam que Pedro foi crucificado. Eusébio cita o testemunho de Clemente, o qual diz que, antes de Pedro ser crucificado, foi forçado a assistir à crucificação de sua própria esposa. De acordo com Clemente, ao vê-la sendo levada para a morte, Pedro chamou-a pelo nome e disse: “Lembre-se do Senhor”. Quando chegou a vez de Pedro morrer, ele pediu para ser crucificado de cabeça para baixo pois não era digno de morrer como seu Senhor havia morrido. E assim, ele foi pregado a uma cruz invertida."