Compaixão

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Mensagem ministrada na manhã de 9 de maio de 2024, no culto interno da RTM Brasil

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Nas últimas semanas, temos visto a situação crítica pela qual passa o estado do Rio Grande do Sul. São cenas tristes e pesadas. São mais de 100 mortos, 130 desaparecidos e milhares desabrigados ou desalojados. Cerca de 80% dos municípios gaúchos foram atingidos pelas fortes chuvas e pelas cheias.
Toda vez que vejo tragédias do tipo e, cada vez mais, elas têm se tornado comum, eu reflito sobre como devemos nos portar como cristãos.
Em meio a tanta dor, tantas dificuldades, qual o nosso papel para com aquele que chora, para com aquele que sofre?
Nesta mensagem, decidi refletir em um texto que sempre me emociona e me marca muito. É Lucas 7.11-17.
Aqui nós temos Jesus e seus discípulos que haviam saído de Cafarnaum, onde havia curado o filho de um oficial romano depois de ter dito: jamais vi tamanha fé em Israel, chegando a Naim, uma cidade distante cerca de 60 km de Cafarnaum.
Lucas 7.11–17 (BS:NVT)
Logo depois, Jesus foi com seus discípulos à cidade de Naim, e uma grande multidão o seguiu.
Quando ele se aproximou da porta da cidade, estava saindo o enterro do único filho de uma viúva, e uma grande multidão da cidade a acompanhava.
Quando o Senhor a viu, sentiu profunda compaixão por ela. “Não chore!”, disse ele.
Então foi até o caixão, tocou nele e os carregadores pararam. E disse: “Jovem, eu lhe digo: levante-se!”.
O jovem que estava morto se levantou e começou a conversar, e Jesus o devolveu à sua mãe.
Grande temor tomou conta da multidão, que louvava a Deus, dizendo: “Um profeta poderoso se levantou entre nós!” e “Hoje Deus visitou seu povo!”.
Essa notícia sobre Jesus se espalhou por toda a Judeia e seus arredores.
ORAÇÃO
Neste mês da família, lancemos luz sobre a situação daquela mulher de Naim. Primeiro, a Bíblia diz que saia da cidade o cortejo fúnebre do único filho que ela tivera. Ainda por cima, ela era viúva.
Para a sociedade da época, aquela mulher estava condenada a viver à margem de todos os aspectos sociais. O homem era quem liderava, ele quem representava a família socialmente. Sem nenhuma referência masculina ao seu lado, ela seria tratada como uma pessoa de segunda categoria.
Pouco se sabe a respeito desta mulher. Talvez fosse muito querida, conhecida. O que se sabe é que havia uma grande multidão que a acompanhava neste cortejo. Essas pessoas foram, sem dúvidas, testemunhas do que Jesus ali fez com aquele rapaz.
O versículo central é Lucas 7.13
Lucas 7.13 BS:NVT
Quando o Senhor a viu, sentiu profunda compaixão por ela. “Não chore!”, disse ele.
Lucas 7.13 RC95
E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela e disse-lhe: Não chores.
Lucas 7.13 (A Mensagem):
Quando viu a pobre mãe, cheio de compaixão, Jesus lhe disse: “Não chore”.
Como cristãos, somos chamados a seguir o exemplo de Cristo e olhar para as pessoas. É natural que olhemos as tragédias e contemos os mortos. Vemos apenas números. Eles são importantes para termos a dimensão de toda a situação, mas nunca devemos esquecer que são pessoas, com nome, sobrenome e familiares enlutados.
Jesus olhou para aquela mulher. Ele a enxergou na sua dor, no seu luto e na sua dificuldade futura. As três traduções bíblicas que compartilhei aqui falam que ele teve compaixão dela. A mais profunda é a ARC, que destaca que ele teve íntima compaixão, ou seja, ele realmente sentiu a dor que aquela mulher sentia. Não era nada superficial.
Não podemos levar com superficialidade as tragédias desta vida. Elas são o motivo de morte e tristeza para muitas pessoas. Isso não quer dizer, que devemos viver mergulhados no caos. Nosso papel é saber que o mundo maquina o mal e é palco do que é mal, mas nós recebemos aquele que é a própria vida eterna.
Quando fomos alcançados por Cristo, ele nos enxergou. Nos enxergou em nossa depressão, em nosso luto prolongado, em nossas crises de relacionamento, em nossos traumas, dores e feridas não cicatrizadas. Não somos estranhos para Deus.
Ao se compadecer daquela mãe, Cristo teve comunhão com ela. É este nível de intencionalidade que Deus espera de seus filhos. Devemos chorar pelas tristezas, mas devemos olhar com dignidade aqueles que sofrem. Somos nós a Bíblia que muitos dos atingidos pelas chuvas terão acesso neste tempo.
Ao receberem as doações, ao serem visitados e cuidados pelos voluntários. Em todo o tempo, devemos refletir o Cristo que se compadece. Devemos nos compadecer, ter compaixão, sentir como se fosse a nossa própria dor.
Mas Cristo não apenas se compadeceu, ele agiu. Sendo plenamente homem, mas plenamente Deus também, ele tocou no caixão do garoto e disse: levante-se. Creio que aqui ninguém tenha um dom tão evoluído a ponto de tocar em cadáver e ressuscitar alguém, mas nós somos capacitados por Deus a despertar para a vida aqueles que estão mortos em seus delitos e pecados. Há pessoas com vidas destruídas e tomadas pela amargura da perda que vivem fisicamente, mas estão mortas na desesperança.
Você é alguém que Deus chamou para dizer a outras pessoas: levante-se, é novo tempo de vida. O rádio é um veículo poderoso para levar a mensagem de nova vida às pessoas. A nós foi dada uma grande oportunidade.
Ali em Naim, depois de verem o que Cristo fez, a multidão disse: “Um profeta poderoso se levantou entre nós” e “Hoje Deus visitou o seu povo”. Não podemos achar que as coisas acontecem por nossa causa, mas sim apesar de nós. Deus opera milagres. E toda honra e toda glória deve ser para ele. Aquele povo, há muito tempo, não via um profeta devidamente enviado pelo Senhor. A era dos profetas estava no passado. Naquele período, havia João Batista, mas se comparado com o passado, ele era apenas um contra muitos.
Esta geração precisa ouvir de Jesus. Corações amargurados que se perguntam: por que Deus permite que esta tragédia aconteça devem ser ensinados a respeito do real motivo das coisas ruins acontecerem. Não é Deus que brinca com a humanidade. Ele não é um cara mal que diz: aqueles ali eu vou liquidar com fogo e aqueles outro com água.
É nosso pecado e a nossa ganância que motivam isso. É nossa cobiça de estreitar rios, construir às margens de rios, acabar com as várzeas, degradar cada vez mais o planeta Terra. Estamos usando muito o cartão de crédito da natureza, a fatura a ser paga será alta. Quem não conhece a Deus e não tem noção de mordomia, usa e abusa das coisas como bem quer.
Nada aqui nos pertence, tudo é de Deus e ele deseja que cuidemos bem daquilo que ele criou para que a vida contemple a maravilha daquilo pensado e feito por ele. Estamos tentando sepultar a glória de Deus com a ganância das construções desmedidas, com os gases na atmosfera, com um aquecimento global que faz com que deixemos de ter quatro estações e vivamos um verão permanente durante praticamente todo o ano.
Que tipo de mordomos somos?
Que medo de chegar no grande dia de encontrar o Senhor e ele nos disser: vocês não se compadeceram como deveriam. Vocês não se dispuseram a sentir a dor do outro. Pior, vocês causaram a dor do outro.
Irmãos, aquela mulher viu a sua vida ser restaurada porque Cristo se colocou na posição humana de sentir compaixão. Ocorre que muitos de nós nos achamos sobrehumanos, quase um semi deus, e achamos melhor criticar e ignorar do que entender e buscar ajudar.
Da mesma forma que aquela notícia se espalhou por todos os lugares e chegou até nós, há muitos que ainda não conhecem a Jesus, mas precisam conhecê-lo. Você, eu e a programação da RTM são os mensageiros. Que a nossa oração seja: Senhor, nos dê compaixão por essas vidas. Estávamos assim quando o Senhor nos resgatou. Que elas também testemunhem da sua restauração.
Oração final
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