(Rm 8:28) Todas as coisas cooperam

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Nessa tragédia do RS, um vídeo de uma mulher, talvez não era crente, mas confessou que “só estava viva porque Deus quis”. Todos nós, no fundo, acreditamos que tudo acontece debaixo da autoridade e do controle de Deus.
Esse versículo em particular é basicamente um resumo do que foi dito até agora no capítulo 8 sobre os filhos de Deus e sobre como o sofrimento faz parte de suas vidas.
Resumo: Paulo já demonstrou que, para os que estão em Cristo Jesus, já não há condenação (vs. 1–8). Eles são habitados por esse Espírito que ainda ressuscitará gloriosamente seus corpos (vs. 9–11). Recebem a certeza de que são filhos de Deus, e, como tais, são seus herdeiros (vs. 14–17). Seu atual sofrimento por Cristo e por sua causa significa que, um dia, partilharão de sua glória, uma glória tão maravilhosa que, em comparação com ela, os obstáculos se transformam em nada (v. 18). Eles habitarão aquele novo céu e nova terra pelos quais toda a criação ora geme em expectação (vs. 19–22). Eles mesmos igualmente gemem enquanto ardentemente aguardam sua adoção (vs. 23–25). O Espírito os auxilia em toda a sua fraqueza. Esse Espírito sempre intercede por eles em harmonia com a vontade de Deus, de sorte que essa intercessão, acompanhada de gemidos inexprimíveis, certamente será eficaz (vs. 26–27).
Sabemos. Do que Paulo sabia? Que tudo cooperava para o bem dos que amam a Deus. Como ele sabia disso? De duas formas: (a) Experiência, ou seja, o efeito sobre ele de saber como Deus tratou com ele e com outros no passado. E (b) Pela Bíblia, que ensina que, na providência de Deus, todas as coisas resultam em bênção para os filhos de Deus e o mal é direcionado para o bem.
Todas as coisas. O que são todas as coisas? São TODAS AS COISAS. Aqui mais especicamente Paulo pode estar falando do sofrimento. Mas lendo a Bília em geral só aprendemos que todas as coisas são mais do que os sofrimentos. São coisas boas, são sofrimentos, são os anjos, incluindo Satanás e seu exército, a criação inanimada, chuvas, enchentes, as nações, os maus governantes e os bons; e até mesmo os nossos pecados. Deus tem a habilidade de usar os nossos erros ao nosso favor.
Para os que amam a Deus. Pra quem é essa promessa, essa verdade. Apenas para aqueles que amam a Deus. Só os crentes podem descansar nisso.
Êxodo 20.6 “e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.”
Deuteronômio 7.9 “Saberás, pois, que o Senhor, teu Deus, é Deus, o Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e cumprem os seus mandamentos;”
Neemias 1.5 “E disse: ah! Senhor, Deus dos céus, Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos!”
Salmo 37.17 “Pois os braços dos ímpios serão quebrados, mas os justos, o Senhor os sustém.”
Isaías 56.6–7 “Aos estrangeiros que se chegam ao Senhor, para o servirem e para amarem o nome do Senhor, sendo deste modo servos seus, sim, todos os que guardam o sábado, não o profanando, e abraçam a minha aliança, também os levarei ao meu santo monte e os alegrarei na minha Casa de Oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar, porque a minha casa será chamada Casa de Oração para todos os povos.”
1Coríntios 2.9 “mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.”
Tiago 1.12 “Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam.”
Que foram chamados… ninguém jamais poderá amar verdadeiramente a Deus a menos que, antes de mais nada, seja chamado com eficácia. Paulo está, aqui, expressando o mesmo pensamento expresso pelo apóstolo João quando escreveu: “Amamos a Deus porque ele nos amou primeiro” (1Jo 4.19).
Como o Sofrimento coopera para o nosso bem?
João Calvino diz que os sofrimentos estão longe de impedir nossa salvação; mas pelo contrário, são os assistientes da nossa salvação.
O coração pecaminoso do crente acha muitas vezes que Deus não está ouvindo as suas orações porque Ele não ta socorrendo imediatamente. Mas Paulo explica aqui que, embora Deus não socorra prontamente o seu povo, ele jamais nos abandona, e de forma sábia e misteriosa ele está convertendo as nnossas aflições de uma forma que elas promovam a nossa salvação.
Embora os crentes passem pelas mesmas aflições dos que não são crentes, existe uma diferença enorme entre o sofrimente do crente e o do incrédulo, porque Deus usa os sofriementos dos crentes para consolidar a salvação deles.
Algumas maneiras como o sofrimento coopera para o bem do que amam a Deus:
(1.) A aflição coopera para o bem sendo nosso pregador e mestre: Lutero disse que nunca conseguiu entender corretamente alguns dos Salmos até ser afligido. A aflição ensina o que é o pecado. Na palavra pregada, ouvimos o quão terrível é o pecado, que tanto profana quanto condena, mas a gente teme o pecado apenas como a pintura de um leão; por isso, Deus solta a aflição e, então, sentimos o amargor do pecado nela. Uma doença às vezes ensina mais do que um sermão. Podemos ver melhor a feiura do pecado no espelho da aflição. A aflição nos ensina também a conhecermos a nós mesmos. Na prosperidade, quase sempre desconhecemos quem realmente somos. Deus faz com que conheçamos aflições para que possamos conhecer melhor a nós mesmos. Vemos corrupções em nossos corações no tempo da aflição, as quais não acreditamos que estavam lá. A água parece límpida enquanto está no copo, mas coloque-a no fogo para ferver e a impureza aparecerá.
(2.) As aflições cooperam para o bem, pois são o meio de tornar o coração mais inclinado para Deus. Em tempos de prosperidade, o coração tende a estar dividido (Oséias 10:2). O coração se apega em parte a Deus e em parte ao mundo. É como uma agulha entre dois ímãs; Deus e o mundo o atraem. Em tempos de aflição, Deus tira o mundo, para que o coração se apegue a ele com mais sinceridade. A correção leva o coração a ser endireitado e retificado.
(3.) As aflições cooperam para o bem, pois nos conformam a Cristo. A vara de Deus é um lápis para desenhar mais vivamente a imagem de Cristo sobre nós. É bom que exista simetria e proporção entre a Cabeça e os membros. Seríamos partes do corpo místico de Cristo, e não seríamos semelhantes a ele? A vida dele foi uma série de sofrimentos, “homem de dores, e experimentado nos trabalhos” (Isaías 53:3). Ele chorou e sangrou. A cabeça dele foi coroada de espinhos e imaginamos que seremos coroados de rosas? É bom ser como Cristo, ainda que seja por meio dos sofrimentos. Jesus Cristo bebeu um cálice amargo, e suou gotas de sangue ao pensar nele. A única diferença entre os sofrimentos de Cristo e os nossos é que os sofrimentos dele foram para nos salvar dos nossos pecados, os nossos são apenas para nos disciplinar por causa dos nossos pecados.
(4) As aflições cooperam para o bem dos piedosos, pois são destrutivas para o pecado. Há muita corrupção até mesmo no melhor coração, mas a aflição a elimina aos poucos como o fogo remove a escória do ouro. As aflições são o remédio que Deus usa para curar as nossas doenças espirituais; curam os ouvidos do orgulho, a febre da luxúria e os inchaços da cobiça.
(5) As aflições cooperam para o bem, pois são o meio de desapegar os nossos corações do mundo. Quando você escava a terra perto da raiz de uma árvore, isso solta a árvore da terra; assim, Deus escava os nossos confortos terrenos para desarraigar os nossos corações da terra. Por que o Senhor interrompe o suprimento de alguns bens, senão para que possamos ir a ele, em quem estão todas as nossas fontes (Salmos 87:7)?
(6) As aflições cooperam para o bem, pois abrem caminho para o consolo. Deus adoça a dor exterior com a paz interior: “A vossa tristeza se converterá em alegria” (João 16:20). Aqui a água é transformada em vinho. Paulo cantava mesmo estando na prisão. A vara de Deus tem mel na sua ponta. Os santos em aflição têm tido tão doces arrebatamentos de alegria que têm se considerado nos limites da Canaã celestial.
(7) As aflições cooperam para o bem, pois elas nos elevam. Jó 7.17–19 “Que é o homem, para que tanto o estimes, e ponhas nele o teu cuidado, e cada manhã o visites, e cada momento o ponhas à prova? Até quando não apartarás de mim a tua vista? Até quando não me darás tempo de engolir a minha saliva?” Deus, por meio da aflição, nos engrandece de três maneiras:
(a.) Somos engrandecidos se Deus nos considera dignos de ser disciplinados. Não ser disciplinado por Deus é o mesmo que ser desprezado. Se você continuar em pecado, então seguirá em seu caminho rumo ao inferno.
(b.) As aflições também nos engrandecem, pois são bandeiras de glória, sinais de que somos filhos: “Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos” (Hebreus 12:7). Cada marca da vara é um distintivo de honra.
(c.) As aflições tendem a engrandecer os santos, à medida que os tornam notáveis no mundo. Os soldados nunca foram tão admirados por suas vitórias, como os santos por seus sofrimentos. O zelo e a constância dos mártires em suas provações os tornaram famosos. Quão eminente foi Jó por sua paciência! Deus deixa o seu nome registrado: “Ouvistes da paciência de Jó” (Tiago 5:11). Jó, o sofredor, foi mais conhecido do que Alexandre, o conquistador.
(8) As aflições cooperam para o bem, pois são o meio de nos tornar bem-aventurados. “Eis que bem-aventurado é o homem a quem Deus repreende” (Jó 5:17). Elas nos aproximam de Deus. O ímã da misericórdia não nos aproxima tanto de Deus quanto as cordas da aflição. Quando Deus incendeia os nossos confortos mundanos, então, corremos e fazemos as pazes com ele. Quando o pródigo foi atingido pela miséria, ele voltou para o pai (Lucas 15:13-18). Quando a pomba não encontrou descanso, voou para a arca. Quando Deus traz um dilúvio de aflição sobre nós, então fugimos para a arca de Cristo. Assim, a aflição nos faz bem-aventurados ao nos aproximar de Deus.
(9) As aflições cooperam para o bem quando calam os ímpios. Quão prontos os ímpios estão para difamar e caluniar os piedosos, dizendo que só servem a Deus por interesse próprio. Portanto, Deus fará com que seu povo padeça sofrimentos pela religião, a fim de calar os lábios mentirosos dos homens maus. Quando os ateus do mundo veem que Deus tem um povo, que o serve não de modo indisposto, mas por amor, isso cala a boca deles. O Diabo acusou Jó de hipocrisia, que ele era um homem mercenário, que toda a sua religião era compensada por ouro e prata. “Porventura teme Jó a Deus debalde? Porventura tu não cercaste de sebe, a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem...”; bem, Deus diz, “Eis que tudo quanto ele tem está na tua mão” (Jó 1:9-12). O Diabo mal havia recebido uma comissão, quando começou a atacar Jó; mas Jó ainda adora a Deus (Jó 1:20) e professa sua fé nele. “Ainda que ele me mate, nele esperarei” (Jó 13:15). Isso silenciou o próprio Diabo. Como impacta os homens maus, quando veem que os piedosos se mantêm perto de Deus em uma condição de sofrimento e que, quando perdem tudo, ainda mantêm firme a sua integridade.
(10) As aflições cooperam para o bem, enquanto abrem caminho para a glória (2 Coríntios 4:17). Não que as aflições mereçam a glória, mas elas nos preparam para a glória. Assim como o arado prepara a terra para uma colheita, as aflições nos preparam e nos tornam adequados para a glória.
Conclusão
Lembrem daquele que sofreu a maior das aflições, levando sobre si os nossos pecados, nossa culpa, nossas enfermidades. Lembrem-se dele. Nosso mestre, o cabeça da nossa religão, nosso líder, foi quem mais sofreu, e isso pra conquistar uma glória eterna para nós. Olhe pra ele: Hebreus 12.2–3 “olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma.”
Lembrem-se, portanto, irmãos: se até as aflições cooperam pra o nosso bem, isso quer dizer que até o pior que Deus pode fazer com a gente, vai nos levar pra céu!
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