IPCI - Culto das 18h

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Transcript
IGREJA PRESBITERIANA DE APIAÍ
PLANEJAMENTO PASTORAL – SERMÕES EXPOSITIVOS
MAIO/2024
Igreja Presbiteriana Central de Itapeva – 145 anos
Dia 12/05 - Culto das 18h
Saudação em nome do Conselho da IPA
Agradecimento ao Rev Arnildo pelo convite
Apresentação da esposa, Amanda
1Samuel 7.12: A rocha da ajuda
Introdução
“2020 foi um ano para se esquecer!” ainda é uma frase bastante repetida por aí. E, pensando bem, realmente existem momentos em nossa vida que o único desejo que temos sobre eles é fazê-los desaparecer da memória. O engraçado é que estes são os mais “grudentos”. Parece que os piores momentos na escola são os que lembramos com mais nitidez. Aquela briga ou chamada de atenção do professor; e um não da paquera? Un! Como esses momentos desagradáveis nos marcam! Para alguns de nós marcam tanto, que até hoje os traumas acompanham. Se alguém grita ou briga, parece até que o mundo gira! Entre outros exemplos.
Alguns traumas, no entanto, não nos acompanham desde a infância, mas surgem como que “do nada” e permanecem. Talvez para alguns de nós não sejam traumas, mas algumas inseguranças e incertezas, para outros alguns pecados...
Agora, de modo geral, certo é que se não cuidarmos do nosso coração “o medo do imprevisível pode nos tirar o equilíbrio e a preocupação com possíveis dificuldades pode sugar nossas forças e roubar nossa alegria”. (HERNANDES).
Mas, diante da leitura do texto bíblico você pode se perguntar: qual o motivo de estar falando dessas coisas todas se o versículo trata de um dizer comum que usamos, na realidade, quando queremos afirmar que está tudo bem, ou até mesmo numa data de aniversário: “Até aqui nos ajudou o SENHOR!”
Contexto
Bom, o Primeiro Livro de Samuel registra a passagem do período dos juízes para o período dos reis. Essa mudança em Israel gira principalmente em torno de três nomes: Samuel, Saul e Davi. Samuel foi o último dos juízes. Saul foi o primeiro rei de Israel, e Davi, o segundo.
Neste livro aprendemos que a fé em Deus traz bênçãos, enquanto a desobediência leva à desgraça. Essa verdade foi dita pelo próprio Deus ao sacerdote Eli: “aos que me honram, honrarei, porém os que me desprezam serão desmerecidos” (2.30).
1Samuel 7.12 - A rocha da ajuda na tribulação
Para compreendermos melhor o versículo lido, precisamos retornar, pelo menos, ao capítulo 4, quando notamos o conflito com os filisteus. Lá, lemos sobre Eli e seus filhos Hofni e Fineias, responsáveis pela derrota na batalha e pela perda da Arca da aliança (4). Depois, lemos que a Arca traz maldições aos filisteus (5) que, por isso, devolvem a arca (6). Então chegamos ao trecho que lemos, quando Samuel conduz Israel a vitória (7).
Recapitulando, então, abra sua Bíblia em 1Samuel 4 e acompanhe como logo no início do capítulo notamos que filisteus e israelitas se dispõe para batalha, na qual o povo de Deus perdeu 4mil homens. Então, não compreendendo o motivo de terem perdido, sabendo que a Arca representa a presença de Deus, entendem que deveriam trazê-la para uma segunda batalha.
Hofni e Fineias, filhos de Eli, estavam assumindo sua posição de sacerdotes junto a Arca do SENHOR, mas não com a mesma integridade de seu pai, Sacerdote em Israel, pois, no coração, não serviam a Deus. 1Sm 3.12 diz que eram filhos de Belial, afirmação que em outras referências comunica que são pessoas idólatras e imorais, além de mentirosas, ou seja, que não servem ao SENHOR. Por isso, perdem novamente, mas agora 30mil homens, além dos irmãos Hofni e Fineias, cumprindo assim a profecia dada a Eli em 1Sm 2.34, e a própria Arca da aliança. O que os fez lamentar amargamente.
No capítulo 5, acompanhe comigo, já depois da morte de Eli ao, literalmente cair para trás com a notícia de morte de seus filhos, notamos também o nascimento de seu neto, Icabô (4.21), nome dado para marcar este acontecimento terrível, quando a Arca do Senhor é levada. O significado deste nome é: “a glória se foi”. Portanto, nunca o sugira a ninguém!
Aconteceu, irmãos, que para o povo inimigo a captura da Arca não foi algo nada bom, pois diferente dos deuses pagãos, o Deus de Israel é vivo e verdadeiro. Ele não apenas cria o mundo, mas constantemente interfere nele. Isso já havia sido provado pelos egípcios e seria novamente provado pelos filisteus.
Note pelo verso 5.1 que a Arca sai de Ebenézer, local de dupla derrota. Ali perderam as duas batalhas. Numa 4mil e na outra 30mil homens. Um exército que já não era muito numeroso e forte, ficou ainda mais debilitado. Mas muito além disso, também ficaram sem esperança e por isso lamentam muito.
Seguindo, a narrativa do capítulo 5 é importante. Nela a imagem do deus Dagom é citada. Este era o deus dos filisteus. Sua imagem estava num local apropriado, chamado no texto de casa de Dagom e à frente de sua imagem foi colocada a Arca do SENHOR. Mas sabemos que o nosso Deus é o único SENHOR e ele não divide sua glória com ninguém, por isso, o texto segue e relatado que no dia seguinte, a imagem de Dagom estava caída diante da Arca com o rosto em terra. Então, após levantado, no dia seguinte apareceu caído novamente, mas agora com a cabeça e as mãos cortadas. Além disso, os de Asdode, cidade dos filisteus, foram acometidos de tumores. Ou seja, a imagem do deus Dagom é derrubada misteriosamente e os filisteus foram acometidos de enfermidades.
Diante disso, a Arca é despachada de Asdode, sendo levada até Gate, enquanto que lá também o povo foi acometido de tumores, sendo, então, levada a Ecrom, onde nem quiseram recebe-la, mas disseram: “devolvei a Arca do Deus de Israel (...) para que não mate nem a nós nem ao nosso povo” (5.11).
Assim chegamos ao capítulo 6, quando durante 7 meses a Arca permanece no território filisteu. O interessante é que depois disso tudo, antes de enviarem a Arca de volta, os filisteus colocaram na Arca “presentes” de ouro que remetiam as pragas com as quais Deus os castigou (5). Então, não querendo mais se envolver com o Deus de Israel, não querem sequer leva-la, mas colocam num carro de boi, no caso, de vacas com suas crias (7). E, se não bastasse isso, ainda fazem um teste com Deus: “se subir pelo caminho rumo do seu território a Bete-Sames (cidade de fronteira), foi ele que nos fez este grande mal” (9).
Na sequência, lemos que o rumo das vacas é certeiro. Percebamos com todas essas coisas como o coração dos ímpios é difícil de ser convencido e convertido mesmo diante de fatos evidentes. Para lá seguiram “andando e berrando” (12), como que guiadas por um cuidador. Ali mesmo chegando a Arca, os bete-semitas, cheios de alegria, ofereceram holocaustos ao SENHOR. Acontece que estes, apesar de serem do povo de Deus e terem ofertado porque receberam a Arca, foram também acometidos de castigo, uma vez que, sabedores do ideal manuseio da Arca, não sendo nenhum deles sacerdotes, tornaram o bem em mal, pois saber o que se deve fazer e não fazê-lo, desagrada ao SENHOR. Por isso, fizeram mal e o povo chorou (6.19).
Irmãos, do que aprendemos até aqui, algo me salta aos olhos e trato como muito importante: Nosso Deus é ofendido tanto quando o ímpio o despreza quanto quando o justo o despreza. A quem foi revelada a vontade do SENHOR, não pode viver como se não o conhecesse. “De Deus não se zomba” e “Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna.” (Gl 6.7-8).
Portanto, que nosso amor e ações de graças a Deus seja conduzido pelo nosso temor ao SENHOR e reconhecimento de sua santidade e pureza.
Chegamos ao capítulo 7, quando por 20 anos a Arca ficou em Quiriate-Jearim. Em outra referência, esta mesma cidade é chamada de Quiriate-Baal (Js 15.60; 18.14). Isso faz referência ao que o Juiz, Profeta e Sacerdote, Samuel traz ao povo como único meio de resolver suas pendências contra o SENHOR e, assim, cessarem os lamentos (7.3).
Então, depois de terem abandonado os falsos ídolos e voltado o coração ao SENHOR, Samuel reúne o povo em Mispa para orar por eles (5). Mispa é uma cidade da tribo de Benjamim, que significa “torre de vigia”. Aqui chegamos ao ponto alto deste texto, quando diante desse chamado ao arrependimento, o povo jejua e ora confessando seus pecados (7.6). Este é o segredo do sucesso contra qualquer batalha até o dia de hoje: jejum e oração.
Caminhando para o fim, talvez você se lembre a última vez que disse: “até aqui nos ajudou o SENHOR”, mas hoje quero conclamar você a se lembrar quando foi a última vez que você disse: “Pequei contra o SENHOR” (6). Essas palavras evidenciam o verdadeiro arrependimento israelense. Faço esta relação, claro, porque o texto faz, mas também porque reconheço que o único caminho possível para dizer de coração: “Até aqui nos ajudou o SENHOR”, virá somente após a confissão: “Pecamos contra o SENHOR”.
Conclusão/Aplicação
Concluindo, percebamos que a pedra memorial, erigida para comemorar a vitória israelita, recebeu o nome Ebenézer, que significa literalmente “rocha da ajuda”. Juntamente com essa informação, devemos sempre lembrar que isso ocorreu após duas derrotas do povo de Deus num local com o mesmo nome, Ebenézer (cf. 1Sm 4.1).
Creio que, com isso, o profeta Samuel quis ensinar ao povo aquilo que ele aprendeu do SENHOR. Sim, naquele momento - e como sabemos, a partir dele - a mão poderosa do SENHOR os livrou dos filisteus, mas não os deixou esquecer as derrotas, que precisam ser lembradas para notifica-los que foram as derrotas que os conduziu a confessar os pecados.
Talvez os lamentos, derrotas, tristezas e abatimento de 2020 e 2021 estejam acompanhado você e sua família até hoje. Qual o motivo disso? Até quando será assim? Até quando você fará questão de lembrar de Ebenézer como local de derrota, tristeza e amargura?
Irmãos, o caso de Israel era desesperador, mas houve uma intervenção divina da qual todos nós precisamos em nossa vida. Ebenézer agora é um altar, um símbolo que os fez recordar que aquele local de batalhas e derrotas, hoje, tem um novo e vivo significado: Emanuel – Deus conosco.
Irmãos, que nas batalhas e dificuldades lembremos de Jesus Cristo, a pedra fundamental, erigida por Deus para nos servir de símbolo do perdão dos pecados e da reconciliação com Deus e comunhão uns com os outros: Rm 5.6-11.
Que nosso bom Deus, o nosso ajudador, siga abençoando este trabalho para a glória do Seu nome e edificação do Seu povo até a Sua vinda!
Oração final e bênção
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