IPCI - Culto das 19h30

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Transcript
IGREJA PRESBITERIANA DE APIAÍ
PLANEJAMENTO PASTORAL – SERMÕES EXPOSITIVOS
MAIO/2024
Igreja Presbiteriana Central de Itapeva – 145 anos
Dia 12/05 - Culto das 19h30
Saudação em nome do Conselho da IPA
Agradecimento ao Rev Arnildo pelo convite
Apresentação da esposa, Amanda
Êxodo 17.1-7 - A rocha da provisão
Introdução
De todas as pessoas que amam crianças, talvez 90% delas admitam que odeiam crianças birrentas. E se existe um local em que encontramos crianças fazendo birra é nos supermercados. Lá é o local que fazem muita manha, em meio a gritarias e choros sempre que não tem os desejos atendidos por seus pais. Aliás, fazem birra em qualquer lugar, mas sempre quando não acontece aquilo que querem ou da forma como querem. Mas, convenhamos, isso só acontece com as crianças? Não são poucos os adultos que, quando uma coisa não sai conforme querem, reagem de forma absurda. Instantaneamente, se tornam inimigos de quem os contrariou.
Sobre isso vamos aprender hoje. No texto que lemos, a ausência da água foi importante para manifestar a ausência de confiança, que, por sua vez, se manifestou através da murmuração.
Contexto
Sabemos que o livro do Êxodo relata a saída do Egito e o início da formação do povo de Deus.
Diante dessas informações gerais, o que precisamos trazer de modo específico para contribuir com o trecho lido hoje é que da saída do Egito até o monte Sinai levaram 3 meses. O relato começa no capítulo 16 e tratando de acontecimentos datados dos dois primeiros meses de viagem depois da libertação de 400 anos da escravidão no Egito, sendo este, trecho do capítulo 17, o terceiro relato seguido de reclamação e desconfiança.
Como os irmãos se recordam, esta peregrinação durará 40 anos. Espero que o meu e o seu coração não dependa de tanto tempo assim para ser tratado pelo SENHOR.
Êxodo 17.1-7 – A rocha da provisão diante da dureza do coração
Indo ao texto notamos um relato simples que envolve algo misterioso: a água jorra da rocha após o toque de um bordão. Contudo, este fato não deve nos impressionar mais do que aquilo que o relato nos traz sobre a postura do povo diante de Moisés, e, pior do que isso diante de Deus. Portanto, compreendamos que este povo está testando a Deus aqui.
Então, imediatamente, precisamos cercar o nosso coração de pensar bobagens sobre Deus. Lembremos de Tiago 1.13: “Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta”. Os testes que Deus propõe jamais são para nos fazer pecar, mas sempre para nos fazer crescer. Digo isso porque este povo afirma que Deus estava agindo mal para com eles. Eles culpam a Deus de lhes causar males maiores do que aqueles que viviam no Egito.
Este teste que o povo faz contra Deus é trazido como informação no verso 7: “E chamou o nome daquele lugar Massá e Meribá, por causa da contenda dos filhos de Israel e porque tentaram ao SENHOR, dizendo: Está o SENHOR no meio de nós ou não?”. Este é o verso chave, pois é a dureza de coração que faz com que pensem assim.
Quanto a sair água da rocha, existe uma ação sobrenatural de Deus, evidente, mas se sabe também que é possível as rochas sedimentáres abrigar bolsões de água pouco abaixo da superfície, e caso haja algum vazamento, é possível localizar esses bolsões e romper a camada de pedra da superfície, chegando até o reservatório de água.
De todo modo, vamos avançar, pois este texto faz muitas alusões a Cristo e isto é principal e o que deve chamar nossa atenção.
Bom, esta é terceira disputa entre Moisés e o povo israelita, em Refidim, e o problema agora é a falta de água. O conflito é resolvido quando Moisés, seguindo as instruções de Deus, usa seu bordão para fazer surgir água da rocha. Enquanto no conflito anterior Deus havia testado israelitas: “Então, disse o SENHOR a Moisés: Eis que vos farei chover do céu pão, e o povo sairá e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu ponha à prova se anda na minha lei ou não.” (16.4), agora os israelitas estavam testando a Deus com sua falta de confiança, questionando: “Está o SENHOR no meio de nós ou não?” (2 e 7).
Devido a contenda e falta de confiança do povo, que o local ganhou novo nome: Massá e Meribá: “teste” e “contenda”. Isto ficou grandemente conhecido e foi aplicado como um momento importante na relação de Deus com seu povo no livro dos Salmos e na Carta aos Coríntios.
Para notarmos como este acontecimento se refere a dureza do coração do povo muito mais do que a condução e liderança de Moisés, ou o fato extraordinário de tirar água da rocha, notemos as referências.
No Salmo 95:7b-8 os dois nomes, Massá e Meribá aparecem juntos, como exemplos de falta de fé e rejeição de Deus por parte de Israel: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o coração, como em Meribá, como no dia de Massá, no deserto”. Então, quando a voz de Deus é rejeitada não significa pequena de fé, mas ausência de fé. Quando a voz de Deus é rejeitada, manifesta-se a dureza do coração.
E aos Coríntios o Apóstolo Paulo sugere: “Todos eles comeram de um só manjar espiritual e beberam da mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo. Entretanto, Deus não se agradou da maioria deles, razão por que ficaram prostrados no deserto. Ora, estas coisas se tornaram exemplos para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram”. (1Coríntios 10.3-6). Portanto, Cristo foi o meio pelo qual Deus os sustentou com alimento e água no deserto, sendo Cristo representado pelo pão do céu (Êx 16), mas também por esta rocha ferida por Moisés para saciar o povo que murmura e desconfia. Cristo sempre foi e para sempre será a provisão de Deus.
Seguindo, notamos que este coração endurecido do povo também condena sua liderança humana, de modo que a irritação deles era tal, que a palavra usada se refere a um movimento de ação judicial, e a forma como Moisés se refere ao ato do povo contra ele para Deus, também remete a condenação judicial através de um possível apedrejamento.
Primeiramente na fala de Moisés ao povo, no verso 2: “Respondeu-lhes Moisés: Por que contendeis comigo? Por que tentais ao SENHOR?”; e, então, na fala de Moisés a Deus, no verso 4: “Então, clamou Moisés ao SENHOR: Que farei a este povo? Só lhe resta apedrejar-me”.
Sobre isso recordamos como Cristo (Jo 10:31), Estêvão (At 7:58) e Paulo (At 14:19) enfrentaram a possibilidade de apedrejamento. São desprezados por aqueles a quem foram enviados para anunciar a libertação através do Evangelho.
Assim, a queixa de Moisés para Deus se dá pelo fato de estar submisso a vontade do SENHOR, o que os conduziu até aquele local sem água, enquanto que também não quer ousar falar que a culpa de sua vida estar em risco agora era do próprio Deus. Então, Deus, desejando provar já pela terceira vez, que ele é o Deus da provisão, orienta a Moisés no verso 5: “Passa adiante do povo e toma contigo alguns dos anciãos de Israel, leva contigo em mão o bordão com que feriste o rio e vai”.
Diante disso, o que nos resta é perceber que no lugar de Moisés, nossa vontade seria a de ferir o povo de coração endurecido, mas a esperança nasce na tribulação por meio da voz de Deus ao coração de Moisés no verso 6: “Eis que estarei sobre a rocha”. Com isso Deus se revela usando a rocha como símbolo de sua presença com o povo e Moisés. E prossegue: “ferirás a rocha, e dela sairá água, e o povo beberá”. Ele a feriu e, ao fazer fluir água daquele lugar inesperado, recordamos de outras tantas referências sobre as águas que fluem do trono de Deus (Ez 47.1-12; Zc 13.1), mas especialmente quando Jesus se ofereceu publicamente como fonte e água que encerra toda dureza de coração: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”. (Jo 7.37-38).
E assim se encerra o questionamento do povo: “Está o SENHOR no meio de nós ou não?”. Será que Deus responde bem as perguntas cheias de incredulidade e murmuração que o povo de coração endurecido faz? Será que Deus estava ou não estava com o povo? Evidente que estava, como até o dia de hoje e por toda a eternidade estará!
CONCLUSÃO/APLICAÇÃO
Por fim, quero fazer duas perguntas retóricas, aquelas que eu não darei a resposta, mas vocês mesmos darão: sabemos que sede se resolve com água, mas o que resolverá a dureza do coração? E também, uma outra pergunta: quem poderia beber água antes da rocha ser ferida?
Irmãos, o único que detém todo poder de calar a murmuração e encerrar a desconfiança é o SENHOR, a rocha da provisão. E o único capaz de nos tornar plenamente saciados enquanto peregrinamos por este deserto da vida, é o SENHOR Jesus Cristo, a pedra fundamental. Sem Cristo, vamos peregrinar cheios de desconfiança no coração e murmuração nos lábios, mas louvado seja o SENHOR nosso Deus por ter ele mesmo ferido a rocha, que é Cristo. Ele é fonte a jorrar e único capaz de trazer refrigério e saciedade a todo que por ele clamar: “Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas;” (Is 55.1a). A oferta do Evangelho é gratuita e estende-se a todos que ouvem a mensagem da salvação.
O que podemos fazer diante disso? Manter o convívio com a comunidade de fé conforme Deus requer: família. Não tema estreitar os laços com os irmãos da fé! Não rejeite a companhia daqueles que partilham da fé em Jesus Cristo! Não se aparte da Igreja! Não rejeite os cuidados pastorais! Não viva conforme os desejos do próprio coração. Mas cumpra os dois mandamentos de Cristo. Ame a Deus e ame o seu próximo.
Que nosso bom Deus siga abençoando esta Igreja, pastores, oficiais e membresia para a glória do Seu nome e edificação do Seu povo até a Sua vinda!
ORAÇÃO FINAL E BÊNÇÃO
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