Filipenses 2.1-4
Exposição de Marcos • Sermon • Submitted • Presented
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Transcript
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Introdução
Algumas famílias passam por conflitos, não os conflitos resultantes de um processo de maturidade espiritual: que se entende como parte da santificação. Mas como resultado de pecados, sendo o principal dentre eles: o orgulho.
É o orgulho que leva os familiares a competirem entre si e deixam algumas famílias em pé de guerra. O orgulho daqueles que não assumem seu papel devidamente no lar e causam desequilíbrio.
O orgulho é aquele pecado que leva o cristão faltoso a dar ouvidos as palavras da serpente, quando disse no jardim: “Você será igual a Deus”. E do mesmo modo, tolo, tardiamente percebo como Adão: isso é mentira.
Ainda hoje em alguns lares cristãos, familiares escutam esta voz e tentam tomar o lugar do Senhor ali. Intentando ser o astro maior no sistema solar doméstico.
Mas perceba, não era diferente do que estava acontecendo nesta ocasião — que encontramos no texto —, quando o apóstolo prescreve tais instruções aos filipenses:
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OBSERVAÇÕES DO TEXTO
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Antes de dirigir à igreja tais prescrições, Paulo segue apresentando alguns tópicos na epístola, até chegar ao nosso texto. Primeiro ele fala sobre algo que acontecia com a sua pessoa:
[Ler Fp 1.15-17]
Alguns, efetivamente, proclamam a Cristo por inveja e porfia; outros, porém, o fazem de boa vontade; estes, por amor, sabendo que estou incumbido da defesa do evangelho; aqueles, contudo, pregam a Cristo, por discórdia, insinceramente, julgando suscitar tribulação às minhas cadeias.
Aqui o apóstolo apresenta algo acontecendo “dentro de casa”, entre os irmãos na fé — talvez não fossem irmãos os que tinham essa intenção? Sim. Entretanto, não sendo “de casa”, ainda assim eles faziam isso entre os irmãos. E isto certamente os influenciaria.
Isso importava para Paulo? O que era mais importante para o apóstolo? Em Fp 1.18 temos a resposta, quando ele diz:
Todavia, que importa? Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei.
Ele sofria por isso, mas Cristo estava sendo pregado. Aqui há um princípio de primazia para o cristão: o que deve ser mais importante para este? Cristo ser proclamado e crido entre os homens. Quer seja dentro ou fora do lar.
Ainda sobre o tópico sofrimentos do apóstolo, Paulo diz que seria muito bom passar pela morte e estar com Cristo, assim encerrando seu ministério. Mas algo maravilhoso era saber que manter-se fiel ali, edificava também a igreja em filipos (Fp 1.24-26).
Concluindo este ciclo no discurso do apóstolo, ele dirige a Palavra à Igreja em Filipos.
[Ler Fp 1.27-30]
Paulo diz à Igreja:
Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo, para que, ou indo ver-vos ou estando ausente, ouça, no tocante a vós outros, que estais firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica; e que em nada estais intimidados pelos adversários. Pois o que é para eles prova evidente de perdição é, para vós outros, de salvação, e isto da parte de Deus. Porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nele, pois tendes o mesmo combate que vistes em mim e, ainda agora, ouvis que é o meu.
Aqui o apóstolo os exorta à enfrentarem a oposição por causa do evangelho com otimismo em fé e união firmes, assim como o próprio fazia.
O apóstolo enfrentava sozinho estes desafios. Os irmãos o suportavam em oração à distância. Mas aos que estavam juntos ali, os filipenses, Paulo os instrui para que não fiquem atrapalhados com o que tem acontecido com ele e entre eles.
Por isso, eles são exortados à “enfrentem a ameaça de conflitos internos e dissensão com atitude de humildade (Fp 2.1-4). O apóstolo fala do “privilégio que os filipenses gozavam em virtude do seu relacionamento com Deus em Cristo, e que isso exigia que eles andassem em união”.
Do mesmo modo que o apóstolo lhes comunica o segredo para andarem em união: ter uma atitude pessoal de humildade que busca o bem-estar dos outros em vez do próprio (Fp 2.3-4).
Nos tópicos encontrados em Fp 1.15-30, Paulo usa seu testemunho para exortar os irmãos. Diferente do exemplo que ele apresenta a partir do cap. 2: o próprio Senhor Jesus Cristo.
No primeiro, eles deveria observar o martírio de Paulo e segui-lo como exemplo, já no segundo eles deveriam olhar para o próprio Cristo, o cabeça da Igreja, aquele que lhes conferiu a união.
Sobre este assunto introduzido em Fp 2, comentando o texto, diz Calvino:
Há uma extraordinária ternura nesta exortação, na qual Paulo roga, por todos os meios, que os filipenses nutram mutuamente harmonia entre si, para que, no caso de se dilacerarem por contendas domésticas, não se exponham aos embustes dos falsos apóstolos. Pois, quando há desacordos, invariavelmente há também uma porta amplamente aberta para Satanás difundir doutrinas ímpias, enquanto que permanecer em em harmonia é o melhor baluarte para repeli-las.
De maneira terna o apóstolo exorta e convoca os filipenses à olharem para Cristo, aquele que tem toda autoridade sobre eles. Eles deveriam olhar para Ele, tanto como o exemplo de humildade como aquele que une a igreja invisível.
Estar em desacordo entre os irmãos é uma porta aberta para satanás difundir doutrinas ímpias. Permanecer em harmonia é o melhor alicerce para repeli-las. Estar em união é um bom escudo para repelir qualquer investida do maligno contra a igreja.
E isto acontece tanto no seio na igreja local, como nos lares dos crentes. Precisamos fugir dos desacordos, das contendas, do orgulho que é a raiz destes problemas, este pecado que espreita o nosso coração. Tanto dos pais, como dos filhos no lar.
Alguns poderiam entender que estavam fazendo a coisa certa, porém visando aumentar os sofrimentos do apóstolo Paulo (o pretexto). Estes não estavam preocupados com o que aconteceria com a igreja caso este problema chegasse até eles. Pois o pretexto deles era fundamentado no orgulho, não no comunicar o evangelho aos homens.
Alguns familiares vivem assim no ambiente doméstico. Daí o pecado que leva alguns pais a abusarem da autoridade, e outros filhos a desonrarem os mesmos. Causando danos, as vezes irreversíveis.
Assim como o orgulho moveu os adversários do evangelho, mesmo que o resultado disso levasse à ruptura da igreja em filipos. O orgulho levado ao seio doméstico, promove desordem e conflito, em alguns casos até mesmo ruptura do matrimônio ou vinculo entre pais e filhos.
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TRANSIÇÃO: .
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Feitas estas considerações, deixo três desafios para nós, como famílias da aliança — o povo que precisa viver em união humilde dentro do lar. Desafio para as famílias, e todos que a compõem:
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1. VOCÊ DESFRUTA DOS PRIVILÉGIOS CONFERIDOS POR CRISTO?
Se sua resposta for sim, você tem uma exigência a cumprir: andar em união. Aplicando ao ambiente domestico/familiar — vocês devem viver em união.
Se você olha para Cristo e o que Ele fez por você, não há como não compreender o ponto que Paulo apresenta à igreja aqui. Calvino traduziu o v.1 da seguinte forma:
o início da passagem pode ser explicado desta maneira: “Se alguma exortação, que seja enunciada no nome e pela autoridade de Cristo, tem algum peso para vós.”
Em outras palavras: o apóstolo faz uma apelo a consciência destes irmãos. Caso eles realmente desfrutassem dos privilégios conferidos por Cristo, eles viveriam conforme Paulo fala no v.2b: “penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento”.
Você tem uma nova vida em Cristo! O que fazer? Viver segundo as “boas obras preparadas de antemão para você caminhar nelas”.
Maridos e Pais: sejam o cabeça no lar e pastores dos seus filhos. Não como aquele ícone de masculinidade evangélica das redes sociais, mas como Jesus Cristo (Ef 5.25-31; 6.4). Como nos ensina a Escritura Sagrada.
Esposas e Mães: sejam auxiliadoras, submissas, servas dedicadas tanto no lar, como espelhando a piedade na comunidade cristã (Ef 5.22-24; Tt 2.3-4).
Filhos: Sejam bons ouvintes e submissos aos pais, exercitem muito a memória pois não devem esquecer (Pv 23.22-26; Ex 20.12; Ef 6.1-3): “O Senhor disciplina a quem ama” (Hb 12.6).
Aplicações:
Vocês desfrutam dos privilégios conferidos por Cristo, e vivem nestas boas obras?
Se você desfruta dos privilégios o andar nestas boas obras o ajudará à conhecer o segredo para a vida em união:
TRANSIÇÃO:
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2. VOCÊ TEM ATITUDE PARA ANDAR EM UNIÃO?
O segredo para andar em união é desenvolver uma atitude pessoal de: humildade que busca o bem-estar dos outros em vez do próprio.
Por isso o apóstolo diz no v.3: “ Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo”. A humildade leva o servo do Senhor a considerar o outro superior a si mesmo. Quer seja uma criança, da parte do adulto.
Maridos e Pais: Tomem o tempo que vocês dedicam a si mesmos e dediquem o dobro as suas esposas. Não se submetam a tirania dos olhares alheios, cuidem dos seus filhos, procurando pastorear seus corações, não estejam somente preocupados com o comportamento.
Esposas e Mães: Sejam pacientes com seus maridos, e amorosas com seus filhos. Lembrem-se que o Senhor suporta com longanimidade os vasos de ira, quanto mais vocês não devem suportar aqueles a quem auxiliam. Do mesmo modo quando estiverem guiando como mestras do bem, seus filhos.
Filhos: Não esqueçam que a tempo para tudo e vocês são muito jovens e não sabem tudo. Sejam bons aulos, vocês tem muito o que aprender.
Aplicações:
Você tem a atitude humilde? Você coloca o bem-estar do seu cônjuge ou filho acima do seu? Ou você acredita que colocar comida na mesa é o suficiente? Ou talvez, responder “sim sr.” seja o máximo que você deve como honra aos pais?
Você pensa que já fez o suficiente? Olhe para Cristo e não esqueça do último desafio:
TRANSIÇÃO:
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3. VOCÊ CONSIDEROU O MODELO?
Quem é aquele ao qual o apóstolo faz referência como o modelo a ser imitado? Resposta: Jesus Cristo.
Ele não “tinha em vista o que era propriamente seu, senão o que era dos outros”. A culpa que você tinha diante de Deus-Pai. A punição que você receberia por ser um pecador. Ele considerou, por pura graça. Humildemente ele olhou com graça para aqueles que eram seus inimigos e os amou.
Maridos e Pais: A escritura usa a analogia do noive e a noiva, Ele é o esposo da Igreja. Ele a ama e purifica, cuida e zela, como nós devemos fazer com nossas esposas. Ele disciplina a quem ama, quando muitas vezes nós flexibilizamos a disciplina sobre os nossos filhos e pensamos que ficará tudo bem, esquecendo o que a escritura diz (Pv 23.13).
Esposas e Mães: Esposas, não é fácil ser paciente, mas considere toda a paciência d’Ele direcionada a você, o que seria a sua paciência diante desta. E mais, a Escritura diz que até mesmo uma mãe pode esquecer um filho (Is 49.15), mas Ele não! O nível é alto!
Filhos: Jesus obedeceu Deus-Pai, encarnando e vivendo entre os homens a fim de cumprir a missão que Deus-Pai lhe confiou. Ele é o perfeito obediente. E quando são irmãos? R: Na parábola do filho pródigo, temos o exemplo de como um irmão não deve ser, quando o mais novo retornou e o mais velho murmura pela graça do Pai para com o faltoso. Jesus é o irmão mais velho perfeito: ele divide conosco o que pertence a Ele. O nível é alto!
Aplicações:
Você considera desfrutar das bençãos? Que maravilha não?! Mas, você considera o modelo apresentado na Escritura, que esta diante de nós?
TRANSIÇÃO:
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CONCLUSÃO:
Nosso Senhor Jesus Cristo, ele deve estar no centro do ambiente doméstico da família cristã. Para os que a compõem: (a) NÃO ESQUECEREM o grande privilégio que possuem; (b) NÃO ESQUECEREM a atitude correta que promove a união e (c) NÃO ESQUECEREM o modelo a seguir.
Deste modo, esta família vencerá o orgulho e terá um lar harmonioso, cheio da graça do Senhor, onde haverá mutuamente ações redentivas.