Vivendo Relacionamentos Transformados em Cristo (Ef 5.21-6.9)

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5.21 Submetendo-se uns aos outros no temor de Cristo.
Sujeitem-se uns aos outros no temor de Cristo.
· Sujeitem-se ὑποτάσσω (hypotassō): submeter-se às ordens ou orientações de alguém — “obedecer, submeter-se a, seguir as ordens de, obediência, submissão”. (LouwNida); fazer com que esteja em um relacionamento submisso, sujeitar, subordinar (BDAG);
A sujeição a alguém deve ser somente no temor de Cristo. Mas o que isto quer dizer? Essa sujeição deve ser no profundo respeito e temor que temos para com Cristo. É por respeitar e honrar o Senhor Jesus que nos sujeitamos.
A sujeição ou submissão é vista no NT da seguinte forma:
Jesus era submisso aos seus pais terrenos (Lc 2.51). Em Lc 10.17 os demônios se submetem aos discípulos pela autoridade do nome de Jesus. Em Rm 8.7 vemos que a carne tem inimizade contra Deus pois não está sujeita a lei de Deus. Em Rm 8.20-21 a criação está sujeita à vaidade por causa daquele que a sujeitou. Em Rm 10.1 vemos que o desconhecimento da justiça de Deus faz com que as pessoas busquem estabelecer sua própria justiça pois não querem se submeter a justiça que vem de Deus. Em Rm 13.1,5 Paulo exorta os romanos a estar sujeitos às autoridades superiores (cf. Tt 3.1; 1Pe 2.13). Em 1Co 14.32 vemos que os espíritos dos profetas estão sujeitos aos próprios profetas. Em 1Co 14.34 recomenda que as mulheres estejam submissas, como também a lei o determina. Em 1Co 15.21 vemos que Deus Pai sujeitou todas as coisas debaixo dos pés de Cristo (cf. Ef 1.22; Hb 2.5-9), menos o próprio Deus Pai e que por fim o próprio Cristo, quando tudo lhe estiver sujeito, se sujeitará a Deus Pai (1Co 15.28). Em 1Co 16.16 Paulo exorta que os coríntios se sujeitem a pessoas como da casa de Estéfanas assim bem como a todos que são cooperadores e obreiro. Em Ef 5.21 Paulo exorta que cada pessoa se sujeite uns aos outros no temor de Cristo. Em Ef 5.24 vemos que a igreja está sujeita a Cristo, assim como a esposa deve fazer em relação a seu próprio marido (cf. Cl 3.18; Tt 2.5; 1Pe 3.1,5). Em Fp 3.21 vemos que Cristo tem o poder de subordinar a si todas as coisas. Em Tt 2.9 vemos que os servos devem se submeter a obediência a seus senhores (cf. 1Pe 2.18). Em Tg 4.7 ele exorta seus leitores a se sujeitarem a Deus e assim resistirem ao diabo. Em 1Pe 3.22 vemos que Jesus depois de ir para o céu, estando a direita de Deus, os anjos, potestades e poderes ficaram subordinados a eles. Em 1Pe 5.5 ele pede que os jovens estejam sujeitos aos mais velhos.
"submeter-se aos outros de acordo com a autoridade e a ordem estabelecidas por Deus" (BEESV)
ESPOSAS
5.22 Esposas, [submetam-se] a seu próprio marido como ao Senhor,
Esposas, [que cada uma de vocês se sujeite] a seu próprio marido, como ao Senhor;
· Esposas γυνή (gynē): uma mulher que é casada com um homem (LouwNida)
A submissão ou subordinação da esposa em relação a seu próprio marido é da mesma forma como estando submissa e subordinada ao Senhor. O relacionamento de sujeição é algo hierárquico como se verá mais adiante.
Colossenses 3.18 (NAA): “Esposas, que cada uma de vocês se sujeite a seu próprio marido, como convém no Senhor”. Observe que nesse texto Paulo repete a mesma exortação, onde a sujeição é algo que convém ἀνήκω(anēkō), isto é, que é correto, adequado conforme orientação do próprio Senhor. A mulher foi criada por causa do homem (1Co 11.9), pois Deus viu que não era bom que o homem permanecesse só (Gn 2.18) e faz para o homem uma auxiliadora עֵזֶר (ʿē·zěr), que é uma pessoa que contribui para o comprimento de uma necessidade ou dá apoio a um esforço ou objetivo (LLBH). Além de ser uma ajudadora, ela deve ser idônea נֶגֶד(ně·ḡěḏ), isto é, semelhante a ele.
A sujeição é uma ordem divina na queda (Gn 3.16). O desejo da mulher agora está sujeito a seu marido e ele a governará מָשַׁל(mā·šǎl), isto é, exercerá autoridade sobre a mulher.
5.23 porque o marido é o cabeça da esposa, como também Cristo é o cabeça da igreja; ele mesmo é o salvador do corpo.
· O cabeça κεφαλή (kephalē): alguém que tem status preeminente ou supremo, em fun­ção de autoridade para mandar ou ordenar — “al­guém que é a cabeça de, alguém que é superior a, alguém que tem supremacia sobre, alguém que tem autoridade sobre” (LouwNida); kephalē também é usado figurativamente para significar uma posição superior de autoridade. (Mounce);
O motivo claro é a posição hierárquica do marido em relação a mulher, pois o marido tem posição de autoridade sobre a mulher como foi visto no versículo 22 com base em Gn 3.16. Este é um ensinamento visto em 1Co 11.3, onde Cisto é o cabeça de todo homem, assim como o homem é o cabeça da sua própria mulher, e Deus Pai é o cabeça de Cristo.
Cristo é o cabeça da igreja, isto quer dizer, que Cristo é aquele que governa a igreja e que tem autoridade sobre ela (cf. Ef 1.22; 4.15; Cl 1.18). Pois é Cristo quem salva o corpo, ou seja, que o matem seguro e preservado.
5.24 Mas, assim como a igreja se submete a Cristo, assim também as esposas devem se submeter em tudo ao marido.
Então o mesmo tipo de sujeição que a igreja tem para com Cristo, as esposas devem ter em relação a seu próprio marido. Não é um ato de escravidão, mas é um ato de amor.
MARIDOS
Amem as esposas como Cristo amou
5.25 Maridos, amem sua esposa, assim como Cristo também amou a igreja e se entregou por ela,
· amem ἀγαπάω (agapaō): amar alguém ou algo com base num sincero apreço e na alta consi­deração para com esse algo ou alguém (LouwNida); ter uma consideração calorosa e interesse por outra pessoa, valorizar, ter carinho por; amar (BDAG); Amor, no AT, é um sentimento espontâneo que estimula uma pessoa a entregar-se, a dedicar-se a outrem ou a algo, a estar ao lado de quem provoca nela esse sentimento, e é também uma atividade prazerosa. Envolve o íntimo da pessoa. (DTNT)
Este tipo de amor que é exigido do homem em relação a sua esposa, é o mesmo amor que Cristo tem por sua igreja, quando por ela se entregou παραδίδωμι (paradidōmi), isto é, uma entrega voluntária pelo bem-estar da pessoa amada.
5.26 a fim de que pudesse santificá-la, tendo-a purificado com a lavagem de água com a palavra,
O primeiro propósito de Cristo ter se entregado pela igreja foi de santificá-la ἁγιάζω (hagiazō), ou seja, incluir uma pessoa. No círculo interno do que é sagrado, tanto nas associações cultuais como morais da palavra, consagrar, dedicar, santificar (BDAG). Esse processo de santificação começa na purificação, tal como se faz com água, a fim de deixar limpo, mas que neste caso, ao invés de usar água se usa a Palavra (cf. Jo 15.3).
5.27 a fim de que pudesse apresentar a igreja a si mesmo gloriosa, não tendo nenhuma mancha nem ruga nem algo parecido, mas para que ela pudesse ser santa e inculpável.
O segundo propósito de Cristo ao se entregar pela igreja foi para apresentar παρίστημι (paristēmi), isto é, fazer com que passe a existir — “fazer surgir, criar, providenciar, suscitar, aparecer”. (LouwNida), a si mesmo uma igreja que seja:
Gloriosa ἔνδοξος (endoxos): esplendorosa, maravilhosa
Sem mancha σπίλος (spilos): sem mácula, que não tem nenhuma contaminação
Nem ruga ῥυτίς (rhytis)*: nenhuma descaracterização, ou seja, nada que descaracterize ou deforme a igreja. Ou seja, o objetivo de Cristo é apresentar a si mesmo uma igreja perfeita, onde nem o tempo ou a idade, ou algo parecido pode descaracterizá-la.
Santa ἅγιος (hagios): separada em dedicação a ele. “Esta santidade não é algo que se consegue, é um estado no qual Deus, por Sua graça, chama os homens; não obstante, os crentes são conclamados a se santificarem (em consistência com sua chamada, 2Tm 1.9), limpando-se de toda a contaminação, abandonando o pecado, tendo um estilo de vida “santo” (1Pe 1.15; 2Pe 3.11), e experimentando comunhão com Deus na Sua santidade” (DV).
Sem defeito ἄμωμος (amōmos): ser isento de culpa e, portanto, moralmente inocente, irrepreensível (BDAG)
Então a igreja que Cristo está preparando para si mesmo é uma igreja esplendorosa por não ter nenhuma contaminação, que não tem nenhuma descaracterização e que é separada em dedicação a ele de forma irrepreensível (cf. Cl 1.22).
O desejo de Paulo era de apresentar a igreja como uma virgem pura a um só esposo que é Cristo (2Co 11.2). Paulo já havia falado sobre isso em Ef 1.4, onde ele menciona que fomos escolhidos para sermos santos e irrepreensíveis diante de Deus.
Amem as esposas como amam o próprio corpo
5.28 Da mesma maneira os maridos também devem amar a própria esposa como ao próprio corpo. Aquele que ama a sua esposa ama a si mesmo.
A Esposa se faz um com seu marido, pois o mesmo cuidado, atenção e zelo que ele tem para consigo mesmo, terá para com sua esposa. Adão o primeiro poeta de amor disse: “Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; será chamada varoa, porque do varão foi tirada” (Gn 2.23). E isto é literal, ela de fato foi tirada da costela de adão (Gn 2.22), numa clara indicação que a mulher está lado a lado com o seu marido numa relação de sujeição em amor.
5.29 Pois ninguém jamais odeia a própria carne, mas a nutre e dela cuida com carinho, assim como também Cristo faz com a igreja,
A lógica é inevitável, ninguém odeia a si mesmo, pois a nutre ἐκτρέφω (ektrephō), isto é, provê alimento afim de dar a nutrição adequada para a vida, e além de ser o provedor do sustento diário é aquele que cuida θάλπω (thalpō), ou seja, tem carinho e preocupação com seu bem-estar.
A forma como essa nutrição e cuidado deve ser feita é da mesma maneira que Cristo faz em relação a sua igreja. Nutrir e cuidar não é apenas uma questão física, mas também espiritual.
5.30 porque somos membros de seu corpo, [saídos de sua carne e de seus ossos].
Cristo cuida de nós porque agora fazemos parte do seu corpo (1Co 6.15; 1Co 12.27
5.31 Por essa razão, o homem deixará o pai e a mãe e se apegará à sua esposa, e os dois serão uma só carne.
Este o motivo pelo qual o homem deixa καταλείπω(kataleipō), isto é, deixa para traz עָזַב (ʿā·zǎḇ), o pai e sua mãe e se apegará προσκολλάω(proskollaō), ou seja, se unirá, se juntará a sua esposa, e a partir deste momento os dois se tornarão um só, formando uma unidade familiar.
É o que está escrito em Gn 2.24 e que Jesus enfatizou em Mt 19.5, onde os fariseus questionam o divórcio por qualquer motivo, mas que Jesus diz que nenhum homem deve separar o casal que Deus uniu (Mt 19.6), isto porquê o Senhor odeia o divórcio (Ml 2.16), justamente porque o Senhor é a principal testemunha da aliança que o homem faz com sua mulher (Ml 2.14). Por isso, trair a esposa é trair a si mesmo, enganá-la é enganar-se e dissolver o casamento é destruir-se.
5.32 Esse mistério é grande, mas me refiro a Cristo e à igreja.
Mistério μυστήριον (mystērion): o conteúdo daquilo que não se conhecia anteriormente, mas que foi reve­lado a um grupo restrito ou a um grupo de “inicia­dos” — “segredo, mistério” (LouwNida); Em Ef 5.31–32, o mystḗrion não é o casamento em si, mas a profecia da relação entre Cristo e a igreja que jaz oculta em Gn 2.24. (DTNT)
O mistério que estava oculto e que agora foi revelado é a relação da igreja com o Filho de Deus, que em tempos passados ainda não se tinha conhecido.
5.33 No entanto, vocês, cada um de vocês, também devem amar a própria esposa da mesma forma que a si mesmo, e a esposa deve temer o marido.
Mesmo que seja um mistério referente a relação de Cristo com a igreja, o que Paulo escreveu aqui tem relação a forma como o marido deve amar a própria esposa e a forma como a esposa deve respeitá-lo.
FILHOS
6.1 Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é correto.
· Filhos τέκνον (teknon): descendente imediato ou direto de alguém, sem referência específica a sexo ou idade — “filho, descendente”. (LouwNida)
· Obedeçam ὑπακούω (hypakouō): seguir instruções, obedecer, seguir, estar sujeito a (BDAG)
Os filhos devem seguir as instruções dada por seus pais no Senhor, ou seja, desde que não leve a desobedecer o Senhor, pois isso é correto δίκαιος (dikaios), ou seja, é o certo a ser feito, é justo fazer assim.
Em Colossenses 3.20 Paulo recomenda: Filhos, em tudo obedeçam a seus pais, pis fazer isso é agradável diante do Senhor e motivo está no versículo seguinte.
6.2 Honre seu pai e sua mãe, o qual, de fato, é o primeiro mandamento com promessa,
· Honre τιμάω (timaō): atribuir status elevado a alguém, honrando — “honrar, respeitar”. (LouwNida); para mostrar grande consideração por, honrar, reverenciar (BDAG).
Honrar pai e mãe vai muito além de mero respeito, mas requer uma atitude de dignidade, onde os filhos buscam dar assistência a seus pais naquilo que precisam e não fazer isso é quebrar o mandamento (Mc 7.10-13).
Então honrar pai e mãe é o primeiro mandamento com promessa e não o único. E a promessa está descrita no versículo que segue.
6.3 para que tudo vá bem com você e para que viva muito tempo na terra.
O mandamento está em Dt 5.16: Honra a teu pai e a tua mãe, como o Senhor, teu Deus, te ordenou, para que se prolonguem os teus dias e para que te vá bem na terra que o Senhor, teu Deus, te dá.
São duas recompensas ao se honrar pai mãe:
Primeiro, para que tudo vá bem com você, ou seja, tudo dará certo na sua vida se você honrar seu pai e sua mãe.
Segundo, para que viva muito tempo na terra, isso fala de longevidade, vida longa (cf. Êx 20.12). Quem honra pai e mãe tem seus dias prolongados na terra, ou seja, dias a mais são acrescidos.
Em Dt 27.16 fala que maldito é aquele que desprezar a seu pai ou a sua mãe. Desprezar é קָלָה (qā·lā(h)) e significa desonrar, trazer vergonha ou falhar em respeitar; tratar como se fosse um ninguém; desdenhar.
PAIS
6.4 E, os pais, não irritem seus filhos, mas criem-nos no treinamento e na admoestação do Senhor.
· Pais πατήρ (patēr): pai biológico ou adotivo de uma pessoa — “pai” (LouwNida)
· Não irritem παροργίζω (parorgizō): fazer com que alguém fique ira­do ou com muita raiva — “provocar à ira, fazer com que fique com raiva” (LouwNida); “significa provocar à ira, exasperar ou frustrar ao ponto de provocar uma reação de raiva ou ressentimento. Paulo está instruindo os pais a educarem seus filhos de uma maneira que evite ações e atitudes que possam levar a sentimentos de desânimo, raiva ou desesperança” (GPT).
Isso significa que, enquanto os pais têm a responsabilidade de disciplinar e instruir seus filhos, devem fazê-lo de uma maneira que seja justa, amorosa e que encoraje o crescimento espiritual e emocional. A disciplina e a instrução devem ser administradas dentro dos princípios e valores cristãos, de modo que os filhos possam crescer com um entendimento saudável de Deus, de si mesmos e dos outros.
Portanto, "irritar os filhos" é agir de maneira que seja excessivamente rigorosa, injusta, crítica ou punitiva, o que pode levar a um relacionamento danificado e a um desenvolvimento prejudicado da criança. Em contraste, Paulo está incentivando um estilo de paternidade que reflete o caráter de Deus - cheio de graça, misericórdia e amor, ao mesmo tempo que estabelece limites claros e oferece orientação.
Algumas atitudes que podem irritar ou exasperar os filhos incluem:
1. Inconsistência: Mudar as regras ou as expectativas sem aviso ou razão pode confundir e frustrar as crianças, fazendo com que se sintam inseguras.
2. Crítica Excessiva: Focar apenas nos erros ou falhas, sem reconhecer os sucessos e esforços, pode diminuir a autoestima da criança e levar ao ressentimento.
3. Comparação: Comparar uma criança com irmãos ou colegas pode criar sentimentos de inadequação e competição prejudicial.
4. Falta de Atenção: Não dedicar tempo para ouvir ou estar presente nas atividades e momentos importantes pode fazer a criança se sentir desvalorizada.
5. Disciplina Desproporcional: Aplicar punições severas ou desproporcionais aos comportamentos pode gerar medo e raiva em vez de compreensão e correção.
6. Expectativas Irrealistas: Impor expectativas que não correspondem à idade ou capacidade individual da criança pode levar à frustração e ao desânimo.
7. Falta de Afeto: A ausência de expressões de amor e aprovação pode deixar a criança emocionalmente carente e insegura.
8. Autoritarismo: Exercer controle excessivo sem permitir que a criança tenha voz ou escolha pode sufocar sua independência e confiança.
9. Falta de Comunicação Clara: Não explicar as razões por trás das regras ou decisões pode resultar em mal-entendidos e desobediência.
10. Negligência: Ignorar as necessidades emocionais, físicas ou espirituais da criança pode causar danos a longo prazo ao seu bem-estar.
Para evitar irritar os filhos, é importante que os pais busquem um equilíbrio entre disciplina e graça, estabeleçam uma comunicação aberta e amorosa, e criem um ambiente de apoio que promova o crescimento e o desenvolvimento saudável da criança.
Escravos:
6.5 Escravos, obedeçam a seus senhores terrenos com temor e tremor, com sinceridade de coração, como a Cristo,
· Escravos δοῦλος(doulos): — uma pessoa que legalmente pertence a outra pessoa e cuja subsistência inteira e finalidade foi determinada por seu mestre. (LLNTG)
Os escravos hoje não cabem mais aqui, mas o princípio aplicado aqui se enquadra perfeitamente nos funcionários de uma empresa, que precisam obedecer, ou seja, seguir as instruções dos seus chefes/líderes e isto deve ser feito de três formas:
1. Com temor e tremor: A frase "com temor e tremor" é uma expressão idiomática que comunica uma atitude de profundo respeito, seriedade e compromisso na realização de uma tarefa. Não implica medo no sentido de terror, mas sim um reconhecimento da importância e da responsabilidade associadas à tarefa em questão.
2. Com sinceridade de coração: A palavra sinceridade ἁπλότης(haplotēs), indica honestidade e retidão tanto no que faz quanto no que fala. Esta sinceridade é de coração, ou seja, com todo o ser da pessoa.
3. Como a Cristo: O funcionário trabalha como se estivesse trabalhando para Cristo. Em 1Co 10.31 Paulo exorta que tudo o que fizermos deve ser para a glória de Deus.
6.6 não para servir à vista, como pessoas que querem agradar aos outros, mas como escravos de Cristo, fazendo a vontade de Deus de todo o coração,
a) não para servir à vista, como pessoas que querem agradar aos outros – Quem trabalha somente para ser visto não é sincero, pois quando o patrão sai acaba relaxando no serviço, esquecendo-se que dos olhos do seu chefe pode se esconder, mas não dos olhos de Deus.
b) mas como trabalhadores de Cristo, fazendo a vontade de Deus de todo coração – fazer as coisas de boa vontade é muito importante, pois quando a má vontade reina no coração do funcionário, ele não faz o serviço bem feito, trazendo desonra.
6.7 com boa vontade prestando serviço como ao Senhor, não as pessoas,
Esta boa vontade ou zelo pelo trabalho visa agradar a Deus, o funcionário crente busca servir a Deus em tudo o que faz.
6.8 sabendo que qualquer bem que cada um faça, isso receberá de volta do Senhor, seja escravo, seja livre.
Fazer o bem sempre terá um resultado recompensador da parte do Senhor. No Sl 62.12 vemos que o Senhor retribui a cada um segundo as suas obras.
SENHORES/PATRÕES
6.9 E, senhores, façam as mesmas coisas a eles; parem de ameaçá-los, sabendo que o Senhor tanto deles quanto de vocês está no céu, e não há parcialidade com ele.
Os patrões ou chefes devem agir da mesma forma que os funcionários foram orientados a proceder. Paulo acrescenta que a liderança deve ser exercida sem ameaças ἀπειλή (apeilē), declarar que se irá causar dano a alguém, especialmente no caso de algumas condições não serem cumpridas (LouwNida), ou seja, devem deixar qualquer forma de intimidação do tipo, se você não fizer eu te demito ou fazer a clássica pergunta: Você quer ser demitido?.
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