Consagração total de si mesmo a Jesus Cristo, Sabedoria encarnada, pelas mãos de Maria
Sermon • Submitted • Presented
0 ratings
· 8 viewsNotes
Transcript
Aula vivencial do MCC - Lins
Aula vivencial do MCC - Lins
“Ser Vosso devoto, ó Maria Santíssima, é uma arma de salvação que Deus dá àqueles que quer salvar!” (São João Damasceno - memória 04/12)
TRATADO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA - São Luiz Maria Grignion de Montfort
TRATADO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA - São Luiz Maria Grignion de Montfort
INTRODUÇÃO - Porque se consagrar à Virgem Maria?
INTRODUÇÃO - Porque se consagrar à Virgem Maria?
Diz São Luiz no seu tratado:
61. Jesus Cristo, nosso Salvador, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, deve ser o fim último de todas as devoções, de outro modo seriam falsas e enganadoras. Jesus é o alfa e o ômega, o princípio e o fim de todas as coisas.
94. Nunca se honra mais a Jesus Cristo do que quando se honra muito à Santíssima Virgem. A razão é simples: só honramos a Virgem no intuito de honrar mais perfeitamente a Jesus Cristo, indo a Ela apenas como ao caminho que leva ao fim almejado, que é Jesus.
MARIA caminho para JESUS caminho para a SANTÍSSIMA TRINDADE
Portanto, a finalidade da devoção à Virgem Maria é ser conduzido por Ela à seu filho, Nosso Senhor Jesus Cristo para que Ele nos conduza à Santíssima Trindade.
“Uai, se o fim almejado é Jesus, então eu vou diretamente à Ele, para que eu preciso de Maria?”
Precisamos de Maria, porque essa é a vontade de Deus, pois:
1. Foi pela Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por Ela que deve reinar no mundo.
Ora, se Deus quis servir-se de Maria e associá-La tão intimamente à obra da Encarnação e Redenção, é insensatez de nossa parte, presumir que não temos necessidade dos mesmos meios que Deus quis necessitar.
Maria é a “Fôrma de Deus”
Maria é a “Fôrma de Deus”
Todo nós somos chamados, segundo as palavras de São Paulo, a ser conforme à imagem do Filho unigênito (cf. Rm 8.29).
O problema é que nós olhamos para a nossa miséria e achamos que isso é impossível, e estamos certos, pois, pelas nossas forças é realmente impossível. Mas, para Deus tudo é possível, sendo assim, com o auxílio da graça de Deus podemos nos moldar a imagem de Seu Filho Jesus Cristo.
Porém, tem outro problema, mesmo sabendo que podemos contar com o auxílio da graça de Deus, nós ficamos amedrontados, pois, o caminho para nos moldarmos à Cristo passa pela Cruz.
Então Deus nos deu Maria para que nos deixemos modelar por aquela que, de todas as criaturas, é a mais perfeita, a mais santa, a mais pura, ou seja, a mais conforme a imagem de Seu Filho.
Disse Santo Agostinho sobre a Santíssima Virgem Maria: “Sois digna de ser chamada Fôrma de Deus”.
Complementa São Luiz:
219. Aquele que é lançado nesta Fôrma Divina depressa é formado e moldado em Jesus Cristo e Jesus Cristo nele.
Maria é a nossa Mestra
Maria é a nossa Mestra
O sonho que Dom Bosco teve aos 9 anos de idade está completando 200 ano esse ano.
Quem conhece o sonho de Dom Bosco?
O menino Joãozinho Bosco perguntou à Jesus: “Quem sois vós que me ordenais coisas impossíveis?”
Jesus respondeu: “Exatamente por te parecerem impossíveis, deves torná-las possíveis com a obediência e com a aquisição da ciência.”
Joãozinho Bosco perguntou: “Onde, com que meios poderei adquirir a ciência?”
Jesus disse: “Te darei a mestra sob cuja guia podes tornar-te sábio, e sem a qual toda a sabedoria se torna estupidez.”
Maria é a “Porta do Céu”
Maria é a “Porta do Céu”
MULHER
IMACULADA EVA DESOBEDIÊNCIA PERDIÇÃO
VIRGEM QUEM É?
NOIVA DE UM HOMEM MARIA OBEDIÊNCIA SALVAÇÃO
RECEBEU A VISITA DE UM ANJO
DIANTE DE UMA ÁRVORE TOMOU O FRUTO PARA SÍ
DIANTE DA CRUZ ENTREGOU O FRUTO DO SEU VENTRE PARA A SALVAÇÃO DA HUMANIDADE
A consagração total à Nosso Senhor Jesus Cristo pelas mãos de Nossa Senhora pelo método de São Luiz Maria Grignion de Montfort é um caminho de santificação comprovado pela história de Igreja e de tantos santos que o trilharam, inclusive vários papas, entre eles São Pio X e nosso queridíssimo São João Paulo II, que tinha este tratado como seu livro de cabeceira.
Mas não foi São Luiz de Motfort quem inventou este caminho, mas sim, a Santíssima Trindade:
Deus Pai quando desde toda eternidade a escolheu para ser Mãe de seu Filho Unigênito, criando-a como sua filha predileta e a mais bela de todas as criaturas; Imaculada e plena da Sua Graça; pedindo a Ela o consentimento para entrar na história da humanidade decaida para nos resgatar da escravidão do pecado e de Satanás.
Deus Espírito Santo ao aceitá-La como esposa e fecundar em seu ventre o Filho de Deus.
Deus Filho ao aceitá-La por Mãe, a Ela submeter-se por 30 anos e quando do alto da Cruz nos entregou à Ela e Ela à nós, discípulos amados:
Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: “Mulher, eis aí teu filho”. Depois disse ao discípulo: “Eis aí tua mãe”. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa.
Diz Santo Agostinho que, não sendo o mundo digno de receber o Filho de Deus diretamente das mãos do Pai, este O deu a Maria, para que os homens O recebessem por Ela. O Filho de Deus fez-Se homem para nos salvar, mas foi em Maria e por Maria. Deus Espírito Santo formou Jesus Cristo em Maria, mas só depois de lhe ter pedido o consentimento por um dos primeiros ministros da sua corte. (nº. 16)
Quando Maria pronunciou:
Lucas 1.38 (AVM)
“Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”.
Ela se tornou a Porta do Céu, por essa porta Jesus entrou no mundo para nos salvar; e é essa porta que devemos atravessar para chegarmos ao Céu.
Diz São Luiz no nº. 22:
O procedimento que as três Pessoas da Santíssima Trindade tiveram na Encarnação e primeira vinda de Jesus Cristo, têm-no ainda todos os dias, duma maneira invisível, na Santa Igreja, e tê-lo-ão até a consumação dos séculos, na última vinda de Jesus Cristo.
Ou seja, não há salvação senão através de Jesus Cristo, só Ele é O Caminho, A Ponte que liga a Terra ao Céu, o Homem à Deus, pois é Verdadeiro Homem e Verdadeiro Deus, e portanto, o único mediador entre Deus e os Homens, mas esse Caminho, essa Ponte tem uma porta, e essa porta é Maria.
Portanto, não é possível entrar pelo Caminho que é Jesus, sem atravessar pela Porta que é Maria. Sendo assim, a devoção à Santíssima Virgem Maria necessária para a nossa salvação.
Mas e nossos irmãos protestantes, budistas, ateus, muçumanos como ficam? Vão todos para o inferno? Não podemos afirmar a condenação de ninguém, só Deus conhece os corações perfeitamente e:
A devoção a Nossa Senhora só pode obrigar explicitamente aqueles que a conhecem e têm consciência de que a devoção que lhe devemos ter é querida por Deus como meio de salvação. Aqueles que, sem culpa própria, desconhecem a verdadeira e doce figura de nossa Mãe Santíssima, quer por ignorarem a Cristo e sua Igreja, quer por terem sido apresentados a uma caricatura distorcida da Virgem, podem, sim, ser salvos. Deus não manda o impossível nem nega a graça aos que, cumprindo os ditames da lei natural, buscam com empenho sincero seguir a própria consciência e fazer o que é justo, e só a ele cabe julgar os corações que, embora não tenham nunca ouvido falar de Cristo e sua Mãe, dificilmente resistiriam ao amor que nos inspira esse duplo tesouro [4].
Cabe a nós que conhecemos a Verdade, abraçá-la e anunciá-la, sem desespero, com serenidade, pois, quem converte as almas é o Espírito Santo e não nós, somos apenas instrumentos desnecessários, mas queridos por Deus. Assim, como Maria.
Estamos numa batalha espiritual
Estamos numa batalha espiritual
Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal nos ares.
Quando o inimigo de Deus reprova algo, ele apenas confirma que aquilo é um instrumento de santificação dos homens.
Foi assim com esse tratado conforme profetizado por São Luiz no número 114:
Prevejo que muitos animais frementes virão em fúria para rasgar com seus dentes diabólicos este pequeno escrito e aquele de quem o Espírito Santo se serviu para o compor. Ou pelo menos procurarão envolver este livrinho nas trevas e no silêncio duma arca, a fim de que não apareça. Atacarão mesmo e perseguirão aqueles que o lerem e puserem em prática. Mas, que importa? Tanto melhor! Esta visão anima-me e faz-me esperar um grande êxito, isto é, um grande esquadrão de bravos e valorosos soldados de Jesus e Maria, de ambos os sexos, que combaterão o mundo, o demônio e a natureza corrompida, nos tempos perigosos que mais do que nunca se aproximam! (Mt 24.15). “Aquele que lê, entenda! Quem puder compreender, compreenda!” (Mt 19.12).
Escrito em 1712, o manuscrito ficou perdido dentro de um baú por 130 anos até ser achado em 1842 por um padre montfortino.
E não nos iludamos, pois, o inimigo tem seus embaixadores infiltrados na Igreja, por isso, essa devoção sofre resistência de muitos padre e até de bispos.
Nós não temos como fugir desta batalha, temos na verdade que escolher um lado, se omitir já é estar do lado do inimigo de Deus, o lado dos derrotados, portanto, se você é batizado, deve lutar do lado de Jesus e Maria, caso contrário sua derrocada é maior que a de um pagão, e nossa forma de lutar é colocando em prática esta devoção e divulgando ao máximo essa arma espiritual para assim combatermos o bom combate da fé e alcançarmos a santidade.
A verdadeira devoção à Santíssima Virgem Maria é imitação de São José
A verdadeira devoção à Santíssima Virgem Maria é imitação de São José
Todos nós fomos criados para amar e servir à Deus, portanto, toda devoção, inclusive aos santos, devem nos conduzir ao fim para o qual fomos criados, caso contrário, se torna idolatria a uma criatura.
São Luiz adverte e deixa claro logo no início de seu Tratado, que é Jesus Cristo o fim último da verdadeira devoção mariana; trata-se, portanto, de uma realidade cristocêntrica, por isso, a forma correta de dizer é CONSAGRAÇÃO TOTAL À NOSSO SENHOR JESUS CRISTO PELAS MÃOS DA SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA.
Devoção não tem nada haver com sentimento, ou seja, ser devoto e fervoroso não é o mesmo que sentir este fervor da vontade, o sentimento pode até estar presente, mas não é essencial, não podemos nos apegar a ele, pois, virão tempos de aridez quando não sentiremos nada, mas a prontidão da vontade deve continuar presente.
O maior exemplo de devoção à Jesus e Maria que temos na bíblia é São José:
Quando ele queria abandonar Maria em segredo, pois, na sua humildade, achou que não fazia parte do plano que Deus tinha para Ela, o Anjo do Senhor lhe aparece em sonho dizendo: “não temas receber Maria por esposa” (Mt 1.20).
Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa. (Mt 1.24)
PRONTIDÃO DA VONTADE: PRONTIDÃO EM FAZER A VONTADE DE DEUS
Depois, quando Herodes queria matar o menino:
Bíblia Ave-Maria Capítulo 2
um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar”. 14 José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito.
PRONTIDÃO DA VONTADE: PRONTIDÃO EM FAZER A VONTADE DE DEUS
E com a morte de Herodes, novamente:
Bíblia Ave-Maria Capítulo 2
anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, no Egito, e disse: 20 “Levanta-te, toma o menino e sua mãe e retorna à terra de Israel, porque morreram os que atentavam contra a vida do menino”. 21 José levantou-se, tomou o menino e sua mãe e foi para a terra de Israel.
PRONTIDÃO DA VONTADE: PRONTIDÃO EM FAZER A VONTADE DE DEUS
A verdadeira devoção à Santíssima Virgem Maria é uma imitação de São José, pois, é amar e servir à Jesus Cristo sob as ordens de Nossa Senhora:
IMAGINAR UMA CENA DO COTIDIANO DA SAGRADA FAMÍLIA
Quando obedecemos à Maria, estamos obedecendo à Deus, pois, a vontade d’Ela é a mesma da de Seu Filho, a nossa salvação.
A verdadeira devoção à Santíssima Virgem Maria é um caminho seguro que nos leva à santidade
A verdadeira devoção à Santíssima Virgem Maria é um caminho seguro que nos leva à santidade
A Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, do Concílio Vaticano II, afirma que todos os membros da Igreja, “quer pertençam à Hierarquia, quer por ela sejam pastoreados, são chamados à santidade” (n. 39).
Mas no que consiste a santidade?
Santidade consiste na união da alma com Deus por meio do amor ÁGAPE.
Quando pudermos dizer como São Paulo: “Já não sou eu quem vivo; é Cristo quem vive em mim” (Gl 2, 20), “poderemos estar seguros de ter alcançado o cume da perfeição cristã”. (A. Royo Marín, Teología de la Perfección Cristiana. Madrid: BAC, 2012, p. 71, n.49.)
Só que o caminho para a perfeição cristão passa pela Cruz, e nós que não somos santos, ainda, quando olhamos para Cristo crussificado, mesmo que vejamos ali o infinito amor de Deus por nós, resistimos à vontade de Deus, por medo da cruz.
Por isso, que Jesus, do alto da Cruz nos deu sua Mãe, pois, quem teria medo de entregar-se, com absoluta confiança, aos braços de uma Mãe amorosíssima?
Ela foi, entre todas as criaturas, a que mais perfeitamente se uniu ao Seu Divino Filho e através de suas suaves e carinhosas mãos, o mais empedernido dos pecadores pode ir, pouco a pouco, conformando sua vida à vontade de Deus.
Santa Terezinha do Menino Jesus e da Sagrada Face disse que se lhe perguntassem se ela preferia ser a Virgem Maria ou ser Terezinha, ela sem dúvida nenhuma preferia continuar sendo Terezinha, pois, a Virgem Maria não tem uma Mãe tão boa como ela.
Maria é um tesouro dado à nós por Jesus do alto da Cruz.
Os três tipos de devoção
Os três tipos de devoção
O culto que devemos à Deus é o culto de adoração (latria), devemos adorar à Deus e somente à Deus devemos adorar (observação sobre a vulgarização do verbete adorar).
Amar a Deus implica amar tudo o que a ele, de um modo ou de outro, se refere, portanto, a devoção pode direcionar-se indiretamente aos santos e anjos por aquilo que eles têm de Deus, o culto de veneração (dulia).
As criaturas se tornam santas e santos pela ordem da graça, de forma que Deus manifesta nelas sua bondade, tornando simples criaturas participantes das perfeições divinas, a sua misericórdia, elevando miseráveis criaturas à condição de amigos íntimos a quem, sem a graça, não passaria de mero escravo e pó da terra e a sua caridade, a qual os bem-aventurados desfrutam no céu, podendo assim interceder e rogar por aqueles que os invocam e veneram.
Maria não é Deusa, é uma criatura como nós, portanto a Ela não cabe o culto de latria, porém, por ser a Mãe de Deus (Jesus Cristo), Ela foi elevada por Deus a uma ordem superior à ordem da graça, que os teólogos denominam ordem hipostática, que se refere à união numa só pessoa das naturezas humana e divina de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Então, a Santíssima Virgem Maria que é digna de veneração pela sua exímia e singular humildade, obediência e santidade, que já é incomparavelmente superior à de todos os anjos e santos juntos, também deve ser venerada por sua dignidade de Filha de Deus Pai, Esposa do Espírito Santo e Mãe de Deus Filho.
Em resumo, Nossa Senhora foi a porta pela qual Deus veio ao mundo; foi nela e por ela que “o Filho de Deus se fez homem para a nossa salvação” [3], segundo o eterno desígnio do Pai de não trazer a redenção aos homens senão pela fecundidade e o consentimento de uma Virgem Imaculada, a fim de vencer, pela humildade e obediência de seu Filho e sua Mãe, os frutos da desobediência de Eva e Adão.
Já que foi “por intermédio da Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo”, é “também por meio dela que ele deve reinar no mundo” [4], e não há como se aproximar dele sem passar pelo instrumento de que ele mesmo se serviu para vir a nós e dispensar-nos suas graças (medianeira de todas as graças).
Portanto, devemos à Santíssima Virgem Maria, uma veneração superior a dos anjos e santos, é o culto de hiperdulia.
Guardemo-nos das falsas devoções
Guardemo-nos das falsas devoções
1. Os devotos críticos
Olha com excessiva desconfiança para o que quer que diga respeito a aparições, milagres, sinais claros da ação de Deus em nossas vidas etc.; são fiéis que, de tanto pôr em dúvida os milagres e as histórias narradas em crônicas de ordens religiosas [1], podem chegar ao ponto de negar o poder e os privilégios com que o Senhor enriquece a própria Mãe. Torcem o nariz, como se soubessem mais do que a Igreja, aos mistérios da Imaculada Conceição, da Assunção ao Céu, da Mediação universal etc., julgando que tudo isso ou diminui o Filho ou exalta, além de toda justa medida, a Mãe.
2. Os devotos escrupulosos
Temem honrar a Mãe por medo de rebaixar o Filho.
3. Os devotos exteriores
É aquele que está apegado aos sinais visíveis e às práticas externas da devoção. Escapulários, medalhas, correntes, récita mecânica de intermináveis fórmulas de oração etc.: é a isso que ele reduz a devoção a Nossa Senhora, sem ter sequer o cuidado de alimentar a devoção interna, que brota do coração e, por ser verdadeira, nos leva a amar de fato a Virgem Santíssima e a imitar suas virtudes.
A consequência natural da superficialidade, alimentada por longo tempo, dos devotos exteriores é se tornarem...
4. Os devotos presunçosos
Ostentando seu escapulário e suas medalhas, o devoto presunçoso abusa das promessas de Nossa Senhora, crendo totalmente que será salvo, à força destes “amuletos”, para viver, tranquilo e despreocupado, em seus vícios e maus comportamentos. Acham que “Deus lhes perdoará, que não hão de morrer sem confissão, e não serão condenados porque recitam o terço, jejuam aos sábados” [2], consagram-se à Virgem Santíssima etc., e assim não só fazem injúria à Rainha do Céu como incorrem na justa ira do Rei do universo.
5. Os devotos inconstantes
São aqueles que, diante da menor dificuldade (aridez, falta de gosto, cansaço, pouco tempo etc.), abandonam completamente a devoção. Ora, uma das razões mais comuns desta inconstância e falta de perseverança é a pretensão de querer fazer mais do que se é capaz.
6. Os devotos hipócritas
É aquele que encobre o seu espírito mundano, para não dizer seus pecados e vícios, com véus, “correntinhas”, terços, gestos e aparencias piedade. O devoto hipócrita quer, sob o manto da Virgem, parecer aos olhos do mundo aquilo que, no fundo, ele sabe não corresponder à realidade de seu coração [3].
Ele é causa de escândalos afastando tantas e tantas pessoas da Igreja ou da devoção a Nossa Senhora.
7. Os devotos interesseiros
São aqueles falsos devotos que só recorrem ao socorro da Virgem Maria para pedir algum benefício temporal ou que a invocam com um espírito “mágico”, como se esta ou aquela oração, este ou aquele sacrifício, à semelhança de uma “moeda de troca”, tivessem por si sós o poder de “forçar” a vontade de Nossa Senhora a conceder-nos as coisas que desejamos. Estes, enquanto estão satisfeitos consigo, vivem esquecidos de Maria e a ela só voltam o olhar quando a necessidade lhes bate à porta.
Somos filhos ou escravos de Maria?
Somos filhos ou escravos de Maria?
Jesus é Deus, Senhor e Rei do Universo, porém, como diz São Paulo:
Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.
Se a Trindade decidiu que esse é o Caminho para a nossa salvação, esse Caminho é de mão dupla, o que vale para Jesus nos salvar, vale também para nós sermos salvos, portanto também nós devemos imitar Jesus, assumindo a condição de escravos de Nosso Senhor e sendo obedientes à Deus. Assim como fez Maria:
Lucas 1.38 (AVM)
“Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”.
Ora, o Senhor olhou para a humildade de Maria e se submeteu a Ela por 30 anos. Diz o Evangelho de São Lucas quando Jesus tinha 12 anos:
Lucas 2.51 (AVM)
Desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso.
Não só a Maria como também à José, mas sobre São José vamos falar noutra oportunidade.
Então, Maria, por ser a mais humilde de todas as criaturas, exerceu sobre o Criador do universo uma verdadeira autoridade maternal; e Nosso Senhor, em seu total esvaziamento de si mesmo, quis submeteu-se, com a obediência do mais piedoso filho, a uma criatura que ele próprio formara.
São Paulo diz na sua carta aos Galatas:
Mas quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma Lei,
Portanto, nós somos chamados a seguir os passos de Jesus, podemos e devemos nos submeter e nos colocar sob o poder da Santíssima Virgem Maria, pois, Ela é Senhora e Rainha visto que é a Rainha Mãe.
A escravidão de amor à Virgem Santíssima é o caminho natural, mais rápido, curto e eficaz — vivido ao seu modo por ninguém menos que Nosso Senhor — para termos a Deus o amor e o carinho de filhos.
Em que consiste a consagração total de si mesmo a Jesus Cristo, Sabedoria encarnada, pelas mãos de Maria?
Em que consiste a consagração total de si mesmo a Jesus Cristo, Sabedoria encarnada, pelas mãos de Maria?
O Padre R. Garrigou-Lagrange responde:
Consiste esta consagração em prometer a Maria recorrer filial e constantemente a ela e viver em uma habitual dependência dela para chegar a uma união mais íntima com Nosso Senhor e, por ele, com a Santíssima Trindade presente em nós [1].
A união à Nosso Senhor é um dever de todo batizado, porém, nós não conseguimos chegar a essa união por meio de nossas próprias forças, precisamos da graça de Deus, portanto, nada melhor do que recorrermos filialmente e constantemente à medianeira de todas as graças para alcançarmos nosso objetivo.
Embora conte, é claro, “com práticas exteriores que é preciso não negligenciar” [4], esta consagração se torna “letra morta” sem aquela disposição interior — prometer recorrer a Maria e viver habitualmente em sua presença — que é o seu núcleo essencial e mais do que indispensável.