A mensagem subversiva do evangelho

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O Messias cruscificado como foco
uma retórica insufiente como forma, um fundamento inabalável 1Coríntios 2.1-5
1 Corinthians 2:1–5 (ARA)
Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.
E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus.
A pregação do evangelho tornou-se um escândalo para os judeus e loucura para os gentios. A própria experiência pessoal recente de Paulo atesta isso: é verdade que alguns judeus e gregos ouvem a pregação de Paulo e se convertem, tanto em Tessalônica como em Bereia (atos 17.1-15), todavia, alguns grupos de judeus zelosos rejeitava veementemente a pregação de Paulo, acusando-o de, juntamente com Silas “transtornar o mundo”(Atos 17.6), além de sua experiência ainda mais recente em Atenas, onde foi rejeitado pela maioria dos sábios atenienses. Contudo, a exelência do conteúdo da mensagem que Paulo carrega o motiva a continuar seu apostolado.
A conjunção sugere o vínculo mais próximo possível com o que vem imediatamente antes (v. 3l): Gordon Fee faz uma paráfrase explicativa sobre esta relação do assunto da seguinte forma: “Por meio da cruz e ao escolher vocês, Deus na prática eliminou a vangloria humana, de modo que a única vangloria que resta seja do Senhor. E eu, de minha parte, quando fui até vocês, demonstrei a mesma realidade.”
Ele segue falando da ocasião em que esteve entre eles, lembrando-os de que esteve anunciando o testemunho de Deus para eles - Existe uma variante textual neste início, pois alguns manuscritos trazem “mistério de Deus” ao invés de “testemunho de Deus”. Kistemaker comenta o seguninte sobre isso:”Diversos editores, tradutores e professores do Novo Testamento grego preferrem o último termo.”
De qualquer forma, o que nos importa aqui é o exercício ministerial de Paulo entre aqueles irmãos: a pregação do evangelho; o que chama a atenção é que ele inicia dizendo primeiro o que não fez parte da sua pregação, “não o fiz com ostentatação de linguagem ou de sabedoria”. Tendo em mente o contexto anterior, bem como o início da sua argumentação (1.17) onde ele diz que foi enviado para pregar o evangelho, não com sabedoria de palavra para que a cruz de Cristo não fosse anulada, ou “tornada vazia do seu sentido”. Parece que ele se refere não apenas sua maneira de falar, mas também o seu conteúdo. Os silogismos são bons exemplos disso: O orador se utiliza de duas proposições iniciais para se chegar a uma terceira, que no caso é a conclusão; todavia, a premissa que é lançada pode ser falsa. O que Paulo está dizendo é que ele não usou este tipo de artifício. Pelo contrário, de acordo com alguns teólogos, ele está expondo termos caros aos Coríntios e negando-os à luz do Messias cruscificado, que foi a base da vida de Paulo e como não poderia ser diferente, da sua pregação também:
(2) Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.
Paulo inicia a frase com um “pois” explicativo, dessa maneira indicando que está prestes a apresentar motivos para o comportamento que acabou de assinalar. Ele não tentou se destacar por meio de eloquência ou então de raciocínio filosófico porque já havia decidido “não saber nada entre aqueles irmãos, exceto Jesus Cristo, e ele crucificado”
D.A Carson, em seu artigo intitulado “o evangelho de Jesus Cristo” analisa as diretrizes éticas de 1 Coríntios e chega a seguinte conclusão:“Este livro mostra repetidamente que o evangelho age, de forma correta, na transformação colossal de atitudes, padrões morais, relacionamentos e interessões culturais”
Observem, irmãos, Paulo deixa de lado e decide, ou seja, escolheu não saber nada entre os Coríntios, a não ser o evangelho do Messias crucificado. Assim procede alguém que tem um foco muito bem estabelecido. Longe de Paulo travar debates intermináveis sobre vâs filosfias ou assuntos periféricos como genealogias; ele mesmo instruiu Timóteo a não perder tempo com fábulas profanas de velhas caducas(1Tm4.7), nem se deter em falatórios inúteis e profanos que são próprios de quem dá lugar aos desejos da mocidade (2Tm2.22), ou seja, a orientação de Paulo é: foque no evangelho de Cristo.
Calvino comenta que este versículo “é muitíssimo belo, e dele podemos aprender o que um ministro fiel deve ensinar, e o que devemos cultivar ao longo de toda nossa vida; e comparado a isso tudo o mais deve ser considerado a esterco (Fp 3.8)
E nós, amados, será que temos procedido de maneira exemplar? Será que o evangelho de Cristo tem permeado as nossas conversas? Será que Cristo é compreendido pelos seus ouvintes como foco da sua pregação? Ou ele entra apenas como uma nota de rodapé? Nunca se esqueça: sem Cristo não há pregação; sem Cristo não há evangelho.
Irmãos, estamos meditando sobre a mensagem subversiva do evangelho; em primeiro lugar, observamos que ela é subversiva porque o Messias crucificado é o seu foco; em segundo lugar, observaremos que ela é subversiva porque tem uma retórica insuficiente como forma
uma retórica insufiente como forma, um fundamento inabalável
E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus.
Nunca ouvimos falar de grandes homens até o momento em que todos os outros homens são pequenos.
G. K. Chesterton
Seguindo o raciocínio de unidade deste primeiro discurso, O apóstolo vai reforçar sua fraqueza, porque o seu objetivo era que as pessoas olhassem para a força de Deus, pois ele já deixou muito claro que os JUDEUS estão buscando por sinais e os GREGOS por sabedoria deste século e isso eles não encontrarão no conteúdo e na mensagem de Paulo; encontrarão, todavia, uma sabedoria e poder muito superiores, que só faz sentido para “aqueles que são salvos”(1Co. 1.18). O mundo jamais compreenderá pela sua própria força a “Sabedoria de Deus”, pois na sua própria sabedoria eles não conheceram o Senhor e a prova da ignorância dos sábios deste século é a própria rejeição e cruscificação de Jesus (2.8) sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da Glória.” Paulo, portanto, vai empregar mais uma vez a expressão “E eu” que apareceu no versículo no versículo 1. Talvez você já reparou que não aparece assim na almeida revista e atualizada, mas se tiver curiosidade pode conferir na Revista e Corrigida ou na King James e na Amrican Standard Version, que são traduções menos dinâmicas e portanto mais literais. Gondon Fee vai dizer que agora, aqui no versículo 3, Paulo vai se concentrar menos na pregação e mais diretamente na forma do pregador.
Autores divergem sobre o que o apóstolo quis dizer com “e eu estive com vocês em fraqueza”
Alguns entendem que ele está enfatizando que foi deste modo que ele estava na ocasião em que chegou;
outros, porém, sugerem que ele escolheu demonstrar fraqueza no relacionamento com os coríntios;
Podendo também ser uma condição física fraca e doente, visto que alguns defendem ser preferível traduzir o termo “Asetheneia” por doençaem detrimento de “fraqueza”. Se conciderarmos a cronologia dos escritos Paulinos, colocaremos a carta aos Gálatas alguns anos antes da sua estadia em Corínto, e lá no capítulo 4.13-14 vemos que Paulo ele pregou aos por ocasião de uma “enfermidade na carne”, e podemos ver também o apóstlo declarando carregar as marcas de Cristo no corpo” lá em 2 Coríntios e da possibilidade do “espinho na carne” que experimentou por muito tempo, portanto, é possível que essa enfermidade estevesse presente enquanto o apóstolo esteve entre os coríntios.
Independente se foi uma doença, deficiência ou se realmente o grande Paulo era elevado no eu conteúdo, mas deficitário no discurso; fato é que ele não despertava admiração dos sábios deste século, pois outro tipo de discurso era esperado de um líder do tamanho de Paulo; E para piorar, não somente em fraqueza que ele esteve entre os coríntios, mas com “temor e grande tremor”(3)
Com exceção dos estóicos, a maioria dos oradores aprovava os discursos que despertassem emoções. GREG KENNER fala que “o tremor de Paulo normalmente causaria desagrada ao público acostumado com oradores habilidosos.”
Lucas menciona no capítulo 18 de Atos que Paulo permaneceu 1 ano e meio em Corinto. Kistemmaker comenta que: “ quando escreve que esteve em Corinto com “temor e grande tremor”. Foi sua a árdua tarefa de estabelecer uma igreja na cosmopolita Corinto. Aos olhos dos coríntios influentes, Paulo era uma pessoa sem força, sem recursos e sem privilégios”
Portanto, após ele falar de como a mensagem do evangelho é loucura para os que se perdem nos versículos 18-25 do capítulo 1; após ele falar que a salvação dos coríntios é também uma loucura, ultilizada por Deus para humilhar e reduzir a nada os “sábios” deste século, ele diz agora “E eu mesmo, irmãos,”
Tanto para os cultos gregos como para os piedosos judeus, o que os cristãos lhes diziam soava como pura insensatez. A loucura da palavra da cruz e a loucura da pregação constituíam uma pedra de tropeço para o incrédulo. Paulo começa com o pressuposto de que a sabedoria humana está fadada ao fracasso. Portanto, é óbvio que, com toda a sua sabedoria, o mundo não encontrou Deus, e ainda está nessa busca. Nota-se que há um contraste entre a sabedoria de Deus e a dos homens. A sabedoria deste mundo é falsa porque não reconhece Deus: é tolice diante de Deus (ver 3.19
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