8ª Parábola - Figueira - Fim dos tempos

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A figueira
MATEUS 24.32–35
APRENDEI, POIS, A PARÁBOLA DA FIGUEIRA: QUANDO JÁ OS SEUS RAMOS SE RENOVAM E AS FOLHAS BROTAM, SABEIS QUE ESTÁ PRÓXIMO O VERÃO. ASSIM TAMBÉM VÓS: QUANDO VIRDES TODAS ESTAS COISAS, SABEI QUE ESTÁ PRÓXIMO, ÀS PORTAS. EM VERDADE VOS DIGO QUE NÃO PASSARÁ ESTA GERAÇÃO SEM QUE TUDO ISTO ACONTEÇA. PASSARÁ O CÉU E A TERRA, PORÉM AS MINHAS PALAVRAS NÃO PASSARÃO.
MARCOS 13.28–31 APRENDEI, POIS, A PARÁBOLA DA FIGUEIRA: QUANDO JÁ OS SEUS RAMOS SE RENOVAM, E AS FOLHAS BROTAM, SABEIS QUE ESTÁ PRÓXIMO O VERÃO. ASSIM, TAMBÉM VÓS: QUANDO VIRDES ACONTECER ESTAS COISAS, SABEI QUE ESTÁ PRÓXIMO, ÀS PORTAS. EM VERDADE VOS DIGO QUE NÃO PASSARÁ ESTA GERAÇÃO SEM QUE TUDO ISTO ACONTEÇA. PASSARÁ O CÉU E A TERRA, PORÉM AS MINHAS PALAVRAS NÃO PASSARÃO.
LUCAS 21.29–33 AINDA LHES PROPÔS UMA PARÁBOLA, DIZENDO: VEDE A FIGUEIRA E TODAS AS ÁRVORES. QUANDO COMEÇAM A BROTAR, VENDO-O, SABEIS, POR VÓS MESMOS, QUE O VERÃO ESTÁ PRÓXIMO. ASSIM TAMBÉM, QUANDO VIRDES ACONTECEREM ESTAS COISAS, SABEI QUE ESTÁ PRÓXIMO O REINO DE DEUS. EM VERDADE VOS DIGO QUE NÃO PASSARÁ ESTA GERAÇÃO, SEM QUE TUDO ISTO ACONTEÇA. PASSARÁ O CÉU E A TERRA, PORÉM AS MINHAS PALAVRAS NÃO PASSARÃO.
Os Evangelhos revelam que Jesus tinha a capacidade para perceber com facilidade as sutilezas das situações; e compreendia rapidamente as circunstâncias e claro um grande observador da natureza. Seu ensino, constantemente, faz alusão ao meio ambiente que cercava a ele e a seus ouvintes. As parábolas não ficam de fora, muitas vezes, se referiam à vida do fazendeiro, do agricultor, do pescador e dos pastores. Os ouvintes de Jesus viviam mais próximos da natureza do que nós, hoje, e não tinham dificuldade para entender o significado de sua mensagem. Nos tempos bíblicos, a figueira era muito comum em Israel, especialmente nas proximidades de Jerusalém, onde Betfagé (“casa dos figos”) se localizava. Em Israel, um dito popular sempre lembrado e que se referia ao reinado pacífico de Salomão, afirmava que um homem está em segurança “debaixo de sua videira, e debaixo de sua figueira” (1Rs 4.25 e Miquéias 4.4 “4 Mas cada um se assentará debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os atemorize, porque a boca do Senhor dos Exércitos o disse.” ).
Durante o verão, a figueira com suas largas folhas verdes oferece boa sombra. Mas, diferentemente de outras árvores, tais como a oliveira, o cedro e a palmeira, ela perde suas folhas com a aproximação do inverno. Mesmo quando outras árvores, que também costumam perder as folhas, começam a mostrar sinais de vida, logo no início da primavera – a amendoeira, por exemplo –, a figueira continua a apontar para o céu seus ramos nus, até que chegue o verão. Então, a seiva começa a correr, os pequenos brotos aparecem, e, em alguns dias, as folhonas novas aparecem. A natureza proclama que o perigo da noite gelada e mortal já passou e o verão está próximo.
Ninguém precisa anunciar que o verão está próximo. Não carece de um comunicado oficial, nem há necessidade de esperar pelas flores. Enquanto as árvores ainda não estão brotando, não se sabe quanto tempo se prolongará o inverno. Mas quando os botões se formam e, na verdade, já se rompem, sabe-se que inevitavelmente está se aproximando o verão. Uma chuva branda e o ar quente podem acelerá-lo mais do que se espera.
Jesus talvez tenha ensinado a parábola da figueira florescente durante a primeira semana de abril, exatamente quando as árvores começam a dar os primeiros sinais de vida. “Quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão.” Era dessa forma que aqueles que estavam ouvindo a parábola entendeream!
Então qual era o contexto aqui para que os irmãos se situem do momento em que essa parábola foi dita pelo nosso Senhor:
Faz parte de um texto maior que inicia lá verso 1 de um sermão profético dos últimos dias, sua segunda vinda:
Jesus havia acabado de sair do templo e caminhava - quando aponta para o templo e diz a famosa frase - Em verdade lhes digo que não ficará aqui pedra sobre pedra (v20
verso 3 os discipulos se achegam e questionam mais sobre essas coisas sobre o fim.
Jesus responde falando sobre os falsos profetas tentao imitá-lo e enganando a todos, vcs ouviram de guerras e rumores de guerras
Fiquem atentos e não se assustem, porque é necessário que isso aconteça, mas ainda não é o fim. 7Porque nação se levantará contra nação, e reino, contra reino. Haverá fomes e terremotos em vários lugares. 8Porém todas essas coisas são o princípio das dores.
9— Vocês serão entregues para serem maltratados e eles os matarão. Vocês serão odiados por todas as nações por causa do meu nome. 10Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros. 11Muitos falsos profetas se levantarão e enganarão a muitos. 12E, por se multiplicar a maldade, o amor se esfriará de quase todos. 13Aquele, porém, que ficar firme até o fim, esse será salvo. 14E será pregado este evangelho do Reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então virá o fim.
A questão, no entanto, era se o povo seria capaz de interpretar esse sinal teológica e espiritualmente. As pessoas tinham ido a Jesus, repetida vezes, pedindo por um sinal, mas Jesus não tinha o hábito de apresentar sinais. Certa vez, ele dissera aos fariseus, e a gente viu na introdução do estudo das parábolas, que nenhum outro sinal seria dado senão aquele do profeta Jonas (Mt 12.39), e uma outra vez ele os censurou por serem capazes de interpretar o aspecto do céu, porém não de discernir os sinais dos tempos (Mt 16.2–3). Saberiam seus discípulos reconhecer o sinal da figueira ao florescer? “Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabeis que está próximo, às portas.”
O ponto aqui é claro nessa ilustração de Jesus : quando as árvores começam a mostrar as tenras folhas, todos sabem que o verão está próximo. Lucas acrescentou: “todas as árvores”. Ele generalizou, quando escreveu: “Vede a figueira e todas as árvores. Quando começam a brotar, vendo-o, sabeis por vós mesmos que o verão está próximo”. Lucas dá menos ênfase à figueira que às pessoas que olham as árvores: elas podem ver a evidência por si mesmas.
Qual é, pois, a comparação? Os evangelistas diferem na narrativa. Mateus inclui tudo. Escreve: “Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabeis que está próximo, às portas”. Marcos varia ligeiramente, dizendo: “… quando virdes acontecer estas coisas”, que é igual à versão de Lucas. Mas Lucas tem um final diferente: “…sabei que está próximo o reino de Deus.” Ele omite a frase, “próximo, às portas”.
A expressão “quando virdes” ocorre no início do sermão escatológico de Jesus a partir do verso 15: “Quando, pois, virdes o abominável da desolação situado onde não deve estar…” (Mt 24.15; Mc 13.14; Lc 21.20). Inegavelmente, as palavras “estas coisas” ou “todas estas coisas” devem referir-se às predições que foram ditas desde o início de capítulo. Os discípulos de Jesus perguntaram: “Dize-nos quando sucederão estas coisas” (Mc 13.4). O sermão todo a respeito do final dos tempos (Mc 13.5–23 e paralelos), especialmente a parte sobre o cerco de Jerusalém e o aparecimento de falsos profetas, está resumido na expressão: “estas coisas, ou todas estas coisas”. A expressão se refere, também, ao “abominável da desolação” que foi profetizado que viria ao templo de Jerusalém. “Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação” (Lc 21.20).
Jesus aplica essa verdade diretamente a seus contemporâneos. “Em verdade vos digo”, diz ele a seus discípulos, “que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça” (Mc 13.30). Uma vez mais ele generaliza, usando a expressão “tudo isto”. Com certeza, os discípulos seriam capazes de constatar como estavam próximas a profanação e a destruição do templo, tanto quanto saberiam como estava próxima a chegada do verão, olhando para a figueira.
Palavras de Heman-Harling no seu livro (A História do Povo Judeu):
. Exatamente quarenta anos depois de Jesus ter dito estas palavras, numa festa de Páscoa, Tito se acampou com suas tropas diante de Jerusalém e começou a sitiá-la. O cerco durou cinco meses. Foi um tempo terrível para a cidade. Por causa da festa da Páscoa ela estava repleta de gente. Os dois partidos principais, que deveriam defender Jerusalém contra Roma, inicialmente estavam desunidos entre si. Encontravam-se numa constante guerra interna, transformando a cidade seguidamente num campo de batalha, até poucos dias antes do início do sítio. Nisso cometeram a extrema tolice de incendiar os enormes estoques de cereais que havia na cidade, a fim de impedir que o outro partido as possuísse. Não consideraram que desse modo eles próprios se privavam dos meios para a defesa. As lutas partidárias continuaram enquanto os romanos já estavam acampados diante dos portões da cidade. Na festa pascal aconteceu novamente uma chacina no interior da cidade. O partido de Eleazar abrira as portas do pátio interno do templo para os visitantes da festa. Os líderes do outro partido aproveitaram a oportunidade para infiltrar seus homens com armas escondidas e promover o assassinato inesperado de Eleazar e seus adeptos.
Somente quando os aríetes dos romanos começaram a arremeter contra os portões da cidade a guerra interna parou. Após 14 dias de trabalho, um dos enormes aríetes conseguiu abrir uma brecha no muro. Os romanos penetraram e se apoderaram do primeiro muro.
Então começou a luta mais encarniçada pelo segundo muro. Na cidade alastrou-se a fome. Quem por ele tentava fugir da cidade era capturado pelos romanos e crucificado perante a cidade, podendo ser visto de longe. Várias centenas dessas cruzes se erguiam diante da cidade.
O flagelo da fome aumentava cada vez mais, as lutas tornavam-se cada vez mais terríveis e ferozes. A raiva dos romanos diante da teimosia dos judeus não tinha limites. Judeus nãos queriam se render. Finalmente os muros e o monte do templo foram tomados de assalto. Quando os portões estavam totalmente queimados, Tito realizou um conselho de guerra, no qual foi decidido poupar o templo. Quando, porém, no dia seguinte os judeus realizaram dois ataques rápidos a partir do pátio interno do templo, sendo rechaçados, no segundo ataque, até o interior do pátio interno pelos soldados ocupados em apagar o incêndio da galeria de colunas, um soldado lançou uma tocha pelo telhado que caiu no vestiário dos sacerdotes. Quando isso foi noticiado a Tito, ele chegou às pressas, seguido dos generais e das legiões. Tito deu ordens para apagar o fogo. Contudo, na batalha desesperada que se desencadeou, suas ordens não foram ouvidas, e o fogo se alastrou. O futuro imperador ainda tinha esperança de salvar pelo menos o interior da construção do templo, repetindo as ordens para apagar o fogo. Contudo, a raiva dos soldados fez com que não escutassem mais o seu comando. Em vez de apagar, iniciaram novos focos de incêndio. Todo o magnífico prédio do templo tornou-se, sem chance de salvação, vítima das chamas.
Assim foi cumprida literalmente a profecia de Jesus em Lc 21:6: “Do que contemplais, dias virão em que não restará pedra sobre pedra; tudo será destruído”.
Deve ter sido arrasador: o lamento dos judeus, o grito de triunfo dos vitoriosos, o crepitar das chamas, às quais em pouco tempo sucumbiu a cidade inteira, e o sangue humano escorrendo pelos degraus do templo. Os judeus, que haviam esperado até o fim pela ajuda do alto, pela vinda do Messias, perderam o ânimo. O mais terrível para eles, porém, foi que com Jerusalém e o templo ruiu plena e totalmente o fundamento de sua fé e esperança mal conduzidas.
Não restou pedra sobre pedra. O templo e a cidade jaziam em ruínas fumegantes. Somente a forte muralha fundamental do terraço do templo com seus blocos enormes resistiu à destruição, e da grande e maravilhosa cidade Tito deixou intocadas somente três grandes torres, que tinham os nomes Hippicus, Mariamne e Fasael. Em redor tudo o mais era cinzas, nada mais que cinzas e entulhos. As três torres foram mantidas como proteção para a guarnição que os romanos deixaram. Uma parte da muralha Tito também deixou de pé, como monumento à anterior invencibilidade da cidade (provavelmente esse resto de muralha é o que atualmente se chama de “muro das Lamentações”). Das três torres deixadas de pé, que eram do palácio de Herodes, conservou-se até hoje uma, a assim chamada “torre de Davi”.
Durante o demorado cerco aproximadamente um milhão de pessoas perderam a vida. Quem caía nas mãos dos romanos e não era abatido por armas, foi vendido à escravidão. Essa era a sorte de todos os prisioneiros na Antigüidade. Por isso milhares deles foram levados às minas e pedreiras do Egito, outros milhares foram comprados pelos mercadores de escravos a preços irrisórios, e lotaram os mercados com escravos judeus. Os vencedores distribuíram outros milhares entre si e os presentearam a amigos. Os jovens e homens mais belos e mais fortes já haviam sido separados anteriormente para as lutas com animais, para os jogos de gladiadores e para a marcha triunfal do Imperador. Desse modo, 900.000 filhos e filhas de Sião tornaram-se testemunhas no mundo inteiro do aniquilamento do reino judeu e da nação judaica. Em todas as cidades que Tito visitou quando retornava para Roma foram festejadas grandiosas festas de vitória, nas quais centenas de jovens judeus tinham de lutar entre si e contra animais ferozes até morrer. À frente de seu carro de vitória em Roma, porém, marcharam 700 belos jovens algemados e com eles os últimos dois mais corajosos comandantes partidários, João de Giscala e Simão bar Giora, que caíram vivos nas mãos dos romanos. A seguir eram trazidos os mais preciosos dos numerosos utensílios e tesouros do templo, “o grande candelabro dourado de sete braços, a mesa dourada e os preciosos rolos sagrados da lei”. Moedas comemorativas eternizaram a queda de Jerusalém e da Judéia. Em homenagem à marcha triunfal de Tito foi construído o arco do triunfo, o “arco de Tito”. Esse arco persiste em Roma até hoje. Seus trabalhos de escultura representam as legiões enquanto carregam a arca da aliança e o candelabro dourado de sete braços. Mostram também homens judeus algemados.
Enquanto quase todos os demais monumentos de vitórias romanas há muito caíram em ruínas, esse “arco de Tito”, o memorial da desgraça judaica, permanece de pé, assim como o próprio povo judeu permaneceu de pé, um sinal peculiar da história universal! Qual deles durará mais tempo, a miséria do cativeiro judeu ou o monumento dela, o arco de Tito em Roma?
Por meio da guerra, a Judéia inteira foi transformada num deserto e quase totalmente privada de seus moradores judeus. O imperador Vespasiano declarou o país todo como sua propriedade particular. 800 veteranos romanos foram assentados bem perto da cidade destruída de Emaús. O imperador doou grandes propriedades a seus beneficiados e amigos, p. ex., Josefo. Judeus que porventura quisessem voltar a morar na Judéia, tinham de comprar a terra dos vencedores. Destruído em sua pátria, o povo judeu existia somente no estrangeiro. Constitui uma grande sorte que bem antes da destruição de Jerusalém havia muitos milhares de judeus residindo fora do país. Eram eles que, de agora em diante, formavam o verdadeiro contingente da nação e o constituirão “até que se complete o tempo dos gentios”.
A história dos judeus é uma tragédia que se desenrola sob o sol de dois milênios, como não há outra igual para mostrar na história dos povos. Não é nenhuma tragédia artificial, mas uma real, verdadeira, cujo herói não morre com a sua culpa, mas ressuscita sempre de novo para um novo sofrimento, pois seus pecados deverão reverter em benefício dele e dos outros, “até que se complete o tempo dos gentios” (Cf. Heman-Harling, Die Geschichte des jüdischen Volkes, bem como a indicação de literatura no final do livro!).
Fritz Rienecker, Comentário Esperança, Evangelho de Mateus (Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 1998), 392–393.
Tudo que Jesus falou que aconteceria - aconteceu ! ler Mt24.15-22
.Assim como disse o Lucas pela manhã - será que não vamos entender que precisamos olhar para os preceitos do senhor, nos arrependermos - vamos precisar desenhar assim como fez o profeta amós fazendo perguntas para que o povo entenda que Deus é o responsável por tudo isso ensinar ao povo que devemos crer em Cristo e que precisa ser levado a todos os cantos da terra, e que não era para eles ficarem lá parados em Jerusalem, lá trancafiados guardando a verdade para si - Deus chacoalhou o mundo para que eles fossem até os confins da terra!
Irmãos acham mesmo que ele nosso Deus não faria a mesma coisa conosco?
Permitam-me voltar para o texto diz: “não passará esta geração sem que tudo isto aconteça”. E todas estas coisas preditas no sermão sobre o final dos tempos vão muito além do tempo dos contemporâneos de Jesus. Porém, os rolos de Cunrã têm lançado significativa luz na compreensão da expressão “esta geração”. A expressão significa uma duração que não se limita a um período de vida, e não deve ser entendida literalmente.7 Ela se refere a pessoas que persistem e permanecem fiéis até ao fim. Inclui, portanto, os discípulos que ouviram as palavras dos próprios lábios de Jesus, aqueles que testemunharam a queda de Jerusalém, e os crentes que, através dos séculos, com perseverança, têm esperado o cumprimento das profecias que dizem respeito ao final dos tempos.
A imagem da figueira florescente é comumente associada a um período de bênçãos (Jl 2.22) e raramente está relacionada a destruição e calamidade. A parábola, como tal, não deve ser vista basicamente ligada às calamidades profetizadas no sermão. A ênfase deve permanecer, antes, na redenção que se torna evidente na vinda do reino de Deus. Embora Mateus e Marcos falem de calamidades, como a fome e terremotos, como sendo “o princípio das dores” (Mt 24.8; Mc 13.8), a mesma parábola Lucas as omite - não fala das calamidades mas ele apresenta as palavras de Jesus de uma maneira tão prazerosa e palatável expectativa. “Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima” (Lc 21.28). Lucas usa praticamente a mesma linguagem na aplicação da parábola da figueira florescente: “Assim também, quando virdes acontecerem estas coisas, sabei que está próximo o reino de Deus” (Lc 21.31). Naturalmente, o termo “redenção” e a expressão “reino de Deus”, nesse contexto, se referem à futura consumação da salvação. Eles se referem à tão esperada vinda do reino de Deus, quando o povo de Deus será libertado da aflição. Então, também, como diz em rm8.21“a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Rm 8.21).
.Será que sintomas do nosso tempo, que coincidem com as características dadas por Jesus, não adquirem grande significado, ainda que não nos queiram parecer tão importantes? Sim, cabe-nos observá-los, ouvi-los, captar o sentido mais profundo dos acontecimentos, dirigir sobre eles o foco das profecias bíblicas, interpretar corretamente as grandes linhas da evolução do mundo dos povos. – No entanto, sempre é preciso fazer essa análise acompanhada de outra. Quando cremos que nossa redenção se aproxima, e que em breve toda essa glória que excede nossa compreensão se tornará realidade, então a grande pergunta é se a nossa vida de fé é condizente com a luz da volta de Cristo. Quanta luz cai a partir dela sobre nossa vida interior atual, examinando-a a fundo! Quantas exortações e advertências os apóstolos pregaram precisamente com essa esperança!
Em verdade vos digo: Esta geração não passará sem que tudo isso aconteça.
O sentido desse v. 34 é: Essa geração dos judeus não desaparecerá até o retorno de Cristo. – Esse gênero dos judeus permanecerá como garantia da verdade dessas palavras de Jesus até o fim dos dias. Cada judeu é para nós um grito: As palavras de Jesus se cumpriram e continuarão se cumprindo, até que tudo isso aconteça.
A parábola termina com o dito: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão”. O que passa se torna parte do passado e não significa mais nada para o presente. O sentido da parábola é o de que as palavras de Jesus não perdem seu impacto quando uma predição, em particular, se cumpre no tempo. São tão válidas hoje como o eram quando foram ditas pela boca de nosso Senhor em seu tempo.
. Nosso Senhor conhecia bem a incredulidade natural da natureza humana. Ele sabia que, nos últimos dias, surgiriam zombadores, dizendo: “Onde está a promessa da sua vinda?” (2Pe 3.4). Jesus sabia que, quando retornasse, a fé seria rara entre os seres humanos. Ele anteviu o grande número de pessoas que iriam rejeitar, com desprezo, e a gente vÊ ISSO HOJE!! aquelas predições solenes que acabara de fazer, como improváveis, absurdas e impossíveis.
O Senhor adverte a todos nós, infelizmente muitas vezes céticos, acerca de pensamentos assim, com uma advertência que nós deveríamos dar muita atenção. Ele nos diz que suas palavras haverão de se cumprir no tempo exato; e não “passarão” sem cumprimento, não importa o que os homens possam pensar ou dizer a respeito. Todos nós devemos aceitar no coração essa advertência! Vivemos em uma época de grande incredulidade. (Isaías 53.1 “1 Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?” ) Poucos creram no relato da primeira vinda do Senhor, e poucos creem no relato de sua segunda vinda. Acautelemo-nos, pois, dessa infecção e creiamos no Senhor, para a salvação de nossa alma. Não estamos lendo fábulas astuciosamente inventadas, mas, sim, verdades profundas e importantíssimas. Que Deus nos dê um coração capaz de crer nessas verdades!
J. C. Ryle, Meditações no Evangelho de Mateus, ed. Tiago J. Santos Filho, 2a Edição. (São José dos Campos, SP: Editora FIEL, 2018), 296.
e para fecharmos:
Qual é a mensagem da parábola? Até ao dia do retorno de Cristo, quando o reino de Deus virá em toda a sua plenitude, nenhuma geração estará livre de calamidade. Porém, nenhum cristão deve desanimar ou entregar-se ao desalento. Ele deve observar os sinais dos tempos com muito cuidado, do mesmo modo como observa uma figueira que floresce e saberá que os acontecimentos que o cercam são anunciadores de um novo tempo. A parábola, assim, exorta o crente (você e eu) a perseverar vigilante. As adversidades que nós enfrentamos não devem abater o ânimo e enfraquecer a nossa confiança. Elas devem, antes, confirmar a sua expectativa da aproximação do fim glorioso do qual essas adversidades são os prenúncios. Mesmo que os crentes, através dos tempos, tenham sofrido aflições e enfrentado infortúnios, o cristão, hoje, mais que nunca, é encorajado pelas palavras de Paulo: Romanos 13.11–12 “11 E digo isto a vocês que conhecem o tempo: já é hora de despertarem do sono, porque a nossa salvação está agora mais perto do que quando no princípio cremos. 12 Vai alta a noite, e o dia vem chegando. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz.”
Simon J. Kistemaker, As Parábolas de Jesus, trans. Eunice Pereira de Souza, 3a edição. (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2011), 104–107.
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