(Êx 27:1-19) O Altar e os Átrios do Tabernáculo
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Assim que se entrava nos átrios do Tabernáculo, a parte de fora da tenda da congregação, se via uma grande churrasqueira, um grande forno a lenha. Era o altar do sacrifício. Era um quadrado de 2m de largura e comprimento, e 1.20 m de altura. Nos 4 cantos, em cada ponta do altar, tinha um cifre. Esses cifres podiam ter alguma função prática, talvez de amarrar os animais pra o sacrifício, mas podiam também ser um simbolo de força, que é o que o chifre significava. Salmo 18.2 “O Senhor é a minha rocha, a minha cidadela, o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo em que me refugio; o meu escudo, a força (cifre) da minha salvação, o meu baluarte.”
Os chifres deveriam ser melados com o sangue do sacrifício. Então é interessante pensar como a força está ligada ao sacrifício. Nossa salvação está relacionada a um sacrifício.
Os cifres se tornaram um lugar de refúgio. Quando alguém cometia um pecado passível de morte, sem querer, se pegasse nos cifres nas pontas do altar, não poderia ser morto. Foi o que aconteceu com Adonias e Joabe.
1Reis 1.50–51 “Porém Adonias, temendo a Salomão, levantou-se, foi e pegou nas pontas do altar. Foi dito a Salomão: Eis que Adonias tem medo de ti, porque pega nas pontas do altar, dizendo: Jure-me, hoje, o rei Salomão que não matará a seu servo à espada.”
1Reis 2.28 “Chegando esta notícia a Joabe (porque Joabe se tinha desviado seguindo a Adonias, ainda que se não desviara seguindo a Absalão), fugiu ele para o tabernáculo do Senhor e pegou nas pontas do altar.”
O altar do sacrifício, assim como a bacia que ficava ali fora também, era coberto de bronze, diferente dos utensílios que ficavam dentro da tenda do tabernáculo. Então as peças e toda a aparência interna da tenda era ouro, indicando a glória daquele lugar. Nos átrios, as peças eram de bronze. Os grandes utensílios que ficavam fora da tenda, nos átrios, eram dois: o altar do sacrifício, e o mar de bronze, a bacia.
Agora o que é o átrio? O Tabernáculo não era apenas uma tenda que todo mundo podia olhar e ver. A tenda da congregação, que era dividida em duas partes, o santos dos santos e o santo lugar, era cercada ao redor. Esse espaço cercado e fora da tenda, era o átrio, que no templo vai ser chamado de pátio externo. O altar de bronze ficava ali fora da tenda, mas dentro do átrio.
Essa cerca que ficava em volta da tenda, delimitando todo o ambiente do Tabernnáculo, tinha aproximadamente 23 metros por 46 metros. Delimtava um espaço de mais ou menos 4 quadras de beach tenis. 1000 metros quadrados. A tenda cobria 100 metros quadrados. Então havia muito espaço no átrio. A cerca tinha mais ou menos 2,5 metros, então os israelitas de fora do átrio conseguiam ver o topo da tenda, que tinha 4,5 m.
A entrada do átrio era do mesmo tecido da entrada da tenda, do santo lugar (linho branco com bordado de fio azul, púrpura e carmesim. Então existiam uma conexão. Aquele lugar era santo, ainda que num nível inferior.
O átrio era um lugar movimentado, cheio de gente, cheio de sacerdotes, e era um lugar amado. Lugar de devoção e sacrifício. Agora a gente entendo o que os salmistas escrevem:
Salmo 65.3–4 “por causa de suas iniquidades. Se prevalecem as nossas transgressões, tu no-las perdoas. Bem-aventurado aquele a quem escolhes e aproximas de ti, para que assista nos teus átrios; ficaremos satisfeitos com a bondade de tua casa — o teu santo templo.”
Salmo 84.2 “A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo!” Salmo 84.10 “Pois um dia nos teus átrios vale mais que mil; prefiro estar à porta da casa do meu Deus, a permanecer nas tendas da perversidade.”
Salmo 100.4 “Entrai por suas portas com ações de graças e nos seus átrios, com hinos de louvor; rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome.”
Por isso devemos amar a igreja. Agora estamos no átrio do Senhor. O escritor inspirado por Deus diz que aqui é melhor lugar. Que um dia aqui, vale mais que mil. Você ama o átrio do Senhor? Ama a sua casa, o seu povo, a sua igreja?
De todas as razões pra os israelitas amarem o átrio do Senhor, a maior de todas era porque ali eles ofereciam sacrifício de perdão.
Ryken: “Muitas pessoas dizem que querem conhecer Deus. Normalmente, o que realmente querem dizer é que desejam que Deus as abençoe. Não se interessam tanto por Deus em si, mas por aquilo que ele pode fazer por elas. Elas têm uma longa lista de perguntas que querem que ele responda, de problemas que querem que ele resolva e de bênçãos que querem que ele conceda. Mas não é assim que Deus funciona. Para que qualquer coisa aconteça, algo precisa ser feito em relação ao nosso pecado. Deus é santo; nós, não. E, até lidarmos com isso, não existe possibilidade de termos um relacionamento com ele. Primeiro o mais importante: um sacrifício precisa ser feito para que nossos pecados possam ser perdoados e nós possamos ser reconciliados com Deus.”
Por isso o átrio era um ambiente de sangue, ensanguetado, com animais presos e mortos. Difícil imaginar, mas era o lugar mais importante que um israelita poderia estar.
Ryken: “Os cinco tipos principais de sacrifício obrigatórios são descritos nos primeiros capítulos de Levítico. Primeiro havia o holocausto (Lv 1) – um sacrifício geral pelo pecado, em que um animal inteiro era queimado no altar. Isso representava não só expiação pelo pecado, mas também entrega completa – consagração total a Deus. Pelo menos dois holocaustos eram feitos todos os dias, de manhã e no fim da tarde (veja 29.38-41; cf. Nm 28.3-8). Havia também a oferta de grãos (Lv 2), em que parte da colheita era dedicada a Deus com ações de graça por todas as suas bênçãos. Parte dos grãos ofertados era queimada no altar e parte era dada aos sacerdotes. Havia também o sacrifício pacífico (Lv 3), em que parte de um animal era sacrificada a Deus e o resto era comido pelo adorador. Isso simbolizava a reconciliação com Deus com base na expiação do pecado. Por fim, havia o sacrifício pelo pecado (Lv 4.1–5.13) e também o sacrifício pelo sacrilégio (Lv 5), que também servia para a expiação do pecado – ou de um indivíduo ou da nação, independentemente de o pecado ter sido cometido intencionalmente ou não. Para mostrar que o preço havia sido pago, o sangue do sacrifício era aspergido no altar. Já que sangue significa vida, isso mostrava que um animal havia morrido e que o valor de sua morte havia sido aplicado ao pecador.
Vern Poythress explica o procedimento: Num caso típico, o processo começa quando o adorador leva um animal sem defeitos ao sacerdote. O adorador criou o animal pessoalmente ou pagou por ele com seu salário, de modo que o animal representa um “sacrifício” no sentido moderno da palavra. Ele custa algo ao adorador, e uma parte da vida do adorador se identifica com ele. O adorador coloca sua mão sobre a cabeça do animal, indicando sua identificação com ele. Então ele mata o animal na entrada para o átrio, indicando que o animal morre como substituto do adorador. A partir daí o sacerdote assume a execução dos atos sacrificiais. A intervenção do sacerdote indica que uma pessoa especialmente santa precisa executar os atos necessários para apresentar o adorador a Deus, até mesmo após a morte do animal. O sacerdote usa parte do sangue para aspergi-lo nas laterais do altar de bronze ou nos chifres do altar [...] dependendo do tipo específico do sacrifício. [...] Todas essas ações representam a demarcação permanente do altar como testemunho do fato de que o animal morreu.
Levítico 17.11 “Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida.”
O fogo do altar, portanto, estava sempre aceso.
Levítico 6.12–13 “O fogo, pois, sempre arderá sobre o altar; não se apagará; mas o sacerdote acenderá lenha nele cada manhã, e sobre ele porá em ordem o holocausto, e sobre ele queimará a gordura das ofertas pacíficas. O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará.”
Agora imagine, portantos pecados, era necessário que o fogo estivesse sempre aceso, porque sacrifícios eram oferecidos constantemente. Quando isso iria parar? Quer dizer, nenhum sacrifício é totalemtne sufciente pra trazer perdão e purificação de uma vez por todas?
Hebreus 10.4 “porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados.”
Eles, assim como nós, precisavam de um sacrifício perfeito, definitivo. É isso que Jesus Cristo veio fazer na cruz.
Hebreus 9.24–26 “Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus; nem ainda para se oferecer a si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santo dos Santos com sangue alheio. Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado.”
Não precisamos de outro sacrifício pelos pecados.
Hebreus 10.18 “Ora, onde há remissão destes, já não há oferta pelo pecado.”
Mas, existe um sacrifício que ainda podemos e devemos fazer, que é nos oferecer no serviço a Deus. Depois de se entregar por nós de uma vez por todas, Jesus não exige que a gente ofereça mais nenhum sacrifício, mas ele quer que a gente seja um sacrifício. Romanos 12.1 “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.”
Nossa vida deve ser dedicada a Deus, e dedicada como holocausto, ou seja, totalmente. Viva pra o Senhor!