Um povo espalhado, é um povo colhido!
Livro de Oseias • Sermon • Submitted • Presented
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Os 1.10-2.1
Os 1.10-2.1
Introdução:
Como percebemos na semana anterior, dentro do livro de Oseias temos alternâncias entre juízo e salvação. Na seção de hoje há uma inversão do estado pós-juízo da nação para sua condição restaurada diante de Deus. Nesse oráculo de salvação, temos que seu conteúdo: “Prediz ou profetiza que Deus salvará ou redimirá um indivíduo, um grupo ou uma nação... prediz que num tempo futuro Deus restaurará a sorte deles”. É disso que trataremos nesses versos. A ligação que há entre números e areia do mar é que a promessa do Pentateuco permanece, nos termos que foi dada. Isso não é dependente do povo está espalhado, e seguirá mesmo nessas condições.
Apesar dos erros, sempre veremos rastros de graça, é fato que semelhantes rastros de graça já partilhamos em algum momento nessa vida. Os rastros de graça de Israel também são os nossos, pois igualmente participamos deles em Cristo, e, conforme a salvação prevista no texto, podemos formular a seguinte ideia: Deus reunirá o seu povo. Vamos tomar essa verdade como o nosso ponto inicial nesse texto de Oseias, e ir observando o seu desenvolvimento dentro dos três versos lidos. A primeira coisa que podemos pontuar no texto, é:
1 - A benção de Abraão perdura
1. O texto inicia com a palavra “todavia”, essa palavra serve como uma indicação de uma nova ideia será apresentada no texto, e que está de algum modo se conectando com a mensagem anterior.
2. Aqui, nesse caso, ela está descrevendo que apesar do que foi dito anteriormente, isso não é uma declaração de que o reino de Israel foi dissipado, mas que há uma continuidade do povo, apesar das palavras de Deus.
3. Assim, o oráculo anterior tem como proposito destacar o juízo que virá, e não uma destruição e desaparecimento do reino.
4. Como isso pode ser notado no texto? Perceba que na continuação do verso 10, há palavras reutilizadas.
5. O texto diz “o número dos filhos de Israel será...”
6. Nesse momento, aparentemente, se mencionaria apenas aos do Norte, mas com a vista na futura queda do Sul, o termo acaba englobando ambos aqui.
7. Bom, o verbo “será” indica o futuro dos filhos de Israel, é como se o autor olhasse para o futuro, além dos juízos, e visse que isso não é um sinônimo do seu fim. Ou seja, apesar do juízo Israel ainda “será”.
8. Será o que? O “como” servirá para demonstrar o que seria comparado essa permanência deles, e fortalece a provável tristeza futura das próximas gerações.
9. O profeta ao utilizar a figura da “areia do mar” traz ao discurso às palavras deixadas por Deus a Abraão, Em Gênesis 22.17 “que deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e como a areia na praia do mar”.
10. Areia e estrelas como são incalculáveis, simbolicamente representam a posteridade de Abraão.
11. Deus havia prometido que sua descendência seria numerosa, e aqui no texto há essa mistura entre números e a areia do mar, para enfatizar que Israel ainda será um povo numeroso, tal como prometido ao patriarca.
12. Há mais dois comentários adicionais que persistem nessa descrição de quão numerosos serão, o texto diz: Que não se pode medir, e nem contar.
13. É fato que isso são figuras presentes no texto, tanto o peso quanto a censo.
14. Mas a ideia que o texto deixa de modo figurado: É que a promessa será cumprida sem qualquer falta nos termos originais.
15. No seguimento diz: No lugar onde se lhes dizia. Isso se refere ao dito que foi gerado pelo fim do reino: Onde caiu a casa de Israel? Foi no vale de Jezreel.
16. Deus aqui está modificando esse ditado, Jezreel para Israel não significaria “Deus espalha” mas “Deus semeou e colherá”.
17. Deus não os abandonou, mas os semeou entre as nações para punir seus pecados, e ao fazer isso, no dia da colheita, ele colherá mais do que o povo de Israel, os gentios serão tomados juntos dele. Como Israel, Deus não nos abandona, ele não faz isso com os seus.
18. Em Romanos 9.24, ao falar dos vasos de misericórdia, nos elucida sobre a inclusão dos gentios. O preparou de antemão de Deus, que é dito no texto, inclui esses dois povos na sua herança.
19. Deus tem planos que extrapolam a nossa capacidade de raciocínio.
20. Por vezes ficamos com incertezas com relação ao Senhor, mas observe que ele utilizou essa situação para alcançar, e tornar sua, pessoas que não eram seu povo.
21. Nosso Senhor pode facilmente reverter situações para o bem dos que amam, pois tudo coopera para o nosso bem, como Romanos 8.28 diz.
22. Na história de Israel isso foi sinônimo de nosso acréscimo como povo de Deus.
23. O ditado seria mudado, Jezreel não é o fim de Israel, mas é uma descrição de um proposito muito maior. O amor de Deus nos alcançar.
24. Por meio da igreja que se iniciou com judeus no primeiro século.
25. O texto fecha com vós não sois meu povo, um lembrete do antigo juízo, mas agora mudado para: “Vós sois filhos do Deus vivo”.
26. Ou seja, o Deus verdadeiro e com existência incomparável, que tornará a “ser” o que foi para seu povo, e não permanecerá eternamente de costas viradas para eles.
Aplicação: Irmãos, mediante essa situação de Israel, é fato que podemos ter confiança no Senhor pelo fato de que nenhuma situação cotidiana, por mais grave que seja, é possível de quebrar o seu plano. Isso implica que às portas do inferno não poderão vencer a Igreja, e que o povo judeu não poderá ser obliterado por quem quer que seja. Os amados de Deus são cuidados por ele, e você que já confessou a Cristo, é, do mesmo modo, tão amado e guardado por nosso Deus, assim, descanse em sua soberana vontade e proposito.
ST: Mas a aliança de Abraão será cumprida, mas no Norte ou no Sul? O verso onze nos explica que:
2 - Será cumprida com um povo unificado!
1. Veja que o verso inicia com “os filhos de Judá e os filhos de Israel”, ao expressá-los desse modo, o autor busca comentar a partir da perspectiva presente, separação, a sua futura reunificação.
2. Logo em seguida, ele utiliza a expressão “se congregarão” para descrever mais do que uma simples reunião ocasional.
3. Mas um ajuntamento nos moldes dos reinos de Davi e Salomão.
4. Uma coisa irmãos que já salta aos nossos olhos, é a capacidade de Deus ajuntar os cacos e transformá-los em algo que o glorifica.
5. Tal é a nossa vida antes dele, vivíamos também aos cacos e sem saída, mas quando Deus tomou a nossa vida está construindo um belo quadro, que ao fim, trará honra ao nome dele.
6. Tal qual povo de Israel será um novamente, e desde aqui uma outra coisa precisa ser observada.
7. Havia muitas tensões ao longo da história dos reis até sua ruptura após Salomão, mas até mesmo essa tendência de serem uns contra os outros terá seu fim.
8. Pois o texto diz: “E constituirão sobre si uma só cabeça”. Entenda cabeça aqui como uma referência ao líder político do povo, ou seja, o Rei.
9. Devido o contexto altamente idolatra do Rei Jeroboão, Oseias se expressou desse modo para evitar associações com um rei assim.
10. Mas, quando essa animosidade de Israel ser dissipada, eles poderão viver concordemente, sob a liderança de uma única pessoa, e não de duas como acontecia nesses dias.
11. Isso redunda no retorno da linhagem de Davi ao trono, o Filho de Davi, Cristo, será o rei que irá apascentá-los.
12. E outra coisa pertinente no texto: “E subirão da terra”. Essa expressão faz paralelo ao nome de Lo-Huhama.
13. Lá significava desfavorecida, mas agora, Deus concederá o seu favor outra vez, como? Ao estender sua mão para seu povo.
14. A ideia agora é de Deus colhendo-os para si, na verdade o dia de Jezreel não foi o dia da última derrota de Israel, mas será ressignificado como a reversão da maldição em benção…
15. Será o dia da grande colheita de Deus, na qual ele colherá, estendendo sua mão para salvar seu povo.
16. O dia de Jezreel será como uma grande colheita, que traria alegria a qualquer agricultor ao recolher sua plantação.
17. Deus semeou seu povo, e o tomará para si. Agora, com o acréscimo de novas raças, povos e nações.
18. Deus festejará esse grande dia com muitos frutos, ou seja, muitas gentes serão tomadas para ele nesse grande tempo.
19. O momento em que não precisará plantar outra vez, ou mesmo ter ditados negativos, mas o dia da ceifa final, o dia do pertencimento ao Senhor.
Aplicação: Na restauração de Israel, devemos olhá-lo como o dia em que o amor de Deus será desabrochado claramente para cada um de nós, Deus está formando um grande povo, o que é particularmente seu, nesse povo não há distinções, mas todos os povos são chamados para compô-lo. Isso implica que a nossa tarefa, até esse dia, é de olhar para cada pessoa ao nosso redor, como um potencial participante aguardando ouvir as verdades divinas, pois, como Israel, seus corações estão endurecidos, e não entendem para qual colheita estão indo sem Cristo. E, a nós, participantes dessa colheita, devemos ser os agentes que trazem mais pessoas para esse grande Dia.
ST: Além da perpetuidade da aliança cumprida na reunificação do povo, temos:
3 - O povo de Deus hoje
1. O verso onze inicia com um comando, “Chamai”, isso é complementado com uma troca de nomes.
2. Nos filhos de Gômer que representavam o presente estado de Israel, Deus explica o futuro estado de Israel.
3. Logo, eles não seriam mais vistos como distantes de Deus, mas aproximados outra vez, favorecidos novamente, e dele para sempre. E sabemos que já ficamos distantes dele.
4. Essa aplicação a todo Israel, se dá pela utilização de vosso e vossa irmã, que extrapolam o significado daquelas crianças e é estendido a todo remanescente fiel.
5. Isso também é dito por Isaías 10.21 “Os restantes se converterão ao Deus forte, sim, os restantes de Jacó.”
6. Deus salvará todos aqueles que reconhecem sua situação como pecadora, e se convertem a ele pela fé em Cristo.
7. Seja judeu, seja gentio, Deus os chama a repensar sobre sua vida, e perceber quão superficial e sem sentido é a vida sem ele.
8. Por meio da história de Israel, Deus conta o pouco também da nova história, também nos rebelamos, também agimos como se não pertencêssemos a ele, e somos advertidos a entender que temos uma nova cidadania pela fé.
9. Os exemplos dados por Gômer e Israel, devem acender seu alerta sobre a sua condição espiritual hoje, não é correto ignorar a importância de viver em santidade, e cair em juízos semelhantes a eles.
10. Você e eu somos chamados de povo de Deus, mas também anteriormente estávamos sob a mesma pena de juízo, até que veio Cristo, e nos reaproximou de Deus pelo caminho da cruz.
11. Você hoje é favorecido, e é chamado de Povo de Deus, mas o que temos feito com isso?
12. Você já foi restaurado e deve viver uma nova vida nele, a segurança da nossa salvação nunca foi dada para nos fazer relaxar, mas nos confortar que não somos mais separados de Deus.
13. Como o próprio povo do texto também não será. Apesar de um dia se acharam melhor que os outros, e acabarem vivendo como os julgaram.
14. Em Cristo, Deus começou a restaurar Israel por meio dos apóstolos e dos outros que partilharam da mesma fé.
15. Fé essa que está em nossos corações, e pode ser sua se ainda não tomou uma decisão por Cristo, ou sente que não tomou essa decisão com certeza.
16. Veja, o plano de Deus é uma garantia, e ele já começou a cumprir bem no início do Novo Testamento.
17. Mas é apenas o começo, como se fosse uma pequena amostra, o dia da Colheita ainda virá, e esse dia que tanto esperamos com Esperança e suportando todas as adversidades dessa vida.
Aplicação: A nossa reversão da condição espiritual de outrora, ou seja, de não-povo para povo, deve nos guiar sempre em: Clamar ao Senhor nas adversidades, e amá-lo por todos os dias. A esperança deixada nessa passagem também é nossa, e temos responsabilidades e seguir, e sempre lembrar, estamos longe do nosso lar, como o povo judeu, também temos o nosso exílio, esse fato não é desculpa para pecar ou viver uma vida de murmuração, mas de crescimento e desejo de influenciar sociedade. Você não pode reverter a situação do mundo, mas pode convencer com o Evangelho pregado por sua boca e sua vida. Viva a sua vida no aguardo do fim do seu exílio.
Conclusão: Como diz a canção: “Sou estrangeiro mas compreendo que o eterno lar, começa no momento em que vivo para te encontrar”. Que possamos mesmo hoje observar com os olhos da fé nosso eterno lar. Mas, e Israel? Mediante essa promessa e mudança simbolizada pelos filhos de Gômer o que fará? Vão agora olhar para o seu rei e mudar suas atitudes? Vamos entender no seguimento do texto na próxima semana, conforme a vontade do nosso Deus, amém.