(Êx 27:20 - 28:14) Um Sacerdote diante de Deus

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Nós aprendemos que o povo precisava de certos rituais para se chegar diante de Deus, e que existia uma série de rituais e sacrifícios pra isso. Eram muitas coisas, com regras e detalhes. Mas eles tinham alguém que os ajudavam nisso. Essas tarefas de purificação eram realizadas pelos sacerdotes. Eram eles que trabalhavam no Tabernáculo.
Primeiro, o capítulo 27 termina fazendo mais uma referência ao Candelabro:
Êxodo 27.20–21 “Ordenarás aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveira, batido, para o candelabro, para que haja lâmpada acesa continuamente. Na tenda da congregação fora do véu, que está diante do Testemunho, Arão e seus filhos a conservarão em ordem, desde a tarde até pela manhã, perante o Senhor; estatuto perpétuo será este a favor dos filhos de Israel pelas suas gerações.”
De várias coisas que os sacerdotes faziam no Tabernáculo, a primeira orientação que recebem aqui é a de manter as luzes do Candelabro acesas.
Para manter a luz acesa o povo devia trazer ao Tabernáculo azeite puro de oliverira, batido. Era um óleo que queimava praticamente sem fumaça. O sacerdote devia manter aquela luz sempre queimando, como uma chama eterna. Lembrando que o Candelabro representava luz e vida. Aquela luz sempre acesa significava o cuidado constante de Deus. A bênção sacerdotal estava ligada àquela luz maravilhosa:
Números 6.24–25 “O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti;”
Assim, havia sempre um sacerdote no Tabernáculo, sempre! Êxodo 27.21 “...estatuto perpétuo será este a favor dos filhos de Israel pelas suas gerações.”
O Sumo Sacerdote
Êxodo 28.1 “Faze também vir para junto de ti Arão, teu irmão, e seus filhos com ele, dentre os filhos de Israel, para me oficiarem como sacerdotes, a saber, Arão e seus filhos Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar.”
Arão foi o primeiro dos sacerdotes oficiais, o pai do sacerdócio.
É importante que ele e seus filhos não tomaram esse ofício pra si, mas eles foram chamados por Deus. Não existia sacerdote autonomeado, assim como hoje não deve existir pastor autonomeado. O chamado para o ministério acontece em duas partes: um chamado interno, quando aquele homem sente que Deus o está chamado para o ministério, mas há também um chamado externo, quando há um reconhecimento da igreja, das autoridades da igreja do chamado dele.
1Samuel 2.28 “Eu o escolhi dentre todas as tribos de Israel para ser o meu sacerdote, para subir ao meu altar, para queimar o incenso e para trazer a estola sacerdotal perante mim; e dei à casa de teu pai todas as ofertas queimadas dos filhos de Israel.”
Hebreus 5.1 “Porque todo sumo sacerdote, sendo tomado dentre os homens, é constituído nas coisas concernentes a Deus, a favor dos homens, para oferecer tanto dons como sacrifícios pelos pecados,” Hebreus 5.4 “Ninguém, pois, toma esta honra para si mesmo, senão quando chamado por Deus, como aconteceu com Arão.”
A Roupa do Sacerdote
Êxodo 28.2–5 “Farás vestes sagradas para Arão, teu irmão, para glória e ornamento. Falarás também a todos os homens hábeis a quem enchi do espírito de sabedoria, que façam vestes para Arão para consagrá-lo, para que me ministre o ofício sacerdotal. As vestes, pois, que farão são estas: um peitoral, uma estola sacerdotal, uma sobrepeliz, uma túnica bordada, mitra e cinto. Farão vestes sagradas para Arão, teu irmão, e para seus filhos, para me oficiarem como sacerdotes. Tomarão ouro, estofo azul, púrpura, carmesim e linho fino”
Primeiro veio o peitoral, adornado com pedras preciosas, que o sumo sacerdote usava sobre o peito. Ele era ligado a uma estola – um longo colete sem mangas, um pouco parecido com um avental. A estola era suspensa por alças nos ombros, quase como um macacão, e presa à cintura do sacerdote com um cinto. Estas eram as roupas externas de Arão. Por baixo, ele vestia um manto, uma túnica e roupas de baixo de linho. Para completar, usava um turbante sobre a cabeça.
Essas roupas mostravam, segundo o texto, três coisas pelo menos: santidade - eram vestes “sagradas”, separadas, eram vestes exclusivas para aquele trabalho, e comunicavam também que aquele homem era separado, era santo, íntegro, irrepreensível; glória (que representa a seriedade do ofício sacerdotal; glória significa literalmente “pesado”); e beleza - o sumo sacerdote era o homem mais bem vestido de Israel. Isso tudo estava ligado ao caráter de Deus. Essas três palavras, santidade, glória e beleza, são usadas para descrever Deus.
Isaías 6.3 “E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.”
Salmo 27.4 “Uma coisa peço ao Senhor, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo.”
Salmo 29.2 “Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome, adorai o Senhor na beleza da santidade.”
Ryken: Se é assim que Deus é – lindo em sua santidade e glorioso em seu esplendor – então a única maneira de aproximar-se dele é adornar-se com santidade, glória e beleza, da maneira como o sumo sacerdote de Israel se vestia com suas roupas sagradas para entrar no Santo dos Santos.
Estola Sacerdotal
A grandeza daquele ofício e daquelas roupas eram importantes não só pra o sacerdote, mas também pra o povo. Aquele homem estava representando o povo diante de Deus.
Êxodo 28.6–8 “e farão a estola sacerdotal de ouro, e estofo azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino retorcido, obra esmerada. Terá duas ombreiras que se unam às suas duas extremidades, e assim se unirá. E o cinto de obra esmerada, que estará sobre a estola sacerdotal, será de obra igual, da mesma obra de ouro, e estofo azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino retorcido.”
Como tudo no tabernáculo, a estola era feita de linho fino, adornado com fios de cores ricas. Parece ter sido um longo avental ou colete sem mangas, com duas alças sobre os ombros do sacerdote.
A coisa mais importante dessa estola sacedotal era o que estava escrito nela: o nome das doze tribos de Israel gravados em duas tábuas de pedra.
Quando o Sumo Sacerdote estava naquele lugar Santo, na presença de Deus, ele levava os nomes das tribos com ele:
Êxodo 28.12 “E porás as duas pedras nas ombreiras da estola sacerdotal, por pedras de memória aos filhos de Israel; e Arão levará os seus nomes sobre ambos os seus ombros, para memória diante do Senhor.”
Ele carregava o povo em seus ombros perante Deus. Por isso ele fazia expiação de pecado pelo povo:
Levítico 9.7 “Depois, disse Moisés a Arão: Chega-te ao altar, faze a tua oferta pelo pecado e o teu holocausto; e faze expiação por ti e pelo povo; depois, faze a oferta do povo e a expiação por ele, como ordenou o Senhor.”
Nosso Grande Sumo Sacerdote
Mas grande erro seria o meu se a gente parace nesses homens. Apesar do peso, responsabilidade, integridade, glória, santidade e beleza, aqueles homens, todos eles, eram grandes pecadores. Seus corações tinham pecado, eram fracos, caiam e morriam. Eles precisavam voltar sempre ao tabernáculo para oferecer novos sacrifícios; estavam cansados até chegar o dia da sua morte. Arão, o primeiro sumo sacerdote e pai do sacerdócio, liderou o povo numa falsa adoração a um bezerro de ouro (Êx 32); Seus filhos, Nadabe e Abiú, também os primeiros sacerdotes, pecaram ao oferecer fogo estranho no altar do Senhor, fogo impuro, e foram destruídos por Deus (Lv 10:1-2); Eli, pecou por não disciplinar seus filhos, que também eram sacerdotes, mas eram tão maus que Deus matou a ambos no mesmo dia (1Sm 2:12-25).
Ryken: O povo de Deus precisava de um sacerdote perfeito. Precisava de um sacerdote santo incorrupto por seu próprio pecado. Precisava de um sacerdote glorioso que brilhasse para sempre na luz de Deus. Precisava de um sacerdote lindo que oferecesse sua vida pura a Deus. Em uma palavra, precisava de Jesus, pois a grande mensagem do evangelho é que Deus providenciou o sacerdote perfeito na pessoa de seu próprio Filho.
Tudo o que o sacerdote fazia no Tabernáculo, o Sehor Jesus fez e faz por nós no céu.
Hebreus 4.14 “Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão.”
Hebreus 7.11 “Se, portanto, a perfeição houvera sido mediante o sacerdócio levítico (pois nele baseado o povo recebeu a lei), que necessidade haveria ainda de que se levantasse outro sacedote, segundo a ordem de Melquisedeque, e que não fosse contado segundo a ordem de Arão?”
Hebreus 7.26–28 “Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus, que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu. Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens sujeitos à fraqueza, mas a palavra do juramento, que foi posterior à lei, constitui o Filho, perfeito para sempre.”
Se você crer em Cristo Jesus, seu nome está escrito nas mãos dele, e em seus ombros.
Isaías 49.16 “Eis que nas palmas das minhas mãos te gravei; os teus muros estão continuamente perante mim.”
Jesus é nosso representante no céu.
Hebreus 8.1–2 “Ora, o essencial das coisas que temos dito é que possuímos tal sumo sacerdote, que se assentou à destra do trono da Majestade nos céus, como ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem.”
Assim como os israelitas olhavam para o seu sumo sacerdote, nós olhamos para Jesus: “Por isso, santos irmãos, que participais da vocação celestial, considerai atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus” (Hb 3.1). E quando olhamos para Jesus em toda a beleza de sua santidade, encontramos a certeza da nossa salvação. Sabemos que, assim como Deus aceitou nosso grande Sumo Sacerdote, ele nos aceitará também: “A qual temos por âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu, onde Jesus, como precursor, entrou por nós” (Hb 6.19-20a).
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