Aula 11 - Tiago, Hebreus e 1 Pedro

Panorâma do Novo Testamento  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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Durante o primeiro século, houve períodos em que a igreja, em um ou outro lugar, experimentou sofrimento e tribulação, Essas provações vinham de várias fontes e, até certo ponto, por diferentes motivos. Mas todas eram igualmente opressoras, levavam os cristãos a um sentimento de perplexidade e os faziam questionar a razão para que tudo aquilo acontecesse em sua vida.
Se a data do registro da carta de Tiago está correta — 45 d.C., tornando-o, assim, o livro mais antigo do Novo Testamento —, ela reflete as provações pelas quais a igreja passou logo depois de sua fundação (At 2).
Descreve provações externas (Tg 1.2) e internas (Tg 1.13-15); relembra sofrimentos ocorridos em datas anteriores, experimentados pelos profetas e por Jó (Tg 5.10, 11); e exorta a pessoa que sofre a orar (Tg 5.13). O livro, aparentemente endereçado a convertidos judeus da Dispersão (Tg 1.1), é na verdade um tratado sobre a fé que perdura diante de qualquer obstáculo. Hebreus, também escrito para convertidos judeus, faz referência ao sofrimento dos crentes. Escrito em um período posterior a Tiago (provavelmente pouco antes de 70 d.C.), é uma exortação para que os cristãos sigam avante e perseverem, mesmo em meio a muitas pressões (cf. Hb 12.3ss.). Independentemente de onde foi registrada (se em Roma ou próximo à cidade, ou ainda em outro lugar) essa carta reflete as sérias condições existentes naquela época, próximo ao fim do reinado de Nero.
A primeira epístola de Pedro, em amplitude muito maior, também menciona esse problema. Nela, a ideia de sofrimento aparece várias vezes, sendo usada tanto com referência ao sofrimento de Cristo como ao sofrimento de seu povo. Esse assunto é abordado principalmente em 1Pe 4.12-19. Naquela época (cerca de 63-65 d.C), a perseguição promovida por Nero contra os cristãos romanos pode ter sido sentida também em algumas das províncias (1Pe 1.1) ou, pelo menos, era feita essa ameaça. Assim, Pedro escreve para transmitir esperança e oferece a perspectiva apropriada da situação (cf. 1Pe 1.6-9).

TIAGO

Inquestionavelmente, Tiago é um dos livros mais realistas do Novo Testamento. O autor lida com questões cotidianas, abordando assuntos tais como conversas, empreendimentos, acepção de pessoas, desentendimentos entre cristãos, relacionamento entre empregados e patrões, e vários outros temas. Estes são problemas que afetam nossa vida continuamente. O ensino de Tiago, então, destina-se a demonstrar maneiras pelas quais a nossa fé em Deus é testada de modo a determinar a sua veracidade, e também a forma pela qual essa fé é colocada em prática em todas as áreas da vida.

Autor

O autor do livro se identifica como "Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo" (Tg 1.1). Como são mencionados no Novo Testamento vários indivíduos com esse mesmo nome, deve ser feita uma breve consideração sobre o caso. Tiago, filho de Zebedeu e irmão de João, foi um dos primeiros discípulos do Senhor Jesus. Ele foi decapitado por Herodes Agripa I (At 12.1, 2 ), antes de 44 d.C. Portanto, não teve participação na história da igreja em Jerusalém durante a época que estamos considerando. Tiago, filho de Alfeu, também foi um dos discípulos de Jesus (Mt 10.3), mas não é mais citado na narrativa. O pai de Judas (não o Iscariotes), também discípulo do Senhor, chamava-se Tiago (LC 6.16). Mas a única figura proeminente que trazia esse nome e permaneceu durante esse período é aquela que foi designada por Paulo como "Tiago, o irmão do Senhor" (Gl 1.19). Ele é citado nos evangelhos como um dos quatro irmãos de Cristo (Mt 13.55), que se mantiveram incrédulos durante o ministério de Jesus (Jo 7.5). No entanto, é mencionado como crente participante de uma reunião de oração em Jerusalém (At 1.14; cf. 1Co 15.7). Quando da partida de Pedro daquela cidade, ele assumiu a liderança da igreja que ali havia (At 12.17). Uma comparação entre Gálatas 2.9 e Atos 15.13-29 destaca Tiago como uma das colunas da igreja. Sua última aparição no Novo Testamento está em Atos 21.18. De acordo com a tradição, Tiago foi martirizado pelos judeus em Jerusalém, no ano 62 d.C.
Tradicionalmente, o último desses quatro personagens tem sido conhecido como o autor da epístola que leva seu nome. Ele era um homem consagrado, bastante interessado em que todos aqueles que professavam crer em Deus levassem uma vida regrada. Também conhecido como um homem de oração, ele incita seus leitores a desenvolverem a mesma prática (cf. Tg 5.16-18). Suas opiniões são muito parecidas com as apresentadas por Jesus em seus ensinamentos. É especialmente notável a íntima semelhança entre a epístola de Tiago e o Sermão do Monte (Mt 5—7). O que é fé? Essa é a questão que Tiago procura responder. Fé não é um mero questionamento acadêmico; tampouco, uma curiosidade irrelevante. É algo que traspassa o mais íntimo do coração do homem e alcança o cerne de sua vida cotidiana.

Esboço

Introdução Tg 1.1 Teste da fé Tg 1.2-27 Natureza da fé Tg 2.1—3.12 Obras da fé Tg 3.13—4.17 Aplicação da fé Tg 4.13—5.20

Propósito e conteúdo

Com certeza, é digno de nota o fato de que uma epístola que trata de provações e sofrimentos inicie-se com as palavras "toda alegria" (Tg 1.2). Alegria é o resultado da vida com Deus. Há mais de 400 referências à alegria no sentido bíblico. Essa vem de Deus e leva o gente a se santificar ainda mais, principalmente durante períodos de provação. O propósito básico da tribulação é produzir perseverança (significado literal de "paciência" nesta passagem) e perfeição (Tg 1.3, 4). A palavra tentação (ou provação) aqui faz referência às pressões externas que afligem intensamente o crente. Elas vêm com a permissão de Deus, destinadas a testar (ou provar) nossa fé. Uma vez superadas, trazem consigo a promessa de recompensa (Tg 1.12). Há também a tentação que parte de dentro (Tg 1.13-15), devido à natureza pecaminosa do ser humano. Esta não procede de Deus. A fé genuína é produtiva. Isso se deve ao seu caráter vital — tudo aquilo que está vivo é ativo. Tiago menciona essa importante faceta da verdade ao falar sobre "fé e obras" (Tg 2.14-26). A afirmação-chave está no versículo 2.14: "Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?" A expressão semelhante fé" refere-se não à fé em geral, mas a um tipo particular de fé, mais especificamente aquela que não produz nada. Tiago está dizendo que, se a vida de alguém for isenta de boas obras, podemos apenas concluir que essa pessoa não possui fé genuína em Deus. Do ponto de vista humano, temos de demonstrar nossa fé de maneira que esta seja vista pelas pessoas ao nosso redor. Embora alguns tenham defendido que essa passagem contraria o ensino de Paulo a respeito da fé (Romanos 4), na verdade, as duas mensagens são complementares e não contraditórias. Em Romanos, vemos que Deus sabia que a fé de Abraão era genuína porque olhou seu coração. A declaração de Tiago é que as pessoas só puderam saber que a fé de Abraão era genuína porque vira suas boas obras, Aparentemente, Paulo une esses dois elementos quando escreve sobre fé agindo por meio do amor (Gl 5.6).
Tiago prossegue a partir desse ponto para demonstrar a relevância de tudo isso na vida daquele que professa sua fé em Cristo. Sua orientação a respeito do uso da língua (cap. 3), sobre planos de negociação (cap. 4) e sobre a oração (cap. 5) são de natureza bastante prática.

HEBREUS

Tema

A conclamação central dessa epístola é que o crente prossiga "para o que é perfeito" (Hb 6.1), em lugar de se desviar ou retornar a práticas antigas. Por um lado, há solenes advertências espalhadas por toda a carta. Elas demonstram o perigo da negligência, descrença, imaturidade e apostasia. Não devemos nos desviar da verdade nem dos privilégios do evangelho. Por outro lado, Hebreus enfatiza a superioridade de Cristo em um nível que não encontramos em nenhum outro livro do Novo Testamento. Jesus Cristo se destaca sobre homens, anjos e rituais — ele é a revelação final de Deus (Hb 1.2) e o mediador de uma nova e melhor aliança (Hb 8.6).

Autoria

Uma das principais questões ligadas a Hebreus é sobre quem a escreveu. Não há citação do nome do autor na carta, e todas as tentativas de apresentar uma resposta definitiva fracassaram. Desde o quarto século, o nome de Paulo tem sido associado a essa epístola. Alguns apontam as semelhanças com as outras obras conhecidas do apóstolo, tais como a referência a Timóteo (Hb 13.23), o pedido de oração (Hb 13.18, 19; cf. FP 2.23, 24), o uso da frase "o meu justo viverá pela fé" (Hb 10.38; cf. Rm 1.17; Gl 3.11) juntamente com uma grande ênfase sobre o assunto fé . Devido a características diversas, no entanto, muitos têm sugerido que a carta tenha sido escrita por outros autores. O estilo geral de redação e a abordagem do assunto não são exatamente paulinos. O uso constante da Septuaginta (versão em grego do Antigo Testamento) em citações, o estilo gramatical polido e a visão da lei como uma "sombra" (Hb 10.1) e não como uma "maldição" (Gl 3.13) fazem com que essa epístola se afaste da autoria paulina. Assim, estudiosos de outrora, bem como os de épocas recentes' têm sugerido outros nomes, como Barnabé, Lucas e Apolo. Geralmente, essas discussões terminam com a famosa declaração de Orígenes de Alexandria (terceiro século): "Só Deus sabe com certeza quem escreveu a epístola". Apesar da incerteza com relação ao autor, a grandiosidade dessa carta permanece intacta, Ela traz uma apresentação inigualável da glória de Cristo, o Redentor, o sumo sacerdote imutável (cf. Hb 1.3; 2.17; 4.14-16; 7.25; 10.11-13 ; 13.8). A superioridade de Cristo e o viver pela fé constituem o duplo tema do livro. Superioridade de Cristo Hb 1.1-10.18

Esboço

Superioridade de Cristo Hb 1.1-10.18
Acima dos profetas Hb 1.1-3 Acima dos anjos Hb 1.4-14; 2.5-18 Primeira Advertência — Negligência Hb 2.1-4 Acima de Moisés Hb 3.1-6 Segunda advertência — incredulidade Hb 3.7-19 Acima de Josué Hb 4.2—10 Terceira advertência — incredulidade Hb 4.1, 11-13 Acima de Arão Hb 4.14—5.10 Quarta advertência — imaturidade Hb 5.11—6.20 Acima do sacerdócio levítico Hb 7.1-28 Acima da antiga aliança Hb 8.1-13 Acima das ordenanças Hb 9.1—10.18
Superioridade da fé Hb 10.19—13.21 Acesso a Deus Hb 10.19-25 Quinta advertência — pecado Hb 10.26-31 Modo de vida no mundo Hb 10.32—11.40 Aprendizado como filhos de Deus Hb 12.1-13 Sexta advertência — apostasia Hb 12.14-17 Privilégio celestial Hb 12.18-24 Sétima advertência— recusa Hb 12.25-29 Deveres perante os homens Hb 13.1-21
Conclusão e saudações Hb 13.22-25

Propósito e conteúdo

A declaração de abertura da epístola reúne o todo da revelação bíblica. Deus falou por intermédio dos profetas— no Antigo Testamento; e também por seu Filho — no Novo Testamento. A grandiosidade da revelação veio mediante aquele que é descrito como Herdeiro, Criador, Deus, Sustentador e Redentor (Hb 1.2, 3). Agora, ele está assentado "à destra do trono da Majestade nos céus", como nosso sumo sacerdote (Hb 8.1). Assim, Cristo é superior aos anjos, porque os criou (Hb 1.4—2.18); a Moisés e a Josué, porque ele é Senhor sobre os servos (Hb 3.1—4.13); a Arão e seus sucessores, porque ele é o grande sumo sacerdote que suplanta os sacerdotes de menor hierarquia (Hb 4.14-7.28). A nova aliança, da qual Cristo é o mediador, é superior à antiga (Hb 8.1-13), e o sacrifício divino suplanta as ofertas cerimoniais de touros e bodes,
A segunda maior divisão da carta (Hb 10.9—13.25) apresenta a fé como um modo de vida supremo. Os capítulos 11 e 12 são particularmente notáveis. Aquele demonstra as maneiras pelas quais a fé dos santos do Antigo Testamento foi testada; este último revela as razões por que nossa fé passa por testes. Os "heróis da fé" mencionados ilustram o que significa andar com Deus, viver e morrer na dependência de suas promessas. Cristo é o maior exemplo de todos o "Autor e Consumador da fé" (12,2). Devemos aceitá-lo (Hb 12,3) e aprender que Deus, ao permitir que enfrentemos provações e ao nos disciplinar, "[nos] trata como filhos" (Hb 12.7), de maneira a levar-nos à maturidade e, por último, à perfeição.
Juntamente Com as duas principais ênfases da epístola, o autor coloca as seções de advertência. Embora os estudiosos e comentaristas apresentem diferentes pontos de vista com relação às interpretações precisas, ninguém questiona a seriedade dessas palavras. Podemos resumir todas as advertências na mensagem de Hb 12.25: "Tende cuidado, não recuseis ao que fala [isto é, Deus]”.
De maneira geral, essas advertências se tornam mais severas e mais pesadas à medida que a carta se desenvolve. A primeira fala contra a negligência (Hb 2.1-4), a última acautela contra uma recusa obstinada em ouvir as palavras de Deus (Hb 12.25-29). Em uma linguagem viva, as duas advertências mais pungentes podem ser as que são apresentadas em Hb 5.11, 6.20 e em Hb 10.26-31. Aquele que "caiu" não pode voltar a se arrepender; e aquele que "peca deliberadamente", após ter conhecido a verdade, não terá seus pecados expiados. O "antídoto" para tais perigos está nas exortações apresentadas no livro. Há, ao todo, treze expressões que estimulam o crente a crescer na fé e a prosseguir em vez de retroceder em sua caminhada espiritual Hb 4.1, 11, 14, 16; 6.1; 10.22, 23, 24; 12.1 (duas vezes), Hb 12.28; 13.13, 15.

1 PEDRO

Contexto

Destinada "aos eleitos que são forasteiros da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia" (1Pe 1.1), a primeira epístola de Pedro faz brilhar um raio de esperança nas trevas daqueles que sofriam aflição e perseguição. A ideia de sofrimento aparece dez vezes com referência ao que o cristão pode esperar (1Pe 2.19, 20; 3.14, 17; 4.1, 13, 15, 19; 5.9,10). Além disso, a ideia de Provação consta de duas passagens multo importantes — 1Pe 1.6 e 1Pe 4.12. O que o cristão deve fazer e pensar quando estiver vivendo essas circunstâncias? Pedro oferece uma resposta servindo-se da palavra esperança, encontrada em 1Pe 1.3, 13, 21; 3.5 (em forma verbal), 15 e assegura a seus leitores que Deus tem um propósito bem definido ao permitir essas dificuldades.

Autor

O nome Pedro já é familiar ao leitor dos livros históricos do Novo Testamento. Ele teve uma participação importante no ministério terreno de nosso Senhor e o vemos como líder da igreja em Jerusalém nos primeiros doze capítulos de Atos. Pescador nativo de Betsaida, próximo ao mar da Galileia, no norte da Palestina (Jo 1.44), Pedro era o irmão mais velho de André. Este foi quem o levou a Jesus (Jo 1.40-42). Naquela ocasião, o Mestre profetizou que o antigo e inconstante Simão um dia se tornaria Pedro, renovado e firme como uma rocha. Ele foi chamado de seu barco de pesca para se tornar um pescador de homens (Mc 1.16-18; LC 5.1-11). Por fim, em Marcos 3.13-16, foi comissionado a ser um dos doze que acompanhariam o Senhor e dariam sequência ao ministério evangelístico de Cristo. Pertencente ao círculo íntimo do Mestre, juntamente com Tiago e João, acompanhou Jesus em vários acontecimentos importantes, a saber: a ressurreição da filha de Jairo (LC 8.54), a transfiguração (LC 9.28); e a véspera da crucificação, no jardim do Getsêmani (Mt 26.37). Pedro mostrou-se excessivamente confiante com relação à sua constante lealdade a Jesus; logo, porém, o negou (Jo 13.36-38; 18.15-27). Mas depois, pela graça divina, foi restaurado à comunhão e comissionado a seguir e servir a Cristo novamente (1Co 15.5; Jo 21.15-19). Como líder da igreja primitiva em Jerusalém, vemos em Pedro um pregador destemido, um defensor e um administrador. Sua carta evidencia ter ele aprendido a lição. Ela está repleta de referências à fidelidade, ao cuidado do pastor pelas ovelhas e às responsabilidades do cristão perante seu Senhor e seus semelhantes. Assim, a partir de uma vida plena, Pedro, agora idoso, escreve aos crentes que estão enfrentando tribulações e sofrimentos. Ele descobrira que a presença do Senhor era-lhe suficiente e, agora, exorta seus leitores a lançarem todas as suas ansiedades sobre Deus, porque o cuidado divino é constante sobre eles (1Pe 5.7).

Esboço

Saudação 1Pe 1.1, 2 Perspectiva e sofrimento 1Pe 1.3—2.10 Pressão e sofrimento 1Pe 2.11—4.6 Serviço e sofrimento 1Pe 4.7-11 📷 Testemunho e sofrimento 1Pe 4.12-19 Atitudes pessoais e sofrimento 1Pe 5.1-11 📷 Conclusão 5.12-14

Propósito e conteúdo

A vida cristã nunca é descrita como um mar de rosas. Na verdade, Pedro afirma que, em meio aos sofrimentos presentes, "para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos" (1Pe 2.21). Por que motivo o Senhor permite o sofrimento? Destinam-se eles a provar nossa fé para que "redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo" (1Pe 1.7). Na verdade, é um privilégio "sofrer por causa da justiça" (3.14); o Senhor Jesus também experimentou o mesmo (1Pe 2.21; 4.1). Participar do sofrimento de Cristo resultará em alegria na sua volta (4.13). Existe o sofrimento que é "segundo a vontade de Deus", que visa a nos levar a render nossa alma "ao fiel Criador, na prática do bem" (1Pe 4.19). Em outras palavras, Deus sabe o que está fazendo. Devemos continuar agindo corretamente apesar das circunstâncias. Somos chamados filhos de Deus para compartilhar de sua glória. Ele mesmo "vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar" (1Pe 5.10). Para contrabalançar essa mensagem há uma nota de esperança. Que conforto ela traz ao cristão! Deus nos concedeu uma "viva esperança" (1Pe 1.3), tem reservado para nós uma herança no céu (1Pe 1.4) e nos guarda em vista daquele dia (1Pe 1.5). Nossa esperança está em Deus e em sua graça (1Pe 1.13, 21; 3.5). Assim como ele ressuscitou Cristo dos mortos, também seremos levados para a glória. Essa esperança está dentro de nós, fazendo-nos permanecer firmes pela fé, e denotando ser tão real que as pessoas ao nosso redor nos perguntarão a respeito dela (1Pe 3.15). Assim, as provações que enfrentamos se transformam em oportunidades para testemunharmos de Cristo. A maneira com que Pedro usa o modo imperativo do verbo é digno de nota, juntamente com o particípio na forma de ordenanças. Com o uso desses recursos estilísticos, ele procura mostrar a seus leitores que o viver para Deus lança grandes exigências sobre nós. Essa ordenança positiva serve para nos guiar e nos moldar até o dia da volta de Cristo. É uma aplicação das palavras de Jesus citadas no segundo evangelho: "Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força [e] amarás o teu Próximo como a ti mesmo" (Mc 12.30, 31). Com a obediência aos seus mandamentos, estaremos demonstrando o nosso amor (cf. 1Pe 1.22).
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