Jesus é o Bom Pastor
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João 10.1-42.
Estamos continuando o mesmo discurso que Jesus estava pronunciando anteriormente diante do cego e dos líderes judeus. Vejamos, Jesus é aqui descrito como o bom pastor que dá sua vida pelas ovelhas; já os fariseus, por outro lado, são descritos como maus pastores, que não estão preocupados com as ovelhas, e as lançam fora. O homem cego de nascença, uma verdadeira ovelha, tinha sido excomungado pelas autoridades judaicas, mas Jesus, o bom pastor, foi procurá-lo e o encontrou. Portanto, torna-se evidente que 10.1–21 é a continuação lógica e cronológica de 9.35–41.
V.1-6: “Em verdade, em verdade vos digo: o que não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, esse é ladrão e salteador. Aquele, porém, que entra pela porta, esse é o pastor das ovelhas. Para este o porteiro abre, as ovelhas ouvem a sua voz, ele chama pelo nome as suas próprias ovelhas e as conduz para fora. Depois de fazer sair todas as que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem, porque lhe reconhecem a voz; mas de modo nenhum seguirão o estranho; antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos. Jesus lhes propôs esta parábola, mas eles não compreenderam o sentido daquilo que lhes falava.”
Jesus começa aqui contando uma parábola, como normalmente ele fazia. Essa parábola ficou conhecida como parábola do bom pastor. E Jesus de forma profunda nos ensinará nesta parábola e na continuação do seu discurso, grandes verdades sobre Ele ser o bom pastor.
Mas, antes disso, você deve saber que as figuras de pastoreio e ovelhas está presente em trechos mais antigos da Bíblia, como o conhecido Salmo 23, mas também temos outros textos nos quais o povo de Deus é regularmente descrito como um rebanho de ovelhas (1 Rs. 22:17; Sl. 44) e os reis de Israel, especialmente Davi, como seus pastores (Sl. 78).
Mas quando seus líderes falhavam moralmente, os profetas os denunciam como pastores desprezíveis e ladrões (Is. 57:9-12; Jr. 23:1-4; Zc. 11:4-17). E diante desse caos de pastores devoradores de ovelhas, Deus promete enviar o verdadeiro Pastor, um novo Davi, que irá cuidar do povo eternamente: “Suscitarei para elas [Suas ovelhas] um só pastor… O meu servo Davi é que as apascentará; ele lhes servirá de pastor” (Ez. 34:23). Ao declarar a Si mesmo como o “bom pastor” (João 10:11), Jesus torna claro que Ele é aquele pastor messiânico prometido desde o Antigo Testamento.
Também precisamos nos lembrar à prática pastoril/de pastores daquela época, naquela região. Na Judeia, lugar de montanhas e vales, havia poucos lugares seguros com pastos/comida suficientes para as ovelhas. Os pastores saíam com seus rebanhos e à noite precisavam colocar essas ovelhas no aprisco, um lugar seguro para protegê-las dos lobos e hienas.
Havia dois tipos de aprisco. No inverno, havia um grande aprisco para onde vários pastores levavam seus rebanhos. Esse aprisco tinha uma porta forte que ficava trancada, e a chave ficava na posse do porteiro. Já no dia seguinte, o pastor chamava suas ovelhas e saía com elas em busca de pastos verdes e águas tranquilas.
No verão, os pastores ficavam com seus rebanhos nos campos e os recolhiam a um pequeno aprisco de pedras. Esse aprisco tinha uma abertura por onde as ovelhas entravam e saíam, e o próprio pastor era a porta. Jesus está se referindo a esses dois apriscos/dois currais.
Jesus conta então ali do primeiro aprisco, onde que aquele que não entra pela porta, onde tinha um porteiro para abrir a porta, que é o caso do primeiro aprisco, esse sobe por outra parte do aprisco, pelos muros/paredes, e esse é o ladrão e salteador. Era uma prática comum os pastores trazerem suas ovelhas para o aprisco, e então, vinha o pastor e colocava suas ovelhas, depois vinha outro pastor e ali colocava as outras ovelhas e assim faziam. Passavam a noite, e logo ao amanhecer, vinha o pastor e chamava as suas ovelhas, e o seguinte fazia o mesmo. Continuando então, Jesus diz que aquele que entra pela porta, esse é o pastor das ovelhas. E o porteiro abre a porta para ele, e as ovelhas ouvem a voz do pastor chamando elas, cada uma pelo seu nome, e elas seguem esse pastor. Pois, o reconhecem como seu dono. E este pastor fica ali esperando todas saírem, e depois que elas saem, Ele então vai a frente elas, e elas reconhecem a sua voz, e por isso, elas continuam seguindo Ele. Por isso, de maneira nenhuma, essas ovelhas que conhecem o pastor irão seguir algum estranho, antes, vão fugir dos estranhos, porque não conhecem a voz deles.
Versículo.6: Jesus lhes propôs esta parábola, mas eles não compreenderam o sentido daquilo que lhes falava.
Jesus quis ensinar algo aqui, e já podemos ver isso:
O curral/aprisco: significava a nação de Israel, os filhos de Abraão, o povo da aliança.
Os ladrões e salteadores: eram os líderes religiosos (fariseus) que tentavam pular o muro para roubar o rebanho, explorar e não entravam pela porta. Pois, eles não são os pastores daquelas ovelhas. Eles exploravam a fé do povo de Deus e ainda ensinava o erro a essas ovelhas como ladrões.
O pastor: É Jesus que entra pela porta (ou seja, Jesus está dizendo que é o cumprimento da profecia, pois, Ele veio como o supremo e fiel pastor prometido. Ou seja, Ele está dizendo que é o pastor do povo de Deus.
O porteiro: não sabemos, não representa nada, apenas para detalhar mesmo a parábola.
Jesus disse que veio e chama as ovelhas, mas, entenda, que nem todas as ovelhas ali do aprisco são realmente ovelhas de Jesus.
Pois, as ovelhas d’Ele ouvem a sua voz e o seguiram. Jesus diz ainda que chama todas as que lhe pertencem. Jesus diz então que veio buscar o seu povo, e Ele chama cada um pelo nome.
Jesus está dizendo para aqueles que estavam ali, que dentre o povo judeu, o Senhor tem um povo, e o seu povo será chamado, e Eles sairiam do meio do rebanho/aprisco e seguirá o pastor que é Jesus.
Os fariseus não compreenderam a parábola de Jesus, pois na verdade eles não eram pastores, mas ladrões e salteadores. Não cuidavam das ovelhas, mas buscavam apenas seus interesses. Era comum isso, Jesus ao ensinar por parábolas tinha dois propósitos: fortalecer a fé dos seus discípulos, daqueles que já haviam crido n’Ele, e ele fazia isso porque sempre em particular, quando os discípulos não entendiam a mensagem das parábolas, Jesus chamava eles em particular e lhes explicava. Mas, também ao falar por parábolas Jesus tornava difícil a compreensão da verdade para os incrédulos.
V.7-18: “Jesus, pois, lhes afirmou de novo: Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas. Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não lhes deram ouvido. Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem. O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. O mercenário, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge; então, o lobo as arrebata e dispersa. O mercenário foge, porque é mercenário e não tem cuidado com as ovelhas. Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas. Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor. Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai.”
Neste segundo momento Jesus vai explicar a parábola fazendo três comparações.
Note que agora ele passa para a figura do segundo aprisco, onde o próprio pastor servia de porta para as ovelhas. Por isso Ele inicia sua explicação dizendo: Eu sou a porta das ovelhas (10.7)
Com isso, Jesus está afirmando que é Ele, e apenas Ele que dá o acesso a Deus. Jesus está dizendo o que iria mais a frente afirma com outra figura, ao dizer: eu sou o caminho, o único caminho ao Pai.
Ele, e somente ele,Jesus é e sempre será a porta. Note comigo, que Ele amplia agora a figura dizendo que é a porta tanto para o verdadeiro pastor, como também o é para toda ovelha verdadeiro. Para as ovelhas, ele é a porta para todas as bênçãos de salvação. A figura é muito apropriada: uma porta leva tanto para dentro como para fora. Ele dá ao pastor acesso às suas ovelhas que estão no aprisco. Ela dá às ovelhas acesso ao aprisco e às pastagens que estão fora.
E Jesus afirma que os que vieram antes d’Ele são ladrões e salteadores.
O que Ele quer nos ensinar com isso: o ensino aqui é claramente que os fariseus/ os falsos mestres que vieram ates de Jesus, tanto os do Antigo Testamento, quantos que vieram no Novo Testamento, Jesus diz que todos eles são ladrões e salteadores, que ensinaram erroneamente que a salvação é por meio da obediência a lei, e esses são enganadores, mas, Jesus veio como o único caminho, como a única porta, que nos dá acesso a salvação, pois, somos salvos pela graça, mediante a fé em Jesus.
Jesu então afirma que Ele é a porta, e afirma que quem entrar por Ele: ou seja, quem crer n’Ele. Será salvo, salvo de quê? da condenação do pecado, e “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”
A ideia aqui é que nós entramos no Reino dos céus, mediante Jesus Cristo. Em Cristo nos entramos no Reino de Deus, e somos comprados por seu sangue, adotados, santificados, separados, e chamados de filhos amados, que foram transportados do Reino das trevas para o Reino do Filho do seu amor.
O ladrão é o fariseu, mas, muitos falam que esse versículo se refere ao diabo, não é verdade?
Em primeiro caso não, o ladrão aqui é o fariseu. E esses líderes religiosos matavam e destruíam as pessoas que eles tinham roubado (Mt 23.15). O ladrão não tem outra coisa a fazer, a não ser roubar, matar e destruir. Ele vem somente para isso. Esse é um retrato claro dos fariseus e dos que eles estavam fazendo. Também aponta para todos os líderes religiosos que oprimem e destroem o povo em vez de apascentá-lo. Mas, não podemos negar que essa é uma descrição clara do próprio diabo, inspirador de todos os falsos pastores, de todos os falsos mestres que estão roubando, matando e destruindo espiritualmente as ovelhas. E em contraste, Jesus veio para dar vida bundante, ou seja, vida espiritual, uma vida eterna.
Jesus compara agora os fariseus a mercenários.
Jesus ensina que Ele é o bom pastor, que dá a sua vida em lugar das suas ovelhas, e mostra aqui que Jesus morreu por aqueles que lhe foram dados pelo Pai, pelos filhos de Deus, pelos crentes verdadeiros. Por isso Ele diz que dá a vida pelas ovelhas d’Ele. Mas, qual o contraste aqui? Jesus se comparou com os fariseus. Chamando eles de mercenários.
A ilustração é que o mercenário não é o pastor/dono das ovelhas, pelo contrário é apenas alguém que oi contratado para cuidar por um tempo das ovelhas. E esse é apenas um interesseiro no dinheiro que receberá por cuidar das ovelhas, por isso, se vier um lobo, um predador de ovelhas, o mercenário não vai lutar e proteger o rebanho, porque o rebanho não é dele. Mas, pelo contrário em vez de proteger, ele vai abandonar as ovelhas. Jesus prova então que é um bom pastor, ao dar a sua vida pelas suas ovelhas.
Jesus então explica isso dizendo: João 10.12–15 “O mercenário, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge; então, o lobo as arrebata e dispersa. O mercenário foge, porque é mercenário e não tem cuidado com as ovelhas. Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.”
Jesus explica que assim como Ele tem esse relacionamento de intimidade com o seu Pai, assim também, conhece as suas ovelhas e elas o conhecem e tem essa intimidade, esse relacionamento pessoal e profundo com Ele, o bom pastor.
Jesus continua e agora afirma que existe mais ovelhas que não são da nação de Israel. (v.16-18)
Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor. Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai.
Deus prometeu dar a Abraão uma numerosa descendência. Pessoas de todas as tribos, povos, línguas e nações foram compradas por Deus, e essas pessoas precisam ouvir a voz do pastor e ser unidas ao aprisco. O rebanho de Cristo ainda não está completo irmãos. Ainda há outras ovelhas dispersas que precisam ser levadas para o aprisco. Isso significa que precisamos fazer missões, precisamos evangelizar e ir até os confins da terra. O bom pastor morreu para comprar com o seu sangue os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação (Ap 5.9). As ovelhas que ainda estão dispersas precisam ser conduzidas por Cristo. É ele quem chama essas ovelhas e as chama pelo evangelho (10.16b; 17.20). Jesus disse que elas ouvirão a sua voz (10.16c). Isso significa que a proclamação do evangelho é uma missão vitoriosa, pois a vocação é eficaz, e o chamado é irresistível. Ou seja, nós somos convocados a levar outras ovelhas a ouvirem a mensagem, e se elas realmente forem do rebanho de Deus, elas irão ouvir e seguir a Cristo juntamente conosco.
Jesus explica que deu sua vida, e é por isso que o Pai o ama, porque Ele dá sua vida, mas, Ele deu a vida espontaneamente. Jesus não é uma vítima do sistema, Jesus não é um mártir, sua morte não foi um acidente, mas, a sua morte foi voluntária. Ele deu sua vida e também reassumiu a mesma. Ele morreu por um propósito divino e ressuscitou não por uma surpresa, mas, porque Ele mesmo tem poder e autoridade para entregar avida e também reavê-la. Isto tudo foi um mandato que Ele recebeu do Pai e obedeceu.
Temos a continuação, onde agora acontece a reação ao discurso de Jesus:
V.19-21: Por causa dessas palavras, rompeu nova dissensão entre os judeus. Muitos deles diziam: Ele tem demônio e enlouqueceu; por que o ouvis? Outros diziam: Este modo de falar não é de endemoninhado; pode, porventura, um demônio abrir os olhos aos cegos?
Para os incrédulos, o evangelho não faz sentido, quando pregamos a Cristo e este crucificado, para alguns soam como tolice, mas, para as ovelhas do aprisco de Cristo, soam como a sua voz e lhe seguem.
Os judeus entenderam que Jesus estava declarando ser o messias, o pastor de Israel. Mas, mesmo assim, eles pensaram, esse cara é maluco, está endemoniado, novamente afirma ser Filho de Deus, e outros diziam, não pode ser endemoniado, pois, este curou o cego de nasce, eu mesmo vi ele fazer isso, não pode ser o diabo que curou aquele homem, mas, somente alguém que veio da parte de Deus.
V.22-30: “Celebrava-se em Jerusalém a Festa da Dedicação. Era inverno. Jesus passeava no templo, no Pórtico de Salomão. Rodearam-no, pois, os judeus e o interpelaram: Até quando nos deixarás a mente em suspenso? Se tu és o Cristo, dize-o francamente. Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo disse, e não credes. As obras que eu faço em nome de meu Pai testificam a meu respeito. Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar. Eu e o Pai somos um.”
O Pórtico de Salomão ficava no pátio dos gentios e era bastante frequentado. João informa que, enquanto Jesus caminhava por ali, os judeus se juntaram à sua volta e indagaram: Até quando nos deixarás a mente em suspenso? Se tu és o Cristo, dize-o francamente (v.23-24). Diante da impaciência deles, Jesus insistiu em que já havia respondido àquela pergunta muitas vezes, mas eles não estavam prontos para aceitar a resposta. Eles o ouviram ensinar, mas continuavam céticos (v.25). Jesus então diz, vocês não são minhas ovelhas, e essa era a prova de que não eram suas ovelhas, porque ouviram a sua voz, mas não creram n’Ele (v.26). As ovelhas de Jesus são aquelas que ouvem a minha voz, e delas ele pode dizer: eu as conheço, e elas me seguem (v.27).
“Ouvir” implica escutar e agir em obediência vinda do coração. Os que são suas ovelhas se beneficiam por tê-lo como abrigo seguro. Elas desfrutam total segurança, pois Jesus lhes concedeu a vida eterna. Elas tomam posse da vida eterna assim que creem. É algo que possuem agora, não algo que só experimentarão no futuro. Assim, mesmo que enfrentem situações difíceis, ou que venham a morrer, jamais perecerão. Ladrões, hienas, lobos, chacais e ursos podem tentar capturar as ovelhas que Jesus está pastoreando, mas ninguém as arrebatará da mão de Jesus, ou seja, se temos Jesus como nosso pastor, sabemos que Ele irá manter a nossa salvação garantida e segura (v.28).
Desse modo nós, ovelhas de Jesus podemos sofrer todo tipo de ataque, mas não existe perigo algum de perdermos a nossa vida eterna, pois o crente estão sob a proteção de Jesus. Jesus pode garantir essa segurança porque aquilo que o Pai deu é maior do que tudo (v.29)Uma melhor tradução para esse versículo, que até mesmo algumas versões atuais trazem, é que “Deus, o Pai, é maior do que tudo”; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar um crente. Ou seja, a segurança da salvação não tem como alicerce a nossa fé ou mesmo a nossa perseverança, mas a promessa daquele que não pode falhar que é Deus. Nossa âncora segura é o próprio supremo pastor. Para roubar as ovelhas de Jesus, é necessário também roubá-las do Pai, o que é impossível, porque ele está no controle de tudo. Além disso, o Pai “deu” as ovelhas a Jesus, e Ele e Jesus são um (v.30). O Pai e Jesus são um em propósito e operação cuidando de nós, e cuidando para que tudo seja cumprido do seu plano eterno.
V.31-42: “Novamente, pegaram os judeus em pedras para lhe atirar. Disse-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte do Pai; por qual delas me apedrejais? Responderam-lhe os judeus: Não é por obra boa que te apedrejamos, e sim por causa da blasfêmia, pois, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo. Replicou-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: sois deuses? Se ele chamou deuses àqueles a quem foi dirigida a palavra de Deus, e a Escritura não pode falhar, então, daquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, dizeis: Tu blasfemas; porque declarei: sou Filho de Deus? Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis; mas, se faço, e não me credes, crede nas obras; para que possais saber e compreender que o Pai está em mim, e eu estou no Pai. Nesse ponto, procuravam, outra vez, prendê-lo; mas ele se livrou das suas mãos. Novamente, se retirou para além do Jordão, para o lugar onde João batizava no princípio; e ali permaneceu.E iam muitos ter com ele e diziam: Realmente, João não fez nenhum sinal, porém tudo quanto disse a respeito deste era verdade.
Por causa disso, Jesus dizendo que era Deus juntamente com o Pai, os judeus ficaram indignados, e tentaram apedrejá-lo (v.31), assim como na ocasião em que ele declarou ser mais velho que Abraão (João 8.58-59); Jesus perguntou-lhes: Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte do Pai; por qual delas me apedrejais? (v.32).
Essa pergunta não significa que Jesus não entendia o motivo de quererem apedrejá-lo. Ele sabia o que se passava no coração das pessoas ( João 2.25). Sua intenção era fazer com que avaliassem honestamente o que Ele havia feito ali mesmo, em Jerusalém, onde estavam agora. Ele curara um homem que estivera doente por trinta e oito anos (João 5) e um cego de nascença (João 9).
Os judeus entenderam que, quando Jesus falava de sua unidade com o Pai, declarava igualdade com Ele.
Os judeus retrucaram: Não é por obra boa que te apedrejamos, e sim por causa da blasfêmia, pois, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo (v.33). A resposta revelava que eles ainda viam Jesus como o filho do carpinteiro de Nazaré. Jesus respondeu com um argumento de que achamos confuso. Por isso, precisamos levar em conta que essas palavras fazem parte de um argumento particular; não se tratava de sua declaração final sobre o que Ele era. Ele disse que os judeus não estavam sendo justos no julgamento e que suas obras apoiavam suas declarações. Também lembrou que o próprio Deus se referiu aos juízes como “deuses” (Sl 82:6), porque eram representantes dele, com a tarefa de administrar a justiça na terra (embora o salmo deixe claro que alguns deles eram injustos) (v.34). Jesus sabia que os judeus não se chocariam por Deus chamar de “deuses” os juízes e aceitariam a declaração, porque ela constava das Escrituras (v.35). Jesus, entretanto, é maior que os juízes, pois Ele é quem o Pai santificou e enviou ao mundo (v.36). Não estaria então autorizado a se declarar Filho de Deus? Acusar a Jesus (que é maior que os juízes) de blasfêmia por se declarar “Filho de Deus” quando os juízes eram chamados “deuses” era no mínimo injusto. Jesus queria que os judeus compreendessem seu íntimo relacionamento com o Pai e o aceitassem, para que pudessem ser salvos.
Ele percebeu que suas palavras não seriam suficientes para convencê-los, ainda que apoiadas por seus milagres (v.37-38). Seus ouvintes perceberam que as obras de Jesus estavam além do que um simples ser humano podia realizar, e o questionamento deles acerca do cego de nascença deve tê-los convencido de que não se tratava de uma fraude. Os judeus não concordaram com os argumentos de Jesus. Novamente, tentaram prendê-lo, e mais uma vez ele se livrou das suas mãos (v:39.
Jesus deixou então Jerusalém e foi para além do Jordão, retornando ao lugar onde João batizava no princípio (v.40), provavelmente o local em que ele próprio fora batizado. Jesus pode ter decidido finalizar seu ministério público no mesmo lugar em que o havia iniciado. Enquanto estava ali, iam muitos ter com ele (v.41), e muitos ali creram nele (v.42). É possível que fossem pessoas que desejavam crer desde o início, mas temessem fazê-lo em Jerusalém devido ao ceticismo dos líderes. Mas, no final creram.
Aplicações:
Existe um Povo Eleito
Cristo Morreu apenas pelas suas ovelhas
Os verdadeiros cristãos serão guiados pelo supremo pastor, apesar dos falsos mestres
Deus ainda hoje nos alimenta como nosso supremo pastor por meio de sua Palavra pregada com fidelidade.
E é por meio de sua palavra, do ensino dela, que Ele nos orienta e nos protege de lobos em pele de pastores e mestres que são falsos e levam muitos ao ensino errado das Escrituras.
Pastores precisam cuidar das ovelhas, como Cristo cuida de cada um de nós