Culto da Família

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A decadência da Família

Texto base: Gênesis 3.1-13; 23-24.
INTRODUÇÃO:
Boa noite,
Graça e paz.
Muitos problemas que atingem as famílias contemporâneas decorrem do “distanciamento do sagrado” e, portanto, estão na área da espiritualidade. A ruptura mais grave ocorreu ainda no Éden. Como aprendemos, a família ela é Eterna. Deus é uma comunidade, Deus é plural, Deus é família (Pai, Filho e Espírito Santo; todos procedentes do Pai). No entanto, com o primeiro casal no Éden, temos a primeira família humana.
Entendo que, o maior problema vivido geração após geração, não é a fome, não é a pobreza, ou até mesmo a corrupção, mas todos esses problemas, tem sua origem no pecado. Ele é a raiz de todos os males.
Gênesis 3 explica as origens da tentação e do pecado, e oferece esperança da redenção. É uma miniatura da história do universo e do plano de Deus para a salvação do homem. Há mais informações compactadas nesse capítulo do que talvez em qualquer outro na Bíblia. Não podemos explorar todos os detalhes dessa narrativa maravilhosa, mas podemos pôr em relevo seu ensino no que diz respeito à família, o que aconteceu com ela como resultado da queda e como Deus prometeu usá-la dentro do plano de redenção.
Os efeitos da queda foram desastrosos. Augustus Nicodemus relata que: os efeitos da queda do homem se revelam particularmente malignos na áreao sexual e na área do casamento […] A queda do homem afetou primariamente a sua família, e é nela que nós vemos as manifestações mais hedonitas do pecado: adultério, abandono, estupro, espancamento, mentiras e fingimentos para com as pessoas que juramos amar e ajudar.
Deus porém, tinha um pano de resgate que culminou na cruz e na ressurreição de Cristo. A imagem de Deus no ser humano não foi eliminada, e o casamento e a família constituem a principal forma de organização divinamente instituída para a raça humana. Na verdade, a queda não alterou os planos e os padrões do Criador para o casamento e a família. Ele ainda espera que essas instituições sejam caracterizadas pela monogomia, fidelidade, heterossexualidade, fertilidade, complementaridade e durabilidade.
O inimigo da nossa alma vê na família o reflexo da glória de Deus que ele tanto odeia. Por esta razão, nossa batalha é contra as forças do mal e que estão ocupadas em manchar o reflexo da glória de Deus no espelho chamado família: “Satanás, inimigo de Deus, trabalha duro para desfigurar a beleaz de nosso design divino. Ele luta para ofuscar o espplendor daquilo que fomos criados para refletir. Faz de tudo para impedir que homens e mulheres sejam mostruários da espetacular história de Deus”.

Como Bill Mills conclui, “Precisamos nos conscientizar da guerra espiritual, de impacto eterno, que cerca nossos relacionamentos familiares. Nessas horas, nossas reações em família têm impacto eterno”

A transição de Gênesis 2.25 para Gênesis 3.1 é sombria. Existe um trocadilho no texto original que prepara o palco para o drama a seguir. A palavra “nus” no hebraico soa como a palavra “sagaz”. Elas são homõnimos, ou seja, duas palavras distintas, mas escritas da mesma maneira, assim como a palavra “manga” que em português serve para fazer referência tanto ao fruto quanto a uma parte de uma camisa. O efeito desse jogo de palavras é semelhante a um enredo de filme onde o fundo musical prepara o espectador para um perigo iminente. É como se o homem e sua esposa estivessem nus e sem vergonha, enquanto a serpente estava também, nua e sem vergonha, - mais do que qualquer outra criatura.
A nudez do casal representava o fato de que eram inocentes para com o mal, sem saber onde as armadilhas estavam postas. Mas agora, os seus olhos contemplavam a própria “nudez”. Quero falar nessa noite, sobre os impactos que essa queda trouxe para a humanidade, mais especificamente, para a família.
O PERCURSO DO PECADO: (Gn 3.1-6)
Esses versículos vão nos ensinar muito sobre o ciclo da vida e morte que a tentação produz. A tentação em si não é pecado mas quando ela é satisfeita, torna-se ofensa contra Deus. Como o Novo Testamento nos lembra, não somos (e nem devemos ser) ignorantes das estratégias de Satanás, que visam corromper a imagem de Deus refletida em nós.
A história da tentação e subsequentemente, a queda, serve de prévia de coisas piores que estavam por vir. A natureza humana logo se manifesta. Provérbios 27.20, diz que:
Provérbios 27.20 NVI
20 O Sheol e a Destruição são insaciáveis, como insaciáveis são os olhos do homem.
Para acenturar o fato da nossa triste realidade, o relato de Gênesis mostra que mesmo no paraíso, o homem e sua esposa não estavam contentes. Essa história serve como miniatura do enredo humano até hoje. A natureza humana está sempre insatisfeita, descontente, sempre em busca de algo maior e melhor.
a) - Dúvida (V1-3):
O primeiro passo no percurso da tentação é a dúvida quanto ao caráter de Deus e à sua Palavra. Satanás sutilmente subverte a ordem divina de liderança masculina e auxílio feminino quando aborda a mulher e não o homem. Afinal, ela não estava presente quando Deus deu suas ordens a Adão sobre sua gerência do jardim.
A pergunta que a serpente lança é: “É assim que Deus disse?”… Satanás questiona a bondade de Deus, a provisão graciosa de Deus. Eva já fica na defensiva. A Palavra e o caráter de Deus estão em jogo.
Satanás inicia seu ataque contra a imagem de Deus mirando o relacionamento conjugal. Não é por acaso que Efésios 6.10-20 descreve a nossa luta espiritual logo após falar sobre o lar cristão.
Note que Eva se sente obrigada a responder aos questionamentos da serpente, mas é inconsequênte ao responder. Enquanto Satanás torceu a Palavra de Deus e sutilmente questionou o caráter de Deus, Eva erra três vezes com respeito à palavra. As diferenças para nós talvez pareçam situs, até mesmo insignificantes, mas quando lembramos o contexto de Gênesis 1 e Gênesis 2, em que a Palavra de Deus era tão poderosa capaz de trazer à existência todas as coisas à partir do nada, logo fica evidente que esses “errinhos” são potencialmente fatais.
Eva não apenas subtraiu, mas acrescentou à Palavra de Deus. As mudanças feitas sugerem que ela já estivesse sendo enganada, que talvez ela nem levou tão à sério a Palavra de Deus, e bem provavelmente que Adão tenha falhado na transmissão da palavra a ele confiada. E quando lembramos que, ao que tudo indica, ele estava presente (v6), o fato de que ele não interferiu enquanto a serpente seduzia sua mulher também sugere que ele foi omisso e passivo.
A tentação de Adão e Eva nos lembra a tentação do segundo Adão. Em Mateus 4.1-11, temos o relato da tentação de Jesus no deserto, diferentemente do casal, que estava no paraíso. Jesus responde às tentações de Satanás citando, ao pé da letra, a Palavra de Deus. Como temos aprendido, temos de ser portadores da verdade, pois somente a verdade pode destruir as mentiras e distorções de Satanás
b)- Negação (V4-5):
O segundo passo no percurso da tentação é a negação escancarada da Palavra de Deus. Satanás, o pai da mentira (João 8:44) ousa acusar Deus de mentiroso quando berra: “É certo que não morrereis”. Agora que a mulher está na defensiva, e tendo plantado sementes de dúvidas sobre a palavra e o caráter de Deus em seu coração, ele avança para aplicar ogolpe final. Nega a veracidade de Deus. Sugere que Deus não é tão bom assim, que não tinha o bem do casal em mente, que existia grama mais verdinha do outro lado da cerca e eles poderiam ser como Deus. Ironicamente, ele oferece semelhança com Deus para um casal que já havia sido feito imagem e semelhança de Deus. Eles eram mais parecidos com Deus do que a serpente, mas mesmo assim, caíram no golpe. Foi a mesma estratégia que Satanás usou na tentação de Jesus no deserto, só que com outro resultado.
c)- Desejo (V6):
Em terceiro lugar, Satanás tinha feito seu trabalho sujo. As sementes de dúvida e negação encontraram solo fértil no desejo da mulher, culminando em rebeldia. É o que 1João 2.15-17 descreve como amor ao mundo e o desejo dos olhos. Adão e Eva quebram o primeiro e último mandamentos (que viriam mais à frente anos mais tarde com as tábuas da Lei) quando colocaram outros deuses diante do Deus verdadeiro e cobiçaram o fruto proibido.
Desejo só é desejo até ele ser satisfeito. Observe a sequência rápida dos eventos que seguem. Note o desejo desenfreado. A isca da cobiça levou Eva até esse ponto, e ela não resistuiu. O desejo conquista seu coração em três esferas:
O físico - Ela viu que a árvore era boa para se comer;
O emocional/estético - Ela percebeu que era agradável aos olhos;
O intelectual - Desejável para dar entendimento.
Então ela tomou o fruto, comeu e deu ao seu marido uma sequência rápida na narrativa que até assusta.
Em todo o percurso da tentação, ficamos a nos perguntar: “Onde estava Adão?”. A resposta está no final do versículo 6. Uma tradução mais literal do vrso diz: “tomou-lhe do fruto e comeu, deu também ao marido com ela, e ele comeu”. É possível que a preposição simplesmente se refira ao fato de que o homem estava com ela no jardim e não ao lado. A rapidez dos verbos e a leitura natural da narrativa mostram que Adão estava bem próximo.
Larry Crabb, em seu livro clássico: “O silêncio de Adão”, elabora o seguinte cenário:

Ele ouviu Eva citar incorretamente a ordem de Deus; ordem que um dia […] lhe retransmitira. Estava observando quando Eva começou a olhar para a árvore proibida. Viu quando ela deu um passo na direção da árvore e estendeu a mão para apanhar seu fruto. E não fez coisa alguma nem falou palavra alguma para detê-la. Adão permaneceu em silêncio. Por quê?…

Adão não ficou sozinho em seu silêncio. Ele foi um homem não muito diferente de nós. O caos entrou no seu mundo e ele escolheu esquecer. Ele foi passivo; escolheu o silêncio e se manteve ausente. o texto traz lições sobre a liderança masculina e a omissão e a passividade que minam o fundamento do lar. E vemos, também, como a mulher deveria ter sido auxiliadora idônea e acabou sendo o tropeço que levou à queda. Cada um abandonou seu papel.
Ao comer, o homem colocou sua esposa como deusa em sua vida, obedecendo a voz dela em vez de a obedecer a voz de Deus. Foi justamente essa atitude que Deus abroda primeiro quando fala ao homem: “Visto que deu ouvidos à tua mulher...”. Ele não foi enganado como a muler, mas sabia exatamente que estava transgredindo a Lei de Deus.
A imagem de Deus refletida no espelho do casal, ficou embaçada, corrompida e distorcida. A tragédia do pecado fez que a vida nunca mais fosse a mesma.
2. AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO: (Gn 3.7-13)
O próximo tópico revela as consequências inevitáveis do pecado. Sabemso que o pecado é ruim. Mas nem sempre entendemos o quanto ele é ruim. Precisamos permitir que as consequências horríveis do pecado sejam sentidas enquanto estudamos essa porção do texto. Temos que odiar o pecado e seus efeitos, especialmente na família.
a) - Vergonha (V7a):
Os olhos do casal se abriram. Eles viram sua nudez, só que agora, com sentimento de culpa e vergonha. Não mais uma nudez inocente, sem vestígio de vergonha. Agora, uma nudez vergonhosa. Eles sentem-se expostos. A sua inocência e autenticidade do seu relacionamento se foi. Eles se sentiram sujos, cobertos com a poluição do seu pecado.
Adão e Eva, de repente se percebem de um modo vergonhoso. A primeira coisa que sentiram foi a culpa por causa de sua desobediência. Satanás prometeu que eles iriam “ser como Deus” e conhecer o bem e o mal, e pela primeira vez, tiveram uma constatação pessoal do que significava pecado. Não era necessário, para sua felicidade, que tivessem esse conhecimento de Deus.
Percebendo pela primeira vez, que estavam nus, cada um deles juntou folhas para cobrir o corpo. O pecado deveria nos envergonhar.
b) - Religiosidade (V7b):
Note a resposta que o casal dá diante da sua imuncícia. Faz a primeira coisa que vem à mente. Tenta se cobrir. Tenta esconder sua vergonha. Cobrir a nudez com as folhas de figueira não foi suficiente, pois conforme Hebreus 9.22, era necessário derramamento de sangue.
Religião, vem do latim (religare, ou seja, religar-se a Deus) representa o esforço do homem para reatar-se com Deus, cobrir seu pecado e apagar sua vergonha, tirar sua culpa. Atos religiosos são tentativas fúteis segundo a vontade do homem, e não de Deus.
Na tentativa de apaziguar sua culpa, alguns negam a existência de um Deus a quem terão que prestar contas. Outros se escondem por trás da ideia de forças cósmicas impessais que não reconhecem a existência do pecado. Alguns usam a ciência para negar a existência de um criador. Ainda outros tentam compensar seu pecado com obras e ritos religiosos, procurando desesperadamente tirar as manchas do seu pecado. Mas a podridão do pecado nunca pode ser remediada pelo esforço humano.
Sabemos que o esforço de Adão e Eva era em vão, pelo fato de que Adão responde um pouco mais tarde à indagação de Deus: “Onde estás?” - Adão responde que se escondeu do Senhor ao ouvir os seus passos caminhando pelo jardim e o fez porque estava nu. Fisicamente, Adão não estava mais nu, afinal de contas, eles cobriram sua nudez física com folhagens, no entanto, sua alma estava exposta, desnudada diante do Criador. No sentido espiritual, Adão estava nu.
c) Medo (V8-10):
Então, aconteceu o piro. O próprio Deus desceu ao jardim para passear com seus amigos. Mas eles haviam sumido. A “imagem de Deus”, feita para ser vista e para espelhar e espalhar a glória de Deus, estava escondendo-se atrás das árvores e dos arbustos do jardim. A criatura se escondendo do Criador.
Desde então, perdemos nosso sentido de propósito. Deus nos criou com o propósito de sermos reflexos vivos de quem Ele é. Mas o espelho ficou sujo. A comunhão virou corrupção. A amizade tornou-se medo.
Perceba aqui, mais uma vez a responsabilidade masculina, Deus pergunta ao homem onde ele está. As perguntas que Deus faz ao homem nas Escrituras não são feitas porque ele não sabe as respostas. São feitas para provocar compreensão no homem sobre o que já fez! Aquele clamor: “Onde estás?” continua ecoando pelos corredores do tempo até nós. A Bíblia nos ensina que é Deus quem buscao homem, e não o contrário.
Uma das maiores tragédias do pecado é o medo do criador que ele causa em nós. Rompeu-se a comunhão. Corrompeu-se a adoração. Em seu lugar fica o medo da justa e santa ira de Deus que precisa cair sobre toda a iniquidade, da qual também nos tornamos alvo quando Adão, nosso primeiro pai, comeu fruto proibido!
d) - Conflito Conjugal (culpa) (V11-13):
Além da cumplicidade na fuga e da vergonha da nudez, percebemos outras consequências horríveis do pecado na vida conjugal. Deus continua sua interrogação, prmeiro a Adão e depois a Eva, sempre visando a confissão do seu pecado, o arrependimento verdadeiro e a restauração do relacionamento.
Nessa hora, o casal já começa a colher o fruto podre do seu pecado justamente no relacionamento a dois, feito para ser um reflexo da glória do amor, da comunhão, da unidade e da fidelidade da própria Trindade.
Aqui, encontramos o conflito conjugal do pior tipo. Em vez de admitir sua culpa, passividade, idolatria, desobediência e rebeldia, Adão continua descendo a escada para o porão do pecado, transferindo a culpa a Eva, e no fim, para Deus. Eva, transferindo a culpa à serpente.
Imagine como Eva deve ter se sentido naquele momento, com o Criador diante dela, o dedo do maridão apontando pra ela e nenhum lugar para se esconder. As palavras de Adão foram como facadas no peito. Ele estava sendo cruel.
Infelizmente, esse mesmo prodecimento continua até hoje. Homens omissos e passivos prefferem culpar aqueles ao seu redor a admitir seu pecado e assumir a responsabilidade por ele. Expõem sua esposa e família à tragédia do pecado e suas consequências em vez de serem os protetores do lar.
3. O RESGATE (V22-24):
O capítulo se encerra com mais uma demonstração incrivel da graça (além do protoevangelho). Pelo fato de que o homem e sua esposa agora vivem nume stado de imperfeição moral como pecadores, há um novo perigo. A árvore da vida, também no jardim, representava uma ameaça enorme para humanidade.
Qual seria o perigo de comer da árvore da vida e viver eternamente? Podemos entender que se o casal comesse daquela árvore, seu destino e dos seus descendentes, no estado de eternos pecadores imortais.
Deus barra o caminho para a árvore da vida, para o bem do casal e de todos nós. Mas ao barrar o acesso da humanidade à árvore da vida, Deus abriu o caminho para seu Filho até o Calvário e à árvore da morte, chamada cruz. A árvore da morte para Adão e Eva, e toda a humanidade, se transformou numa árvore de vida na cruz de Cristo onde nossos pecados foram pregados. Porque Ele morreu, agora nós podemos viver para sempre.
CONCLUSÃO:
As núvens de desespero do jardim do Éden viram raios de esperança no jardim do Getsêmani. Jesus Cristo recebeu o cálice da morte do seu próprio Pai. Sua morte e ressurreição marcaram o começo do fim para as consequências do pecado. Jesus Cristo, a “imagem” de Deus, um homem perfeito, vestiu-se em carne humana para resgatar o homem. Este é o maior milagre da História - O milagre do Calvário.
Há possibilidade de reconstruir nossos relacionamentos familiares, por causa da obra redentora de Cristo Jesus. Embora, algumas consequências do pecado permaneçam, mesmo depois de alguém crer em Jesus como seu Salvador pessoal, Deus oferece uma nova vida em Cristo.
SOLI DEO GLORIA.
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