ENCONTRO COM O CRISTO RESSUSCITADO! Lucas 24.36-52

Lucas   •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
0 ratings
· 12 views

O Cristo Ressuscitado traz paz aos nossos corações assustados e gera propósito para a nossa missão.

Notes
Transcript
Grande ideia: O Cristo Ressuscitado traz paz aos nossos corações assustados e gera propósito para a nossa missão.
Estrutura: Jesus aparece e traz paz aos corações dos discípulos amedrontados (vv. 36-43), Jesus encoraja seus discípulos a encontrarem o propósito de suas vidas na missão que eles receberiam a partir de Jerusalém. (vv. 44-52).
1Coríntios 2.2 NAA
Porque decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado.
1Coríntios 15.12–14 NAA
Ora, se o que se prega é que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como alguns de vocês afirmam que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, então Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e é vã a fé que vocês têm.
Dave Harvey:
O luto é uma caminhada no desconhecido; é uma experiência universal que termina de maneiras intensamente pessoais. C. S. Lewis teve o seguinte pensamento durante sua dor de perda da esposa: “Ninguém nunca me disse que o luto se parece tanto com o medo”. Entretanto, mesmo nos momentos mais sombrios de perda, desejamos agradar a Deus em nossa dor. Não sofremos como aqueles que não têm esperança (1Ts 4.13), porque temos esperança- esperança sublime, fascinante, exultante. A ressurreição do Senhor garantiu isso. O fogo da esperança do evangelho arde no íntimo, mesmo quando nos sentimos incapazes de alimentá-lo.
Paz do Cristo Ressuscitado para vencer a paralisia do medo. (vv. 36-43)
(a) A saudação de Jesus representava mais do que um conjunto de palavras: ele era a paz que ele anunciava trazer.
João 20.19 NAA
Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos, com medo dos judeus, Jesus veio e se pôs no meio deles, dizendo: — Que a paz esteja com vocês!

Ainda hoje, os judeus se saúdam com a palavra Shalom! O termo grego pelo qual se traduz Shalom tem, no NT, o mesmo significado deste. Jesus e os seus discípulos, assim como os judeus da sua época, falavam aramaico, língua da mesma família do hebraico. A paz de que se fala no NT significa muitíssimo mais do que a mera ausência de contendas, guerras e conflitos entre as pessoas, tem um profundo sentido religioso. Depende do estado do relacionamento do ser humano com Deus.

(b) Eles estavam assustados (v. 37 πτοεω ptoeo, v. 38 ταρασσω tarasso).

provavelmente semelhante ao substituto de 4098 (da idéia de fazer cair) ou para 4072 (daquilo que provoca fuga);

Mateus 14.26 NAA
Os discípulos, porém, vendo-o andar sobre o mar, ficaram apavorados e gritaram: — É um fantasma! E, tomados de medo, gritaram.

agitar, sacudir (algo, pelo movimento de suas partes para lá e para cá)

1a) causar uma comoção interna a alguém, tirar sua paz de mente, pertubar sua tranqüilidade

(c) Havia dúvidas no coração daqueles homens, Jesus precisou mostrar suas mãos e pés, como provais cabais de sua ressurreição.
João 20.27 NAA
E logo disse a Tomé: — Ponha aqui o seu dedo e veja as minhas mãos. Estenda também a sua mão e ponha no meu lado. Não seja incrédulo, mas crente.
1João 1.1 NAA
O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos próprios olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam, a respeito do Verbo da vida
(d) A ressurreição de Jesus é a mensagem mais poderosa do Evangelho.
Não peça para ver Deus no fogo da sarça ardente, nem no relâmpago no Monte Sinai; fique satisfeito em vê-Lo no homem Cristo Jesus, pois ali Deus é manifestado. Nem toda a glória do céu e do mar, nem todas as maravilhas da criação e da providência, podem apresentar a divindade como o faz o Filho de Maria, que da manjedoura foi à cruz, e da cruz à tumba, e da tumba ao Seu trono eterno à direita de Seu Pai na glória.
Charles Spurgeon
2. Coragem para os desafios da missão do Cristo Ressuscitado. (vv. 44-49)
(a) Mas eles ainda não acreditavam, a despeito da alegria da ressurreição. Todos nós vivemos o processo de uma fé que começa hesitante, até se transformar em exultante.
João 21.5 NAA
Jesus lhes perguntou: — Filhos, será que vocês têm aí alguma coisa para comer? Eles responderam: — Não.
Atos dos Apóstolos 10.40–41 NAA
Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia e concedeu que fosse manifesto, não a todo o povo, mas às testemunhas que foram anteriormente escolhidas por Deus, isto é, a nós que comemos e bebemos com ele, depois que ressurgiu dentre os mortos.
(b) Jesus rememora aos doze aquilo que já havia falado para Cleopas e seu companheiro, na estrada de Emaús:
Lucas 24.44 NAA
A seguir, Jesus lhes disse: — São estas as palavras que eu lhes falei, estando ainda com vocês: era necessário que se cumprisse tudo o que está escrito a respeito de mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.
Lucas 18.31 NAA
Chamando os doze para um lado, Jesus lhes disse: — Eis que subimos para Jerusalém, onde se cumprirá tudo o que está escrito por meio dos profetas a respeito do Filho do Homem.
Lucas 24.27 NAA
E, começando por Moisés e todos os Profetas, explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras.
Lucas 24.32 NAA
E disseram um ao outro: — Não é verdade que o coração nos ardia no peito, quando ele nos falava pelo caminho, quando nos explicava as Escrituras?
(c) Destaco essa expressão: “estando com vocês”. Jesus ia com seus discípulos, sua escuta era atenta e suas palavras penetrantes. Sua personalidade era fantástica.
Dane Ortlund:
Espalhados entre os registros destacados aqui há muitos outros relatos de Jesus acolhendo os socialmente excluídos e excluindo os socialmente reverenciados. Já mencionamos alguns exemplos. Ao longo de Lucas, os de fora ficam por dentro e os de dentro ficam de fora. Coletores de impostos, prostitutas, gentios, samaritanos, crianças, “pecadores”, filhos mais novos: os de dentro. Mestres da lei, escribas, fariseus, sacerdotes, devotos religiosos, os socialmente respeitados, filhos mais velhos: fora. Vários estudiosos apropriadamente sugerem que Lucas 19.10 deveria ser visto como um resumo em um versículo do Evangelho de Lucas: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”. Paul Tornier coloca bem: “Há de fato uma inversão: Deus prefere os pobres, os fracos, os desprezados. O que pessoas religiosas têm (…) dificuldade de admitir é que ele prefere pecadores a justos’”.
Nos termos de hoje, Jesus veio para buscar e salvar profissionais do sexo; cafetões; banqueiros e empresários desonestos; encostados em auxílios governamentais; criminosos condenados; jornalistas mentirosos; viciados; minorias étnicas desfavorecidas; rejeitados sociais; os sem-teto; os fedidos; os nojentos.
(d) Os discípulos são chamados a serem testemunhas do transformação que o Evangelho produz nas vidas. Essa é a promessa do Pai: a descida do Espírito Santo para dar poder ao testemunho de Cristo.
Atos dos Apóstolos 1.4 NAA
E, comendo com eles, deu-lhes esta ordem: — Não se afastem de Jerusalém, mas esperem a promessa do Pai, a qual vocês ouviram de mim.
(e) Temos aqui a trilha da missão: Jerusalém a Betânia, Betânia a Jerusalém.

BETÂNIA (= casa de figos verdes; casa do pobre) (1) Vila situada a 3 km de Jerusalém pelo caminho de Jericó; cidade de Maria, Marta e Lázaro (Jo 11:1), e de Simão, o leproso (Mt 26:6). Jesus foi ungido nessa cidade. Na sua última semana, Jesus a converteu em base de operações (Mt 21:17). Ver o Índice de Mapas. (2) Lugar não identificado situado a leste do Jordão, onde João batizava (Jo 1:28).

JERUSALÉM Cidade jebuséia, em Judá. Conquistada por Davi no séc. X a.C., para convertê-la em capital do seu reino e em cidade santa dos israelitas (2 Sm 5). Salomão a transformou em uma grande cidade com o seu programa de construção do templo, do palácio real e das muralhas (1 Rs 4–8). No período da monarquia dividida, foi a capital de Judá (1 Rs 14:21). Em 586 a.C., foi destruída por Nabucodonosor (2 Rs 25); porém, em 538 a.C., começou o processo de reconstrução do templo e das muralhas (Ed 1; Ne 2). Mais tarde, Herodes, o Grande, a tornou de novo uma grande cidade, com o templo reconstruído. Em 70 d.C., os romanos a destruíram (Lc 21:20).

(f) Lucas que começa o seu evangelho, com o relato de Zacarias no templo (1.5), agora termina com os discípulos de Jesus no templo (24.53).
NT Wright:
Jesus prometeu aos seus seguidores que seriam revestidos do poder de Deus para se dedicar às suas novas tarefas; o livro de Atos é a história do que começou a acontecer como consequência. Mas o evangelho de Lucas termina como começou- no Templo- em Jerusalém. A adoração do Deus vivo, agora revelado em Jesus de Nazaré, está na essência da visão de Lucas acerca da vida cristã.
Na verdade, nem era uma despedida, mas um novo começo, uma nova esperança e uma nova missão. A presença de Jesus na fé de cada um deles já era uma realidade que ninguém poderia lhes tirar, e isso era tudo o que precisavam naquele momento. Conforme as palavras registradas por Mateus, Jesus estaria com eles “todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28.20), e isso era a continuidade da experiência que os declarou como testemunhas. Era essa presença que faria com que a pregação continuasse em todos os tempos e lugares, com o mesmo vigor e a mesma capacidade de transformação.
Gouvêa de Oliveira, Flávio. O Evangelho em Carne e Osso: Uma exposição do evangelho de Lucas para pessoas de corpo e alma (Portuguese Edition) (pp. 453-454). Flávio Gouvêa de Oliveira. Edição do Kindle.
3. Outras aplicações:
(a) Jesus quer encontrar o seu coração, a fim de que você cresça de uma fé temerosa para uma fé operosa. “Por que surgem dúvidas no coração de vocês?”.
Charles Swindoll:
Os que estavam diante de Jesus no topo da montanha não eram estranhos, mas pessoas próximas, todas elas crentes na identidade e na missão de Jesus. Não eram nem mais nem menos notáveis que as pessoas que vemos fazendo compras numa loja, sentadas na arquibancada de um estádio assistindo um jogo ou indo trabalhar numa fábrica. Eram fazendeiros, pescadores, comerciantes, mães, artesãos e trabalhadores. Alguns ocupavam posições de autoridade; a maioria não. Muitos deles, ainda que crentes, eram fracos em sua fé. Mateus registrou que, entre os presentes na primeira reunião, “alguns duvidaram” (Mt 28.17). Alguns daqueles a quem Jesus prometeu seu poder estavam inseguros.
Perceba também que Jesus não lhes concedeu auréolas, nem colares, nem coroas. Não distribuiu uniformes, não os enviou a escolas especiais, nem lhes concedeu títulos como reverendos, padres ou pastores. Não estou querendo dizer que os seminários não sejam importantes, eu mesmo sou diretor de um deles. Não sugiro que as igrejas não devam ter pastores, continuo a servir como um deles. Contudo, a todo crente foi igualmente prometido o mesmo poder, e cada um foi chamado a tornar-se parte do plano de Deus.
Vamos encarar os fatos: noventa por cento do ministério se resume a simplesmente dispor-se a servir. Assim que alguém toma a decisão inicial de participar, o Espírito Santo assume o controle do resto.
(b) Nossos momentos como igreja reunida são a nossa “Betânia”, mas o nosso lugar de missão é a nossa “Jerusalém”.
Atos dos Apóstolos 1.8 NAA
Mas vocês receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo, e serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra.
Warren Wiersbe:
A última coisa que Jesus fez foi abençoar seu povo, e a primeira coisa que seu povo fez foi adorá-lo! As duas coisas sempre andam juntas, pois ao adorá-lo em verdade, compartilhamos de suas bençãos. Jesus não abriu os lábios deles apenas para testemunharem, mas também para adorá-lo e louvá-lo.
John Piper:
Missões é a nossa maneira de dizer: a alegria de conhecer Cristo não é um privilégio privado ou tribal ou nacional ou étnico. É para todos. E é por isso que nós vamos. Porque já experimentamos a alegria de adorar a Jesus, e queremos que todas as famílias da terra sejam incluídas.
“Todos os limites da terra se lembrarão, e se converterão ao Senhor, e todas as gerações de todas as nações adorarão perante a tua face.”(Salmos 22:27).
A busca da adoração das nações é alimentada pela alegria de nossa própria adoração. Você não pode recomendar aquilo que você não ama. Você não pode proclamar o que você não valoriza. A adoração é o combustível e o alvo de missões.
Mateus 13.31–32 NAA
Jesus lhes propôs outra parábola, dizendo: — O Reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem pegou e plantou no seu campo. Esse grão é, na verdade, a menor de todas as sementes, mas, quando cresce, é maior do que as hortaliças, e chega a ser uma árvore, de modo que as aves do céu vêm se aninhar nos seus ramos.
Destaco aqui a inevitabilidade do crescimento do Reino de Deus, uma vez que, algo muito pequeno pode ter um resultado completamente fora de proporção.
John Stott:
“Assim, então, o evangelho é a verdade que vem de Deus que foi confiada a nós. Nossa responsabilidade é apresentá-lo de forma tão clara, coerente e convincente quanto possível e, como os apóstolos, discuti-lo tão persuasivamente quanto pudermos. E o tempo todo, ao fazermos isso, estaremos confiando no Espírito Santo da verdade para dissipar a ignorância das pessoas, vencer seus preconceitos e convencê-las sobre Cristo”.
A igreja de Deus tem a sua agenda em Deus e não nos homens. Temos um chamado: sermos testemunhas de Jesus e de seu Evangelho a todas as pessoas do mundo.
https://culturadefato.com.br/ha-evidencias-historicas-da-ressurreicao-de-jesus-cristo/
Há evidências históricas da ressurreição de Jesus Cristo?
1 de março de 2024 Everaldo Cescon
O cristianismo, se for falso, não tem valor; se for verdadeiro, tem valor infinito. A única coisa que lhe é impossível é ser ‘”‘mais ou menos’ importante.” C. S. Lewis (1898 – 1963)
Analisando a Ressurreição de Jesus cientificamente, buscaremos evidências que confirmem este evento extraordinário, original e único na história.
Primeira evidência: a historicidade. Trata-se de um acontecimento realmente acontecido na história, com sinais e testemunhos historicamente atestados: a) que Jesus foi publicamente justiçado na Judeia no século I d. C., sob Pôncio Pilatos, por meio da crucificação e mediante instigação do Sinédrio Judaico; b) também temos relatos históricos não-cristãos de Flávio Josefo, Cornélio Tácito, Lúcio de Samosata, Maimônides e do próprio Sinédrio Judaico.
Segunda evidência: o sepulcro vazio. Quando as mulheres piedosas e os discípulos se dirigiram depois de três dias ao sepulcro, encontraram-no vazio. Claro que o sepulcro vazio poderia ser explicado de outra forma. No entanto, a cena que Pedro encontrou não deixava espaço para outras interpretações: as bandagens que enfaixavam o corpo de Jesus apareciam estendidas, sem terem sido removidas ou afrouxadas por mãos humanas. Mas o corpo poderia ter sido roubado pelos próprios discípulos? Acusar os discípulos de fraude não explica o sumiço pois é pouco provável que continuassem propagando uma mentira custando-lhes perseguição e até morte. Mais cedo ou mais tarde, para salvar a própria vida, alguém acabaria confessando a mentira.
Terceira evidência: as aparições. São numerosas as aparições de Jesus documentadas pelo Novo Testamento. Todas as aparições atestam que o corpo que aparece é o mesmo que foi flagelado e crucificado e são corroboradas pela concordância de diferentes pessoas, em situações e lugares diferentes. Além disso, o fato de ter-se manifestado às mulheres incrédulas e consideradas juridicamente não confiáveis no contexto hebreu daquele tempo, reforça a veracidade das manifestações.
E se fosse uma alucinação? A alucinação é ver alguma coisa que não existe na realidade, mas que pressupõe reconhecer o objeto da própria alucinação. No entanto, existe o episódio dos discípulos de Emaús que explica como este “objeto de alucinação” não é reconhecido, faz-se tocar ou até mesmo come.
Quarta evidência: o testemunho ocular de testemunhas atestados como sinceras. As testemunhas jamais repudiam a verdade da Ressurreição de Cristo, apesar das longas torturas e, em muitos casos, pagando com a vida. Se fosse uma mentira, por que mantê-la diante de perseguições, aprisionamentos, torturas e morte? É insano pensar que alguém manteria uma mentira sem ganho algum; pelo contrário, pagando com o martírio.
Quinta evidência: a conversão dos céticos, começando por Paulo de Tarso, que, de perseguidor feroz, passou a defensor devoto.
Alguém poderia objetar que os Evangelhos não são uma fonte confiável. Uma pesquisa de António Socci descreve uma seleção de 300 profecias sobre a figura do Messias, tiradas do Antigo Testamento e as suas correspondências no Novo. Delas emerge que todas, sem exceção, são perfeitamente realizadas na pessoa e na vida de Jesus e em nenhum outro. Descrevem com grande precisão e com séculos de antecipação os detalhes da sua vida.
Ilustr:
https://blogcasadopao.blogspot.com/2010/03/coisas-do-filme-amistad.html?m=1
Coisas do filme – Amistad
Título Original: Amistad Direção: Steven Spielberg
Drama (1997), com Morgan Freeman, Nigel Hawthorne, Anthony Hopkins, Djimon Hounson e Matthew McConaughey. Liberdade. É possível entender o que significa sem antes perdê-la? Mesmo com muito esforço nem sempre conseguimos imaginar algo que seja próximo do sofrimento das vítimas da escravidão negra. Mais do que um cativeiro físico era uma prisão na alma, como um grito de angústia impossível de ser expresso. Sem culpa, sem poder entender, sem encontrar uma saída. O filme de Steven Spielberg (1997) chegou bem perto, baseado em fatos reais vividos pelos tripulantes do navio “Amistad”, em 1839, que levou africanos aos EUA como verdadeiras cargas, capturadas para servir em terra estranha. Numa situação inusitada o destino das “mercadorias” foi decidido num tribunal. Sem entender o idioma local, muito menos o que estava acontecendo, eles só tinham uma certeza: queriam a liberdade. O escravo que se tornou líder do grupo, Cinqué é mostrado como uma pessoa indesistível. Numa das cenas mais fortes, algemado durante a audiência, gritou de forma viceral a frase mal articulada que aprendeu para clamar: “Deixa nós livre, deixa nós livre!”. Mais adiante a liberdade iria extrapolar o sentido abolicionista, em outra cena memorável. Foi quando, na cela, Cinqué conheceu, através da Bíblia,outro tipo de cativeiro e também de liberdade. Um negro liberto lhe mostrou naquele livro “o Deus deles”. Mesmo sem saber ler pôde entender a essência, através das ilustrações. Ele entendeu que as pessoas estavam sofrendo durante muito tempo, até que “ele” nasceu e tudo mudou:
- Isto é para onde nossa alma vai quando você morre aqui. É para onde nós vamos quando eles nos matarem. Isso não parece tão mal. - Quem é ele? - Eu não sei, mas onde quer que ele vá é seguido pelo sol. Aqui está ele, curando pessoas com suas mãos, protegendo-as como crianças... ele pode também andar sobre as águas...
... Ele foi capturado e acusado por algum crime - Ele deve ter feito algo - Por quê? O que nós fizemos? O que tenha sido foi demais para matá-lo por isso. - Isso é só uma história!
- Mas olhe, isso não é o fim. O corpo dele foi colocado nessa... nessa coisa (desenha cruz no ar).
- Eles o colocaram numa caverna. Ele vestia uma roupa igual a que nós usamos... pensaram que estava morto, mas ele apareceu. Falou com eles e depois, finalmente, subiu aos céus. Na semelhança de martírios concluíram que, se o que estava naquele livro acontecesse também com eles poderiam superar a condenação e ir ao céu como aquele homem. Estariam livres. O chamado “Deus deles” é chamado por nós de “meu Deus”. Muitos tiveram mais que figuras para entender, mas sem alcançar a liberdade. Existem histórias que são apenas histórias. Outras viram histórias por que nos recusamos a dizer que algo é real. Dos cativeiros todos nós queremos ser livres. Para quem lembrar que tem “o Deus”, já pode ir além do que meras ilustrações para ser livre, realmente livre, de todo tipo de cativeiro."Finalmente livre, finalmente livre. Obrigado Deus Todo-Poderoso. Finalmente sou livre” (Martin Luther King Jr.). “Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai” (Romanos 8:14-15).
Related Media
See more
Related Sermons
See more
Earn an accredited degree from Redemption Seminary with Logos.