Esbanjando Perdão e Misericórdia
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LUCAS 15.1-3; 11-32 - LEITURA
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Meus queridos irmãos, dependendo da bíblia que você tem em suas mãos, sinto em dizer, mas ela tem um erro, estranho dizer que a bíblia está errada, mas se você reparou na leitura desse precioso texto, percebemos que essa parabola tem um título, que todos conhecem que é:? “FILHO PRODIGO”. Porém ao lermos o versículo 11, temos dois irmãos, ou seja, ja abrindo nossos olhos para o texto, essa parabola não é apenas sobre o filho que deixou, mas Jesus quer usar os dois filhos para trazer uma mensagem a quem ele conta essa parabola.
E essa é uma das parábolas mais emblemáticas de Jesus, que se encontra apenas no evangelho de Lucas, antes de destrincharmos esses versículos e tirar uma lição vamos primeiro desmanchar os significados a primeira vista. Como disse essa história não se trata apenas de um filho, mas a história começa com um pai e dois filhos, então o outro tem uma mensagem importante para nós, outra coisa meus queridos, não sei quem conhece, mas o adjetivo prodigo não significa rebelde, mas significa gastar até não sobrar nada. E um livro do pastor infelizmente falecido Timothy Keller, Deus Prodigo mostra uma analogia com Deus e ele gastar todo o seu perdão, sua misericórdia, seu amor, esperança e renovação para nós, que somos os seus filhos.
Muitas interpretações desse texto traz uma única mensagem para a história, mas negligencia o outro filho que traz uma outra mensagem, cada um traz uma maneira de buscar a aceitação do Reino dos Céus, o mesmo caso com Jesus que tinha dois tipos de seguidores Publicanos e pecadores e os Fariseus e mestres da lei: O primeiro grupo vivia irresponsavelmente sem observar as leis, esse grupo tinha uma semelhança com o irmão mais novo, o segundo grupo pode ser representado pelo irmão mais velho, eles se prendiam a tradição e obedeciam as escrituras, Jesus/Deus seria a representação do pai, no cenário que observamos antes do conto da parábola o segundo grupo fica irritado por Jesus se alimentar e se reunir com o primeiro grupo, o mesmo acontece na parábola. Sendo assim essa parábola assim como as duas contadas anteriormente, são destinadas aos mestres da lei, aqueles que tem uma alma de irmão mais velho, e a parábola vem para que eles mudem o seu coração e as suas atitudes.
Jesus deseja revelar a cegueira que eles vivem, que o amor de Jesus é garantido também aos irmãos mais novos e que tanto o religioso quanto o descrente se encontram perdidos, e que qualquer ideia que eles tiveram de se ligar a Deus até então um engano que eles viveram, agora eles estão à frente do único que pode levar a Deus.
Hoje vivemos com os irmãos mais velhos e mais novos, na sociedade e claro nas próprias famílias. Estudo apontam que os filhos mais
velhos, os primogênitos criam raízes em sua casa, e tentem a ficar próximos de seus pais, enquanto o mais moço, é nomeado como o rebelde, quer trabalhos diferentes e prefere viver em locais mais badalados. (Um fato eu e minha irmã) E como disse não é so em nossas casas, falei da sociedade e no século XIX, com a industrialização foi criado uma nova classe de burguesia que viviam do trabalho árduo das empresas em contra partida foi criado os boêmios que viviam de trabalho autônomo.
Ainda introduzindo o tema, Onde está Jesus? Jesus não está do lado de ninguém, ele so aponta que o moralismo religioso pode levar a morte espiritual. O ponto central aqui é que os fariseus se sentiram ofendidos por Jesus, enquanto os não religiosos se sentiram atraídos por ele. Mas hoje isso se torna totalmente diferente, os excluídos não são mais atraídos pela igreja, se não temos mais irmãos mais velhos é porque somos muitos irmãos mais velhos, somos muito egoístas, invejosos e principalmente medrosos, medo de perder o holofote e o carinho para os mais novos.
1. OS DOIS FILHOS PERDIDOS
1. OS DOIS FILHOS PERDIDOS
Essa parábola tem dois atos, a do filho mais novo perdido e do filho mais velho perdido: O primeiro ato começa com um pedido inusitado ao pai “Quero minha parte da herança”, que na época era um grande desrespeito, considerando que a parte da herança era dada após o pai estar morto, e a divisão a maior parte seria do mais velho, mas ele quer essa herança imediatamente, ele tratava o pai como um morto, estava cansado dessa relação, ele queria ir embora, viver sua vida e aproveitar a sua parte. E por incrível que pareça mesmo vivendo em uma sociedade patriarcal, o pai não o expulsou da sua família muito menos o agrediu, apenas agiu como ele pedia e deu o terço pertencente a ele, por amor ao seu próprio filho, mesmo tendo o amor de seu filho rejeitado.
Vamos agora para a segunda cena desse mesmo ato, o filho vai para uma região distante, gasta tudo o que tem, assim ele é obrigado a trabalhar, cuida de porcos e sem dinheiro para comer, come lavagem, ele deu com a cara na lama literalmente, e assim ele percebe o erro cometido e que deveria voltar para a casa de seu pai, mas agora não sendo um filho, mas sendo um servo, admitiria o erro perante ao seu pai, mesmo ele sendo considerando um morto para os seus familiares.
Agora a última cena do filho mais novo, ele se aproxima de sua casa, e o seu pai o vê, e para sua surpresa corre em sua direção, se joga e o beija, o filho tenta colocar em praticar o discurso que ele planejou, mas foi cortado pelo pai, que chamava os servos para o vestirem, e prepararem um novilho. O pai esqueceu de tudo que acontecera e acolheu o seu filho que estava morto e o cobriu com as melhores vestes, que significava que ele estava sendo colocado novamente como filho. E aqui temos a lição que o amor de Deus pode perdoar e restaurar qualquer pecado e transgressão. Muitos encerram essa história até aqui, e não envolvem o segundo ato que pertence do filho mais velho.
O filho mais velho se ira com essa festa e ainda mais por saber que o seu irmão foi readmitido, ele se recusa de participar da festa, ele não concordava com tal atitude de seu pai, mesmo o seu pai o chamando. Por que do filho estar tão bravo? Ficou irado com os custos, seu pai nunca deu um cabrito a ele para festejar, ao admitir o filho novamente na família o torna novamente herdeiro, mas agora a uma parcela muito menor da herança, e ele elenca mais motivos, sobre sempre trabalhar e nunca abandonar seu pai, nunca desobedecer às ordens do pai, o pai foi insultado pelo seu outro filho naquele momento. Mas esse pai tem um caráter diferente, apesar de ser ofendido em público, ele ainda insistiu que participasse do banquete, e ficamos sem a resposta.
A história não tem fim porque a história foi contada para os fariseus, eles que deveriam responder se iriam participar do banquete ou não, nessa parábola Jesus ressignificou pecado, estar perdido e estar salvo.
2. REDEFININDO O PECADO
2. REDEFININDO O PECADO
Dois irmãos, e dois caminhos diferentes para encontrar a felicidade, que porém tinha o mesmo propósito, o filho mais velho caminhava pela conformidade moral e o mais novo pelo autoconhecimento. E nesses caminhos temos algumas relações com aquele tempo e com o nosso, os fariseus acreditavam que eram o povo escolhido por Deus e só conseguiriam manter essa posição se obedecerem restritamente a Torá, por esse cominho a felicidade só é encontrada por meio da retidão moral. Hoje muitas pessoas saem de casa para serem livres, coisa que não era muito comum nos tempos de Jesus, caminho que fortalece a ideia de buscar a autorrealização, independência, um lugar que seria melhor sem convenções e hierarquias.
Nossa sociedade também é divida nesses dois caminhos, existem pessoas morais e pessoas do autoconhecimento, pessoas que trocaram as abordagens ao perceberem alguma opressão, irmãos mais velhos com um comportamento de irmão mais novo, e pessoas de autoconhecimento que por serem tão liberais se tornam mais arrogantes que os fariseus.
Apesarem de cada um traçar caminhos diferentes o destino era o mesmo, e os dois estavam perdidos enquanto a isso: O filho mais novo humilha sua vida e vive uma vida consumista e descontrolada esses pecados sendo identificados por qualquer um. E o irmão mais velho em sua abordagem tradicional traz uma identificação muito mais difícil sobre o pecado, ele era obediente tanto ao pai quando aos mandamentos, mas dentro disso havia muito orgulho preso ao irmão mais velho esse orgulho criou uma barreira, fazendo ele não aceitar o seu irmão e negando o amor do pai, e não foram as suas transgressões, mas sim a sua retidão que o impediu de participar do tamanho banquete.
Relacionando, o irmão mais novo se foi com sua parte na herança, porque não queria compartilhar seus bens com sua família, ele queria tomar suas próprias decisões sem a supervisão do pai. Já o irmão mais velho ele também queria os bens da sua família e não o sei pai, mas diferente do mais moço não foi embora, permaneceu com seu pai, em seu caminho esta o controle, quando ele disse ao seu pai “Jamais desobedeci!” mostrava que ele queria que agora fosse tudo do jeito dele, pois ele ficou em casa e seguiu os mandamentos e o que o pai dizia.
Ambos irmãos tinham a mesma mentalidade, queriam uma posição onde podiam dizer ao pai o que fazer, nenhum amava o pai de verdade, mais amava os seus bens. A partir temos um compreendimento mais profundo sobre pecado, quando falamos sobre tal pensamos em uma transgressão contra Deus, mas Jesus nos lembra que se colocar no lugar de Deus como salvador é pecado.
Quando o filho mais velho se coloca em uma posição orgulhosa, confrontando o seu pai ele se esquiva da salvação. Lembrar que o pai nessa parábola é Deus, quando o irmão mais velho diz que ele deveria ser abençoado, por sempre obedecer e ser uma boa pessoa, talvez Jesus não seja o seu salvador, porque nesse pensamento você está sendo o seu próprio salvador. Não nos deixemos enganar se nossa moralidade e seguir a bíblia não é apenas um bem para edificação espiritual, mas é para chantagear com Deus e fazer com que Deus faça aquilo que você quer. Os irmãos mais velhos só obedecem a Deus para atingir os seus objetivos e não para conseguir chegar ao próprio Deus
Finalizar esse ponto, Jesus contou essa parábola para mostrar tanto para os gentios quanto para os judeus que ambos são errados, pecadores e perdidos, mas todos são amados e todos tem a chance de reconhecer e mudarem, mas tem que haver mudança, na parábola o mais novo mudou e o mais velho não vemos o que foi feito. Afinal ele estava cego em sua falsa moralidade.
3. O VERDADEIRO IRMÃO MAIS VELHO
3. O VERDADEIRO IRMÃO MAIS VELHO
Antes de ir para nosso ultimo ponto quero ressaltar que precisamos primeiramente do amor acolhedor de nosso Deus, não é nosso arrependimento que causa o amor do pai, pelo contrário, o amor do pai que nos leva ao arrependimento.
O filho mais velho está perdido, e ausente do banquete, e não pela falta de amor, mas pelo seu orgulho, pelo sentimento de fariseu, em colocar o moralismo acima de qualquer coisa, o fariseu se arrepende do seu pecado, mas o verdadeiro cristão não se arrepende apenas de seu pecado, mas se arrepende dos motivos que o levou a retidão.
O irmão mais velho somos nós que negligenciamos os irmãos mais novos e nos colocamos como o centro e ficamos contrariados em estar tempo na igreja e não ganhar nossos benefícios, somos irmãos mais velhos quando colocamos o pecado dos nossos irmãos como mais graves do que os nossos, afinal estamos muito tempo no caminho da retidão.
Um filosofo moderno Manuel Kant, em uma das suas filosofias acreditava que uma atitude só era válida de acordo com a intenção e usava o exemplo de uma pessoa se afogando e eu vejo e vou salva-la, se eu a salvo pela motivação de me tornar um herói o salvamento da vítima é anulado e seria melhor deixa-la morrer, mas se a intenção é altruísta e vamos fazer pelo bem da vítima, então tudo certo.
Não vou dizer que é da mesma forma, mas a retidão deve estar ligada a proximidade do pai e não a proximidade das bençãos, vamos nos mostrar perdidos como o mais novo, se arrepender de nossas intenções e de nossos pecados e acolher aqueles que precisam e não estão a tanto tempo, largar esse medo de perder a estrela e viver em algo que é maior e melhor que o estrelado que é viver em perfeita comunhão com o corpo de Cristo apesar de caminhos opostos e de diferentes naturezas.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
Um importante pastor do século 19, conhecido por muitos, chamado Dwight Moody, para os mais íntimos Moody, foi um importante evangelista de sua época, um homem piedoso que orava duas horas por dia e sabia muito bem como chegar até Deus, como encontrar o caminho até Deus, em mais um dia comum de sua vida o evangelista foi a uma prisão em Nova York, The Tombs, pregar o evangelho aos detentos, e assim perguntou a cada prisioneiro o porquê de ele estar naquele lugar. Moody então recebia respostas como “Fui incriminado; fui acusado falsamente; fui julgado injustamente”, nenhum admitia sequer culpa. Porém, Moody encontra um homem constrangido, com o rosto em suas mãos, chorando que dizia: “O que tenho de errado¿”. Ali via uma pessoa arrependida que buscava encontrar o seu erro e ter o seu perdão, e não apenas Moody, mas como cada um de nós podemos encontrar perdão e salvação em nosso Deus, devemos admitir o nosso pecado e reconhecer que ele nos salva e expondo esse texto que acabamos de ler quero que percebam isso e coloquem em prática.
Chegamos agora ao fim sobre essa parábola que ressignifica as nossas atitudes, vamos tratar ainda dos dois filhos, mas vamos nos lembrar que no final temos um grande banquete com o prato mais valioso sendo servido e que foi feito não apenas para uma pessoa especifica como é o caso de um aniversario, mas é apenas uma festa com um motivo comemorativo, um motivo que alegrou o seu pai, e em banquetes assim, chama-se amigos, família e até os servos participam dela. O pai celebrava não que seu filho tinha voltado apenas, mas que sua família estava completa de volta, ele se alegrou em saber que por mais que o filho tenha seguido o seu caminho e desonrado seu pai, ele se arrependeu e entendeu que ele não é nada sem o seu pai, sem a supervisão e que nada adiantava as riquezas que ele possuía, sem ter aquele que o ama e que o tratou com compaixão em todos os momentos, ele estava por ter dois filhos junto a ele, essa é a razão de se comemorar com comida, além de relacionar com o banquete ao perdão, o banquete se assemelha aos novos céus e nova terra, pessoas arrependidas e quebrantadas, agora incorruptíveis ao lado do pai comemorando por toda eternidade lindo demais.
Esse banquete não é sobre os filhos, o banquete é sobre o pai, quem organiza o banquete, chamado anfitrião, não cobra nada, ele simplesmente gasta em prol da alegria que ele sente e quer comemorar com todos, Deus é nosso anfitrião, ele é prodigo em amor, perdão e misericórdia e assim também fomos chamados para esse banquete nos céus, o banquete é a nossa salvação.
Partindo dessa ideia e ultima que vamos comentar, quem está no banquete é quem é salvo e olha o filho mais novo, enxergado como o filho mau perante aquela sociedade estava lá dentro, e o primogênito o filho bom, estava do lado de fora e não queria entrar, a nossa salvação não está em nossas obras, nossa fé não está em nossa obediência, por mais que se não praticarmos obras nos não somos salvos. Mas o que quero dizer aqui é que a salvação é por meio da graça, e quem é agraciado pratica obras e o filho mais novo vai agora obedecer e amar o seu pai. E o filho mais velho terá mudança? Ou ele vai permanecer firme em sua cegueira e perdição e apenas praticar o moralismo pelo motivo errado?
Essa história não tem fim, não sabemos o que acontece com o irmão mais velho porque quem deve responder são os fariseus, e não so eles, mas eu, você e cada irmão mais velho que está anos dentro da igreja, você continuará em uma cegueira moral de tradições, ou vai sair da caverna e enxergar que a vida com o Pai é mais que seguir regras e sim é entender que ele nos ama, que devemos nos arrepender e tomar atitudes pelos motivos corretos, sai da sua bolha, você não é o centro deixe Deus ser o seu salvador assim como ele foi do irmão mais novo, irmão mais novo que você não o recebe, porque ele já fez muita coisa errada para estar aqui, ou aquele que vem de bermuda e camisa de time e não merece o seu respeito e você que ele não tem reverencia, ou aquele que vem arrependido e entusiasmado pra começar a nova vida com Cristo e você corta as asinhas com medo de perder o seu posto.
Vamos entender que devemos ser todos irmãos mais novos, se arrepender de verdade e viver com o Pai, pelos motivos certos, para alcançar os céus.
E agora respondendo nosso tema, esse pai é Deus, esse pai é aquele que nos amou infinitamente que correu até nos enviando o seu filho, pois seria impossível nos amar e nos trazer o perdão sem o sacrifício vivo do segundo Adão, do homem sem falha que morreu e nos trouxe a certeza que quando estamos perdidos em meio a lama, podemos voltar para nosso pai que nos amou primeiro.
Que essa mensagem encontre lugar em vossos corações, Amém.