A transformação do Espírito

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Introdução

Gálatas 5.22–26 NAA
22 Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, 23 mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. 24 E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. 25 Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. 26 Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros.
Neste trecho da Carta aos Gálatas, o apóstolo Paulo nos apresenta um contraste poderoso entre as obras da carne e o fruto do Espírito. Ele lista as virtudes que devem caracterizar a vida de todo cristão sob a influência do Espírito Santo. Paulo fala de "fruto" no singular, significando que essas virtudes são partes inseparáveis de um todo, refletindo a totalidade de Cristo em nós. Quando o Espírito Santo está em ação na nossa vida, Ele não produz apenas uma ou duas dessas virtudes, mas todas elas, de maneira interligada e harmoniosa.
No centro de todas essas virtudes está o amor. O amor é o fio que conecta todas as virtudes e é a maior evidência de uma vida guiada pelo Espírito. É o amor que dá vida e força às outras virtudes: alegria, paz, paciência, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.
Vamos explorar juntos como essas virtudes se manifestam em nossas vidas em três áreas distintas: nossa atitude para com Deus, nossa atitude para com o próximo e nossa atitude para conosco mesmos. Nosso objetivo é que, ao final desta série, sejamos levados a viver de maneira mais plena e autêntica, permitindo que o Espírito Santo produza em nós o fruto que glorifica a Deus e transforma o mundo ao nosso redor. O novo nascimento deve produzir em nós esse caráter frutífero.
Nossa atitude para com Deus
Amor: O amor reflete o caráter de Deus.Alegria: A alegria é a demonstração visível da salvação na vida de cada crente.Paz: A paz é o resultado de Deus ter reconciliado os pecadores consigo, de forma que não são mais seus inimigos.
Nossa atitude para com o próximo
Paciência para suportar e lidar com pessoas e situações difíceis. Benignidade e bondade: Apontam para simpatia, empatia e generosidade para com o próximo, trabalhando sempre em benefício do outro.
Nossa relação conosco mesmos
Fé - Uma pessoa confiável e confiante. Paulo disse a Timóteo para procurar “homens fiéis”e confiar-lhes o ensino do evangelho. Ser fiel mesmo quando o mundo e a carne dizem o contrário, porque confiam em Deus somente e buscam agradar a Ele acima de tudo.
Mansidão: Uma qualidade que o próprio Jesus atribui a si mesmo. Paulo mesmo vai dizer no capítulo seis que devemos restaurar um irmão desviado com um “espírito manso", a Timóteo tratar com gentileza seus oponentes para que eles possam se arrepender.
Domínio próprio: Em contraste com as obras da carne, como embriaguez e orgias, aqueles que que andam no Espírito vivem vidas contidas. O fato de o domínio próprio aparecer por último na lista de Paulo pode indicar sua importância como uma síntese das virtudes anteriores. Em nossa carne estamos fora de controle, mas pelo Espírito vivemos vidas de domínio próprio.
Como alguém pode viver uma vida repleta de traços como essas nove qualidades? Paulo diz, pelo Espírito. Isso não acontece pela lei, pois ele diz: "Contra essas coisas não há lei" (v. 23). Em outras palavras, você não pode legislar essas qualidades. A lei nunca pode produzir esse tipo de frutificação, nem mesmo condená-las.
Este caráter frutífero é resultado de uma vida de devoção, e a maior de todas as devoções é o amor de Deus. Uma vida que cresce em amor a Deus se torna como Jesus, a expressão humana de Deus. John Owen escreveu: “[Amor] cria uma semelhança entre a mente que ama e o objeto amado... Uma mente cheia do amor de Cristo como crucificado... será mudada na sua imagem e semelhança”.
O fruto do Espírito é evidente em sua vida? O caráter de Cristo está sendo formado em você? Talvez você possa dizer: "Sim, mas eu adoraria mais progresso". Junte-se a todos nós que também precisamos crescer nessas áreas. O Espírito nos faz crescer gradual e dolorosamente. Mas Ele produz frutos ao longo do tempo, à medida que nos rendemos ao Espírito e colocamos a carne para morrer.

A Motivação Correta para a Transformação

A transformação genuína começa com a motivação correta. Muitas vezes, tentamos mudar por razões egoístas ou superficiais, como manter nossa reputação ou sentir-nos bem sobre nós mesmos. No entanto, a verdadeira motivação deve ser o amor e a devoção a Deus. Paulo enfatiza em 2 Coríntios 3:18 que, ao contemplarmos a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória.
A devoção a Deus é o único motivo aceitável para ações que são agradáveis a Ele. Infelizmente, muitas vezes nossos motivos são centrados em nós em vez de centralizados em Deus. Queremos manter nossa reputação diante de outros ou queremos sentir-nos bem sobre nós mesmos. Ou podemos até procurar ter uma vida decente e digna ou fazer boas ações porque esse tipo de ética foi incultido em nós desde a infância. Mas essa motivação nunca é relacionada a Deus e, portanto, não é aceitável para Ele.
Quando José foi tentado pela esposa de Potifar, não a recusou pelo seguinte motivo: “Se eu fizer isso e meu senhor descobrir, terá minha cabeça” nem mesmo por conta da sua reputação perante a sociedade, caso descobissem. Não, ele disse: “Como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?” (Gênesis 39:9). Sua motivação para moralidade foi centralizada em Deus e, por causa disso, foi agradável a Ele.
Aplicação Prática: Pergunte-se: por que você deseja mudar? Por que busca ser uma pessoa ética? Por que faz o bem? É para agradar a Deus ou para impressionar os outros? Examine suas motivações e busque uma transformação centrada em Deus. O medo de consequências pode impedir-nos de cometer atos externos de assassinato ou adultério, mas só o amor nos impedirá de cometer esses atos em nosso coração.
O medo de consequências pode impedir-nos de cometer os atos externos de assassinato ou de adultério, mas só o amor nos impedirá de cometer assassinato ou adultério em nosso coração.
Quando se deparar com uma decisão ou uma tentação, pergunte-se: "Estou fazendo isso para agradar a Deus?" Permitam que o amor e a devoção a Deus sejam a força motriz por trás de suas ações.

O Poder para a Transformação

O segundo princípio do caráter piedoso é que o poder ou a capacidade para uma vida piedosa vem de Cristo. Jesus nos ensina em João 15 que, ao permanecermos n’Ele, podemos produzir frutos. Não podemos transformar-nos por nossa própria força; precisamos do poder de Cristo.
Essa é a relação com Cristo, expressa por reconhecê-lo na sua Palavra e depender d’Ele em oração, que nos permite tirar d’Ele o poder essencial a uma vida semelhante à de Cristo. O cristão não é como um automóvel com uma fonte de poder autossuficiente; antes, é como um equipamento elétrico (sem bateria) que deve estar constantemente conectado a uma corrente externa para ter energia. Nossa fonte de poder está no Cristo ressurreto; ficamos ligados a Ele vendo-o na sua Palavra e dependendo d’Ele em oração.
Essa realidade nos alerta sobre a necessidade fundamental em cultivar uma relação íntima com Cristo por meio da oração e do estudo da Palavra. A prática diária de dependência de Cristo agirá em nós de forma que o Espírito Santo opere em nossas vidas, transformando-nos à imagem de Cristo. por issio, pergunte a si mesmo: estou tentando mudar pela minha força ou estou buscando o poder de Cristo em minha vida? Estou mudando a partir de uma ação natural do Espírito em mim ou porque eu sou influenciado por outras fontes a ser assim?
Aplicação Prática: Nesta semana, comece a dedicar-se a estar na presença de Deus diariamente. Por meio da leitura da Bíblia, da oração e da meditação nas Escrituras, conecte-se à fonte do seu poder. Assim como um equipamento elétrico precisa estar conectado à energia, nós também precisamos da renovação diária que vem de Cristo. Ao fazer isso, você verá a transformação acontecer de dentro para fora, não pela sua força, mas pelo poder de Cristo em você.

A Responsabilidade na Transformação

O terceiro princípio do caráter piedoso é: embora o poder para ter o caráter de Cristo venha do próprio Cristo, é nossa a responsabilidade de desenvolver e exibir esse caráter. Esse princípio parece ser um dos mais difíceis para entendermos e aplicarmos. Embora o poder venha de Cristo, temos a responsabilidade de em certa forma cooperar com o Espírito Santo em nossa transformação. Deus nos chama através da Sua Palavra a despojar-nos do velho homem e vestir-nos do novo (Efésios 4:22-24), substituindo hábitos pecaminosos por virtudes cristãs. A prática da piedade é um exercício contínuo, como o treinamento de um atleta.
Quando Paulo descreve sua própria busca de uma vida divina, usa verbos fortes como “prossigo” e “avançando” (Filipenses 3:12-14). Ele fala para Timóteo: “Exercita-te, pessoalmente, na piedade” (1 Timóteo 4:7).
A solução para as declarações aparentemente contraditórias de que somos totalmente responsáveis e dependentes é encontrada em Filipenses 2.12–13 :
“12 Assim, meus amados, como vocês sempre obedeceram, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvam a sua salvação com temor e tremor, 13 porque Deus é quem efetua em vocês tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.”
O desenvolvimento do caráter piedoso requer mais do que renúncia, mas uma substituição. Isso significa não simplesmente odiar a maldade, mas também amar a justiça, não basta deixar de ser um ladrão, mas deixar de roubar para ser generoso (mudança segundo Deus).
Não podemos cair no engano de enfatizar apenas um dos extremos:
Alguns cristãos tendem a enfatizar apenas o despir das características da natureza pecadora. Eles, no geral, são muito justos moralmente, mas carecem das qualidades graciosas de amor, alegria e compaixão. Quando um irmão cristão cai em pecado, procuram não restabelecer a pessoa transgressora amavelmente, mas, antes, a excluir completamente de sua comunhão. Quando isso ocorre, a igreja pode até "saber” alcançar pecadores perdidos, mas não vai saber restauras seus próprios membros transgressores. Essa é a atitude que tendemos a desenvolver quando colocamos toda a nossa ênfase sobre o crescimento do caráter cristão apenas em despir hábitos pecadores.
Entretanto, há um perigo igual se focarmos toda a nossa atençãoapenas nas qualidades como amor e compaixão, enquanto negligenciamos o lidar com os vícios da natureza pecadora. Hoje, há bastante ênfase em afirmar e em encorajar um ao outro. Precisamos, sem dúvida, desse tipo de encorajamento no corpo de Cristo, mas não devemos negligenciar a ênfase bíblica semelhante de mortificar as ações da natureza pecadora. Temos de tirar as características do velho homem e pôr as características do novo. Se desejarmos ser piedosos, não devemos negligenciar nenhuma dessas ênfases bíblicas.

O caminho para a transformação

Crescemos diariamente em nosso caráter. A pergunta é: em qual direção crescemos? Crescemos em amor ou egoísmo, em severidade ou paciência, em ganância ou generosidade, em honestidade ou desonestidade, em pureza ou impureza? Diariamente, nos exercitamos em uma direção ou em outra pelos pensamentos que temos, pelas palavras que proferimos, pelas atitudes que adotamos e pelas ações que tomamos.
A relação entre conduta e caráter é íntima. Na forma de ações repetidas, com o passar do tempo, a conduta produz caráter. Mas também é verdade que o caráter determina as ações. Nós nos tornamos aquilo que fazemos. O que somos, nós fazemos.
Justiça e santidade. Justiça está ligado à obediência a Deus, a “atitudes corretas” específicas.
Santidade se refere ao estado ou ao caráter que é o resultado dessas ações; atitude correta ou obediência conduz à santidade.
Claro que as atitudes e o caráter resultam da obra do Espírito Santo, mas Ele trabalha conforme trabalhamos, e podemos trabalhar porque Ele está trabalhando em nós.
A relação entre conduta e caráter é íntima. Na forma de ações repetidas, com o passar do tempo, a conduta produz caráter. Mas também é verdade que o caráter determina as ações. Nós nos tornamos aquilo que fazemos. O que somos nós fazemos. Essa verdade pode ser ilustrada por um círculo formado por duas setas curvadas que se encontram. A conduta sempre alimenta o caráter, mas o caráter também alimenta a conduta.

Conclusão:

Queridos irmãos e irmãs, a transformação pelo amor de Deus é um processo contínuo que envolve motivação correta, dependência do poder de Cristo e responsabilidade pessoal. Nós somos chamados a despojar-nos do velho homem, renovar nosso entendimento e vestir-nos do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão. O crescimento do caráter piedoso é progressivo e nunca termina. Se não estivermos crescendo em caráter piedoso, estamos regredindo; na vida espiritual, nunca estamos parados.
Primeiro, lembremos que nossas motivações devem ser centradas em Deus. Devemos buscar agradá-Lo e honrá-Lo em tudo o que fazemos.
Segundo, reconheçamos que o poder para essa transformação não vem de nós mesmos, mas de Cristo. É por meio de nossa conexão diária com Ele que somos fortalecidos.
Terceiro, entendamos que temos uma responsabilidade ativa nesse processo, cooperando com o Espírito Santo ao despir-nos das velhas práticas e vestir-nos das novas virtudes.
Que possamos buscar essa renovação diariamente, permitindo que o Espírito Santo opere em nossas vidas e nos molde à imagem de Cristo. Vamos despojar-nos do velho homem, renovar nosso entendimento e vestir-nos do novo homem, conforme a vontade de Deus.
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