Traição e juízo

Livro de Oseias  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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Os 2.2-13

Introdução:
G. K. Beale disse certa vez sobre a idolatria de Israel: “No fundo, os israelitas estavam tratando o Deus verdadeiro como se ele fosse um ídolo falso e os ídolos falsos como se fossem o Deus verdadeiro”. A nossa seção dessa noite se depara com isso. Israel não tratava o seu verdadeiro marido como se o fosse e dava os méritos dele para alguém que só usurpava o que tinha. Essa é a triste verdade de se observar, nesse texto e muitas vezes na nossa vida, essa atitude traz consequências, que podemos resumir no seguinte: A quebra da aliança resulta em juízo aos traidores. Vamos observar essa infidelidade de Israel no texto em três partes, sendo a primeira:
1 - Israel deveria abandonar a traição
1. O início do verso é bem anticlimático com o que tivemos na pregação passada.
2. Lá foi dito que os nomes dos filhos de Gômer foram trocados representando o futuro de Israel, e de que Deus ainda os colheria para si.
3. No entanto, Gômer ainda permanecia em pecado, e povo que ela representava também.
4. Apesar das palavras de conforto, que representam a fidelidade de Deus, o povo permanecia imenso na idolatria.
5. Fato constatado pela repetição da palavra “repreendei”, tanto Gômer quanto Israel deveria reconhecer quem eram seus maridos, e abandonar a vida pecaminosa que estavam levando.
6. Oseias chama os filhos dela para o representarem como seus advogados, buscando julgar o erro em que a mão deles estavam.
7. De igual modo, o remanescente fiel deveria se juntar ao profeta para advertir os demais do pecado que caracterizava seus dias.
8. Note toda essa seção é em forma de poesia, há muitos paralelos. Com isso, a repreensão advertida no verso dois é ocasionada pela falta de compromisso de marital do reino do Norte, constituindo numa quebra da relação.
9. Como é descrito: Ela não é minha mulher, e eu não sou seu marido…
10. O verso dois fecha explicando a finalidade da repreensão: Para que ela se afaste do tipo de vida em que estava.
11. E perceba que presença e seios, esclarecem o quão próximo Gômer estava e quanto envolvida com outros homens.
12. Como também estava os infiéis. Como muitas vezes estamos nós sendo infiéis ao nosso Deus.
13. O verso três explica o que negativamente ocorreria com a permanência no pecado: Basicamente, o povo do norte não teria com o que se vestir, e ficariam como um recém-nascido.
14. Mas ainda há um agravamento, essa ação de juízo tanto os faria como alguém desprotegido quanto sem nada.
15. Deserto representa simbolicamente a escassez que se instauraria sobre a terra, ao ponto de não terem como saciar as necessidades básicas: Como beber água.
16. Todos esses elementos vão fazendo sentido ao longo do texto.
17. O verso quatro segue: E não me compadeça dos seus filhos.
18. Mas o que isso quer dizer? Quando o juízo se iniciasse sobre a terra, quem seria afetado? Apenas os infiéis?
19. Não! Todos seriam afetados, pois estavam no mesmo lugar. Por isso, os fiéis são chamados a também repreender, porque, em algum grau, aquilo também faria mal a todos.
20. É importante parar um pouco aqui: O pecado tem uma dimensão social, isso fica claro no texto.
21. Ele se alastra e afeta todos à sua volta, e isso aconteceu com Favor e Meu povo, as crianças não tinham culpa da atitude da mãe delas, mas isso trouxe dúvidas sobre sua paternidade, e pode até ter afetado outras áreas.
22. Por isso são chamados de filhos da prostituição, e os demais fiéis de Israel também seriam zombados por conta do pecado da maioria.
23. Aplicação: Deve ficar claro a todos nós, irmãos, que o pecado tem um alto potencial prejudicial, nunca pense que ele não tem esse poder, como o pastor citou ontem: O fato de alguns pastores serem mercenários, acaba manchando os que não são. Nunca ache que a disciplina não é algo necessário, pois ela é uma clara demonstração que nós, como Deus, também levamos a sério o erro e tentamos, com os mecanismos permitidos pelo Senhor, impedir que o erro prospere.
24. No fim da primeira parte, há um retorno ao que foi dito no verso 2, juntamente, com uma expansão.
25. Há uma repetição de causa do julgamento, quando o profeta diz que Gômer o traiu, e isso é acompanhado uma ação torpe, algo que é vergonhoso, e sabe o que é?
26. Porque diz: Irei atrás dos meus amantes, que me dão…
27. O erro de Israel/Gômer não é apenas trair Deus, mas também de retirar o mérito dele e dar aos amantes. (Quantas vezes meus irmãos nos somos como Gômer? Deus nos concede algo e achamos que pela nossa força, é pela nossa sorte, é pela nossa inteligência, tiramos a gloria que deveria ser dada a Deus e damos a outros ou a nós mesmo! Quantas vezes?)
28. Deus fará eles terem sede porque a água que eles recebem é de Deus, e os próprios dizem que outro deu.
29. O povo judeu vivia num materialismo que os fazia deixar Deus de lado, e como o verso diz: irei atrás dos amantes.
30. “Porque eles dão tudo o que eu tenho”, e note como o povo era egoísta, veja quantos pronomes possessivos tem no texto: 6! (Será que só naquele tempo era assim? Quantas vezes nos ja agimos como Gomer, trocando o nosso Deus pelos amantes, os prazeres desse mundo?)
31. O povo buscava o pecado porque lá satisfazia seu próprio desejo de ter as coisas, não havia amor, apenas ganância.
32. O povo errou na sua avaliação, e caia num progressivo desajuste moral. Mais pecado, mais ganância e nada de Deus.
33. Quando nos guiamos pelos bens materiais, podemos ser como animais que correm atrás da comida sem perceber que o precipício está bem à frente.
34. Além disso, Deus tomaria uma ação para que o povo repensasse sobre suas ações, ele…
2 - Deus limitaria seu povo
1. Note que tanto no verso 6 quanto no verso 9 são iniciados pela palavra “portanto” o que indica o resultado, ou seja, o que Deus dará como “recompensa” pelas ações do povo.
2. Há um agravamento de um para o outro.
3. Nesse primeiro, Deus impedirá Israel de ir encontrar aqueles que ela traia Deus.
4. Como se ele fechasse a porta da casa, e escondesse a chave para o povo não sair.
5. Ele cercará o povo com espinhos, e levantará um muro contra eles. (Se você é de Deus, quando você se afastar Dele, ele cercar o seu caminho com espinhos pra te fazer voltar a Ele)
6. Outra vez, são paralelos aqui, reconhecemos que andar sob espinhos é algo doloroso, e deve ser evitado.
7. Isso já limita a direção para andar, já que caminhar pisando neles não é uma opção.
8. Mas, a depender do desejo, até isso mesmo seria suportado, por isso, um muro também se levantará para impedir, eficazmente, de ir até onde buscava amantes.
9. A finalidade disso é que o povo pare de seguir o mesmo caminho, por isso “não ache suas veredas” Deus ainda não os está punindo, mas agindo de modo preventivo.
10. Deus está freando o povo para que seu pecado não agrave ainda mais.
11. O verso sete justifica bem porque uma ação tão grande deveria ser tomado por Deus.
12. A expressão “ela irá em seguimento” não apenas diz uma forma tranquila de ir até alguém, mas se assemelha a um animal correndo atrás de uma caça.
13. E quando um dele está assim, pisar em espinho até seria suportável…
14. Mas, apesar desse ímpeto tão feroz de retornar à idolatria, não será possível repetir às mesmas ações de antes.
15. Por isso o paralelo, “não os alcançará - e sem, contudo, os achar”.
16. A ação de Deus foi certeira para que o povo não continuasse na idolatria.
17. Mas outro grande problema surge: Veja o fim do verso 7…
18. “melhor me ia então do que agora”. O povo percebendo que não seria possível continuar com as velhas práticas, retorna para Deus, certo? Sim! Mas de que modo? Modo errado, apenas porque era o jeito. No capítulo 6 haverá uma crítica mais direcionada para isso.
19. Eles percebem sua situação a partir das ações de Deus, e retornam, mas só porque era melhor tá com ele do que a céu aberto, por exemplo.
20. O desejo do povo ao retornar a adorar a Deus, era apenas para não ficar sem nada, não porque amava realmente ao Senhor.
21. Isso é suficiente? Não para Deus, e mesmo para uma relação de casamento comum não será.
22. Deus explica esse grave problema no verso 8, ele descreve que o povo não soube, ou não reconhece quem Deus é, e não se relaciona com ele corretamente.
23. Mas, apenas o busca porque, ele como um marido, não a deixaria sem nada, isso não implicava em arrependimento e desejo por restauração.
24. Deus é quem dava tudo para Israel, e eles não satisfeitos, esqueceram da aliança, e utilizaram às dádivas de Deus como se fosse de outro em rituais idolatras.
25. Aplicação: Quantas vezes já não vimos alguém retornar para igreja quando a situação apertou, e quando houve uma calmaria, abandonaram outra vez… Essa é uma ação típica de alguém que ainda não entendeu o evangelho, não entendeu a graça de Deus. Assim, é necessário observamos as cercas que Deus coloca em nossa vida para entender qual advertência ele quer chamar nossa atenção, e não apenas para apaziguar nossa situação momentânea. Deus faz isso porque nos quer por inteiro, não apenas partes que achamos serem o suficiente.
26. Além da traição de Israel, e da limitação que Deus traria, há uma última coisa a ser observada no texto, que é:
3 - Deus derramaria seu juízo pela falta de arrependimento
1. Mediante uma avaliação incompleta de Israel, o que Deus fará?
2. Ele pode permitir que o povo permaneça levando na brincadeira a relação com Ele?
3. Pode permitir que seu nome seja zombado? Não!
4. Deus, agora, como diz o verso, derramará seu juízo sobre o povo de Israel. O povo errou em sua avaliação, e sofrerá castigo por isso.
5. Os verbos tornarei e reterei, dá a ideia de Deus recolhendo às bençãos que dava a eles, e não permitindo que outras vão até lá.
6. Tanto, que ele repete de modo curioso o que o povo disse: meu trigo, meu vinho… Esclarecendo que o povo não era o dono, mas Deus quem era, e eles de modo equivocado esqueciam de Deus. (Sabe seu arroz? Seu carro? Sua moto? Sua casa? é do Senhor, Ele te deu pra você ser um mordomo, mas não são propriamente seu , são do Senhor)
7. No fim do verso, Deus também reterá aquilo que cobria o povo, ou seja, serão totalmente expostos para todo olho vê.
8. É uma imagem que traz vergonha, se sair desarrumado de casa não é agradável, imagine sem ter o que vestir.
9. Os próprios amantes de Israel, que, segundo eles, lhes davam o que precisavam, vão apenas assistir ao que Deus fará.
10. É um fato muito decepcionante imaginar isso, o povo que corria atrás deles como se fosse o verdadeiro homem da sua vida, quando estiverem em juízo, vão perceber que tudo era uma ilusão.
11. Pois eles além de não fazer nada, não vão livrá-la como diz o fim do verso 10.
12. Além disso, as festas que eram costumeiras de Israel, como a de Lua Nova que celebrava o início de um novo mês, por estarem manchadas com a mistura da paganismo teriam o seu fim.
13. Deus encerrará todas as festividades do povo, não há motivo para comemorar mais, porque o julgamento do pecado chegou.
14. Indo mais a fundo, no verso 11, os campos de Israel serão castigados, Deus devastará eles, dando uma destruição efetiva dos campos, e é interessante o comentário que aparece no texto.
15. “Esta é a paga” que traz a ideia de dinheiro recebido por uma mulher da vida após estar com um homem.
16. A dádiva de Deus para o povo era vista como seu salário pobre, manchado pela conduta que o povo tinha, com sua proximidade com as nações ao redor.
17. Deus reverterá isso num campo para servir de alimento aos animais, isso se cumprirá mais a frente como nos explica em 2 Rs 17.
18. Aquilo que eles se gabavam, acabou, teve um fim, a idolatria não vale a pena.
19. Tanto que o verso 13 diz: Castigá-la-ei pelos dias de baalins. Por conta desse período que estiverem amontando juízo ao se achegaram a deuses estranhos, o povo receberá seu justo castigo.
20. Como o verso 13 também diz: De mim se esqueceu, ou seja não sou seu marido.
21. Quando colocamos uma outra coisa no lugar de Deus isso não resulta em outra coisa que não seja idolatria, estabelecer um outro deus nas nossas vida.
22. Talvez não queimemos incenso como o povo fazia, não ofereçamos holocaustos e ofertas, mas se devotamos nosso amor mais elevado, e não a Deus, caímos no mesmo erro.
23. O verso fecha com um complemento triste, descrevendo que Israel era como uma mulher que se arrumava totalmente, não para agradar ao Senhor, mas para ser bonita para outros deuses, e o Senhor era esquecido.
24. Deus não pode ser esquecido, se fizermos isso, caminhamos para um fossa, caminhamos para o adultério espiritual e para o justo juízo dele.
25. Aplicação: Após perceber a história de Israel precisamos observar nossas vidas, e enxergar que cercas ou espinhos Deus colocou em nossa vida, ele pode estar nos avisando de algo terrível, enquanto estamos imaginando coisas irreais, abra seus olhos para que Deus não exerça o juízo e numa situação pior voltarmos a ele.
Conclusão: Gômer como representante de Israel, não passava de uma mulher infiel, que ainda era injusta e não reconhecia qualquer bondade que seu verdadeiro marido dava. Quando olhamos para Gomer pensamos “ Que tipinho de mulher”, mas antes de olharmos para ela, que nos possamos olhar para nos mesmos, quantas vezes trocamos nosso Deus pelos amantes do mundo? Quantas vezes agimos com o desejo de agradar os outros e não de agradar a Deus?
O Deus da aliança exigi uma vida integral, não partes ou misturas, ele nos quer por inteiro, como também queria o povo de Israel. Mas será esse o fim do povo? O baalismo será a causa de eles nunca mais voltarem? Ainda há esperança em Deus? Isso veremos na próxima semana se Deus nos permitir. Amém!
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