Família Aos Pés Da Cruz

Atualmente, a família é vista como descartável. Eu me recordo dos tempos em que as pessoas valorizavam mais as suas famílias, um tempo em que a correção e o respeito eram sinônimos de amor.

Atualmente, muitas famílias existem para manter as aparências, seja por questões financeiras ou por comodidade. A verdade é que existem pessoas se casam, e infelizmente, O PENSAMENTO É “se não der certo, é só separar”.

A cada dia que se passa o número de relacionamentos sem compromisso cresce, pessoas desejam mais os animais do que os filhos.

Vivenciamos um ataque a família tradicional, a uma tentativa explicita de desconstrução familiar estabelecido. Assistimos uma sucessão, cada vez maior de lares destruídos e vida fracassada.

O que o futuro reserva para esses que desprezam a família? Talvez a solidão, culpa, amargura, descontentamento e a autodestruição.

Esse é o momento de nos posicionar e protegermos a nossa família, DE DEPOSITÁ-LAS AOS PES DA CRUZ, de nos relacionarmos com ela, isso é, se quisermos preservá-la dessa avalanche de destruição.

E para que sejamos eficazes nessa luta, precisamos entender que somente através de atitudes responsáveis, de fé, de vida com Deus e de relacionamentos verdadeiros, protegeremos nossas famílias.

Antes de abordar esse assunto, permita-me falar um pouco de Josué.

Josué nasceu no Egito, no tempo da escravidão. Seu nome significa “Javé é salvação”. Ele serviu como atendente pessoal de Moisés, um tipo de escudeiro ou secretário pessoal.

Josué foi o representante da tribo de Efraim, junto com outros 11 espias percorreram a terra de Canaã. Josué e Calebe, se opuseram ao relatório da maioria dos que não queriam enfrentar as lutas e conquistar a terra PROMETIDA (Nm 14:6-9).

Antes de morrer, Moises nomeou Josué como seu sucessor (Nm 27:18-2), foi ele quem conduziu o povo na conquista da terra prometida.

Suas qualidades marcantes foram: fé, coragem e obediência a Deus. O texto lido, está no fim do livro e da vida de Josué, e antes de morrer, ele teve o cuidado de reunir os filhos de Israel e dizer todas as palavras contidas a partir do capítulo 22 desse livro.

Estas foram as instruções finais, dadas ao povo de Deus por meio de Josué que era um homem temente, um servo obediente, que amou os preceitos do Senhor até o final de sua caminhada.

Josué se preocupou com respeito ao futuro de Israel, e diante da realidade que viviam, Ele confrontou o povo que precisava decidir a quem iriam servir, se ao Senhor ou a outros deuses.

Todavia, independente da decisão de cada família, Josué se posicionou e com seriedade e numa atitude de fé, disse: Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.

A segurança de Josué nos mostra, que nós temos por obrigação conduzir a nossa família a Deus. A instrução de Josué aos filhos de Israel, da parte de Deus, deve ser observada por nós ainda hoje. Sendo assim, eu te convido a olharmos para as instruções contidas no texto que lemos. Vejamos a primeira instrução.

Josué tomou essa decisão porque temia ao Senhor, mas o povo não, e isso o levou a exortá-los, como lemos no verso 14. “Agora, pois, temei ao SENHOR e servi-O com integridade e com fidelidade”.

Essas duas palavras, AGORA, POIS, que aparecem no início do verso 14, tem como objetivo intensificar a ordem de temer ao SENHOR, que foi dada ao povo de Israel.

O verbo “temei” significa: “reverenciar, honrar e respeitar. Ou seja, temer a Deus é de suma importância. Todavia, esse é um medo respeitoso, pois sabemos que DEUS é fogo consumidor, tardio em irar-se, grande em poder e que jamais inocenta o culpado”.

Moisés quando viu a sarça ardente, temeu e se prostrou. Temer a Deus não significa que você deva sair correndo de medo dele, não. Mas sim, que precisamos nos submeter a Ele, pois Ele é o único que pode nos salvar.

O temos do Senhor é fundamental em nossa vida, pois gera em nós: submissão, sinceridade, obediência, respeito à sua Palavra, à Sua casa, ao seu nome e consequentemente uma vida de compromisso com Ele.

Aplicando essa ideia a família, inferimos que o temor ao Senhor nos leva a amar os nossos filhos e leva os filhos a honrarem os seus pais.

Esse temor nos leva a viver em santidade e segurança. Em Provérbios 1.7 lemos que: O temor do Senhor nos leva a buscar sabedoria.

A segunda razão que levou Josué a tomar essa decisão foi o reconhecimento de que a sua família era composta por servos.

Todo aquele que deseja servir ao Senhor, precisa primeiro resolver isso dentro do seu próprio coração. O serviço cristão é essencial na vida de todo aquele que verdadeiramente professa a sua fé em Deus.

Se você diz que crer em Deus e não o serve, você está mentindo e talvez a sua fé seja uma “fé sem razão”, sem entendimento. Somos c orientados a servir a Deus de que Jeito: O com integridade e com fidelidade.

A palavra integridade, que aparece no texto, deve ser entendida como algo completo, total ou inteiro, e a palavra fidelidade, firmeza e constância.

Com essas duas expressões, o objetivo de Josué é ressaltar que o temor a Deus deveria nos levar a servi-lo completamente, com firmeza e constância. E as perguntas que surgem são: Como temos servido a Deus? A integridade e fidelidade no nosso servir?

O povo de Israel não serviu a Deus do modo correto, por isso Josué destaca que o modo correto de servir a Deus é com integridade e fidelidade.

O texto continua dizendo: “deitaifora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao SENHOR. Porém, se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais:

Existe uma outra razão que levou Josué a tomar essa decisão corajosa QUE FOI a santificação. Ser santo significa ser separado para Deus.

Aquele povo já tinha experimentado, literalmente, vários benefícios do Senhor. Deus os tinha libertado da escravidão, dos grandes inimigos, e ainda sim, eles serviam a deuses falsos. Eles não entenderam o significado de povo santo, raça eleita e sacerdócio real. Que povo é esse?

Precisamos saber o que é santificação e entender que sem santificação, não podemos agradar a DEUS. Infelizmente, esse é o nosso dilema hoje.

Precisamos deitar fora os “deuses”, ou seja, tirar do nosso coração tudo aquilo que nos impede de ser santos e que rouba o lugar de Deus em nossa visa.

Esses deuses podem ser entendidos de diversas maneiras em nosso dia. Todavia, eu quero destacar apenas uma coisa, Tudo aquilo que é prioridade, ou seja, mais prazerosa do que as coisas de Deus em nossa vida.

Deitar fora, significa. Abandonar, tirar de dentro de nós tudo aquilo que rouba a centralidade de Cristo em nossa vida, e priorizarmos o que realmente importa.

A conclusão que chegamos é: Se algo tem ocupado o lugar de Deus em sua vida, esse algo, pode ser visto como um tipo de idolatria em nossa vida. Qualquer coisa que esteja acima de Deus em nossa escala de valores e importância, torna-se um deus em nossa vida. E a orientação que recebemos das Escrituras é que em nossa escala de valores, Deus deve estar acima de tudo e de todos.

A partir dessa compreensão, faz-se necessário o que? Deitarmos fora os velhos costumes, as manias e o nosso modo de ser. A começar, onde? Dentro de nossas próprias casas.

Josué terminou seu discurso, colocando o povo diante de uma decisão e se posicionando, ao dizer: “Escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR (vers. 15).

Sabe o que isso nos ensina, que existe momentos em nossa vida em que precisamos nos posicionar. Não podemos colocar em Deus aquilo que é responsabilidade nossa. Cremos na soberania de Deus e ressaltamos a responsabilidade humana. Temos o dever de agir em conformidade com a vontade de Deus.

A escolha apresentada neste versículo, mostra que Josué presumiu, que o povo estava decidido a não servir a Deus, e por isso, ele desafiou o povo a escolher entre os falos deuses e imediatamente se posicionou.

Josué os relembrou sobre os atos soberanos de Deus em favor do seu povo. E diante dessa orientação, ele prontamente tomou a decisão por si, e por sua família. Dizendo “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”.

O que aprendemos com essa declaração.

1 - Aprendemos que É possível alinhar nossos projetos familiares com a vontade de Deus, que é possível alcançar a satisfação dentro do lar, glorificar a Deus e servi-lo com sinceridade e fidelidade.

2 – Aprendemos que a liderança do verdadeiro líder, começa dentro de casa. Josué não era simplesmente o líder de Israel, primeiro ele foi o líder dentro de sua família.

3 – Aprendemos que a família que serve a Deus é unida, não individualista. A Bíblia não fala nada sobre a família de Josué, todavia, ela nos mostra que ele era um líder comprometido com a sua família.

4 – Aprendemos que o crente deve ser exemplo para os que estão ao seu redor. Muitas vezes queremos que nossos familiares sirvam a Deus, mas infelizmente não somos exemplos, ou seja, não vai rolar.

Quando Josué disse “eu e minha casa serviremos ao Senhor”, não significa que ele obrigaria a sua família a servir a Deus. Mas sim, que ele seria sacerdote e profeta de Deus em sua casa. Josué se comprometeu a ensinar a verdade, sendo exemplo.

5 - Por fim, aprendemos que não devemos ser guiados pela opinião da maioria. Josué estava cercado por um ambiente idólatra, todavia, ele não se deixou influenciar, e ainda que todas as famílias de Israel decidissem pela idolatria, Josué não tinha qualquer dúvida de que “ele e sua família serviriam o Senhor”.