O Poder de Jesus de perdoar pecados
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Introdução
Introdução
Pode parecer uma pergunta com uma resposta óbvia, mas às vezes as coisas não são tão óbvias quanto deveriam para alguns, então, deixe-me perguntar: Qual é o benefício principal que o cristianismo tem para oferecer ao mundo? Suponho que haveria muitas respostas sugeridas.
Há pessoas que pensam que o grande legado do cristianismo é um tipo de moralidade, um tipo de abordagem ética da vida.
Outros pensam que o grande legado do cristianismo é que ele fornece um certo tipo de amor e carinho sacrificial pelas pessoas, a responsabilidade social.
Outros pensam que o principal benefício do cristianismo para o mundo é que ele proporciona uma espécie de tranquilidade na vida, à qual eles chamam de paz.
Há quem pense que o que o cristianismo realmente oferece às pessoas é satisfação na vida, ou um sentimento de realização ou propósito.
Resumindo tudo, há quem pense que o maior benefício do cristianismo é proporcionar às pessoas uma medida de felicidade religiosa.
Bem, eu concordo que há nas páginas das Escrituras um padrão moral, um padrão ético. Concordo que os cristãos são marcados por amor, paz e felicidade, que os cristãos expressam responsabilidade social com base em uma motivação maior do que qualquer outra pessoa, e que há uma incrível satisfação, propósito, realização no cristianismo. Mas, nada disso é o grande benefício do cristianismo. Esses são simplesmente subprodutos do grande benefício.
Há um grande benefício que o evangelho cristão oferece, que transcende todos os outros benefícios e leva a todos os outros benefícios. É um benefício, francamente, que corresponde diretamente à maior necessidade do homem. E é aí que o cristianismo se destaca de todas as outras religiões do planeta.
Somente o verdadeiro cristianismo atende à maior necessidade do homem. Existem religiões que oferecem ética, moralidade, responsabilidade social, valores familiares, uma medida de amor, paz, uma certa realização, satisfação, talvez até uma certa medida de felicidade.
Mas qual é a maior necessidade do homem?
A maior necessidade do homem, em resumo, é escapar da ira de Deus, que é derramada sobre os pecadores eternamente no inferno. Somente o Evangelho oferece o benefício que atende a essa necessidade. Somente através do Evangelho alguém pode escapar da ira de Deus derramada sobre os pecadores eternamente no inferno.
O inferno é ocupado apenas por pessoas cujos pecados nunca foram e nunca serão perdoados. O céu, por outro lado, é ocupado por pessoas cujos pecados foram todos perdoados.
Portanto, o que leva as pessoas a escaparem da ira de Deus no inferno eterno é o perdão de seus pecados. Essa é a maior necessidade do homem: mover-se do inferno para o céu. Somente o cristianismo verdadeiro oferece esse benefício, o perdão dos pecados. A maior necessidade de toda alma é o perdão divino de todo pecado, e o maior benefício do cristianismo é a provisão desse perdão completo.
O inicio do capitulo 2 de marcos, nos conta a historia da cura de paralitico, mas esta história é sobre perdão.
Agora, estamos apenas no segundo capítulo de Marcos, mas:
§ Nosso Senhor já demonstrou Sua autoridade sobre as doenças, não é mesmo? Sobre todos os tipos de doenças.
§ Ele demonstrou Sua autoridade sobre os demônios. Eles devem obedecê-Lo.
§ Ele demonstrou Sua autoridade no ensino, proclamando a verdade de uma maneira que nunca havia sido feita antes.
Ele tem autoridade sobre doenças. Ele tem autoridade sobre demônios. Ele tem autoridade sobre o reino da verdade. Agora, Ele quer que entendamos que Ele tem autoridade para perdoar pecados. É isso que está no coração deste milagre inesquecível.
1. O cenário é a multidão curiosa.
2:1–4 Logo depois que o Senhor entrouem Cafarnaum, muitos afluíram ao redor da casaonde ele estava. A notícia correu, e as pessoas estavam ansiosas para ver o operador de milagres em ação.
O Salvador fielmente anunciava-lhes a palavra à medida que se aglomeravam à porta. Lá atrás da multidão havia um paralítico, levado por quatropessoas numa maca improvisada. A multidão impediu que ele pudesse se aproximar do Senhor Jesus.
Agora, você precisa entender algo, e isso será uma verdade através do ministério de Jesus: as multidões não foram uma medida do sucesso do Seu ministério. As multidões não eram uma medida do sucesso espiritual. Marcos nunca diz que as multidões vinham a Jesus em arrependimento e fé. Nunca diz isso. Geralmente, elas eram curiosas. Por isso chamei esse primeiro ponto de “A multidão curiosa”.
Aquelas pessoas estavam espiritualmente passivas. Elas eram espiritualmente indiferentes. Elas não estavam comprometidas espiritualmente. Elas queriam a cura, assim como em João 6 elas queriam a comida. Mas, realmente não estavam buscando nada espiritual de Jesus, em geral.
É claro, existiam alguns verdadeiros seguidores e verdadeiros crentes, mas eles eram uma minoria.
Apenas em particular, com Seus discípulos, Ele explicava a verdade em detalhes. Portanto, multidões não eram uma medida do Seu sucesso. As multidões curiosas eram atraídas pelo desejo de mais milagres. Elas geralmente eram indiferentes aos ensinamentos de Jesus, exceto pelo fato de perceberem sua singularidade, como no versículo 27, do capítulo 1, onde dizem: “Que é isto? Que nova doutrina é esta?”.
Mas, aquelas pessoas não estavam particularmente interessadas na verdade espiritual.
Essa verdade é uma verdade também em nossos dias. As pessoas não estão na sua maioria interessadas nas verdades espirituais. Estão interessadas apenas no físico.
E você lembra que Lucas, no capítulo 4, registra que Jesus foi a Nazaré, a cidade em que viveu muitos anos, pregou uma mensagem lá, disse que era o ano favorável do Senhor, que Ele veio pregar o evangelho aos pobres, cegos, oprimidos, que veio para libertar os cativos, para proclamar a gloriosa liberdade da salvação.
No final desse sermão (Lc 4), os ouvintes tentam jogá-Lo de um penhasco e matá-Lo. Eles não tinham interesse na mensagem espiritual, e ficaram profundamente ofendidos por ela, porque lhes foi dito que deveriam reconhecer sua própria miséria e pecaminosidade, pobreza espiritual, cegueira, falta de liberdade, opressão espiritual. E eles não queriam se ver assim, pensavam que eram os santos.
2. O PECADOR QUE CREU
“E vieram ter com ele conduzindo um paralítico, trazido por quatro.” Essa é uma cena comum, eu creio. De acordo com o Evangelho de Mateus, capítulo 4, versículo 24, Jesus curou muitos paralíticos.
O versículo 4 diz: “não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão…”, o que nos lembra novamente que essa era uma multidão curiosa, não uma multidão particularmente simpática. Eu diria que se você tivesse em um local com alguém capaz de curar qualquer doença, e você estivesse em pé na porta, você poderia se mover e deixar alguém que fosse um tetraplégico passar. Mas, aquela era uma multidão muito egoísta, e eles não se mexeram para ajudar aquele homem.
Aqueles quatro homens que estavam carregando o paralítico estavam incapazes de levá-lo para dentro – e eles tentaram. Lucas 5:18 e 19 nos diz que eles tentaram. A multidão formava uma barreira. A multidão é sempre vista como uma obstrução ao que tinha que acontecer – inflexível, sem compaixão, indiferente. Mas, aqueles quatro homens eram pessoas bem determinadas. Então, eles removeram o teto da casa. E, quando cavaram uma abertura, desceram a maca em que estava o paralítico.
Deixe-me contar como as casas eram feitas naqueles dias:
O telhado era feito de grandes vigas e, entre as vigas maiores, havia pedaços menores de madeira, paus e palha.
Então, havia uma camada grossa de lama sobre a palha, e sobre a lama havia algum tipo de ladrilho.
Esse era o teto. E é por isso que a Bíblia diz que eles cavaram o telhado, porque precisariam remover o ladrilho, cavar o barro e a palha para encontrar um lugar grande o suficiente entre as vigas para abaixar um homem numa maca através do telhado.
Eles subiram no telhado e, antes de tudo, tiveram que determinar exatamente onde Jesus estava, porque não queriam abaixar o homem em outro lugar da sala. Se eles abaixassem o homem em qualquer outro lugar da sala, teriam que trabalhar no meio da multidão imóvel, para fazerem uma boa avaliação de onde Jesus estava.
Então, você pode simplesmente imaginar o Senhor lá, ensinando, pregando o evangelho do Reino e, de repente, a barro começa a cair em Sua cabeça, a palha começa a cair por todo o lugar. As pessoas estão olhando para cima. Essa era uma distração horrível!
Mas essas eram pessoas determinadas a fazer esse homem passar pelo buraco no teto. Certamente era perigoso. Lucas diz que eles calcularam com precisão e deixaram o homem bem na frente de Jesus. Marcos diz: “e, fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o paralítico.”
3. O SALVADOR QUE PERDOA
As pessoas que atravessaram o paralítico pelo telhado não disseram nada – pelo menos nada está registrado – nem mesmo: “Com licença… odeio interromper sua pregação, mas…”. Porém, Jesus fala, e isso é incrível, no versículo 5: “Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Filho, os teus pecados estão perdoados.” Essa é uma afirmação realmente interessante.
Evidentemente, eles tinham fé de que Jesus poderia curar. E era uma fé forte pois, caso contrário, eles não passariam por tudo aquilo.
A propósito, biblicamente, a fé está sempre ligada à ação. Tiago coloca desta maneira: “A fé sem obras é morta.” A fé age. A fé vence. A fé persegue. A fé se esforça para atingir seu objetivo. Mas, havia algo mais com aquele paralítico do que apenas a fé humana (apenas a fé que Jesus poderia cura-lo), porque, embora Jesus visse a fé de todos eles, Ele disse especificamente ao paralítico: “Filho, perdoados estão os teus pecados.”
Não os pecados daqueles cinco homens, mas apenas do paralítico. Ele viu nele uma fé que não era visível nos outros. Jesus não perdoa pecados, a menos que o pecador se arrependa e creia, certo? Então, o que Jesus viu naquele homem? Que tipo de fé? Não uma fé natural, não uma fé humana, mas uma fé espiritual.
A fé daquele homem não se limitou a crer no poder de cura de Jesus. Mas, ele acreditava que Jesus é o único que oferece salvação aos que se arrependem. Jesus viu aquela fé real. E, é claro, de acordo com João 2:25, Jesus não precisava que ninguém Lhe dissesse o que estava no coração de um homem, porque sabia o que estava no coração de cada um.
Ele viu o verdadeiro tipo de fé, a fé que salva, a fé que não vem da experiência, mas vem da convicção e que vem da regeneração soberana.
E Ele se dirigiu àquele paralítico, em uma expressão muito carinhosa: “Filho”. Lucas acrescenta que também o chamou de “amigo”, que é um tom carinhoso e compreensivo. E aí declara: “Seus pecados estão perdoados.”
Jesus sabia o que aquele homem realmente queria. Ele queria cura, com certeza. Mas muito mais do que isso, ele queria perdão. Os outros homens que o carregavam não pareciam se importar com isso. Mas, talvez eles não tivessem realmente sendo confrontados com seu próprio pecado, porque eram saudáveis.
O pecador que estava paralisado poderia ter uma visão diferente sobre sua própria miséria, e poderia ver essa paralisia como um julgamento divino. Certamente, isso acontecia naquela cultura, em que a doença era conectada com o pecado.
E então, Jesus, neste momento, com base em Sua própria autoridade pessoal, absolveu o homem de todos os seus pecados. Ouça com atenção: o homem não precisou praticar qualquer obra para ser perdoado, certo? Jesus eliminou sua culpa, e esse homem passou de um condenado ao inferno eterno para receber o privilégio do céu eterno. O coração do homem deve ter sido como o publicano, em Lucas 18, que disse: “Deus, seja misericordioso comigo, um pecador”. Aquele homem foi para casa justificado, disse Jesus.
Bem, isso é exatamente o que os líderes judeus hostis estavam procurando. Então, nos versículos 6 e 7, nós os encontramos:
“Mas alguns dos escribas estavam assentados ali e arrazoavam em seu coração: Por que fala ele deste modo? Isto é blasfêmia! Quem pode perdoar pecados, senão um, que é Deus?”
Agora, aqui está o tipo de blasfêmia que eles estavam procurando: uma reivindicação, feita por Jesus, de que podia fazer o que apenas Deus pode fazer, que é perdoar pecados. Isso estava fora dos limites, isso era blasfêmia.
Agora, o que é fascinante sobre isso, diz o versículo 6, é que eles não estavam dizendo isso, estavam apenas pensando. Eles “arrazoavam em seus corações”. O coração é igual à mente no pensamento hebraico.
Então, Jesus estava lendo suas mentes. E eles estavam dizendo em suas mentes, não em voz alta: Por que esse homem fala dessa maneira? Ele está blasfemando. Quem pode perdoar pecados, senão somente Deus?” Eles estavam certos. E aqui está a conclusão deles: Jesus era um blasfemador. O certo é que: ou Ele é um blasfemador, ou é Deus.
Concentre-se nisso, ok? Porque este é o ponto de toda a história: ou Jesus é um blasfemador ou Ele é Deus. Não há meio termo. Não pense que Ele era um professor bom e bem-intencionado. Não. Ou Ele é quem pode perdoar pecados, ou não é. Se Ele o pode, Ele é Deus; se Ele não pode, é um blasfemador, e está dizendo que pode fazer algo que não pode fazer, sendo uma fraude, um enganador. Não há meio termo.
Agora, nas mentes daqueles líderes judeus, Ele era um blasfemador, e eles sabiam o que a lei levítica dizia. Veja Levítico 24:10-23, que trata do assunto. E, no versículo 23, temos:
E disse Moisés, aos filhos de Israel que levassem o que tinha blasfemado para fora do arraial, e o apedrejassem; e fizeram os filhos de Israel como o Senhor ordenara a Moisés.
Em outras palavras, matem o blasfemador. Aqueles judeus devem ter pensado: “agora temos a blasfêmia da boca Dele, temos a lei levítica, que O condena à morte. Nós conseguimos o que queríamos!”.
Agora, Jesus sabia o que eles estavam pensando. Então, Ele fala com eles, versículo 8:
“ E Jesus, percebendo logo por seu espírito que eles assim arrazoavam, disse-lhes: Por que arrazoais sobre estas coisas em vosso coração?”
Que choque isso deve ter sido para eles! Ele leu suas mentes. Ele estava ciente dos pensamentos deles. Agora, se você estivesse debatendo se Jesus é um blasfemador ou Deus, poderia começar por aqui: blasfemadores não sabem o que as pessoas estão pensando, somente Deus sabe. Veja: (1 Sm 16:7); (1 Rs 8:39); (1 Cr 28:9);
Portanto, se a questão era se Ele é um blasfemador ou se é Deus, esses homens tinham provas em primeira mão quando Ele leu seus pensamentos. Bem, então Jesus se move para uma segunda realidade. No versículo 9, Jesus lhes diz: “Qual é mais fácil? Dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados, ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito e anda?”
A resposta é: dizer ao paralitico que seus pecados estão perdoados. Mas o que Jesus faz?
Então, Ele está provando que pode perdoar pecados, provando que Ele é Deus, fazendo este milagre. E é isso que Ele explica nos versículos 10 e 11:
“Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados —disse ao paralítico: Eu te mando: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa.”
Conclusão e Aplicação
Nesses versículos, percebemos quão grandes privilégios espirituais algumas pessoas desfrutam, embora não façam uso deles. Essa é uma verdade ilustrada de forma relevante nessa narrativa sobre Cafarnaum. Nenhuma outra cidade da Palestina parece haver usufruído tanto a presença de nosso Senhor, durante seu ministério terreno, quanto Cafarnaum. Foi para lá que Jesus se mudou ao deixar Nazaré (Mt 4.13). Essa foi a localidade na qual muitos de seus milagres foram realizados e muitos de seus sermões foram proferidos. Entretanto, nada do que Jesus disse ou fez parece ter surtido qualquer efeito no coração de seus habitantes. Eles costumavam ajuntar-se em multidão para ouvi-lo e, conforme lemos nessa passagem, eram “tantos que nem mesmo junto à porta eles achavam lugar”. Ficavam admirados; estarrecidos. Ficavam maravilhados diante das poderosas obras de Jesus. Não obstante, não se converteram. Viveram sob a luz ofuscante e radiante do Sol da Justiça, mas seus corações permaneceram endurecidos. Assim, receberam de nosso Senhor a mais grave condenação já proferida contra qualquer outra localidade, exceto Jerusalém: “Tu, Cafarnaum, elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerás até ao inferno; porque, se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se fizeram, teria ela permanecido até ao dia de hoje. Digo-vos, porém, que menos rigor haverá no dia do juízo para com a terra de Sodoma do que para contigo” (Mt 11.23–24).
Nisto podemos ver o grande poder da incredulidade e da profundeza da inimizade do homem contra Deus.
os habitantes de Cafarnaum ouviram a mais infalível pregação e que a viram confirmada mediante os mais surpreendentes milagres; mas, mesmo assim, permaneceram mortos em seus delitos e pecados. Precisamos lembrar que o mesmo evangelho, que é perfume de vida para alguns, é odor de morte para outros; e que as mesmas chamas que amolecem a cera também endurecem a argila. Efetivamente, nenhuma outra coisa parece endurecer tanto o coração dos homens quanto ouvirem regularmente o evangelho, enquanto preferem, deliberadamente, servir ao pecado e ao mundo. Nunca houve uma população tão favorecida quanto a de Cafarnaum; também nunca houve um povo que parece ter-se tornado tão endurecido quanto aquele. Tenhamos cautela em não seguir pelas pisadas deles. Precisamos fazer, com frequência, esta oração: Da dureza de coração, ó Senhor Deus, livra-nos.
Lemos que nosso Senhor disse ao paralítico: “Filho, os teus pecados estão perdoados”. Jesus proferiu essas palavras com um propósito. Ele conhecia o coração dos escribas ao seu redor. Ele tencionava mostrar-lhes que tinha o direito de ser o verdadeiro Sumo Sacerdote, que tinha o poder de perdoar os pecadores, embora, até aquele momento, raramente tivesse apresentado essa reivindicação. Ele tinha o poder e declarou-lhes isso claramente. Ele disse: “Para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados”. Ao dizer: “Filho, os teus pecados estão perdoados”, Cristo estava tão somente exercendo seu legítimo ofício.
Consideremos, agora, quão grande deve ser a autoridade daquele que tem o poder de perdoar pecados! Isso é algo que ninguém mais pode fazer, exceto Deus. Nenhum anjo nos céus, nenhum homem sobre a terra, nenhuma igreja em Concílio, nenhum ministro de qualquer denominação cristã pode tirar, da consciência de um pecador, a carga da culpa, outorgando-lhe paz com Deus. Tão somente podem apontar para a fonte aberta da purificação de todo pecado. Podem apenas declarar, com autoridade, que Deus está disposto a perdoar pecados. Porém, eles não podem perdoar pecados por sua própria autoridade. Eles não podem remover as transgressões de quem quer que seja. Essa é uma prerrogativa peculiar de Deus, uma prerrogativa posta nas mãos de seu Filho, Jesus Cristo.
Pensemos, por alguns instantes, sobre quão grande é a bênção de Jesus ser nosso grande Sumo Sacerdote e que, por isso, sabemos onde buscar a absolvição! Precisamos de um sacerdote e de um sacrifício que se interponham entre nós e Deus. Nossa consciência exige expiação por nossos inúmeros pecados. A santidade de Deus, por sua vez, torna isso uma necessidade absoluta. Sem um sacerdote que faça expiação, não pode haver paz no coração. Jesus Cristo é o Sacerdote de que precisamos, poderoso para perdoar e absolver, dotado de um coração terno e sempre disposto a salvar.
Portanto, indaguemos a nós mesmos se já conhecemos o Senhor Jesus como nosso Sumo Sacerdote. Já apelamos para ele? Já buscamos nele a absolvição? Caso contrário, continuamos em nossos pecados. Não descansemos enquanto o Espírito de Deus não testificar, junto ao nosso espírito, que nos temos assentado ao pés de Jesus, que já ouvimos sua voz dizer-nos: “Filho, os teus pecados estão perdoados”.