Salmo 133.1-3 - Vivendo em União
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INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Este salmo é um dos 15 (quinze) salmos de peregrinação, que vão do salmo 120 ao salmo 134. Eles provavelmente eram cantados por peregrinos israelitas, quando viajavam em família para as festividades em Jerusalém (Veja Lc 2.41).
O escritor deste salmo é o rei Davi, que provavelmente o escreveu depois de tornar-se rei sobre todo Israel.
Como é sabido, Davi reinou 7,5 anos em Hebrom, sobre Judá e Benjamim. Contudo, ao assumir o trono, este rei pode ter composto esta canção que é um louvor a Deus pela união do seu povo.
Em tempos de individualismo, intrigas e rixas, como os nossos, faz-se imperioso meditar neste salmo.
I - UMA LEMBRANÇA DE QUEM SÃO (v.1)
I - UMA LEMBRANÇA DE QUEM SÃO (v.1)
Antes de fazer as comparações nos versículos dois e três, o rei Davi inicia o salmo lembrando o povo de Deus quem eles são e quais as implicações disto.
a) Em primeiro lugar, quem eles são?
O salmista exclama: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!”.
Veja, o povo de Deus são irmãos. O povo de Deus pertence a uma família, a família de Deus (Ef 2.19). Em Mateus 12.48, Jesus chamou todo aquele que faz a vontade de Deus de seus irmãos.
Aplicação: É preciso se enxergar como irmão um do outro. Irmão se compadece. Irmão cuida. Irmão não quer ver o mal. Irmão não se alegra com a ruína, mas torce pelo sucesso. Enquanto não reconhecermos, DE VERDADE, que aquele que congrega com você é o seu irmão, você não pode viver em harmonia com ele.
b) E qual a implicação disto?
b.1) Como irmãos, devemos viver em harmonia. Perceba que é bom e suave que os irmãos “VIVAM EM UNIÃO”. A ideia, portanto, é de vida harmônica. Eles não devem apenas viver no mesmo lugar, mas viver em união.
Aplicação: Há pessoas que apenas se suportam, mas a Palavra de Deus é clara, precisamos viver em união. Ficar de “cara fechada” para o irmão ou para a irmã na igreja não é viver em união, é apenas viver. É preciso ter harmonia! Foi o que Paulo disse à Igreja de Corinto “ Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa e que não haja entre vós dissensões; antes, sejais unidos, em um mesmo sentido e em um mesmo parecer” (1Co 1.10)
c) Por que devemos viver em harmonia?
c.1) Porque é bom e agradável. Davi diz que viver em união é bom e suave. A palavra “suave” é a tradução do hebraico “naim”, o mesmo nome do lugar onde Jesus ressuscitou o filho de uma viúva. Ela pode ser melhor traduzida por “agradável”, “amável”, “deleitoso”.
Aplicação: Assim, como a ressurreição de um filho é agradável a uma mãe, a união entre os irmãos é motivo de deleite para Deus.
Aplicação: Viver em união não apenas agrada a Deus, como também é bom. É bom porque um carinho no momento de dor pode curar a alma. É bom porque um sorriso sincero é um bem valioso. É bom porque unidos somos mais fortes e venceremos, e triunfaremos.
Frase de ligação
Depois de lembrar da fraternidade em união que deve haver entre o povo de Deus, o salmista faz duas comparações sobre a importância da união.
II - VIVER EM UNIÃO É COMO O ÓLEO PRECIOSO (V.2)
II - VIVER EM UNIÃO É COMO O ÓLEO PRECIOSO (V.2)
Neste ponto do texto, Davi faz o leitor se lembrar do momento da consagração de Arão para o ofício sacerdotal de Levítico 8. Nesse capítulo, toda a congregação de Israel estava reunida, Arão foi consagrado, juntamente com o tabernáculo, seus móveis e utensílios. Agora estava tudo pronto para que o culto pudesse ser prestado ao Senhor. Afinal, este foi o motivo pelo qual Israel saiu do Egito - prestar um culto ao Senhor no deserto. Assim, Davi faz-nos lembrar que a união é tão ou mais importante no culto a Deus que o óleo precioso da unção, pois...
a) Viver em união é importante, pois traz bom cheiro.
Em primeiro lugar, Davi informa que viver em comunhão “é como o óleo precioso”. Ele se referia ao olho da unção, que era composto de azeite de oliva, mirra, canela, cana-de-açúcar e cássia. Portanto, era um óleo que trazia um aroma incrível, que trazia um bom cheiro ao ambiente em que estava. Além disso, esse tipo de óleo também era usado para ungir convidados em um banquete, o que evitava o ressecamento de pele, bem como perfumava-o.
Ao escrever ao Coríntios, Paulo alertou: “Porque para Deus somos o bom cheiro de Cristo” (2Co 2.15).
Aplicação: Pessoas com cheiro ruim nos afastam. Do mesmo modo, Deus se afasta de lugares onde não há comunhão. Se queremos a presença de Deus em nossos cultos é melhor nos perfumarmos com a união e a harmonia. Se quisermos exalar o bom cheiro de Cristo, é preciso ter comunhão uns com os outros. De nada adianta seu perfume importado se o cheiro da comunhão não exala diante de Deus.
b) Viver em união é importante, pois produz alegria
O óleo na Bíblia é ilustração de alegria. Veja o que o salmista diz no Salmo 45.7, “Tu amas a justiça e aborreces a impiedade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros”.
Aplicação: Uma igreja desunida é uma igreja infeliz. Irmãos unidos se abraçam, choram juntos, riem juntos, mas onde há irmãos desunidos há contendas e a alma do Senhor abomina “o que semeia contendas entre irmãos” (Pv. 6.1-19).
c) Viver em união é importante, pois santifica a congregação
Na prática da unção no mundo antigo, a unção com óleo simbolizava uma transferência de santidade de uma divindade para a pessoa ou objeto que está sendo ungido. Deste modo, na testa do sumo sacerdote estava estampado uma lâmina de ouro escrito “consagrado ao Senhor”.
Quando Arão foi ungido, o óleo escorreu de sobre a sua cabeça, descendo pela sua barba e chegando até à sua roupa. As vestes sacerdotais simbolizava a união das tribos de Israel. Aliás, o sacerdote trazia um peitoral com 12 pedras, 1 para cada tribo. Ou seja, na unção de Arão, toda a nação estava ungida.
Aplicação: Assim, a santificação da Igreja só acontece quando há comunhão entre os irmãos. Sem comunhão, sem santificação. Do mesmo modo que o óleo da unção escorreu da cabeça para as vestes de Arão, toda a congregação precisa estar unida com este óleo da união.
Aplicação: Em Apocalipse 5, João vê um livro selado e um anjo forte que bradava: Quem é digno de abrir o livro e desatar os seus selos? De repente, João vê um Cordeiro que pode fazer isso. O texto prossegue e os quatro animais viventes e os vinte e quatro anciões começam a entoar um cântico, que dizia: “Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação” (Ap 5.9). Assim, entendemos que Jesus comprou a Igreja com o seu precioso sangue; pessoas de todas as tribos, línguas e nações, para viverem unidas em harmonia. Valorizemos o precioso sangue do Cordeiro bendito!
d) Viver em união é importante, pois mantém o fogo aceso na congregação
Ao escrever o Êxodo, Deus ordena a Moisés a dizer para os filhos de Israel que “tragam azeite puro de oliveiras, batido, para o candeeiro, para fazer arder as lâmpadas continuamente” (Ex 27.20). Vê-se, portanto, que o óleo é um poderoso combustível para acender fogo.
Aplicação: O fogo do Espírito só pode estar presente na Igreja se houver união. A comunhão é como a lenha seca colocada cuidadosamente para que a chama acenda. Sem união, sem fogo.
Frase de transição
Então, na sua primeira comparação o salmista diz que viver em comunhão é semelhante à consagração de Arão e toda Israel para a adoração do Deus vivo. No versículo seguinte, Davi faz outra comparação...
III - VIVER EM UNIÃO É COMO O ORVALHO DO HERMOM QUE DESCE SOBRE OS MONTES DE SIÃO (V.3)
III - VIVER EM UNIÃO É COMO O ORVALHO DO HERMOM QUE DESCE SOBRE OS MONTES DE SIÃO (V.3)
O monte Hermom está situado na fronteira norte de Israel e atinge a altitude de cerca de 2.814 m acima do nível do mar. É o monte mais elevado da Síria. É chamado de monte das cãs pelos árabes, pois a neve cobre esse monte na maior parte do ano. A neve que se dissolve no monte Hermom serve de alimento para o rio Jordão. Aliás, a nascente do Jordão está neste monte.
Davi conhece bem o território israelita e como grande parte do seu território é deserto, o rei conhece bem a importância do orvalho e, por isso, o compara com a união do povo de Deus. Vemos aqui mais algumas característica da união entre os irmãos...
a) A união traz frescor e vida
Como havia dito, o orvalho é uma bela ilustração em terras desérticas. Veja as palavras poéticas do profeta: “Eu serei, para Israel, como orvalho; ele florescerá como o lírio e espalhará as suas raízes como o Líbano” (Os 14.5). O Monte Hermom, por causa de sua umidade era símbolo de vida e de prosperidade. Por onde as águas do Monte Hermom passavam, vida era criada e frescor ou refrigério era produzido.
Aplicação: Nada pode trazer mais frescor que a comunhão dos santos. Pense nos momentos difíceis se não fossem os abraços, se não fossem as orações, se não fossem as mãos estendidas. Por isso está escrito que, “o cordão de três dobras não se quebra tão depressa” (Ec 4.12).
Aplicação: A união é capaz de dar vida a mais ressequida alma. Paulo disse aos Coríntios que a forma em que eles estavam participando da Ceia do Senhor causava morte entre eles. Isso porque eles não esperavam uns pelos outros. No contexto, fica claro que não havia comunhão. Deste modo, se por um lado a desunião traz morte, a união pode fazer reviver.
b) A união liga os mais distantes
Parece não fazer muito sentido quando o salmista compara a união com “o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião” (v.3), pois o Monte Hermom está ao norte enquanto que Sião e seus montes estão ao sul de Israel. O que ele está provavelmente dizendo é que o mesmo orvalho que rega o Hermom é o que cai sobre os montes de Sião. Além do mais, tanto o Monte Hermom, quanto os Montes de Sião estão ligados pelo rio Jordão.
Parece-me que, em última instância, o salmista quer que os israelitas, primeiro leitores do texto, possam enxergar a importância das tribos do norte e do sul estarem unidas.
Aplicação: A Igreja é um celeiro de adoradores. Na comunidade há pretos e brancos, ricos e pobres, empresários e empregados. Todos em Cristo são um.
A Bíblia conta uma grande história de desunião, que foi na Torre de Babel. Mas, depois da morte e ressurreição de Cristo e do derramamento do Espírito Santo, em Jerusalém estavam reunidas cerca de 120 pessoas de lugares diferentes: “Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, e Judeia, e Capadócia, e Ponto, e Ásia, e Frígia, e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos (tantos judeus como prosélitos), e cretenses e árabes[…]” (At 2.9-11), e ao serem cheios do Espírito Santo todos foram unidos.
Aplicação: Não há razão para separar o que Deus ajuntou (Mt 19.6). Se você foi comprado por Cristo Jesus e recebeu o Espírito Santo você precisa ter comunhão com seu irmão.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
Diante do exposto, lembremo-nos de que somos irmãos, somos a família de Deus, isso é fundamental para cultivarmos a comunhão. Vimos hoje que a comunhão é tão importante que é comparada com o óleo precioso da unção de Arão e da nação de Israel. Vimos também que ela é como o orvalho que traz vida e frescor aos que dele se delicia.