Provérbios 10 - 12/15

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Provérbios sobre vários assuntos.

12. A natureza das emoções que cultivamos determina a reação aos erros que praticam contra nós.
Tanto o ódio como o amor são sentimentos que brotam do coração. São opostos e produzem resultados diferentes.
O ódio é um sentimento irracional e avassalador. Antes de destruir os outros, arruína quem o nutre. Quem tem ódio no coração destrói a si mesmo antes de excitar contendas entre os outros. Não tem um pingo de paz os que se alimentam do ódio. Quando pessoas já sofreram por conta do ódio do próprio coração.
Aqui o ódio aqui personificado como aquele que desperta conflitos ou dissensões personificadas.
Como você reagi quando é ofendido, quando alguém peca contra você?
Você exerce seu ódio, ou seu amor?
O ódio excita contendas, ou seja, desperta, acorda, levanta, agita as contendas.
Como ela faz isso?
O ódio usa o conhecimento do pecado de uma pessoa contra ela como arma, provocando conflitos.
O ódio gera conflitos: O ódio se refere à aversão ou hostilidade extrema contra outras pessoas.
O amor, porém, tem origem diferente e produz frutos diferentes.
O amor procede de Deus, e seu resultado não será contendas, mas perdão.
O amor em vez de desperta contendas, ele perdoa aquele que o ofendeu.
O amor apesar de ter sofrido algo, ele trata bem o ofensor, como um amigo a ser conquistado, não como um inimigo a ser vencido por vingança.
Em vez de colocar o transgressor no palco e abrir as cortinas para expor suas faltas (veja 17.9) e, desse modo, executar vingança, o amor suporta suas injúrias a fim de promover a reconciliação. O amor remove do fogo a lenha que alimenta a fofoca (17.9; 26.20, 21), mas o indivíduo briguento e esquentado incentiva o conflito, fazendo-o adquirir proporções desastrosas e produzindo ainda mais transgressões (26.21, 22).
O ódio traz o DNA da morte, mas o amor é fonte da vida. Não odeie, ame! Não seja um instrumento de contendas, mas um agente da reconciliação.
13. O discernimento determina se alguém recebe conselho ou castigo.
O prudente é aquele que pauta sua vida pelos princípios de Deus, segue a retidão e anda em santidade. Em seus lábios habita a sabedoria. Ouvir uma pessoa prudente é matricular-se na escola da sabedoria, assentar-se nos bancos do conhecimento e colocar os pés na estrada da bem-aventurança.
Por outro lado, o tolo ou falto de senso, por desprezar o conhecimento e escarnecer da sabedoria, sofre as consequências inevitáveis de sua loucura. Por lhe faltar sabedoria nos lábios, ele recebe açoites nas costas.
Para controlar a energia bruta do insensato é preciso o uso da força, não apenas das palavras (10.14; 14.3; 18.6, 7; 19.29; esp. 26.3; cp. Sl 32.9). A vara (šēbeṭ) indica a parte da árvore a partir da qual se pode confeccionar um bastão ou uma arma. Um indivíduo em posição de autoridade, como Deus (Jó 21.9; 37.13), um pai (13.23, 24; 22.15; 29.15), ou o Messias (Sl 2.9) a usavam para a disciplina física de um escravo (Êx 21.20), de um insensato (Pv 26.3) e de um filho (13.24; 22.15; 23.13, 14; 29.15; cp. 2Sm 7.14; Is 10.15). A surra corretiva com a vara era aplicada nas costas (legēw; cp. 19.29; 26.3b) daquele que é falto de senso (ḥasar-lēb; veja 6.32).
O sofrimento do tolo é autoimposto. O falto de senso produz a própria tempestade que o destrói. Ele transtorna a própria vida. Tece o azorrague que flagela o próprio corpo e abre a cova para os próprios pés. O prudente, porém, afasta seu coração do conselho dos ímpios, retira seus pés do caminho dos pecadores e não se assenta na roda dos escarnecedores. O prudente alimenta sua alma com os manjares da verdade de Deus e, por isso, seus lábios destilam o néctar da sabedoria. Sabedoria é mais do que conhecimento; é a aplicação correta do conhecimento, é olhar para a vida com os olhos de Deus. É fazer as escolhas de conformidade com a vontade de Deus e para a glória de Deus.
Verso 14.
“Os sábios entesouram o conhecimento, mas a boca do néscio é uma ruína iminente.”
O conhecimento é melhor do que o ouro, é mais seguro do que a moeda mais valorizada do mercado. Os ladrões podem roubar nossos tesouros, e as traças podem corroer nossas relíquias, mas o conhecimento é uma riqueza que ninguém pode nos tirar.
O conhecimento é a melhor poupança, o mais lucrativo investimento. Ninguém, porém, entesoura conhecimento de uma hora para a outra. Esse é um processo longo. Para entesourar conhecimento, é preciso dedicação, esforço e muito trabalho. Os tolos e preguiçosos acharão muito trabalhoso fazer esse investimento. Preferem o sono, o lazer e a diversão. Aqueles, porém, que têm a mente vazia de conhecimento também têm a boca cheia de tolices. A boca do néscio é uma ruína iminente.
Em vez de ajudar as pessoas a trilhar pelas sendas da justiça, ele as desencaminha para os abismos da morte. A língua do néscio é um veneno mortífero. Seus lábios são laços traiçoeiros. Sua boca é uma cova de morte. O sábio, porém, que entesoura o conhecimento não apenas supre a si mesmo com o melhor desta terra, mas também se torna uma fonte de bênção para quem vive à sua volta.
10:14 Os sábios valorizam o conhecimento e o guardam para ocasiões oportunas. Conforme escreve Barnes, “o sábio guarda suas palavras para a hora certa, o lugar certo e as pessoas certas (cf. Mt 7:6)”. O néscio, entretanto, está sempre tagarelando e causando problemas para si mesmo e para os outros.
“Os bens do rico são a sua cidade forte; a pobreza dos pobres é a sua ruína.” Verso 15
Há alguns mitos acerca do dinheiro. O primeiro deles é que o dinheiro produz segurança. Será isso verdade? Não, absolutamente não. A Bíblia nos ensina a não colocar a nossa confiança na instabilidade da riqueza (1Tm 6.17).
O dinheiro não pode nos livrar dos maiores perigos nem pode nos dar as coisas mais importantes da vida. O dinheiro pode nos dar uma mansão, mas não um lar; pode nos dar bajuladores, mas não amigos; pode nos dar aventuras sexuais, mas não amor. Pode nos dar uma cama confortável, mas não o sono; uma mesa farta, mas não apetite; dar remédios, mas não saúde; um lindo funeral, mas não a vida eterna. É bem verdade que o rico considera os bens como sua cidade forte, até que chega a tempestade, e seus bens são dissipados e arrastados pela rua como lama.
Sua riqueza o engana, fazendo-o pensar que ela provê verdadeira segurança (18.11); . Sua riqueza o engana, fazendo-o pensar que ela provê verdadeira segurança (18.11); ela o seduz de modo a se tornar sábio aos próprios olhos (28.11).
As riquezas são passageiras (23.5); quando excessivas, seduzem a pessoa a negar a Deus (30.8, 9); quem confia nas riquezas cairá (11.28a), mas quem confia no Senhor está seguro (3.5; 18.10; 22.19). O rico pode ter seguro para todos os seus bens e ter dinheiro no banco para tempos difíceis, mas quando a morte chegar, sua insuficiência moral o arruinará (Sl 49; Lc 12.13–21).
Sua é irônico; a riqueza material é a segurança do “rico” iludido; ele apenas imagina estar seguro, como o paralelo literal em 18.11 deixa claro (cp. Jó 27.19).
O pobre, que nada tem, pensa que a pobreza é sua própria ruína e lamenta. Mas, quando chega a crise, perece tanto o rico como o pobre, tanto o velho como o jovem, tanto o doutor como o iletrado. O rico não pode gloriar-se na sua riqueza; o forte não pode gloriar-se na sua força; nem o sábio pode gloriar-se na sua sabedoria. O único refúgio verdadeiro é Deus. Ele é a rocha dos séculos que jamais será abalada. Nele, e só nele, estamos seguros agora e eternamente.
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