1Pedro 1.1-2

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Tema: Lembrança aos forasteiros

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Introdução
Imagine que você tenha amigos com necessidade urgente, e talvez não seja hipoteticamente, realmente você tem amigos que estão vivendo num lugar onde não queriam estar, até mesmo passando por situações que não desejariam experimentar.
Imagine então que você precise dar conselhos, trazer a memória destes irmãos, ou até mesmo familiares que graças a Deus são servos de Cristo, verdades que as circunstâncias as impedem de ver. Impedem de que forma?
Bom, as vezes os olhos estão marejados, cheios de lágrimas, e assim fica difícil discernir a situação diante de você. A sua palavra servirá como um balsamo para esta vida, caso seja banhada na teologia bíblica e revelação do Deus Triuno.
Não muito diferente de você, Pedro dirige a palavra à irmãos que necessitam lembrar de verdades importantes.
Bom, vejamos o que nos é apresentado no texto de hoje:
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OBSERVAÇÕES DO TEXTO
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[Ler o v.1]
O apóstolo inicia seu discurso com a apresentação e curriculo:
Sou “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo”.
Este era o apóstolo que tem alguns momentos marcantes registrados nos Evangelhos, vividos durante o ministério do Nosso Senhor. Ele apresenta sua credencial, não para dar carteirada nos destinatários, mas para deixar sua assinatura que corrobora com o conteúdo da epístola.
Neste primeiro versículo, o remetente (quem envia a carta) se apresenta e os destinatários são indicados. Pedro dirige o texto:
“aos eleitos que são forasteiros da Dispersão...”, citando também países (províncias) específicas, governadas pelo império Romano.
Que são eleitos de Deus, sabemos. Pedro deixa claro na expressão, que trata no versículo seguinte. Mas, estes são forasteiros da dispersão. O que ele quis dizer com forasteiros da dispersão? Vou apresentar as hipóteses/possibilidades:
(A) São judeus-convertidos que foram perseguidos em Jerusalém e foram expulsos, tornando-se portanto: “dispersos”. Observação: as províncias citadas encontravam-se à época, ao norte do mapa de Jerusalém;
(B) Esta é uma expressão usada para os irmãos (quer sejam judeus-convertidos, ou gentios-convertidos) espalhados pelo mundo (é possível);
(C) São “dispersos” pois estão de fato espalhados nas províncias mencionadas (hoje a moderna Turquia).
Em Jo 7.35 está escrito:
Disseram, pois, os judeus uns aos outros: Para onde irá este que não o possamos achar? Irá, porventura, para a Dispersão entre os gregos, com o fim de os ensinar?
E na epístola escrita por Tiago, Tg 1.1 está escrito:
Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que se encontram na Dispersão, saudações.
Sobre o texto petrino, R. C. Spruol diz:
Cristãos judeus que viviam numa comunidade pagã eram peregrinos e forasteiros numa terra estrangeira. Portanto, o fato de essa carta se dirigir aos “forasteiros da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia” não significa que ela se dirigia a gentios convertidos na Ásia Menor.
Parece que a linguagem entre os judeus (não necessariamente convertidos) favorece a hipótese (A) e a epístola de Tiago reforça a tese.
Portanto, Pedro dirige a palavra à este grupo de irmãos, judeus-convertidos, que foram perseguidos e expulsos de suas casas. Ele escreve para este que são eleitos do Senhor. Desta forma, se pudermos parafrasear o primeiro versículo, ficaria da seguinte forma:
“… escrevo esta carta aos escolhidos que vivem como estrangeiros nas seguintes províncias”.
Estes eram os destinatários da epístola. Irmãos que estavam experimentando uma situação no mínimo desagradável. Que estava mexendo com as suas vidas de maneira generalizada. Entretanto, embora fossem forasteiros, eram eleitos, e embora eleitos, eram forasteiros na terra dos viventes. Por isto Pedro se dirige à eles como eleitos.
E o apóstolo, ao apresentar-lhes como os eleitos, dá continuidade ao assunto no versículo seguinte:
[Ler o v.2]
Pedro continua tratando da posição que eles tem diante de Deus. Eles são:
“eleitos, segundo a presciência de Deus Pai”.
Bom, em primeiro lugar, quando o apóstolo fala de presciência, não se refere a um conhecimento prévio, para daí então eles serem eleitos por Deus (como declaram os arminianos). Deus viu por isto escolheu/elegeu. Interpretar assim, o vocábulo presciência o levará a uma conclusão teológica quiçá equivocada, para não dizer um erro terrível.
Sobre a presciência, Kistemarker diz:
O que é presciência? É muito mais do que a habilidade de prever acontecimentos futuros. Ela inclui a soberania de Deus em determinar e colocar em prática sua decisão de salvar o ser humano pecador. A palavra presciência é usada no sermão de Pedro em Pentecoste, no qual ele declara ao seu público judeu que Jesus foi “entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus” (At 2.23). Pedro deixa implícito que Deus agiu de acordo com seu plano e propósito soberano, os quais havia preparado de antemão.
O apóstolo Paulo, quando trata de presciência, faz conexão com a predestinação. Em Rm 8.29 e Ef 1.4, 5 temos estes conceitos apresentados, e nestes textos o apóstolo indica que tais doutrinas andam juntas. Todas apontando para a providência e designação eterna de Deus.
Mas, não menos importante, diria até: fundamental. Ainda neste versículo, Pedro começa a tecer a Doutrina da Trindade. Logo no início da epístola.
Ele trata da Eleição, segundo a presciência de Deus-Pai (mediante a ação de Deus-Pai); tanto como da Salvação/Santificação (para a obediência), aplicada nos mesmos/eleitos, pelo Espírito Santo e também da aspersão do sangue de Jesus na vida dos eleitos.
O que aconteceu na vida destes servos, que iniciou antes do inicio, foi obra do Deus Triuno (Pai, Filho e Espírito Santo).
Mas alguém pode argumentar: “Bom, parece que sim, mas será que Pedro tem essa ideia de trindade na sua mente? A ordem que ele apresenta no versículo dois, não parece corroborar com isso”. Compreendo a dúvida, e argumento conforme Kistemaker, quando diz:
A ordem escolhida por ele é arbitrária, pois ele não está interessado na seqüência, mas na função que cada pessoa da Trindade desempenha.
Caso seus destinatários sejam judeus-convertidos, a ordem não alterará o produto, mas o conteúdo apresentado é de suma importância para esclarecer-lhes possíveis dúvidas quanto a esta doutrina fundamental.
Mas, depois desta introdução/saudação do apóstolo, ele expressa o que está em seu coração, quando declara:
“graça e paz vos sejam multiplicadas”.
Pedro, como apóstolo e irmão em Cristo, estava interessado que os irmãos, aos quais esta epístola fora endereçada, progredissem na fé. Não seria este o momento de parar e esperar a poeira baixar? Para alguns também sim, pois eles estavam dispersos por sofrerem perseguição.
Bem, num momento ou outro a poeira iria sentar, mas os eleitos de Deus deveriam parar? A Igreja, que é triunfante, poderia ser forçada a parar? Mesmo que sendo colocada sob circunstâncias limitantes? Não! Quem pode fazer algo contra o povo do Senhor, não é mesmo?
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Está é a saudação do apóstolo Pedro à estes irmãos. Estes que se encontravam numa situação, no mínimo, desagradável. Talvez como algum irmão que você conheça. Talvez, você esteja nesta situação.
Certamente, a saudação desta epístola pode ajudá-lo a lembrar quem você é na presente dispensação, o que você deve fazer e quem está no controle de todas as coisas.
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TRANSIÇÃO: .
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Apresentado nosso texto, quero trazer aos queridos irmãos e amigos, algumas lembranças. Para que você, como forasteiro aqui, ou talvez outro irmão, recorde destas verdades e receba consolo em sua alma:
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1. LEMBRE-SE: VOCÊ É FORASTEIRO:
Vocês são eleitos, disse Pedro. Porém, forasteiros. Peregrinos.
Você está com os pés no chão, mas sua cabeça deve estar nas coisas do alto.
Não se deixe seduzir pelo presente século, mantenha seus olhos na pátria celestial. Há um hino, que diz: “Da linda pátrio estou bem longe, cansado estou”.
Talvez você esteja cansado: são muitas lutas, não é mesmo? Mas ainda não é momento de entregar os pontos. Lembre-se que o Senhor não despreza as lágrimas (Sl 126.6), nem as orações dos santos (Ap 5.8B).
Aplicações:
Como você tem passado neste tempo? Quando você assiste as notícias na televisão ou celular, fica atormentado? Isso tira seu sono? Lembre-se: VOCÊ É FORASTEIRO.
Portanto, o Senhor chama a sua atenção nesta tarde, minha querida irmã! Caso você tenha o coração configurado desta forma.
TRANSIÇÃO:
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2. LEMBRE-SE: CONTINUE EM OBEDIÊNCIA:
Isto é necessário para a santificação.
Nosso Senhor começou a boa obra e há de completa-la, afirma Paulo em Fp 1.6. Do mesmo modo devemos estar plenamente certos disto.
O Eterno Deus começou esta obra, antes da fundação do mundo, nos elegeu. Em santificação do espírito: para a obediência. Entenda: o vocábulo para santificação, no grego, nos aponta para uma obra que iniciou e ainda não está completa. Esta acontecendo.
Mas não fala de algo que cessou, ou parou. Falo de algo em processo/progresso. Fala da parte do Nosso Senhor, na expressão: em santificação, e de nossa parte, na expressão: para a obediência.
Nos não podemos nos conformar com o mundo, tanto em alguma esfera mais distante, como bem próximo à nós.
Aplicações:
Você tem vivido em obediência? Tem se mantido fiel a posição de eleito? Tem seguido sua vida, mediante as boas obras para as quais você foi eleito para viver sob elas? Lembre-se de Ef 2.10, que diz:
Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.
TRANSIÇÃO:
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3. LEMBRE-SE: O SENHOR ESTÁ NO CONTROLE DE TUDO:
Nunca esqueça este pilar doutrinário. Mas, caso você esqueça, este baluarte nunca mudará, mesmo que você venha a se deleitar num ceticismo-religioso ou ateísmo-não-praticante.
O Senhor está no controle desde antes do início. Ele é o todo soberano.
Tanto em situações macro, como nas micro. Em todo o universo e na sociedade. Como em nossas famílias e vida pessoal.
Tanto na eleição dos santos, salvação, santificação, sustentação para o crente ficar firme, e justificação mediante a aspersão do sangue do Nosso Senhor Jesus Cristo.
Ele está no controle sempre!
Aplicações:
As vezes você esquece desta verdade? O Senhor é soberano!
TRANSIÇÃO:
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CONCLUSÃO:
Lembre-se quem você é, o que deve fazer e quem está no controle. Nunca esqueça disto, mesmo que sua fé seja pequena, nobre irmão e parceiro de peregrinação.
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