APOLOGÉTICA COMO DEFESA: O PROBLEMA DO MAL

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Apologética como defesa: o problema do mal

Princípios gerais e conceitos

Tendo considerado a apologética como prova, voltamo-nos, agora, para a segunda função da apologética, que é a de defesa.
Vimos que a Bíblia defende a si mesma em um sentido bem importante, mas também que Deus chama o seu povo para defender a verdade (Fp 1.7, 16; 1Pe 3.15).
Na defesa, como na prova, a Escritura supre os padrões e critérios fundamentais a serem usados pelo apologeta. Não estamos, contudo, restritos à Escritura em termos da coleta de informação para os nossos argumentos. Todos os fatos têm importância apologética porque todos eles são criados e ordenados por Deus. Mas a Escritura supre as pressuposições para todas as fases da apologética cristã.

O PROBLEMA DO MAL: ELE EXISTE? HÁ UMA RESPOSTA?

O conceito mais problemático que um ímpio pode trazer é este: O problema do mal.
Premissa 1: se Deus fosse Todo-poderoso, teria sido capaz de prevenir o mal.
Premissa 2: se Deus fosse Todo-bondoso, ele teria desejado prevenir o mal.
Conclusão: portanto, se Deus fosse Todo-poderoso e todo-bondoso não haveria o mal.
Premissa 3: contudo, o mal existe.
Conclusão: portanto, não há um Deus Todo-poderoso e todo-bondoso.
Muitas pessoas que experimentaram o sofrimento e a morte de uma criança, ou outras que sofreram algo que julgavam ser inteiramente imerecido, guardam rancor contra Deus – o conteúdo intelectual daquilo que pode ser descrito em nossas premissas e conclusões anteriores. Todo cristão, talvez, tenha acolhido ou, pelo menos, pensado sobre essa questão, e muitos de nós já experimentamos períodos de dúvida a esse respeito
Haverá uma resposta para o problema? Isso depende de o que queremos dizer por resposta. Se você estiver buscando uma explanação que vindique a providência de Deus em toda instância do mal, eu, certamente, não poderei fornecer nenhuma resposta, e duvido que alguém o possa. Nem, eu penso, poderemos prover uma reconciliação teórica totalmente satisfatória entre a soberania e a bondade divinas, e o mal. O mistério da relação de Deus com o mal é um que, estou convencido, jamais será dissolvido nesta vida, e não estou certo de que será na seguinte.
Jay Adams, no livro A Grande Demonstração responde O Problema do Mal com um versículo: Romanos 9.17 “17 Porque a Escritura diz a Faraó: “Foi para isto mesmo que eu o levantei, para mostrar em você o meu poder e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra.””. A grande questão aqui é que a resposta é boa, mas incompleta. A resposta de Jay Adams é, basicamente, esta: “Deus levanta pessoas más (e, por implicação, todo o mal) de maneira que, prevalecendo sobre elas, demonstre seu poder e seu nome em toda a terra.”
A resposta de Adams é boa, certamente. Mas ela não remove todo o mistério do mal. Não responde completamente à questão colocada. O caso é que a questão, então, levanta outro ponto: por que a demonstração do poder e do nome de Deus requeriria o emprego daquilo que é totalmente oposto a tudo o que Deus é? Não poderia Deus demonstrar seu nome sem contradizer sua bondade? Não poderia demonstrar seu nome sem fazer bebês sofrerem dores? Como pode ser que um Deus bom, por meio de sua sábia pré-ordenação, force alguém a ser mau, quando Deus mesmo odeia o mal com todo o seu ser? Como pode ser isso, mesmo para demonstrar a si mesmo? Será que o Deus assim demonstrado, então, torna-se algo menos do que o nosso Deus de amor?
Portanto, o que eu creio, é que não encontremos respostas, para essa questão, que não sujam mais perguntas. Porém, acredito que podemos achar respostas em outros sentido. Ou seja, mesmo em meio a essa problema, como continuar crendo? Como podemos ser encorajados diante disso? Creio que as Escrituras fornecem respostas.

O QUE A BÍBLIA FALA SOBRE O PROBLEMA DO MAL?

O problema do mal está muito relacionado, em nossas mentes, com o holocausto causado por Hitler, Pol Pot, com os terrores da guerra moderna e dos cenários de ecodestruição que somos com frequência tentados a pensar nele como se fosse um problema moderno – como se a prevalência da descrença de hoje fosse em razão da súbita compreensão da humanidade de que há suficiente mal no mundo para que o teísmo à moda antiga seja justificável. E, por isso, muitos acham que a Bíblia não responde a um problema “tão novo”.
Outro argumento é o da teologia liberal de que um Deus supremo e majestoso não coaduna com suprema bondade. Então eles dizem que a Bíblia precisa de uma atualização. - o problema é: qualquer Deus que difira da personalidade biblica é um dEUS. Ou seja, simplesmente não acreditam de fato que a Bíblia é a Palavra de Deus.
Se traçarmos uma resposta por meio da alteração da personalidade soberana e bíblica de Deus, chegaremos a um Deus que não é digno de adoração e, portanto, chegaremos a Romanos 1.
Se o preço para respondermos o problema do mal é considerarmos a alteração de qualquer atributo de Deus, é um preço alto demais para pagar. Portanto, conseguimos nos contentar com o fato de vivermos a vida toda sem essa resposta e viveremos bem. É de suma importância que cultuemos o Deus verdadeiro, o Deus das Escrituras Sagradas.
O homem moderno tem de deixar claro em sua mente, de uma vez por todas, que a totalidade das doutrinas cristãs não está sujeita a revisão.

O QUE A BÍBLIA NÃO DIZ A RESPEITO DA APOLOGÉTICA COMO DEFESA

Que o mal é uma ilusão e não uma realidade. Algumas religiões orientais e seitas ocidentais (por exemplo: budismo e ciência cristã) mantêm que o mal é, na verdade, uma ilusão. Até mesmo respeitados pensadores cristãos, como Agostinho, têm sugerido que o mal seja classificado sob a categoria de “não ser”. Agostinho não quer bem dizer que o mal seja uma ilusão, mas, sim, que é uma “privação”, uma falta de “bom ser” em que deveria haver o bem. Ainda assim, ele usa a ideia para isentar Deus de responsabilidade. Deus criou todos os seres, mas não é responsável pelo “não ser”. Não há razão para que pensemos que o mal seja uma ilusão. Além disso, dizer que é assim é fazer jogo de palavras. Pois, se o mal for uma ilusão, será uma ilusão problemática, uma ilusão que porta dor, sofrimento e morte. Se for dito que a dor também é ilusória, eu replicarei que, em relação ao problema do mal, não há diferença entre dor ilusória e dor real. O problema apenas dá um passo atrás, e pergunta: “Como pode um Deus bom nos ter dado tal terrível ilusão de dor?” Uma grande vantagem do ponto de vista da Escritura é que ela não faz jogos com o sofrimento das pessoas. Na Escritura, o mal é tratado simplesmente como algo que devemos lidar, qualquer que seja seu estado metafísico. Deus é responsável por ausências e privações (se alguém desejar chamar assim) tal como é em relação aos seres bons do universo. Deus opera todas as coisas segundo o conselho de sua própria vontade (Ef 1.11), como Agostinho, mais tarde em sua vida, viria a reconhecer. Isso inclui pecados e males (Gn 50.20; Lc 22.22; At 2.23; 4.28; Rm 9.1–29). É verdadeiro que todas as coisas são boas, mas que o coração humano é mau, e, por causa disso, nós descrevemos muitos eventos no mundo como sendo maus, pois eles expressam a resposta de Deus para o pecado (Gn 3.17–19). Não há consenso em criar uma categoria metafísica distinta (“não bem”, “privação”) para o mal. O problema é simplesmente que Deus é soberano sobre todos os eventos, não importando como alguém analise o mal de maneira metafísica, ele será parte do plano de Deus.
Que Deus é fraco. Muitos têm invocado algum tipo de fraqueza ou inabilidade divina como solução para o problema: Deus não se sobrepõe a todo mal porque ele é incapaz para fazê-lo – embora se esforce ao máximo. Essa solução nega as doutrinas cristãs históricas da onipotência, onisciência e soberania de Deus para preservar o atributo da bondade divina. Mas a própria Escritura não somente deixa de ensinar essa solução, mas, firmemente, contradiz o conceito. Deus é onisciente (Sl 139; Hb 4.11–13; Is 46.10; 1Jo 3.20), onipotente (Sl 115.3; Is 14.24, 27; 46.10; 55.11; Lc 18.27) e soberano (Rm 11.33–36; 1Tm 6.15–16) e essas coisas são centrais à doutrina bíblica de Deus. Alguém preferirá escolher um deus fraco em vez de crer na absoluta personalidade revelada na Escritura, mas deveria estar a par do custo de tal preferência. Talvez se agarre a uma solução para o problema do mal, mas perderá qualquer esperança certa de vitória contra o mal. Obterá satisfação intelectual ao custo de ter de enfrentar a horrível possibilidade de que, no fim, o mal triunfe. Certamente há algo de irônico sobre chamar isso de “solução” para o problema do mal.
Que o mal surgiu da livre escolha. A defesa do livre-arbítrio diz que o mal surgiu da livre escolha das criaturas racionais (Satanás ou Adão ou “todos os homens”). Uma vez que a livre escolha não era, em nenhum sentido, controlada, pré-ordenada ou causada por Deus, ele não poderia ser responsabilizado pelo mal. Portanto, a existência do mal não compromete a bondade de Deus. A Escritura ensina que o homem é ou pode ser livre em certos sentidos. (1) Ele pode fazer o que quer, agindo de acordo com seus desejos, sejam esses santos ou ímpios. (2) Adão tinha a liberdade ou a habilidade para escolher entre o bem e o mal. A Queda retirou essa liberdade de nós, pois criaturas decaídas somente podem fazer o que é mau (Gn 6.5; 8.21; Is 64.6; Rm 3.10ss.). Mas a redenção restaura essa liberdade para aqueles que creem (2Co 5.17). (3) A redenção nos traz a uma liberdade ainda maior, uma libertação do pecado com seus efeitos (Jo 8.32). “Liberdade do pecado” é o sentido comum de liberdade no Novo Testamento. (4) Nós somos livres no sentido de que não somos vítimas sem possibilidade de ajuda do determinismo histórico. A Escritura não nos permite alegação de deficiências em termos de hereditariedade, ambiente, equilíbrio psicológico, autoestima e daí em diante, como desculpa para a violação dos mandamentos de Deus. Somos, em todas as nossas ações (1Co 10.31), responsáveis em relação à obediência ao Senhor. Além disso, a Escritura concorda com os defensores do livre-arbítrio quando ensina que a culpa pelo pecado recai sobre o homem, em vez de sobre Deus. Até mesmo quando a Escritura menciona especificamente a pré-ordenação de um evento mau, a culpa pelo pecado recai exclusivamente sobre os perpetradores humanos (ver Gn 50.20; At 2.23; 4.27). Entretanto, a Escritura não ensina – de fato, nega – o livre-arbítrio no sentido usado pela defesa do livre-arbítrio. Essa visão de liberdade como sendo de livres escolhas do homem não é absolutamente causada ou pré-ordenada por Deus. Mas a Escritura com frequência fala de Deus determinar nossas livres escolhas (ver Gn 50.20; At 2.23; 4.27; também 2Sm 24.1, referindo-se especificamente a más escolhas; também Pv 16.9; Lc 24.45; Jo 6.44, 65; At 2.47; 11.18; 13.48; 16.14; Rm 8.28ss.; Rm 9; Ef 2.8–9; Fp 1.29). Certamente, as livres escolhas de seres humanos estão incluídas entre as declarações gerais de Romanos 11.36 e Efésios 1.11. A Escritura jamais usa a defesa do “livre-arbítrio” em qualquer passagem em que o problema do mal é trazido à discussão. Você não encontrará isso no livro de Jó, em Romanos 9 ou no Salmo 37 ou no Salmo 73. De fato, todas essas passagens pressupõem uma forte visão da soberania divina. Dessa maneira, a defesa do livre-arbítrio não é bíblica. Há problemas evidentes com sua coerência interna. Se, como no arminianismo clássico, nossas livres escolhas são literalmente sem causa, então elas não são causadas por nosso caráter ou desejos, não mais do que são causadas por Deus. E, se esse for o caso, nossas “livres escolhas” serão ocorrências totalmente acidentais, desconectadas com qualquer coisa do passado. São surpresas, piores do que soluções, ocorrendo em tempos inconvenientes. Uma pessoa de caráter reto e sem prévia inclinação para o roubo, poderia, ao passar por um banco, de repente, sob um estranho impulso, entrar e assaltar o banco. Mesmo sem querer. Certamente, isso não é o que normalmente pensamos a respeito de “livre escolha”. Tais acontecimentos ao acaso dificilmente poderiam ser bases para a responsabilidade moral, uma vez que, como vimos em capítulos anteriores, eles são essencialmente irracionais. São eventos para os quais não há primeira causa nem origem em uma personalidade absoluta.
Que existe uma teodiceia da “feitura da alma”. A quarta defesa não bíblica que consideraremos agora é, às vezes, chamada de “irineana”, seguindo Irineu, o pai da igreja que a utilizou. Em tempos modernos, ela tem sido instada por John Hick, que a chamou de teodiceia da “feitura da alma”. O argumento é que o homem foi criado em um estado de imaturidade moral. Para que ele chegasse à plena maturidade, foi necessário que passasse por várias formas de dor e de sofrimento. É verdadeiro que, muitas vezes, o sofrimento edifica o caráter. Hebreus 12 diz que crentes experimentam disciplina e punição paterna. Tal como o castigo aplicado por um pai terreno disciplina a vida do filho, assim nosso Pai celeste nos faz passar por provações, de maneira que aprendamos atos de piedade. Entretanto, penso que seja algo não bíblico tornar esse princípio em uma teodiceia de larga escala. Por alguma razão, a Escritura ensina que Adão não foi criado moralmente imaturo e com necessidade de desenvolver o caráter mediante sofrimento. Ele foi criado bom e, se tivesse obedecido a Deus, jamais teria necessidade de experimentar sofrimento. Sofrimento é o resultado da Queda (Gn 3.17). Além disso, a Escritura ensina que nem todo sofrimento constrói o caráter. Os incrédulos sofrem e com frequência tiram lições dessa experiência. Nem toda melhora de caráter vem por meio de sofrimento. Os crentes são criados de novo, em Cristo (2Co 5.17). A mudança básica, do pecado para a justiça, é um dom da graça de Deus. Sobretudo, nossa santificação será aperfeiçoada nos céus – não por intermédio de um purgatório de sofrimento, mas por meio da própria ação de Deus.
Que Deus não é culpado por causa da “causa indireta”. A defesa da causa indireta difere das cinco defesas anteriores no sentido de que esta é bem comumente encontrada na teologia reformada. O argumento indica que, dado que Deus é causa indireta, em vez de direta do mal, ele não pode ser culpado por sua existência. Ou seja, Deus é a causa última do meu livro, mas ele não é o seu autor; eu sou. Portanto, eu porto a responsabilidade por seu conteúdo, não Deus. O autor é a causa mais próxima para o efeito, a causa “aproximada”. Se eu bato na bola de bilhar A, e A bate na B, e B bate na C, então eu sou a causa final do movimento de C, mas o movimento de B é a causa próxima ou autor. É verdadeiro que, na Escritura, a relação de Deus com o mal é indireta. Não foi Deus quem tentou a Eva, mas a serpente. Tiago 1.13 nos persuade de que o caso é sempre esse em relação à tentação. E é também verdadeiro que, na Escritura, a culpa moral está ligada somente à criatura. É, portanto, “tentador” (!) encontrar uma conexão entre esses dois fatos. A não diretividade da causalidade, em si mesma, não mitiga a responsabilidade – pelo menos não em termos humanos. Se eu contratar um assassino de aluguel para matar alguém, serei tão responsável pelo assassinato como aquele que puxar o gatilho. A Escritura nos adverte de que induzir alguém ao pecado é, por si mesmo, pecado (Dt 13.6ss., Rm 14). Será Deus tão diferente das criaturas com respeito a isso que a não diretividade de seu papel no mal está isenta de censura? A Escritura jamais diz que ele é diferente nesse sentido. Se essa fosse a única solução que tivéssemos para o problema do mal, certamente seria bem inadequada. Figuraria Deus como sendo um tipo gigantesco de chefe mafioso que mantém as mãos legalmente limpas, forçando seus asseclas a realizar seus maus propósitos. Seria esse um retrato bíblico? Seria compatível com a bondade de Deus ensinada na Escritura?
Que Deus é Ex Lex No volume já citado, Gordon Clark também apresenta outra teodiceia que, se fosse sadia, levaria sua defesa de causa indireta totalmente fora do ponto. O fato de que ele inclui ambas as defesas pode indicar alguma falta de confiança em uma e outra, embora seja difícil de perceber na leitura do texto. Seu argumento é que Deus é ex Lex, o que significa “fora da lei”. A ideia é de que Deus está fora ou acima das leis prescritas para o homem. Ele nos diz para não matar, ainda assim, retém para si mesmo o direito de tirar a vida humana. Desse modo, ele não está obrigado a obedecer os Dez Mandamentos ou qualquer lei dada ao homem na Escritura. Moralmente, ele está em um nível inteiramente diferente do nosso. Portanto, ele tem o direito de fazer muitas coisas que nos parecem más, até mesmo coisas que contradizem normas escriturais. Para um homem causar o mal indiretamente será coisa bem errada, mas não será errada para Deus. Assim, Clark maneja qualquer argumento contra a justiça ou a bondade de Deus. Há alguma verdade nessa aproximação. Como veremos, a Escritura proíbe críticas às ações de Deus, e a razão é, como Clark implica, a transcendência divina. É verdadeiro também que Deus tem prerrogativas que nos são proibidas, como a liberdade para tirar a vida humana. Clark, porém, se esqueceu, talvez negue a máxima bíblica e reformada de que a lei reflete o próprio caráter de Deus. Obedecer a Deus é imitar a Deus, ser como ele é refletir sua imagem (Êx 20.11; Lv 11.44–45; Mt 5.45; 1Pe 1.15–16). Há na ética bíblica também uma imitação de Cristo, centrada na expiação (Jo 13.34–35; Ef 4.32; 5.1; Fp 2.3ss.; 1Jo 3.16; 4.8–10). Obviamente, há muito mais sobre Deus que não podemos imitar, inclusive as prerrogativas já mencionadas. Satanás tentou Eva a desejar “ser igual a Deus” no sentido de cobiçar tais prerrogativas (Gn 3.5). Toda abrangente santidade, justiça e bondade de Deus é coisa que podemos e devemos imitar em termos humanos. Desse modo, Deus honra, em geral, a mesma lei que ele ordena para nós. Ele regula o assassinato porque odeia ver um ser humano matando outro, e quer reservar para ele mesmo o controle sobre a vida humana. Ele proíbe o adultério porque odeia o adultério (que é um espelho da idolatria – ver Oseias). Podemos estar certos de que Deus se comportará segundo os mesmos padrões que ele prescreve para nós, exceto naquilo que a Escritura declara ser uma diferença entre suas responsabilidades e as nossas. Com essa base, o problema do mal retorna. Se Deus nos proíbe de atormentar outros, como pode ele permitir tormentos às suas criaturas? Se ele pauta (essencialmente, com algumas exceções) pelos padrões revelados na Escritura, como pode ele planejar, pré-ordenar e causar a ocorrência do mal? Assim, não podemos concordar com a defesa ex Lex de Clark. Ela simplesmente não é bíblica. O problema do mal ainda tem de ser resolvido.
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