Série de Mensagens - Jesus sim, Igreja não

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Série de Mensagens - Jesus sim, Igreja não - O Esquecimento

INTRODUÇÃO:
Boa noite,
Graça e paz.
Estamos iniciando mais uma temporada de mensagens aqui na PIB - O tema parece um tanto quanto provocativo: “Jesus sim, Igreja não!”. De fato, você certamente ouviu essa frase em algum lugar. A nossa geração não tem tantos problemas com Deus como elas tem problemas com as “igrejas”, como se pudéssemos desassociar a pessoa de Cristo da sua Igreja. É como dizer a Cristo, olha eu até gosto de você e do seu Pai, mas não me peça para engolir a sua noiva, pois ela não me desce! A igreja é o corpo de Cristo, a sua noiva.
Fato é, que, a maioria das pessoas que usam essa frase como argumento para sustentar uma falsa espiritualidade, uma espiritualidade vazia, pessoas que já tiveram sérios problemas e frustrações com o “sistema eclesiástico”. Mas essa frase, também poderia ser usada pela comunidade de incrédulos na cidade de Corinto. Interessante que, estamos falando de séculos atrás.
A igreja de Corinto era um corpo corrompido de cristãos. Alguns de seus membros eram culpados de imoralidade sexual; outros se embreagavam; havia também quem usasse a graça de Deus como desculpa para pecar e viver uma vida mundana, como se a graça fosse uma credencial para uma vida de pecado. Ela também era marcada pela divisão e partidarismo com pelo menos quatro grupos que competiam entre eles pela liderança (v 1.12). Isso significava que essa igreja era uma igreja que caminhava em “desgraça”. Em vez de glorificarem a Deus com suas vidas, eles estavam impedindo o avanço do Evangelho de Cristo.
Mas, como isso aconteceu? Simples - Os membros daquela igreja estavam permitindo que os pecados presentes na sociedade entrassem na assembleia local, ou seja, aquela igreja estava marcada pelas cosmovisões e condutas incrédulas e mundanas da cidade de Corinto. Corinto era uma cidade contaminada, dada aos vícios e prazeres desenfreados. A acusação mais desagradavel que se poderia fazer a alguém era chamá-lo de “coríntio”. As pessoas de imediato saberiam do que se tratava.
Corinto também, era marcada pelo conhecimento filosófico. Infelizmente, essa abordagem filosófica foi aplicada ao Evangelho por alguns membros daquela igreja, e isso gerou divisão. A comunidade cristã em Corinto era composta por pessoas oriundas de diferentes escolas de pensamento, em vez de ser uma comunidade espiritual unida com base na mensagem do Evangelho.
Se você cresceu em uma igreja, pode ser que você tenha motivos para se sentir desiludido. A igreja parece um assunto enfadonho para a maioria das pessoas. As pessoas ao redor do mundo não estão interessadas em nossa igreja, nem mesmo as pessoas na esquina. As igrejas publicaram livros, lidaram com exércitos, mantiveram domínio sobre reis, no entanto, quando inserimos o assunto “igreja” em nossas rodas de conversa, somos respondidos com desinteresse ou até mesmo, aversão por parte de muitos.
De fato, as pessoas tem um sério problema com “a igreja”. As igrejas afirmam ter as melhores e mais importantes notícias para o mundo — elas têm a resposta para todos os nossos problemas, atuam como embaixadoras de Deus na terra —, mas são compostas por pessoas como você e eu; gente irritada, rabugenta, infiel e egoísta. Falamos de amor, mas muitas vezes nos entregamos ao ódio — até mesmo dentro da igreja.
A igreja que Paulo havia estabelecido em Corinto era jovem, cheia de vida e igualmente cheia de problemas. Nenhuma outra igreja no Novo Testamento teve tantos problemas, e na época que Paulo escreveu essa carta, a igreja estava ameaçada de destruição. A liderança era mal compreendida, as pessoas estavam se enganando, a igreja estava dominada por partidarismo, orgulho, pretensão e imoralidade.
Para ajudar a resolver essas crises, Paulo começou sua carta fazendo os coríntios se lembrarem de seu chamado em Cristo. Vamos tratar sobre três questões que podem ser proveitosas para nós, assim como foram para a igreja de Corinto.
LEMBRE-SE DE SUAS BÊNÇÃOS:
A primeira questão a se considerar é: Temos nos esquecido das bênçãos de Deus? Os cristãos em Corinto eram muito conhecidos por suas faltas, e Paulo vai tratar disso de forma clara e detalhada. No entanto, primeiramente, Paulo decide concentrar-se nos aspectos positivos - a obra da graça de Deus.
(v 1 - Saudação) - Paulo costumava iniciar suas cartas rendendo graças a Deus, mas, se há uma igreja na qual Paulo tinha motívos para não fazê-lo está aqui. Com todos os problemas que estavam acontecendo ali, Paulo tinha boas razões para pular essa parte abertura tradicional, mas Paulo não o faz. Quando precisamos falar de modo crítico sobre uma igreja, seja ela a nossa ou não, precisamos antes de mais nada considerar as evidências da obra de Cristo nessa igreja.
A primeira evidência da obra de Deus nessa igreja era o fato deque o próprio Paulo estava lhes escrevendo. O apóstolo que primeiramente havia lhes pregado o Evangelho agora estava lhes escrevendo. Assim como aquele povo foi orientado por Paulo por meio das suas cartas, nós somos direcionados por meio da Palavra de Deus, a Sua Revelação Especial. De fato, Paulo estava, por meio desta carta, exortando aquela comunidade a fim de que os seus corações fossem redirecionados a Cristo.
(v 2 - A Igreja de Deus santificada em Cristo) - Esses coríntios eram a igreja de Deus, como vemos aqui no versículo 2. Paulo pode ter sido o instrumento humano que havia fundado aquela igreja, mas ele reconhece — em favor da igreja e dele próprio — que seus membros pertencem a Deus. Não somos donos da igreja. Foi Deus quem olhou para a sua igreja e disse: “Eles pertencem a mim, eles são minha propriedade!”. Pedro ao ser questionado por Jesus quanto ao seu amor por ele é convidado a pastorear o rebanho do Senhor. ! Pedro 5 vai falar também aos presbíteros: “Pastoreiem o rebanho de Deus, que está aos seus cuidados!”.
Quaisquer que sejam os desafios que enfrentamos em nossas igrejas, somos uma igreja que não pertence a nós ou ao pastor; somos a igreja de Deus. A igreja — a nossa igreja — é sua criação, é alvo de seu cuidado. Certamente isso nos lembra da importância de pertencermos a uma igreja não apenas como seus meros frequentadores, mas como parte de uma organização privilegiada e escolhida. Estamos sob os cuidados de Deus!
No versículo 2, também vemos os coríntios sendo descritos como aqueles santificados em Cristo Jesus. Paulo coloca esse aspecto em primeiro plano antes de abordar outros assuntos. Eles foram santificados em Cristo Jesus, declarados e feitos santos nele. Somos declarados santos e justos porque a santidade e a justiça de Cristo são contabilizadas em nosso favor. O favor que obtivemos não vem de mérito nosso, mas pelos méritos de Cristo Jesus. Nele somos santificados, e nele estamos sendo transformados em nossas atitudes e ações, em nossos amores e anseios, para que nos pareçamos cada vez mais com Ele.
Nós, cristãos são chamados para sermos santos. Somos chamados para ter uma vida que possa refletir ao máximo o caráter de Deus. A santidade é nossa responsabilidade e propósito. É obra de Deus em nós, uma obra para a qual somos chamados a ser seus cooperadores.
(v 3 - A graça e a paz de Deus) - Vemos no versículo 3 que Paulo orou por graça e paz em favor dos coríntios. Essa saudação-modelo foi usada por Paulo aqui como uma oração profundamente cristã, suplicando pela misericórdia de Deus e pela plenitude e firmeza, principalmente no que diz respeito ao caminhar dos crentes com Deus. Para os coríntios e para nós, a vida cristã é marcada pela graça de Deus e pela paz com ele. Quaisquer que sejam os desafios que possamos enfrentar em nossas igrejas, entendemos que Cristo morreu para nos salvar e, ao fazer isso, sofreu a penalidade que cabia a nós. Desfrutamos de bênçãos tão grandes que quase podemos dizer que as coisas pelas quais lutamos e as dores que sofremos são muito pequenas em comparação a elas.
Ilustração - William Gougue, ministro puritano, teve seus últimos dias marcados por intensas dores físicas. Mas Gouge sempre se agarrou firmemente ao evangelho. Ele escreveu certa vez: “Quando olho para mim mesmo, não vejo nada além de vazio e fraqueza; mas, quando olho para Cristo, não vejo nada além de plenitude e suficiência”. Conforme ia envelhecendo, seu corpo naturalmente ia enfraquecendo, no entanto, sua fé permanecia inabalável.
(v 4 - Sempre dou graças) - Vemos em no vrsículo 4 que Paulo agradece a Deus pelos coríntios. Se estivéssemos pensando de uma forma carnal, talvez a última coisa que poderíamos imaginar neste mundo seria agradecer a Deus pelos coríntios. A igreja estava cheia de problemas já desde o seu estabelecimento e, conforme prosseguimos ao longo da carta, veremos que parecia haver alguma insatisfação da igreja em relação a Paulo. A influência de Paulo estava diminuindo, de modo que ele era visto apenas como membro de um dos vários “partidos” concorrentes entre si dentro da igreja. Alguns diziam a respeito de seus ensinamentos: “Bem, isso é apenas a opinião de Paulo!”. Mas, apesar de tudo, o que Paulo faz? Paulo agradece a Deus por eles.
Também, no versículo 4, Paulo expande o alcance da graça que ele já havia mencionado. Ele lembra aos coríntios que eles receberam a graça de Deus em Cristo Jesus. Quaisquer que sejam os desafios que os cristãos tenham de enfrentar, desde então e agora, sabemos que somos recipientes da maravilhosa graça de Deus; mas ainda precisamos nos lembrar disso.
(v 5 - Enrriquecidos em tudo) - Então, no versículo 5, Paulo diz aos coríntios que nele, em Cristo, eles foram enriquecidos em tudo. Ele os lembra de que eles NÃO estão espiritualmente empobrecidos, mas que foram aperfeiçoados e receberam maravilhosos tesouros. Isso também é verdade para os cristãos de hoje. Paulo mostra a amplitude dessa riqueza no segmento de frase “em tudo”. Os coríntios haviam sido enriquecidos em toda palavra. Em Cristo, suas palavras poderiam ser usadas para expressar a verdade sobre Deus e para se edificarem mutuamente. Paulo também lembra aos coríntios que eles foram enriquecidos em todo conhecimento. Corinto era um lugar que valorizava o status, e o conhecimento era considerado um caminho para essa condição superior. Paulo os exortou pelo uso egoísta e insensível desses dons.
(v 6 - Testemunho de Cristo) - Vemos no versículo 6 que o testemunho de Cristo foi confirmado neles. Os coríntios haviam se tornado uma evidência da verdade da mensagem de Paulo. O cristão é a prova viva do evangelho. Essa igreja havia se convertido, tinha começado a experimentar, e em seguida passado a demonstrar a realidade do evangelho de Jesus Cristo. Nossa vida reflete a verdade da mensagem sobre Cristo. Como falamos na semana passada, a maior propaganda de uma igreja são vidas regeneradas. É fato que essa comunidade estava repelindo as pessoas de se aproximarem a Cristo, mas Paulo está lembrando-os do que Cristo fez em suas vidas em determinado momento, afim de que esse testemunho os redirecionasse a Cristo.
(v 7 - Não lhes faltava nenhum dom espiritual) - De fato, os coríntios haviam sido tão enriquecidos por Cristo que Paulo diz no versículo 7 que não lhes faltava nenhum dom espiritual. Eles tinham tudo o que Deus poderia lhes dar. Temos tudo o que precisamos para cumprir o que Deus nos chamou. Como cristãos, nada nos falta, em relação a tudo o que precisamos para ser edificados no Senhor, que ele não tenha suprido e não suprirá. Uma vez que Deus nos deu seu Filho único, como ele não nos dará tudo o que precisamos para viver uma vida piedosa?
(v 8 - Fortalecidos até o fim por Cristo) - No versículo 8, há uma promessa maravilhosa: os crentes serão mantidos fortalecidos até o fim, por Cristo. Esses cristãos de Corinto poderiam ter certeza do fortalecimento divino para mantê-los firmes na jornada até que a batalha fosse vencida, até que a corrida terminasse, até que o trabalho fosse concluído, até que eles chegassem em casa. Isso também é verdade para nós, amigos. Se somos cristãos, recebemos esse grande dom; nós iremos perseverar.
Paulo também lembra que eles estariam irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo (v. 8). Quando lemos essa carta, descobrimos que a igreja de Corinto estava cheia de pessoas envolvidas com vários tipos de pecado. Mas Paulo assegurou-lhes que “no dia de Cristo” não haveria nada para ser colocado contra o cristão. Seremos irrepreensíveis. Isso lança por terra a nossa meritocracia. Paulo os encoraja, assegurando-lhes que podem confiar em Deus, pois aquele que começou a boa obra a completará até o dia de Cristo Jesus.
(v 9 - Chamados para a comunhão com Cristo) - Paulo resume suas bênçãos no versículo 9, dizendo aos coríntios que eles haviam sido chamados por Deus para a comunhão com Cristo. Essa é a condição do cristão. Antes estávamos em estado de inimizade com Deus, mas agora somos levados para um relacionamento com Cristo. Nós fomos e ainda estamos sendo formados em uma comunidade com Cristo. Ao dar Cristo a nós, Deus nos deu o melhor que ele poderia nos conceder.
Você se esqueceu de suas bênçãos? Lembre-se das bênçãos que Deus lhe deu. Exitem razões para que nós, cristãos, sejamos chamados de “abençoados”.
2. LEMBRE-SE DE QUEM O ABENÇOOU!
A segunda pergunta a ser considerada ao meditarmos nessa passagem em 1Coríntios é: Você se esqueceu de quem o abençoou? Devemos nos lembrar daqueles que nos abençoam! Somos ajudados por essa ou aquela pessoa. Alguém nos dá um presente. Outro nos encoraja. Nossos aniversários são comemorados por familiares e amigos. Mas nessa passagem somos lembrados de que aquele que nos abençoa é Deus.
a) - Em primeiro lugar, foi Deus quem desejou que Paulo fosse apóstolo. “Chamado para ser apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus...” - De fato, todas as bênçãos enumeradas nessa seção chegaram a nós por meio da graça de Deus. Temos essa carta e toda a Palavra, que chegou até nós, simplesmente porque esta era a vontade de Deus. Revelar-se ao homem! O ministério dos demais apóstolos também, vontade de Deus para o cumprimento de seus propósitos. Foi por meio da revelação e da inspiração de Deus, foram autorizados a falar, a testemunhar e a interpretar a verdade sobre Deus, e especialmente sobre Jesus Cristo, seu Filho. A autoridade dos apóstolos foi concedida pelo próprio Cristo. Como vimos na semana passada, cabia aos apóstolos a transmissão e a transliteração da mensagem ao coração dos incrédulos.
A igreja foi criada por Deus. A igreja não era de Paulo; era de Deus! Então, Paulo reconheceu aos coríntios — por mais cheios de problemas que estivessem — que eles eram propriedade especial de Deus! Deus se tornou seu pai, como vemos no versículo 3, e ele derramou graça e paz sobre eles. A graça e a paz têm sua fonte em Deus, nosso Pai.
b) Paulo, reconhecia que todas as bênças que essa igreja desfrutava era sinal do amor de Deus. Paulo não vê nada de bom nos coríntios que não seja completamente atribuído ao próprio Deus. Tiago 1.17
James 1:17 NVI
Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes.
Não havia propagação do evangelho ou crescimento da igreja em Corinto que não atraísse imediatamente a mente de Paulo para Deus. Quando lemos sobre o estabelecimento da igreja em Corinto (At 18), descobrimos que Paulo estava desanimado e aparentemente se preparando para deixar tudo para trás. Mas então lemos os versículos 9-10: Atos18.9-10. Jesus promete a Paulo que os seus labores em Corinto serão muito frutíferos, pois muitas pessoas que Deus destinou à vida eterna e que haviam sido dadas ao Filho, estavam lá. Paulo então, precisava ser encorajado.
Acts 18:9–10 NVI
Certa noite o Senhor falou a Paulo em visão: “Não tenha medo, continue falando e não fique calado, pois estou com você, e ninguém vai lhe fazer mal ou feri-lo, porque tenho muita gente nesta cidade”.
Paulo sabia que Deus estava por trás do chamado e da bênção para aquelas pessoas.
c) A graça foi concedida aos Coríntios por meio de Cristo. Não era contra Paulo que os coríntios haviam pecado. Não era Paulo que precisava estender graça sobre eles. Era contra Deus que os coríntios haviam pecado. A ofensa moral que eles estavam causado era contra Deus! Se a graça de alguém fosse necessária, essa graça era a de Deus, e foi a graça de Deus que eles receberam. O evangelho apresenta a graça de Deus! Certamente também compreendemos isso em nossa própria vida.
d) A fidelidade de Deus é apresentada. Deus não é apenas nosso criador, nosso pai, aquele que concede graça e paz — como se essas bênçãos já não fossem suficientes. Deus também é fiel! Paulo inicia o versículo 9 dizendo: “Fiel é Deus!”, como se quisesse realmente destacar essa característica. Paulo considera essa fidelidade de Deus em conexão com o chamado à salvação. Eles deveriam se lembrar que Deus não apenas é a nossa fonte de bênçãos, mas acima de tudo, a fonte de salvação. A salvação tem origem em Deus! Essa verdade deveria conduzi-los em ação de graças, humildade, alegria e confiança a Deus. O povo de Deus ao longo de toda sua hostória e até os tempos de hoje vem sendo marcado pela fidelidade do seu Senhor.
Aplicação pessoal: O mesmo ocorre com os cristãos hoje. Nossa fé aponta para nossas bênçãos, as quais revelam o doador dessas bênçãos. Todas as bênçãos que estamos considerando — por mais valiosas que sejam — devem atrair a nossa atenção para aquele que as concede; e por isso louvamos a Deus e agradecemos a Ele por sua bondade. Então, nossa confiança é depositada nele e renovada com alegria! Você tem se esquecido de quem o abençoou? Lembre-se de quem o abençoou — foi Deus! Lembrem-se disso!
3. DE QUE MANEIRA DEUS NOS ABENÇOOU?
A terceira pergunta é esta: Você se esqueceu de como Deus o abençoou? Deus deu algumas de suas bênçãos aos coríntios por meio da criação. Outras bênçãos ele deu por meio do ministério de Paulo e de outros pregadores entre eles, mas, ao longo desses versículos, Paulo constantemente direciona os coríntios para aquele por quem eles foram supremamente abençoados — Cristo!
Foi o Cristo ressuscitado que apareceu a Paulo e o chamou ao ministério apostólico. Cristo apareceu a Paulo no caminho para Damasco, e o chamou para si, e também foi em Cristo que os Coríntios foram santificados. Cristo, por sua obra, declarou os coríntios santos, e ele os tornou santos.
Repetidamente, nessa pasagem, Jesus Cristo é chamado de Senhor. A declaração de que Jesus Cristo é o Senhor é a confissão mais revelada nesses primeiros versículos da carta. Ele é quem, por sua vida perfeita e morte substitutiva, mereceu e concedeu a graça de Deus aos cristãos. Por isso lemos que nele — em Cristo — os coríntios foram enriquecidos em todos os sentidos (v. 5). É somente em Jesus Cristo e por meio dele que os cristãos recebem todas as bênçãos de Deus. Sem Cristo, Deus se torna nosso temível juiz. Ele nos persegue em suas justas reivindicações para conosco. Mas nossa reconciliação com ele, as grandes boas-novas, vêm somente por meio de Cristo.
É por isso que Paulo diz no versículo 6 que Jesus Cristo foi quem testificou a respeito deles. A respeito de quem mais Paulo lhes falaria? Em que outro nome Paulo poderia lhes oferecer tanta esperança? Jesus Cristo era o centro da pregação de Paulo, ecoando o que Pedro certa vez perguntou a Jesus:
John 6:68–69 NVI
Simão Pedro lhe respondeu: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus”.
Portanto, em Cristo, a revelação é ansiosamente aguardada. Somente Jesus Cristo poderia manter os coríntios firmes até o fim (v. 8). É Cristo quem persevera com os crentes e os leva a perseverar com ele até a morte. Sempre que celebramos a ceia do Senhor, realizamos um ensaio geral desse dia final. É na comunhão com Cristo que somos chamados à comunhão com Deus (v. 9)
Não podemos deixar de mencionar como Paulo se refere a Jesus no versículo 9. Ele também se refere a Cristo como “Filho de Deus”. Muitos de nós conhecemos a famosa primeira pergunta e resposta do Breve Catecismo de Westminster:
“Qual é o principal objetivo do homem?”
“O principal objetivo do homem é glorificar a Deus e desfrutar dele para sempre”.
Mas, quase um século antes da Assembleia de Westminster produzir sua famosa confissão, o reformador alemão Ursino produziu o Catecismo de Heidelberg (1563) com uma pergunta inicial e resposta não menos digna de ser conhecida:
Pergunta: Qual é seu único conforto na vida e na morte?
Resposta: Que eu não sou de mim mesmo, mas pertenço — corpo e alma — na vida e na morte — ao meu fiel Salvador Jesus Cristo. Ele pagou completamente por todos os meus pecados com seu sangue precioso, e me livrou da tirania do Diabo. Ele também cuida de mim de tal maneira que nenhum cabelo sequer cai de minha cabeça sem a vontade do meu Pai no céu; na verdade, todas as coisas devem operar juntamente para minha salvação. Porque eu pertenço a ele, Cristo, por meio de seu Espírito Santo, assegura-me a vida eterna e me torna, de todo o coração, desejoso e pronto, a partir de agora, a viver para ele.
Lembrem-se de quem os abençoou. Foi Deus quem nos abençoou! E foi por meio de Cristo Jesus.
CONCLUSÃO:
Paulo havia sido designado por Cristo para pregar o evangelho em todo o mundo. Mas nessas cartas Paulo estava preocupado não apenas em implantar o evangelho entre eles, mas também em ajudá-los com vários assuntos na igreja. Ele escreveu para instruí-los e corrigi-los, mas não devemos ignorar o fato de que Paulo primeiro identificou as marcas evidentes da graça de Deus entre eles. Paulo escreveu a esses crentes, principalmente, a fim de ajudá-los a se lembrarem das bênçãos de Deus na vida deles e ajudá-los a descobrir as implicações promovidas por elas.
Qual foi a primeira coisa que Paulo disse ter feito por esses cristãos confusos? Teria dito que se arrependia de tê-los conhecido? Quetionado a salvação deles? Alertado os outros a respeito deles? Ele não disse nada disso. Antes, agradeceu a Deus por eles. Entendeu que todos os seus pecados e lutas particulares eram simplesmente ações do Maligno.
Não somos chamados para o mesmo ministério apostólico de Paulo. Mas podemos trabalhar para ajudar outras pessoas ao nosso redor a perceber as evidências da graça de Deus em sua vida e a se lembrar delas.
PARA REFLETIR E PRATICAR:
1- Ore para que Deus o ajude a conhecer os outras pessoas que carecem da graça de Deus e cuide delas. Seja observador, gentil e amável para com eles;
2- Ajude-os em seus fardos e tristezas. Lembre-os da boa obra de Cristo que ja iniciou em suas vidas;
3- Seja suporte para essas pessoas em meio as suas lutas. Lembre-se, em Cristo, temos tudo o que precisamos para o exercício do ministério da misericórdia.
SOLI DEO GLORIA.
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