Jesus é Ungido por Maria

João 12.1-11.

V.1-3: “Seis dias antes da Páscoa, foi Jesus para Betânia, onde estava Lázaro, a quem ele ressuscitara dentre os mortos. Deram-lhe, pois, ali, uma ceia; Marta servia, sendo Lázaro um dos que estavam com ele à mesa. Então, Maria, tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, mui precioso, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos; e encheu-se toda a casa com o perfume do bálsamo.”

No capítulo anterior vimos que Jesus manifestou-se como Deus no seu maior milagre: ressuscitando um morto, seu amigo, chamado Lázaro.

E o capítulo finaliza dizendo que os principais sacerdotes e os fariseus tinham dado ordem para, se alguém soubesse onde Jesus estava deveria denunciá-lo, a fim de o prenderem.

Dito isto, chegamos a este capítulo que inicia com Jesus em um encontro de na casa de Simão, o leproso (Mc 14.3-9; Mt 26.6-13) Onde é narrado este mesmo acontecimento. E ali está sendo oferecido para Jesus uma ceia, uma festa, e quem está presente? Lázaro, Marta e Maria.

Esse episódio aconteceu seis dias antes da última Páscoa, Jesus estava novamente em Betânia, e ali estava Lázaro, o mesmo que havia sido ressuscitado alguns dias atrás.

Jesus estava naquela casa justamente em uma festa de gratidão pela ressurreição de Lázaro.

Enquanto que o Sinédrio havia decretado a prisão de Jesus por qualquer pessoa que avisasse onde era o seu paradeiro, ao invés de entregá-lo, os amigos de Jesus, aqueles que eram suas ovelhas, estavam ali em sincera adoração e gratidão pelos seus feitos.

Essa ceia era comum naquela época, aqui não está falando da Ceia do Senhor, mas sim de um jantar, onde o objetivo era demostrar o amor e gratidão a Jesus.

E eles estavam ali assentados em tapetes que forravam como de costume no chão, e ao redor de uma mesa em formato de U.

Não sabemos quantas pessoas ao certo estavam ali, o que sabemos é que estava Jesus, Lázaro, Maria, Marta e os doze discípulos, e também o dono da casa, Simão o leproso(que obviamente já estava curado).

Marta estava a servir a refeição, Lázaro estava com Jesus a mesa. E então, diz o verso 3 que Maria tomou/pegou uma libra de bálsamo. O bálsamo é perfume e os perfumes eram medidos em libras, (a libra romana, era equivalente a aproximadamente 327 gramas) este perfume era muito precioso, era de nardo puro, ou seja, uma erva aromática que cresce nos campos do Himalaia, entre o Tibete e a Índia. Pelo fato de que ela tinha de ser trazida de uma região tão distante, era extremamente cara. E os outros evangelhos de Mateus e Marcos nos informam que este perfume estava dentro de um vaso de alabastro, ou seja, em um vaso feito desse mineral chamado alabastro, era um vaso precioso, finíssimo.

Maria então quebra esse vaso e derrama o perfume sobre Jesus. Derrama sobre sua cabeça, seu corpo e sobre os pés de Jesus. João diz que ela derramou sobre os seus pés, Mateus e Marcos dizem que foi sobre a cabeça, e em Mateus Jesus diz que foi em seu corpo. Nós entendemos que está totalmente em concordância as três formas, pois, naquele vaso tinha perfume o suficiente para ungir todo o corpo de Jesus incluindo tanto a sua cabeça quanto os seus pés, além do mais, Jesus estava no chão, e com suas pernas estiradas, distantes de sua cabeça, por isso, Maria derramou sobre a cabeça, depois sobre o corpo e por fim nos seus pés.

Maria não somente derramou o perfume, mas, ela então desamarrou seus cabelos, algo que era diante daquela cultura desaprovado uma mulher fazer isso diante dos homens. Maria, dando livre vazão ao seu coração, não apenas solta os cabelos, mas (pior ainda, do ponto de vista oriental) enxugou com seus cabelos os pés de Jesus!

Essa atitude foi necessária, pois, Maria derramou todo o frasco/vaso de perfume sobre Jesus, e escorreu, logo, ela enxugou, e diz o texto que o perfume encheu toda a casa com aquela fragrância.

Os Judeus entendiam que o lavar os pés de outra pessoa era um tarefa a ser realizada apenas pelos escravos em seus senhores, portanto, isso era degradante e humilhante. E ainda mais desamarrar os cabelos e com eles secar os pés de Jesus.

Maria não estava preocupada com a humilhação, com sua reputação, mas, ela estava unicamente preocupada em despejar sua generosidade, sua adoração, gratidão, em derramar o seu amor por Jesus.

V.4-8: “Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, o que estava para traí-lo, disse: Por que não se vendeu este perfume por trezentos denários e não se deu aos pobres? Isto disse ele, não porque tivesse cuidado dos pobres; mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, tirava o que nela se lançava. Jesus, entretanto, disse: Deixa-a! Que ela guarde isto para o dia em que me embalsamarem; porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes.”

Em contraste o amor, a generosidade e a gratidão, temos o egoísmo, a avareza, e a hipocrisia de Judas.

Judas (Iscariotes, o que estava pra trair Jesus) olha para a ação de Maria como sendo um desperdício.

Isso é fato irmãos, o egoísmo e a fé não andam juntos. Maria foi amorosa e generosa, porém a generosidade é consequência da fé. Contudo, a incredulidade, ou seja, a falta de fé, gera no coração o egoísmo, a avareza, e a hipocrisia.

“Por que não foi este bálsamo vendido por trezentos denários e dado aos pobres?”

Judas era o tipo de homem que tinha dinheiro na cabeça o tempo todo. Ele enxergava tudo do ponto de vista de seu valor financeiro. Ele até já tinha calculado o valor do jarro de alabastro cheio de perfume mais precioso. Ele achou que o mesmo podia valer trezentos denários.

A soma representa o salário que um trabalhador comum receberia por trezentos dias de trabalho. Era comum o trabalhador receber um denário por dia, logo, trezentos denários seria o equivalente ao salário de um ano de trabalho para pagar aquele perfume.

Judas indignado diz: Como assim? Ela acabou de jogar sobre Jesus um salário de trezentos dias de trabalho! Para Judas, isso parecia uma extravagância injustificável, mesmo se Maria fosse abastada (o que provavelmente ela era. Teria sido muito melhor – como Judas enxerga a situação – que Maria tivesse vendido o bálsamo e dado o dinheiro aos pobres

Epa! Mas não é bem assim…

O verso 6 continua e explica o anterior(leia o verso 6)… Ou seja, a quem deveria ser dado esse dinheiro?

Bem, a Jesus e aos Doze – logo, esse dinheiro iria cair aos cuidados de Judas, o tesoureiro; mas seria difícil que Judas dissesse isso, então, na verdade, ele diz: “aos pobres.”

Que indivíduo nobre, esse Judas! Quão profundamente estava ele preocupado com os pobres!

Note que Judas era mestre na arte da dissimulação e de expor sua causa com persuasão, é tanto que os outros discípulos (Mc 14.4) imediatamente o apoiaram. Os discípulos “se indignaram” (Mt 26.8). Sendo assim, para qualquer lado que Maria olhasse, ela só via olhares de ofendida reprovação.

Porém, enquanto todos estavam a criticar atitude de Maria, Jesus era aquele que se levanta em sua defesa, e era o único, porém, não era qualquer um que estava do seu lado, mas, Ele era o maior de todos!

Maria é elogiada, Jesus diz deixe ela, ela fez isso para preparar-me para o sepultamento” e em Marcos 14.8: Jesus disse: “Ela ungiu meu corpo em antecipação ao sepultamento”. Jesus estivera falando a Judas que ele sempre tinha consigo os pobres. Jesus, nessa ocasião, não estava falando apenas a Judas, mas sim a todos os discípulos; de fato, a todos que o ouviam nesse dia. Ele está lhes dizendo que neste exato momento ungi-lo por antecipação para seu sepultamento é muito mais importante do que preocupar-se com os pobres.

E ao mesmo tempo, por implicação, ele está dizendo à igreja de todas as épocas que cuidar dos pobres é responsabilidade e privilégio da Igreja. Jesus ama os pobres que confiam nele. Ele deseja que os mesmos sejam objeto dos constantes cuidados da igreja. Mas, como já dito, Judas, o homem que parece defender a causa dos pobres, às escondidas estava roubando.

V.9-11: “Soube numerosa multidão dos judeus que Jesus estava ali, e lá foram não só por causa dele, mas também para verem Lázaro, a quem ele ressuscitara dentre os mortos. Mas os principais sacerdotes resolveram matar também Lázaro; porque muitos dos judeus, por causa dele, voltavam crendo em Jesus.”

As notícias de que Jesus estava perto de Jerusalém se espalharam rapidamente. Não era possível guardar sua presença em segredo. Muitos dos judeus vieram a Betânia para vê-lo, e outros vieram para ver Lázaro, a quem ele ressuscitara dentre os mortos.

E o ódio insano do coração humano é outra vez mostrado nesse versículo 10. Os principais sacerdotes resolveram matar

A pergunta é:

Por que os principais sacerdotes resolveram matar Jesus e também Lázaro? William Barclay sugere duas razões. Em primeiro lugar, uma ameaça política. Os saduceus eram a aristocracia endinheirada entre os judeus que cuidavam dos negócios do templo. Os sacerdotes eram saduceus. Ao mesmo tempo que cuidavam do sacerdócio, formavam também um partido colaboracionista. Seu interesse era assegurar a própria riqueza. Uma vez que Jesus fez uma faxina no templo, tirando de lá os cambistas e expulsando os vendilhões, eles se sentiram ameaçados. Viam Jesus como o possível líder de uma rebelião. A segunda razão era discordância teológica. Os saduceus não acreditavam na ressurreição dos mortos. A ressurreição de Lázaro não apenas aumentava a popularidade de Jesus, mas, também, era uma prova viva contra a falsa teologia que eles professavam, porque ali de fato aquele homem estava vivo novamente.

Aplicações:

O Quanto Você é Grato a Deus?

Aqui temos exemplos de pessoas gratas, que mesmo passando por perigo de serem denunciados como cúmplices de Jesus, eles preferiram fazer uma festa de gratidão pelo que Cristo fez na vida de Lázaro em especialmente na vida deles, do que serem traidores e denunciá-lo.

Viva uma vida de gratidão, ofereça o seu melhor pra Deus, e não ofereça apenas a sua metade, não apenas 50%, mas, 100%.

Dê o seu melhor pra Deus como Maria. Ela não deu o que sobrava, ela não despejou apenas a metade do frasco, mas todo o frasco de perfume.

Você Ama a Jesus Como Maria?

Esta disposto a passar vergonha, a ser humilhado por causa do seu amor por Ele?

A vida cristã n]ao é fácil, nós somos chamados para deixar nossa reputação de lado, e apenas seguirmos a Cristo.

Somos chamados a tomar a cruz, e quem quiser ser discípulo de Cristo, deve tomar a cruz e segui-lo.

E para isso, muitas vezes será cobrado de nós a renuncia, para deixarmos de fazer aquilo que queríamos fazer, deixarmos de praticar aquilo que nós sabemos que seria mais comodo, aquilo que seria bem mais fácil, aquilo que não iria nos envergonhar, aquilo que não iria nos humilhar.

Não se preocupe, enquanto nós abrimos mãos de nossas práticas antigas, dos nossos pecados, muitos vão nos praguejar, muitos vão falar mal de nós, nos chamar de radicais, de idiotas, vão até nos chamar de babões. Mas, todavia, contudo, enquanto todos estarão contra nós, apenas um estará do nosso lado, e é apenas desse que precisamos, de Jesus.

Importa obedecer a Deus do que aos homens, importa adorar a Deus, importar servir a Deus, não se preocupe, se você sabe que está é a vontade de Deus, não tenha medo de seguir na vontade de Deus, pois, Ele está conosco.

Você é Um Testemunho Vivo de Jesus?

Assim como Lázaro era um testemunho vivo, será que podemos dizer o mesmo de nossas vidas? Será que as pessoas olham para nós como olhavam para Lázaro?

Olha só, é Lázaro mesmo, Ele está vivo, mas, eu vi ele morto, mas, de fato Jesus ressuscitou ele, ele está novo em folha.

Será que nossos amigos, vizinhos, companheiros de trabalho, esposa, marido olham pra nós e podem dizer: Jesus mudou mesmo a vida dele, olha como Ele está diferente, Ele ama como Cristo, Ele e fala, age, e vive como Cristo.